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Avicultura Segundo ACAV

Custos de produção são alvo das preocupações de Santa Catarina

O Presente Rural conversou com o presidente da Associação Catarinense de Avicultura, José Antônio Ribas Júnior

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Divulgação/MAPA

Santa Catarina é um grande produtor de proteína animal, um dos maiores do país. Mesmo assim, o ano de 2020 pegou de surpresa todos com as intercorrências devido ao coronavírus, além da alta exorbitante da soja e do milho que encareceram, e muito, os custos de produção para o avicultor. Mesmo assim, o ano não foi somente de pedras. Para entender um pouco sobre como se comportou o mercado avícola catarinense no ano passado e quais são as expectativas para este ano, a reportagem de O Presente Rural conversou com o presidente da Associação Catarinense de Avicultura, José Antônio Ribas Júnior.

O Presente Rural – Como foi 2020 para a avicultura?

José Antônio Ribas Jr. – Desafiador. Sob vários aspectos, desafiador. A pandemia colocou toda a cadeia de valor a prova quanto às capacidades de produzir e cuidar de pessoas. Neste quesito o setor foi exemplar. Com uma capacidade de aprender e se adaptar que orgulha a todos nós.

Em 2020 os suprimentos de grãos, insumo essencial à atividade, trouxe custos adicionais significativos. Há muito que se fazer neste tema, que continuará relevante neste ano.

Por outro lado, os consumidores no Brasil e no mundo passam por adaptações. Rendas, empregos e novos hábitos de vida e de consumo são variáveis que tornam o cenário complexo, mas também com oportunidades importantes.

Entretanto, mesmo com tantas complexidades, a resiliência do setor nos faz fechar o ano com saldo positivo. Crescemos as produções e ampliamos nossas exportações. Seguimos cumprindo nosso papel de protagonismo em Santa Catarina e no Brasil.

O Presente Rural – A pandemia do novo coronavírus mudou a vida de pessoas, famílias e empresas. De que modo afetou a avicultura brasileira e catarinense?

José Antônio Ribas Jr. – De várias maneiras. Desde novos hábitos, até novos cuidados em todos os processos de nossa vida profissional e pessoal.

Sob a ótica de produção, foram incorporados inúmeros procedimentos para que todos pudessem seguir produzindo alimentos (atividade essencial). Milhões em investimentos foram realizados na viabilização destes procedimentos. Também doações foram feitas para que Estados e municípios pudessem cuidar das pessoas. Ficarão muitos legados na saúde, por exemplo. Enfim, juntos enfrentamos este desafio além dos portões de nossas fábricas. Outro exemplo são nossos parceiros – produtores, transportadores – todos de maneira responsável e patriótica fizeram sua parte para não faltar alimentos.

Nas cidades novos hábitos estão em transição. Voltar a se alimentar em casa, com a família, foi um deles. Alimentos mais convenientes e saudáveis estão ganhando espaço. E nosso setor tem as competências para atender estes quesitos. Por outro lado, a perda de renda e emprego preocupa.

Considerando, entretanto, que o nosso setor liderou a geração de empregos. Mesmo na crise batemos recordes de produção. Isso gerou renda e empregos aos catarinenses e brasileiros. Mais uma contribuição relevante à sociedade, pois alavancamos a economia para a recuperação, permitindo que Estados e municípios investissem em saúde e educação.

Em resumo, a somas destas variáveis trouxe oportunidades ao setor, graças ao espírito do empreendedor catarinense de fazer parte da solução e não do problema.

O Presente Rural – Na sua opinião, a emergência sanitária que o Brasil e o mundo vivem estará superada em 2021?

José Antônio Ribas Jr. – Todos queremos acreditar que sim. Mas toda a sociedade precisa compreender que esta tarefa antes de ser coletiva ou do Estado, é de cada um de nós. Mais cedo iremos superar quanto mais mantivermos a guarda alta quanto aos cuidados individuais.

O novo ano chegou com os mesmos desafios. Mas há uma diferença que nos faz ter muita esperança: aprendemos sobre isso e hoje temos mais conhecimento a disposição. Vacinas estão sendo disponibilizadas, protocolos de cuidados estão consolidados e cabe a cada um cuidar de si e dos próximos. Com estes ajustes teremos um ano que nos trará de volta à normalidade. Não será uma jornada rápida, mas precisa ser eficiente. O país precisa retomar a atividade econômica. Muitas atividades foram duramente afetadas. Por exemplo do setor de serviços, especialmente, o turismo. Retomar nosso crescimento é essencial para a qualidade de vida de todos.

Nosso setor tem feito sua parte. Cuidamos de gente e ampliamos a produção.

O Presente Rural – As exportações brasileiras de carne de frango foram fortemente favorecidas em razão das doenças que atacaram os planteis da China. Esse quadro se manterá em 2021? A China continuará importando esses imensos volumes de carnes?

José Antônio Ribas Jr. – Entre os fatores macro que citei, certamente a China ocupa papel central nisso. Sabemos da capacidade chinesa de recuperação. Mas também sabemos que não poderão abrir mão do Brasil como parceiro relevante no abastecimento de alimentos. Temos qualidade e custos competitivos.

O cenário de 2021 deve ser muito semelhante ao atual. Na China, mesmo com o aumento da produção interna de frango e com sensíveis melhoras nos aspectos sanitários de suínos, estas disponibilidades não são imediatas. Talvez em 2022 poderão trazer repercussões. Certamente, a partir de 2023 o cenário muda. Isso nos remete a ampliar nossas relações com este país para que continuemos sendo um fornecedor prioritário. Também é fundamental buscarmos negócios e ou ampliarmos com outros países parceiros comerciais.

O Presente Rural – As indústrias de abate e processamento de aves e suínos estão preocupadas com as maciças exportações de milho e soja. O preço desses grãos explodiu em 2020 e há ameaça até de desabastecimento interno. Com enfrentar esse desafio em 2021?

José Antônio Ribas Jr. – Este tema tem ocupado muito das agendas no setor. Os custos de produção se elevaram com as cotações dos grãos e a dificuldade em repassar estes custos torna a situação preocupante. Podemos ter reduções de produção, por consequência, de disponibilidade. Isso, fatalmente, afetará os preços ao consumidor.

O enfrentamento destes cenários exige ações imediatas, no curto prazo, e ações estruturantes no médio e longo prazos. Não podemos ficar expostos a esta situação.

As inciativas de importação e aumento da produção de cereais de inverno – especialmente nos três Estados do Sul -, irão ajudar, mas não serão suficientes sob a ótica de custos. No longo prazo precisamos ações estruturantes de logística de grãos para as regiões de produção de proteína e o setor operar de maneira efetiva o mercado futuro.

Há outras ações sendo tratadas junto ao governo federal. Todos estão sensibilizados para buscar alternativas para este cenário.

O Presente Rural – Santa Catarina desistiu do intento de ser autossuficiente em milho? Ou descobriu que isso se tornou impossível?

José Antônio Ribas Jr. – A autossuficiência não é o alvo. Nossos objetivos estão em ampliar a disponibilidade interna. Este sim deve ser nosso projeto de Estado. Muitas frentes estão em andamento, cito por exemplo, a recuperação e ampliação da produção de cereais de inverno.

É fundamental que façamos ações efetivas neste sentido. O nosso setor, Governos do Estado, produtores e cooperativas, juntos, podem fazer a diferença no sentido de ampliar as disponibilidades.

As tratativas estão acontecendo e tenho certeza de que, literalmente, colheremos bons resultados.

Outras notícias você encontra na edição de Avicultura de janeiro/fevereiro de 2021 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Avicultura

Paraná registra queda no custo do frango com redução na ração

Apesar da retração no ICPFrango e no custo total de produção, despesas com genética e sanidade avançam e mantêm pressão sobre o sistema produtivo paranaense.

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Foto: Shutterstock

O custo de produção do frango vivo no Paraná registrou nova retração em outubro de 2025, conforme dados da Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS) da Embrapa Suínos e Aves. Criado em aviários climatizados de pressão positiva, o frango vivo custou R$ 4,55/kg, redução de 1,7% em relação a setembro (R$ 4,63/kg) e de 2,8% frente a outubro de 2024 (R$ 4,68/kg).

O Índice de Custos de Produção de Frango (ICPFrango) acompanhou o movimento de queda. Em outubro, o indicador ficou em 352,48 pontos, baixa de 1,71% frente a setembro (358,61 pontos) e de 2,7% na comparação anual (362,40 pontos). No acumulado de 2025, o ICPFrango registra variação negativa de 4,90%.

A retração mensal do índice foi influenciada, principalmente, pela queda nos gastos com ração (-3,01%), item que historicamente concentra o maior peso no custo total. Também houve leve recuo nos gastos com energia elétrica, calefação e cama (-0,09%). Por outro lado, os custos relacionados à genética avançaram 1,71%, enquanto sanidade, mão de obra e transporte permaneceram estáveis.

No acumulado do ano, a movimentação é mais desigual: enquanto a ração registra expressiva redução de 10,67%, outros itens subiram, como genética (+8,71%), sanidade (+9,02%) e transporte (+1,88%). A energia elétrica acumulou baixa de 1,90%, e a mão de obra teve leve avanço de 0,05%.

A nutrição dos animais, que responde por 63,10% do ICPFrango, teve queda de 10,67% no ano e de 7,06% nos últimos 12 meses. Já a aquisição de pintinhos de um dia, item que representa 18,51% do índice, ficou 8,71% mais cara no ano e 7,16% acima do registrado nos últimos 12 meses.

No sistema produtivo típico do Paraná (aviário de 1.500 m², peso médio de 2,9 kg, mortalidade de 5,5%, conversão alimentar de 1,7 kg e 6,2 lotes/ano), a alimentação seguiu como principal componente do custo, representando 63,08% do total. Em outubro, o gasto com ração atingiu R$ 2,87/kg, queda de 3,04% sobre setembro (R$ 2,96/kg) e 7,12% inferior ao mesmo mês de 2024 (R$ 3,09/kg).

Entre os principais estados produtores de frango de corte, os custos em outubro foram de R$ 5,09/kg em Santa Catarina e R$ 5,06/kg no Rio Grande do Sul. Em ambos os casos, houve recuos mensais: 0,8% (ou R$ 0,04) em Santa Catarina e 0,6% (ou R$ 0,03) no território gaúcho.

No mercado, o preço nominal médio do frango vivo ao produtor paranaense foi de R$ 5,13/kg em outubro. O valor representa alta de 3,2% em relação a setembro, quando a cotação estava em R$ 4,97/kg, indicando que, apesar da melhora de preços ao produtor, os custos seguem pressionados por itens estratégicos, como genética e sanidade.

Fonte: O Presente Rural com informações Boletim Deral
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Avicultura

Produção de frangos em Santa Catarina alterna quedas e avanços

Dados da Cidasc mostram que, mesmo com variações mensais, o estado sustentou produção acima de 67 milhões de cabeças no último ano.

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A produção mensal de frangos em Santa Catarina apresentou oscilações significativas entre outubro de 2024 e outubro de 2025, segundo dados da Cidasc. O período revela estabilidade em um patamar elevado, sempre acima de 67 milhões de cabeças, mas com movimentos de queda e retomada que refletem tanto fatores sazonais quanto ajustes de mercado.

O menor volume do período foi registrado em dezembro de 2024, com 67,1 milhões de cabeças, possivelmente influenciado pela desaceleração típica de fim de ano e por ajustes de alojamento. Logo no mês seguinte, porém, houve forte recuperação: janeiro de 2025 alcançou 79,6 milhões de cabeças.

Ao longo de 2025, o setor manteve relativa constância entre 70 e 81 milhões de cabeças, com destaque para julho, que atingiu o pico da série, 81,6 milhões, indicando aumento da demanda, seja interna ou externa, em plena metade do ano.

Outros meses também se sobressaíram, como outubro de 2024 (80,3 milhões) e maio de 2025 (80,4 milhões), reforçando que Santa Catarina segue como uma das principais forças da avicultura brasileira.

Já setembro e outubro de 2025 mostraram estabilidade, com 77,1 e 77,5 milhões de cabeças, respectivamente, sugerindo um período de acomodação do mercado após meses de forte atividade.

De forma geral, mesmo com oscilações, o setor mantém desempenho sólido, mostrando capacidade de rápida recuperação após quedas pontuais. O comportamento indica que a avicultura catarinense continua adaptável e resiliente diante das demandas do mercado nacional e internacional.

Fonte: O Presente Rural com informações Epagri/Cepa
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Avicultura

Setor de frango projeta crescimento e retomada da competitividade

De acordo com dados do Itaú BBA Agro, produção acima de 2024 e aumento da demanda doméstica impulsionam perspectivas positivas para o fechamento de 2025, com exportações em recuperação e espaço para ajustes de preços.

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O setor avícola brasileiro encerra 2025 com sinais de recuperação e crescimento, mesmo diante dos desafios impostos pelos embargos que afetaram temporariamente as margens de lucro.

De acordo com dados do Itaú BBA Agro, a produção de frango deve fechar o ano cerca de 3% acima de 2024, enquanto o consumo aparente deve registrar aumento próximo de 5%, impulsionado por maior disponibilidade interna e retomada do mercado externo, especialmente da China.

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a competitividade do frango frente à carne bovina voltou a se fortalecer, criando espaço para ajustes de preços, condicionados à oferta doméstica. A demanda interna tende a crescer com a chegada do período de fim de ano, sustentando a valorização do produto.

Além disso, os custos de produção, especialmente da ração, seguem controlados, embora a safra de grãos 2025/26 ainda possa apresentar ajustes. No cenário geral, os números do setor podem ser considerados positivos frente às dificuldades enfrentadas, reforçando perspectivas favoráveis para os próximos meses.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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