Notícias Desafios e preparação
Da carne fraca à pandemia: os desafios da década e as estratégias para a superação
Em 2017, a Operação Carne Fraca, conduzida pela Polícia Federal, abalou profundamente a indústria de carne brasileira. A operação, que visava investigar irregularidades em frigoríficos, gerou uma repercussão negativa internacional, levantando dúvidas sobre a qualidade e a segurança dos produtos brasileiros.

Ao longo de sua história, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) enfrentou e superou inúmeros desafios que atrapalharam a indústria de proteína animal no Brasil. Entre crises sanitárias, questões regulatórias e a infame Operação Carne Fraca, a resiliência e a capacidade de recuperação do setor foram testadas. O presidente da ABPA, Ricardo Santin, conta os principais desafios enfrentados pela ABPA e as estratégias adotadas para superar essas adversidades, preservando a imagem do Brasil como um produtor de qualidade no cenário global.
Em 2017, a Operação Carne Fraca, conduzida pela Polícia Federal, abalou profundamente a indústria de carne brasileira. A operação, que visava investigar irregularidades em frigoríficos, gerou uma repercussão negativa internacional, levantando dúvidas sobre a qualidade e a segurança dos produtos brasileiros. A imagem do Brasil como um dos maiores exportadores de carne do mundo foi errônea e severamente afetada. A repercussão internacional resultou na suspensão temporária de exportações para vários mercados importantes.
Crises sanitárias nesse período foram afastadas do Brasil com um trabalho intenso. Entre elas, surtos de doenças como a gripe aviária e a peste suína africana em outros países. Para enfrentar esses desafios, a ABPA investiu em medidas rigorosas de biossegurança e trabalhou em estreita colaboração com autoridades sanitárias nacionais e internacionais.
A pandemia de COVID-19 trouxe desafios sem precedentes para o setor de proteína animal, especialmente entre 2020 e 2021. A interrupção das cadeias de suprimentos, a diminuição da demanda global e as restrições de movimentação afetaram a produção e as exportações.
A ABPA liderou a adaptação rápida às novas condições de mercado. Medidas de segurança foram implementadas nas plantas de processamento para proteger os trabalhadores, enquanto a entidade negociava com parceiros internacionais para garantir a continuidade das exportações. A resiliência demonstrada pelo setor durante a pandemia foi fundamental para manter a estabilidade e evitar maiores impactos econômicos.
Desafios futuros e preparação
A ABPA continua a enfrentar desafios em um ambiente global em constante mudança. As questões relacionadas à sustentabilidade e às mudanças climáticas estão se tornando cada vez mais relevantes. A entidade está focada em ajudar a suinocultura e avicultura a implementar práticas mais sustentáveis e reduzir a pegada de carbono da produção de proteína animal no Brasil.
Os últimos dez anos foram marcados por desafios significativos para a ABPA e a indústria de proteína animal no Brasil. A resiliência do setor, a capacidade de adaptação e as estratégias eficazes implementadas pela ABPA mantiveram e fortaleceram a imagem do Brasil como um produtor de qualidade. Com uma abordagem focada em transparência, inovação e sustentabilidade, a ABPA está bem posicionada para enfrentar os desafios futuros e continuar a crescer no cenário global.
O Presente Rural – Que tipos de desafios a indústria de proteína animal brasileira enfrenta?

Ricardo Santin, presidente da ABPA. Foto: Divulgação/ABPA
Ricardo Santin – São muitos os desafios. Do protecionismo de mercados importadores à superação das questões internas, como questões tributárias, impactos de paralisações de categorias fundamentais para o funcionamento do setor, preservação do status sanitário e da competitividade, custos de produção oscilantes, entre inúmeras outras. Mas, em meio a estes desafios, sempre prevaleceu e prevalecerá a união da cadeia produtiva focada na construção de soluções e na evolução. Afinal, também crescemos com as lições aprendidas nas crises.
O Presente Rural – Qual a abordagem que a ABPA tem em relação a esses desafios?
Ricardo Santin – Seja qual for a crise, o princípio básico de resposta à qualquer crise é a união. Como setores, compreendemos que todo desafio é superado mais rapidamente quando unimos esforços para construir soluções.
O Presente Rural – Quais foram os principais desafios que a ABPA enfrentou nesses dez anos em relação ao mercado brasileiro de carnes?
Ricardo Santin – Na liderança setorial, foram vários desafios que podemos citar e que geraram enormes esforços de superação. Podemos citar a crise de altas históricas dos insumos no início de 2020, a Operação Carne Fraca, em 2017, a pandemia global e a manutenção da produção, em 2020, a greve dos caminhoneiros, em 2018, entre diversos outros momentos de enorme desafio.
O Presente Rural – Qual foi o impacto da Covid-19 no setor produtivo e como a ABPA reagiu?
Ricardo Santin – A covid-19 foi um grande desafio. Duas empresas, por exemplo, do setor informaram investimentos superiores a R$ 400 milhões para a proteção dos colaboradores e preservação do abastecimento.
A economia foi severamente impactada e houve perdas de postos de trabalho em diversos setores, com perdas também na renda média do trabalhador e em sua capacidade de compra.
Em nosso setor produtivo, entretanto, vimos um quadro mais estável. Geramos empregos (cerca de 20 mil postos de trabalho apenas no segundo semestre) e renda, divisas e contribuímos para a diminuição dos impactos econômicos da pandemia no Brasil.
Neste contexto, foram determinantes as ações de governo para a manutenção da renda por meio de programas de auxílio à população mais afetada, assim como o apoio à manutenção das atividades essenciais, como a indústria de alimentos.
Como resultados do enfrentamento deste grave quadro de crise, avançamos no amadurecimento de estratégias ainda mais sólidas de garantia de qualidade e de abastecimento, de preservação da saúde dos trabalhadores e de fomento ao crescimento da produção de proteína animal no país.
Vimos também algumas migrações e substituições por conta de dificuldades financeiras que podem se tornar hábitos alimentares, consolidando mais ainda o consumo de proteínas como aves, suínos e ovos.
Preservar a saúde dos trabalhadores e manter o fornecimento de alimentos sempre foram o foco das ações do setor produtivo. Deste modo, uma sequência de medidas foi empregada logo no início do ano de 2020, antes mesmo do primeiro registro de Covid-19 no Brasil e de se cogitar o isolamento social.
Naquele momento, quando o conhecimento mundial sobre o vírus ainda era uma incógnita, núcleos de inteligência técnica setorial se instalaram nas entidades para aplicações de soluções imediatas, como o afastamento de trabalhadores considerados grupo de risco.
Conforme mais informações sobre a doença eram obtidas, novas medidas foram inseridas. Foi o caso das barreiras físicas entre os trabalhadores na linha de produção para evitar contato. O distanciamento também foi implantado nos refeitórios das indústrias e no transporte dos colaboradores. Para isso, foram contratadas mais frotas de ônibus, além da implantação de controles na chegada de todos os trabalhadores, treinamentos e orientações, bem como vacinação contra gripes comuns.
Nas unidades produtoras, a higienização que já era rigorosa e realizada várias vezes ao dia, foi intensificada. Álcool em gel para desinfecção das mãos foram disponibilizados por todas as áreas comuns. Medidas de busca ativa de possíveis casos positivos foram implantadas em todo o sistema produtivo. Casos suspeitos são impedidos, inclusive, de acessar o transporte, e todos os colaboradores próximos ao caso são afastados em quarentena e monitorados.
A proteção dos trabalhadores sempre foi um dos principais pontos de atenção no sistema produtivo. Com a pandemia, os cuidados foram redobrados. Além da uniformização especial para os frigoríficos, luvas, máscaras e faceshields foram adotadas.
Estas são algumas das estratégias contempladas nos protocolos setoriais que o setor desenvolveu, com a validação do Hospital Albert Einstein. São medidas ainda mais restritivas que as recomendadas pelos órgãos internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).
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Dilvo Grolli recebe Menção Honrosa da ABCA por sua contribuição à agronomia brasileira
Reconhecimento destaca seu papel no avanço científico, na inovação cooperativista e na consolidação do Show Rural como vitrine tecnológica do agro.

A Academia Brasileira de Ciência Agronômica (ABCA) prestou, dias atrás, homenagem especial ao presidente da Coopavel, Dilvo Grolli. Ele recebeu o título de Menção Honrosa pela relevante contribuição ao fortalecimento da Engenharia Agronômica no Paraná e no Brasil. O reconhecimento é concedido a personalidades que, além de estimular avanços científicos e tecnológicos no agro, destacam-se como empreendedores que impulsionam o crescimento de suas regiões e do País.

Fotos: Divulgação/Coopavel
Dilvo Grolli tem trajetória reconhecida no cooperativismo paranaense e nacional. Sua visão de futuro e capacidade de liderança contribuíram para transformar a Coopavel em uma das cooperativas mais respeitadas do País, referência em gestão, inovação e apoio ao produtor rural. Ele também é um dos idealizadores do Show Rural Coopavel, criado ao lado do agrônomo Rogério Rizzardi, evento que se tornou um dos maiores centros difusores de tecnologia agrícola do mundo e que impacta diretamente a evolução do agronegócio paranaense e de estados vizinhos.
Exemplo
O presidente da ABCA, professor-doutor Evaldo Vilela, destacou a grandeza dessa contribuição ao afirmar que Dilvo Grolli é um exemplo de liderança que transforma. “Sua dedicação ao cooperativismo, ao conhecimento agronômico e à inovação, traduzida na criação do Show Rural, tem impacto direto no desenvolvimento sustentável do agro brasileiro”.
Ao agradecer a honraria, Dilvo ressaltou o papel indispensável da Engenharia Agronômica para o Brasil. “A agronomia é uma das bases que sustentam o agronegócio moderno. Sem esse conhecimento técnico e científico, o campo não teria alcançado o nível de produtividade e competitividade que hoje coloca o Brasil entre os maiores produtores de alimentos do mundo”, afirmou. Também destacou a importância dos agrônomos ao sucesso das cooperativas: “Profissionais da agronomia têm participação decisiva no crescimento de instituições como a Coopavel, que chega aos seus 55 anos dedicada ao desenvolvimento da agropecuária brasileira”.
A solenidade também enalteceu outros líderes locais, entre eles o empresário Assis Gurgacz, igualmente homenageado por sua atuação e pelo apoio contínuo ao desenvolvimento do setor produtivo, e a agronomia por meio da FAG. O professor Evaldo destacou que figuras como Dilvo Grolli e Assis Gurgacz ajudam a consolidar um ambiente favorável à inovação, à sustentabilidade e ao aprimoramento técnico da agropecuária brasileira, bem como da agronomia.
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Copacol reconhece desempenho dos produtores no Experts do Agro
Com participação de 120 produtores, evento premiou melhores resultados regionais e apresentou o próximo desafio: alcançar 500 sacas por alqueire somando soja e milho.

A dedicação, o conhecimento e a capacidade de inovação dos cooperados foram reconhecidos pela Copacol na cerimônia de premiação do Projeto Experts do Agro. O evento reuniu em Cafelândia agricultores, familiares, técnicos e parceiros que, ao longo nos últimos dois anos, trabalharam com foco em eficiência, sustentabilidade e melhores resultados no campo.
Divido em três regiões (Baixa, Alta e Sudoeste) o Experts do Agro teve a participação de 120 cooperados e cooperadas, que participaram de encontros e treinamentos intensos, com análises de estudos exclusivos do Centro de Pesquisa Agrícola (CPA). O conhecimento obtido por cada um dos agricultores foi aplicado em áreas de cultivo e os melhores resultados tiveram o reconhecimento da Cooperativa.

Fotos: Divulgação/Copacol
Foram premiados os três melhores de cada região. Cada um foi presenteado com uma viagem à Foz do Iguaçu, com hospedagem em resort e direito à um acompanhante. Na região baixa, regional de Nova Aurora, os premiados foram: com 4.304,5 pontos, Sidney Polato de Goioerê André Gustavo, com 4.343,15 pontos e com 4.388,5 pontos Simone Chaves Oenning, de Nova Aurora, que se destacou com o maior resultado da região, com produtividade de 208 sacas por alqueire.
Na região alta, regional de Cafelândia, os vencedores foram: com 4.177,8 pontos, Elton José Müller, de Bom Princípio, Toledo Elci Dalgalo, de Cafelândia, com 4.208,5 pontos e com 4.260 pontos, também de Cafelândia, Marcio Rogério Scartezini, que se destacou com produtividade de 221,6 sacas por alqueire.
Já no Sudoeste, os destaques foram os produtores: com 4.205,4 pontos, Willian Rafael Dallabrida, de Flor da Serra Ricardo Galon, de Salto do Lontra, com 4.630 pontos e com 4.724 pontos, Douglas dos Santos Cavalheiro, de Pérola do Oeste, que colheu 241,9 sacas por alqueire.
Proporcionar ao produtor tecnologia e conhecimento técnico para garantir uma safra com maior produtividade e rentabilidade foi a proposta do Projeto Experts do Agro. No decorrer dos anos, vários desafios foram lançados aos cooperados e superados pelos participantes: Projeto 160, Produtividade com Qualidade Soja + Milho 440 e Excelência 460.
A partir de 2026, os cooperados serão desafiados a participar do Projeto Safra 500: total de sacas de milho soja por alqueire. “Evoluímos muito no decorrer das seis décadas de atuação da Copacol e com as pesquisas realizadas avançamos de maneira rápidas. Tivemos elevadas produtividades graças a essa aplicação de tecnologias no campo. Agora, temos pela frente um novo desafio, que também será alcançado com o desenvolvimento de estudos que auxiliam os produtores”, afirma o diretor-presidente da Copacol, Valter Pitol.
Destaque

Diretor-presidente da Copacol, Valter Pitol: “Evoluímos muito no decorrer das seis décadas de atuação da Copacol e com as pesquisas realizadas avançamos de maneira rápidas. Tivemos elevadas produtividades graças a essa aplicação de tecnologias no campo”
Com a maior produtividade entre todos os participantes do Projeto Experts do Agro, Douglas Cavalheiro aplicou na propriedade todo o conhecimento obtido nos treinamentos. O resultado superou as expectativas do cooperado do Sudoeste paranaense, onde a Copacol está expandindo a atuação nos últimos anos.
“A Copacol tem feito a diferença em nossas vidas. No Sudoeste não tínhamos oportunidades de nos capacitar, de buscar crescimento. Com a chegada da Cooperativa, estamos evoluindo a cada ano em produtividade, em conhecimento técnico e inovação, e por meio do CPA temos à disposição o que há de mais avançado para produzir. Estou feliz não só pelo prêmio, mas pela presença da Cooperativa em nossa região”, comemora o campeão de produtividade.
Atrações
Além da premiação dos cooperados, o encerramento do Experts do Agro contou um panorama amplo do mercado atual de grãos, com Ismael Menezes, especialista em economia e mercado agrícola, com mais de 20 anos de experiência no setor do agro. Duante a cerimônia, o gerente técnico, João Maurício Roy, e o supervisor do CPA, Vanei Tonini, apresentaram um resumo da safra, o desempenho elevado da Cooperativa na comparação com as demais áreas agrícolas e os avanços alcançados pelos participantes do Experts do Agro ao longo dos últimos dois anos.
“Conseguimos traduzir os resultados de pesquisas do CPA em informações que chegam lá no campo. Foram dois anos de troca de experiências com êxito. Encerramos em grande estilo reconhecendo os produtores que mais se destacaram nos manejos e na aplicação das tecnologias. Com produtividade 30% maior que a média geral da Cooperativa, finalizamos com sucesso o Experts do Agro”, exalta João.
Critérios de avaliação
Além da boa produtividade no Experts do Agro, os produtores premiados se destacaram também na boa condução dos manejos, como: Incremento de produtividade em relação à média da unidade em sacas por alqueire qualidade estrutural do solo cobertura do solo com consórcio milho + braquiária, cobertura pré-trigo cobertura após o milho segunda safra manejo de buva e participação nos encontros dos Experts do Agro.
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Nova edição de Nutrição & Saúde Animal destaca avanços que moldam o futuro das proteínas animais
Conteúdos exclusivos abordam soluções nutricionais que ampliam índices produtivos e fortalecem a sanidade de aves, suínos, peixes e ruminantes.

A nova edição do Jornal Nutrição e Saúde Animal, produzida por O Presente Rural, já está disponível na versão digital e reúne uma ampla cobertura técnica sobre os principais desafios e avanços da produção animal no Brasil. A publicação traz análises, pesquisas, tendências e orientações práticas voltadas aos setores de aves, suínos, peixes e ruminantes.
Entre os destaques, o jornal aborda a importância da gestão de micotoxinas na nutrição animal, tema discutido no contexto da melhoria da eficiência dos rebanhos . A edição também traz conteúdos sobre o uso de enzimas e leveduras e o papel dessas tecnologias na otimização de dietas e no desempenho zootécnico .
Outro ponto central são os avanços na qualificação de técnicos e multiplicadores, essenciais para promover o bem-estar animal e disseminar práticas modernas dentro das granjas . O jornal destaca ainda o impacto estratégico dos aminoácidos na nutrição, além de trazer uma análise sobre conversão alimentar, tema fundamental para a competitividade da agroindústria .
Os leitores encontram também reportagens sobre o uso de pré-bióticos, ferramentas de prevenção contra Salmonella, estudos sobre distúrbios de termorregulação em sistemas produtivos e avaliações sobre os efeitos da crescente pressão regulatória e tributária sobre o setor de proteína animal .
A edição traz ainda artigos sobre manejo, probióticos, qualidade de ovos, doenças respiratórias em animais de produção e desafios sanitários relacionados a patógenos avícolas, temas abordados por especialistas e instituições de referência no país .
Com linguagem acessível e foco técnico, o jornal reforça seu papel como fonte de atualização para produtores, gestores, consultores, médicos-veterinários e demais profissionais da cadeia produtiva.
A versão digital já está disponível no site de O Presente Rural, com acesso gratuito para leitura completa, clique aqui.



