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Custo de produção preocupa, mas demanda por frango reage um pouco
Apesar do cenário ainda complicado, o analista destaca que o setor avícola tende a ser o menos impactado frente aos demais no que tange aos efeitos do aprofundamento da recessão econômica no mercado interno decorrentes da pandemia de coronavírus.

O mercado brasileiro de carne de frango segue enfrentando um cenário de margens operacionais apertadas, diante do custo de produção elevado e do excesso de oferta registrado no mercado doméstico. “Mesmo assim, ao longo da semana houve uma paralisação do movimento de queda no preço do quilo vivo e alguma reação nos valores praticados para os cortes negociados no atacado e na distribuição, o que sinaliza uma melhor resposta em termos de demanda”, destaca o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias.
Apesar do cenário ainda complicado, o analista destaca que o setor avícola tende a ser o menos impactado frente aos demais no que tange aos efeitos do aprofundamento da recessão econômica no mercado interno decorrentes da pandemia de coronavírus. “O consumidor médio vai buscar proteínas que causem um menor impacto em sua renda, no caso cortes congelados de frango, ovo e embutidos. Alguns movimentos de preço, sinalizando essa melhor procura, já foram percebidos ao longo da semana”, avalia.
De acordo com levantamento de SAFRAS & Mercado, no atacado de São Paulo os preços tiveram algumas alterações para os cortes congelados de frango ao longo da semana. O quilo do peito no atacado subiu de R$ 4,85 para R$ 4,90, o quilo da coxa baixou de R$ 5,10 para R$ 4,95 e o quilo da asa teve alta de R$ 7,00 para R$ 7,20. Na distribuição, o quilo do peito passou de R$ 4,95 para R$ 5,00, o quilo da coxa recuou de R$ 5,30 para R$ 5,05 e o quilo da asa aumentou de R$ 7,10 para R$ 7,30.
Nos cortes resfriados vendidos no atacado, o cenário também foi de algumas alterações ao longo da semana. No atacado, o preço do quilo do peito passou de R$ 4,95 para R$ 5,00, o quilo da coxa caiu de R$ 5,20 para R$ 5,05 e o quilo da asa subiu de R$ 7,10 para R$ 7,30. Na distribuição, o preço do quilo do peito aumentou de R$ 5,05 para R$ 5,10, o quilo da coxa retrocedeu de R$ 5,40 para R$ 5,15 e o quilo da asa avançou de R$ 7,20 para R$ 7,40.
A receita diária média obtida com as exportações brasileiras de carne de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas chegou a US$ 25,715 milhões nas duas primeiras semanas de abril, entre os dias 01 e 12.
Na comparação com a média diária de abril de 2019, de US$ 25,493 milhões, verifica-se alta de 0,87% no valor obtido diariamente pelas exportações de carne de frango.
Com sete dias úteis contabilizados em abril até o dia 12, foram exportadas 122,004 mil toneladas de carne de frango, com receita total de US$ 180,005 milhões e um preço médio de US$ 1.475,40 por tonelada. Os dados partem da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
O levantamento semanal realizado por SAFRAS & Mercado nas principais praças de comercialização do Brasil indicou que, em Minas Gerais, o quilo vivo seguiu em R$ 3,00. Em São Paulo o quilo vivo continuou em R$ 2,30.
Na integração catarinense a cotação do frango permaneceu em R$ 2,50. No oeste do Paraná o preço se manteve em R$ 3,20. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo prosseguiu em R$ 2,70.
No Mato Grosso do Sul o preço do quilo vivo do frango seguiu em R$ 2,90. Em Goiás o quilo vivo continuou em R$ 2,95. No Distrito Federal o quilo vivo foi mantido em R$ 3,00.
Em Pernambuco, o quilo vivo prosseguiu em R$ 4,40. No Ceará a cotação do quilo vivo continuou em R$ 4,30 e, no Pará, o quilo vivo se manteve em R$ 4,45.

Avicultura
Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem
Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.
Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.
Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.
A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.
A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.
Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.
Avicultura
Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer
Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.
A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.
Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.
Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.
Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.
Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.
Avicultura
Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026
Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.
Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.
Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.
Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.
Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.



