Pet Retomada das atividades externas
Cuidados para lidar com ansiedade da separação dos pets e de seus tutores
A pandemia, e o consequente isolamento social, aproximou ainda mais os bichinhos de seus tutores, fortalecendo esse vínculo. Com o intuito de ajudar a tornar esse período de distanciamento menos sofrido e traumático para os pets e seus tutores, segue cinco dicas.
Sabemos o quão intensa é a histórica relação afetiva entre os humanos e os pets. A pandemia, e o consequente isolamento social, aproximou ainda mais os bichinhos de seus tutores, fortalecendo esse vínculo. Mas, por outro lado, tendo em vista o retorno gradual das atividades profissionais e do cotidiano das pessoas, um tema tem ganhado cada vez mais relevância: a ‘Ansiedade da Separação’.
“Transtorno comum em muitos cães e gatos que sofrem com a ausência de seu tutor, a Ansiedade da Separação é capaz de aflorar nos pets sentimentos como solidão, apatia, falta de vontade de comer e brincar. Além disso, o transtorno estimula comportamentos considerados ‘comuns’ por seus tutores, mas que na verdade podem não ser, como uivos, choros, destruição de objetos da residência, espera em frente à porta de casa, dentre outros”, explica Cleber Santos, especialista em comportamento animal de Balance.
Ainda segundo Cleber, a necessidade de fazer parte de um grupo se intensifica com a separação, incentivando atitudes que demonstram uma carência excessiva – motivo de alerta para os tutores.
Com o intuito de ajudar a tornar esse período de distanciamento menos sofrido e traumático para os pets e seus tutores, Balance reuniu as seguintes dicas de seus especialistas:
1. Estimule a alimentação com brinquedos de enriquecimento ambiental para simular uma caça, com isso eles ficarão entretidos por mais tempo e terão uma digestão melhor.
2. Comece a sair de casa (ou mesmo do cômodo) de forma gradativa, comece com 10 minutos e aumente aos poucos, para que os pets entendam que você vai voltar, diminuindo a sensação de abandono. Este treino pode ser feito em um fim de semana ou momentos que a família tenha mais tempo.
3. Sempre que sair deixe vários brinquedos para eles, alguns inclusive recheados com petiscos e biscoitos balanceados, para que tenham atividades durante o dia.
4. Leve-os para parques e caminhadas, de preferência duas vezes ao dia, para socializar com outros pets e gastar energia. A dica do passeio também vale para gatos! Embora não seja comum, gatinhos adoram passear na coleira, farejar e descobrir o mundo lá fora!
5. Leve-os para creche ou hotel, para que aprendam a interagir com outros animais, gastem energia e criem uma rotina com outras pessoas, fazendo com que diminua essa dependência de seus tutores. No caso de gatos mais introspectivos, existem os chamados Pet Sitter, uma pessoa que disponibiliza seu espaço ou seu tempo para ficar com o animal.
Retomada da Convivência
Com a gradual retomada das atividades, os pets podem estranhar sair às ruas devido ao longo período dentro de casa. “Hoje, alguns animais podem se assustar com barulhos de ônibus, motos e carros em alta velocidade, por exemplo. A dificuldade em se relacionar com outros animais também pode ocorrer. Isso varia de espécie para espécie, algumas são mais afetadas e outras nem tanto. Por isso, é importante respeitarmos as especificidades de cada um e levá-los a lugares apropriados”, analisa Cleber.
A Ansiedade de Separação também pode afetar a alimentação dos pets. Geralmente os animais, especialmente os cachorros, possuem um grande apetite, mas a angústia e a solidão podem diminuir o ímpeto deles por comida. Segundo o especialista de Balance, é importante os tutores ficarem de olho na possível de perda de peso e escore corporal deles. “O transtorno pode afetar, ainda, a forma como eles ingerem os alimentos. Comer muito rápido, praticamente engolindo tudo, é prejudicial para absorção dos nutrientes. Para tornar a alimentação mais lenta e saudável, recomenda-se, por exemplo, espalhar a ração pelo chão da casa a fim de estimular o forrageio dos grãos”, pontua o especialista.
Pet No CFMV
CRMV-RJ protocola pedido de isenção total à anuidade do ano em que ocorra parto, adoção ou gestação não levada a termo
Medida representa um importante passo em direção à valorização das profissionais médicas-veterinárias e zootecnistas, reconhecendo e apoiando momentos significativos de suas vidas pessoais.
Como parte do compromisso do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro (CRMV-RJ) em promover uma prática profissional cada vez mais humanizada e inclusiva, o presidente Diogo Alves protocolou no dia 07 de março, junto ao Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), um pedido para a concessão de isenção total correspondente à anuidade de mulheres inscritas no sistema CFMV/CRMVs no ano em que ocorra o parto, adoção ou gestação não levada a termo.
Essa medida, prometida durante a campanha da chapa eleita para o período de 2023-2026, representa um importante passo em direção à valorização das profissionais médicas-veterinárias e zootecnistas, reconhecendo e apoiando momentos significativos de suas vidas pessoais.
Ao promover essa isenção, o CRMV-RJ demonstra sua sensibilidade às necessidades individuais dos profissionais, bem como seu compromisso em criar um ambiente de trabalho mais acolhedor e justo para todos.
Esta iniciativa também é apresentada durante o Mês Internacional da Mulher, reafirmando o compromisso desta autarquia com a igualdade de gênero e com a promoção de condições mais favoráveis para a atuação das mulheres na Medicina Veterinária e na Zootecnia.
Pet
Pets também podem desenvolver transtornos mentais e emocionais
É preciso entender as particularidades dos animais, as causas e os sinais comportamentais de que algo não está bem
Inúmeras pesquisas apontam para o quadro de saúde mental da população humana, conscientizando sobre a necessidade de cuidados para garantir o bem-estar emocional dos indivíduos e da sociedade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) inclusive publicou o Informe Mundial de Saúde Mental (2022) e alertou que, em 2019, quase um bilhão de pessoas viviam com algum transtorno mental, a principal causa de incapacidades.
Porém, transtornos mentais e emocionais não são exclusividade dos humanos. Os pets também podem desenvolvê-los, principalmente ansiedade, reatividade, agressividade, medo/fobia, comportamento compulsivo e dermatites. “Os animais de estimação têm emoções e elas devem ser compreendidas e respeitadas. É preciso atender às necessidades emocionais do pet e ficar atento caso haja mudança de comportamento do animal, procurando assistência especializada quando algo fora do comum acontecer”, comenta a médica-veterinária comportamental, Dani Graziani.
As situações que mais geram desconforto para eles estão relacionadas a mudanças, como de casa ou de rotina, à perda de um ente da família ou até mesmo à senilidade, processo de envelhecimento que vem acompanhado de desafios físicos e emocionais, como diminuição da visão, da audição e do olfato, dificuldade de locomoção, irritabilidade, desorientação, perda de memória, entre outros fatores que os deixam mais vulneráveis. “São muitos os sinais que podem identificar que o animal de estimação não está bem, como um cão tranquilo apresentar agressividade ou um pet que fazia seu xixi no lugar certo começar a fazê-lo em outro lugar. É importante acolher em vez de ficar bravo, pois ele está demonstrando que precisa de ajuda e o apoio é essencial para o processo de cura”, aconselha a veterinária.
De olho na prevenção
A atividade física impacta diretamente na saúde física e mental dos animais. “Os cães precisam correr, caminhar e explorar ambientes. Um passeio diário de vinte minutos já acalma e ajuda no gasto de energia, na socialização, na perda de peso e na manutenção da massa muscular”, indica a médica-veterinária Farah de Andrade.
A falta de brinquedos e de interação também pode trazer prejuízos, assim como um ambiente muito agitado ou monótono demais. “O ideal é manter uma rotina equilibrada entre atividades, brincadeiras e descanso, para se evitar o estresse e a ansiedade. Dar mais atenção ao pet é fundamental para o bem-estar dele”, conta Farah.
Colocar em prática o enriquecimento ambiental, ou seja, adaptar o lar para proporcionar uma rotina mais saudável e prazerosa ao pet, com estímulos mentais, físicos e sensoriais, auxilia a prevenir o tédio, reduzir o estresse e promover um comportamento equilibrado.
Para dar certo, é preciso conhecer o animal de estimação, seus gostos e preferências. Para os gatos, é possível instalar prateleiras nas paredes, nichos, redes, arranhadores e deixar brinquedos em locais estratégicos. Já para os cachorros, além dos brinquedos, incluir atividades que estimulam o olfato, treinamento cognitivo e socialização são algumas formas de deixar o ambiente mais interativo.
Tratamento em forma de petisco
Medicar um animal nem sempre é uma tarefa fácil, sendo, muitas vezes, um fator de grande estresse, especialmente para os felinos. Para isso existem soluções como os medicamentos manipulados em formas farmacêuticas que facilitam a administração, como biscoitos, caldas ou molhos, pastas orais e géis transdérmicos. As apresentações orais podem ainda ser flavorizadas com sabores como bacon, caramelo, leite condensado, frango entre diversos outros que atraem os pets. “O gel transdérmico é aplicado na pele do animal e sua aplicação mais parece um carinho. Já um biscoito com sabor é como um petisco, um mimo. Muitos pacientes chegam a ‘pedir’ mais”, comenta Farah.
Os medicamentos manipulados também costumam ser a principal alternativa para a prevenção ou o tratamento de transtornos mentais devido à possibilidade de combinação de ativos num mesmo medicamento, manipulado na dose exata para o peso do animal, além dos diferenciais de flavorização e apresentação.
“Florais de Bach e fitoterápicos como valeriana, kawa-kawa, passiflora, L-triptofano e melatonina são algumas opções que podem ser prescritas em casos como insônia, estresse ou ansiedade. Medicamentos controlados, geralmente indicados para casos mais complexos, também podem ser manipulados, como fluoxetina, sertralina e clomipramina”, comenta Farah, ressaltando que somente um médico-veterinário está apto a prescrever o tratamento mais adequado para cada caso.
Notícias
Instituto da UEL completa um ano com 84 cientistas em busca de vacina contra toxoplasmose
No Brasil, 14 estados de todas as regiões estão representados no INCT com pesquisadores desenvolvendo projetos científicos que buscam um kit de diagnóstico rápido para a doença, além de uma vacina para suínos e gatos, animais considerados os principais transmissores da doença.
O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Toxoplasmose (INCT), do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Estadual de Londrina (UEL), comemora um ano de atividades com 70 pesquisadores brasileiros e 14 estrangeiros provenientes de 32 instituições conectados. As atividades do grupo começaram em março de 2023, logo após a UEL ser contemplada na Chamada 58/2022 do Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT), do CNPq, que financia pesquisas de alto impacto, com investimento de R$ 5 milhões.
No Brasil, 14 estados de todas as regiões estão representados no INCT com pesquisadores desenvolvendo projetos científicos que buscam um kit de diagnóstico rápido para a doença, além de uma vacina para suínos e gatos, animais considerados os principais transmissores da doença.
A toxoplasmose é uma zoonose que afeta a saúde pública brasileira. Recentemente, em 2018, houve um surto da doença em Santa Maria (RS), com um óbito. Outra manifestação intensa do parasita ocorreu em Santa Isabel do Ivaí, no Noroeste do Paraná. O protozoário pode ser encontrado em fezes de gato e alimentos contaminados e pode causar graves complicações em gestantes e pessoas com o sistema imunológico debilitado.
As pesquisas do INCT têm foco na prevenção, daí a importância da criação de um kit rápido. Além desse esforço, os pesquisadores têm projeto para o desenvolvimento da primeira vacina brasileira contra toxoplasmose. O imunizante é utilizado em ovinos e caprinos apenas no Reino Unido, Irlanda, França e Nova Zelândia. A vacina nacional se encontra em estágio de ensaio pré-clínico. O imunizante deverá ser aplicado em gatos (que contaminam o meio ambiente por meio das fezes) e em suínos (que podem transmitir a doença pelo consumo da carne mal passada).
O coordenador do Instituto, João Luis Garcia, do Departamento de Medicina Veterinária e Preventiva (DMVP), afirma que o projeto foca na chamada Saúde Única, focando em ferramentas que possam fortalecer medidas preventivas, de forma conciliada com a sustentabilidade. O público-alvo das medidas preventivas envolve crianças e gestantes. “Outra preocupação é quanto aos animais de produção, já que a doença não pode ser constatada na inspeção sanitária”, afirma.
Por meio do INCT Toxoplasmose, a estudante Ana Clésia da Silva viajou em agosto do ano passado para os Estados Unidos, onde aprofunda pesquisas sobre a doença na Universidade Estadual da Carolina do Norte (NCSU), considerado um importante centro de pesquisa da doença.
Pesquisadores interessados ainda podem submeter seus projetos para avaliação. As propostas podem ser enviadas para o portal do Instituto.