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Suínos Em 2023

Custos elevados, mas preços melhores são expectativas da Associação Catarinense de Criadores de Suínos

O presidente da ACCS, Losivanio Luiz de Lorenzi, prevê que para os preços pagos o produtor vai ter uma pequena recuperação, especialmente no mercado internacional, com abertura para o Canadá, para onde já começaram embarques ainda no ano passado, e para o México, que deve receber os primeiros embarques no primeiro trimestre deste ano.

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Foto: Arquivo/OP Rural

O ano de 2023 da suinocultura promete ser pavimentado por custos elevados, mas preços melhores pagos ao produtor rural, sugere o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi. Se por um lado as exportações de commodities preocupam a liderança, encarecendo a nutrição animal, por outro a expectativa de mais exportações de carne suína sugerem uma melhora dos preços no mercado interno.

Presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos, Losivanio Luiz de Lorenzi – Foto: Divulgação

“Neste ano os custos de produção não vão dar trégua. A gente já viu, em dezembro, uma exportação recorde de grãos, e isso vai se repetir o ano todo porque o mercado internacional está demandando grãos. Não vejo, para o milho, uma mudança de realidade desse mercado, em um preço em torno de R$ 95 de uma forma geral. Isso tem prejudicado e vai prejudicar nosso produtor porque esse cenário não paga a conta”, menciona Losivanio.

Ele lembra que esse cenário se arrasta há quase dois anos. “Em 2022 tivemos comercialização em torno de R$ 6,20 e custo de R$ 7,64. É só fazer as diferença vezes 115 quilos por suíno terminado para ver o prejuízo”, destaca. “Acreditamos que a atividade é promissora, mas no último ano e meio isso não está acontecendo. Desde meados de 2021 viemos nessa crise atrelada ao mercado de grãos”, pontua, lembrando que o produtor tem outros custos, como introdução de novas tecnologias nas propriedades, especialmente nas mais antigas, para atender normas de bem-estar animal, mão-de-obra e energia elétrica. “Não existe perspectiva de baixa de custo de produção”, cita o presidente da ACCS.

A boa notícia, no entanto, vem de uma possível recuperação dos preços pagos ao produtor ao longo de 2021, puxados especialmente pelas exportações crescentes e aberturas de mercado como o México, que tem a possibilidade de comprar, segundo o presidente da ACCS, cerca de 100 mil toneladas de carne suína brasileira, quase 10% de tudo o que o Brasil exportou em 2022. “

Para os preços pagos teremos uma pequena recuperação, especialmente quando a gente olha o mercado internacional, com abertura para o Canadá, para onde já começaram embarques ainda no ano passado, e para o México, que deve receber os primeiros embarques no primeiro trimestre. O México é um grande produtor, mas também grande importador. O país importa em média 1,1 milhão de toneladas e nós podemos abocanhar 10% disso. É um cenário bastante positivo”, menciona o presidente.

Losivanio ainda olha com atenção para a Ásia, que deve retomar as importações de carne suína brasileira depois de um ano em queda. “Devemos recuperar as exportações para a Ásia, para China e Hong kong, que perdemos no ano passado. Para esse ano, esse cenário de exportações para a Ásia também está mais promissor”, sugere a liderança. Com mais exportações o Brasil terá menos carne suína no mercado, favorecendo os preços ao produtor.

Ainda de acordo com Losivanio, o mercado interno também deve ser favorável ao consumo de carne suína. “Olhando para o mercado interno, deve aumentar o consomo per capita de carne suína, que tem um preço mais favorável que outras carnes”, acrescenta o presidente.

Conta cara

Em entrevista exclusiva ao jornal O Presente Rural, Losivanio faz questão de lembrar de um crescimento desordenado na produção que, em sua opinião, contribuiu para o atual cenário da suinocultura. “O mercado sempre determina o preço, o que precisamos entender é que temos que trabalhar em cima de uma média do consumo interno mais as exportações. Nesses últimos anos tivemos um crescimento desordenado da suinocultura, muito olhando para o mercado chinês – o mundo inteiro olhou para esse mercado -, e hoje estamos pagando essa conta. Anos bons para a suinocultura era escassez de carne no mercado, agora, com essa sobra grande, a conta ficou cara para todo mundo”, menciona a liderança catarinernse.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola acesse gratuitamente a edição digital de Suínos. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos

Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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Colunistas

Comunicação e Marketing como mola propulsora do consumo de carne suína no Brasil

Se até pouco tempo o consumo era freado por percepções equivocadas, hoje a comunicação correta, direcionada e baseada em evidências abre caminho para quebrar paradigmas.

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Foto: Claudio Pazetto

Artigo escrito por Felipe Ceolin, médico-veterinário, mestre em Ciências Veterinárias, com especialização em Qualidade de Alimentos, em Gestão Comercial e em Marketing, e atual diretor comercial da Agência Comunica Agro.

O mercado da carne suína vive no Brasil um momento transição. A proteína, antes limitada por barreiras culturais e mitos relacionados à saúde, vem conquistando espaço na mesa do consumidor.

Se até pouco tempo o consumo era freado por percepções equivocadas, hoje a comunicação correta, direcionada e baseada em evidências abre caminho para quebrar paradigmas. Estudos recentes revelam que o brasileiro passou a reconhecer características como sabor, valor nutricional e versatilidade da carne suína, demonstrando uma mudança clara no comportamento de compra e consumo. É nesse cenário que o marketing se transforma em importante aliado da cadeia produtiva.

Foto: Shutterstock

Reposicionar para crescer

Para aumentar a participação na mesa das famílias é preciso comunicar aquilo que o consumidor precisava ouvir:
— que é uma carne segura,
— rica em nutrientes,
— competitiva em preço,
— e extremamente versátil na culinária.

Campanhas educativas, conteúdos informativos e a presença mais forte nas mídias sociais têm ajudado a construir essa nova imagem. Quando o consumidor entende o produto, ele compra com mais confiança – e essa confiança só existe quando existe uma comunicação clara e alinhada as suas expectativas.

O marketing não apenas divulga, ele conecta. Ao simplificar informações técnicas, aproximar o produtor do consumidor e mostrar maneiras práticas de preparo, a comunicação se torna um instrumento de transformação cultural.

Apresentar novos cortes, propor receitas, explicar processos de qualidade, destacar certificações e reforçar a rastreabilidade são estratégias que aumentam a percepção de valor e, consequentemente, estimulam o consumo.

Digital: o novo campo do agro

As redes sociais se tornaram o “supermercado digital” do consumidor moderno. Ali ele busca receitas, tira dúvidas, avalia produtos e

Foto: Divulgação/Pexels

compartilha experiências.
Indústrias, cooperativas e associações que investem em presença digital tornam-se mais competitivas e ampliam sua capacidade de influenciar preferências.

Vídeos curtos, reels com receitas simples, influenciadores culinários e campanhas segmentadas têm desempenhado papel fundamental na aproximação com o consumidor urbano, historicamente mais distante da realidade da cadeia produtiva e do campo.

Promoções e estratégias de varejo

Além do ambiente digital, o ponto de venda continua sendo o território decisivo da conversão. Embalagens mais atrativas, materiais explicativos, promoções e ações conjuntas com o varejo aumentam a visibilidade e reduzem a insegurança de quem tomando decisão na frente da gondola.

Marketing como elo da cadeia produtiva

A cadeia de carne suína brasileira é altamente tecnificada, sustentável e reconhecida, mas essa excelência precisa ser comunicada. O marketing tem o papel de unir elos – do campo ao consumidor – e transformar conhecimento técnico em mensagens simples e que engajam.

Fonte: O Presente Rural com Felipe Ceolin
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