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Cuidados no manuseio do sêmen congelado

Por Neimar Correa Severo, responsável técnico da Alta*

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O manuseio adequado do sêmen congelado é essencial para manter ótimos resultados nos programas de inseminação artificial, tanto com sêmen sexado como com o sêmen convencional. Para manter a alta qualidade do sêmen adquirido da Alta Genetics, o técnico inseminador deve prestar atenção em muitos detalhes durante o manuseio do sêmen congelado.

Como o sêmen congelado é embalado e armazenado?

O sêmen congelado é embalado em palhetas plásticas, conhecidas como palhetas médias, com volume útil de 0,50 mililitros, e palhetas finas, com volume de 0,21 mililitros, para o sêmen convencional. As palhetas são armazenadas em hastes de alumínio chamadas “raques” ou em “globets” plásticos, contendo dez palhetas por haste para o volume de 0,50 ml e 20 palhetas por haste para o volume de 0,21 ml. A parte superior da haste ou raque é identificada com um código de duas letras (raça abreviada) e o número do touro na central. O procedimento para o manuseio é o mesmo para ambos os volumes de sêmen. Os containers de alumínio ou botijões de armazenagem contêm nitrogênio na forma líquida a 196ºC negativos de temperatura.

Como devo manusear o sêmen durante a sua retirada do botijão?

Para evitar manuseios desnecessários, deve ser feito um inventário detalhado do sêmen, para que as palhetas possam ser localizadas facilmente e retiradas rapidamente do botijão, evitando exposição demasiada à temperatura ambiente. Toda a raque contém o número de identificação do touro na Alta Genetics, o que facilita a localização do sêmen. A caneca que contém o sêmen deverá ser levantada até no máximo cinco centímetros abaixo da boca do botijão para que a dose seja retirada. Nesse manuseio é essencial o uso de uma boa pinça para remover a palheta. O tempo total para a retirada do sêmen de seu interior não deve ser superior a dez segundos para qualquer tipo de embalagem (palheta média ou fina). Caso não consiga identificar o sêmen e retirá-lo em dez segundos, deve abaixar a caneca até o fundo do botijão e dez segundos depois recomeçar a operação. Após retirar o sêmen do botijão, nunca o deixe sem a tampa, para evitar evaporação do nitrogênio líquido.

Por que devo evitar a exposição do sêmen à temperatura ambiente?

Porque as alterações causadas nos espermatozoides, tanto na motilidade como nas membranas citoplasmáticas, ocorrem acima de 79ºC negativos. Essas lesões não voltam ao normal depois que o sêmen retorna para a temperatura do nitrogênio líquido. A palheta fina é mais sensível e manuseios errados provocam alterações na temperatura interna da palheta, com perda na qualidade e redução da fertilidade. O menor diâmetro a torna mais sensível a erros de manuseio. Lembre-se que a temperatura ambiente afeta o tempo de exposição do sêmen na boca do botijão. Em temperaturas ambientes de 36ºC, os efeitos são mais prejudiciais do que em temperaturas ambientes de 18ºC, por exemplo. Correntes de vento direto na boca do botijão de armazenagem também prejudicam a qualidade do sêmen.

Qual a temperatura ideal para descongelar o sêmen?

Após remover a palheta do botijão, sacuda-a rapidamente para retirar a bolha de nitrogênio que fica no tampão de algodão no final da palheta e coloque-a na água morna entre 35 e 37ºC, mantendo-a pelo menos 30 segundos mergulhada na água antes de retirá-la para o uso. Utilize a pinça plástica para remover a palheta da raque. É importante checar a temperatura da água do banho antes de descongelar a palheta. Lembre-se sempre que a água deve estar entre 35 e 37ºC.

Eu descongelo o sêmen direto na vagina da vaca. Tem algum problema para a qualidade do sêmen?

Sim. O método ideal para descongelar o sêmen é na água morna entre 35 e 37ºC, por no mínimo 30 segundos. Muitos estudos comprovam que nenhum outro método se mostra tão eficiente no campo como o banho na água morna na temperatura indicada acima. Quando o sêmen é descongelado em outros métodos, como no bolso, na vagina da vaca, na mão ou em água na temperatura ambiente, o tempo de descongelamento do sêmen é maior, provocando danos nas muitas estruturas sensíveis do espermatozoide, pela reorganização dos cristais de gelo durante a reversão do processo de congelamento. Na temperatura entre 35 e 37ºC, por no mínimo 30 segundos, a velocidade de descongelamento é rápida o suficiente para evitar que os cristais de gelo provoquem lesões nas membranas do espermatozoide, promovendo uma sobrevivência maior de células viáveis, com melhor qualidade do sêmen.

Nunca devo descongelar mais de uma dose de sêmen ao mesmo tempo?

Caso seja necessário, descongele o número de doses que possam ser utilizadas dentro de cinco minutos, no máximo. A vantagem de descongelar em água morna só se mantém se o sêmen for usado logo após o descongelamento. Na verdade, não é o número de doses descongeladas, mas sim a capacidade do inseminador, bem como as condições das instalações de contenção, que vão determinar a quantidade de doses descongeladas ao mesmo tempo. Num programa de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) bem conduzido, podem ser descongeladas até cinco doses por vez. É importante lembrar que isso só pode ser feito em descongeladores eletrônicos com bom volume de água.

Posso sacudir a palheta antes de cortar a ponta lacrada?

Pode. Sacudir a palheta ajuda a mover a bolha de ar para a ponta lacrada, diminuindo a perda de sêmen em torno de um a cinco por cento, não danificando os espermatozoides.

Depois de descongelar o sêmen, não é necessário protegê-lo mais?

Errado. Mesmo depois de descongelar o sêmen, devemos proteger os espermatozoides contra o choque térmico. Em ambientes frios, devemos aquecer o aplicador de sêmen, friccionando-o com a mão, e em ambientes quentes, devemos evitar o calor excessivo, porque ambos podem reduzir a fertilidade. Até a aplicação na vaca o sêmen deve ser protegido do choque térmico.

Algumas empresas recomendam o descongelamento do sêmen para o transporte na água morna por várias horas. Posso fazer isso?

Não. O sêmen congelado só pode ser transportado no nitrogênio líquido. É um erro recomendar o transporte de sêmen na água morna entre fazendas, mesmo que estejam próximas uma da outra. Acontece que os espermatozoides descongelados, quando mantidos na água morna, entre 35 e 37ºC, perdem vitalidade à medida que o tempo passa. Eles gastam sua própria energia e, depois, trocam substratos com o diluente, tornando o ambiente desfavorável para sua sobrevivência. O tempo máximo recomendado para permanecer na água morna é cinco minutos entre 35 e 37ºC.

O sêmen armazenado em “globet” plástico tem mais qualidade que o sêmen armazenado na raque?

Sim. O “globet” plástico protege adequadamente o sêmen durante o manuseio nas transferências e retiradas do botijão, pois mantém as palhetas mergulhadas no nitrogênio líquido, com uma boa margem de segurança, desde que obedecidos os dez segundos de exposição no gargalo do botijão, conforme a resposta número dois.

Posso avaliar o sêmen na própria fazenda?

Não. A avaliação de sêmen é um trabalho difícil, que exige muitos cuidados, antes e durante a análise da amostra, para que dê bons resultados. Se o veterinário não é suficientemente treinado em manuseio de sêmen congelado, estimativa de motilidade, contagem de células em câmaras hematimétricas e morfologia espermática, é provável que ocorrerão erros na interpretação da qualidade da amostra analisada. O melhor é encaminhar a amostra para o laboratório da Alta Genetics, que fará a reanálise do sêmen.

*Médico veterinário pela Universidade da Região da Campanha (Urcamp) e especialista em Produção e Reprodução de Bovinos pelo Instituto Qualitas da Universidade Castelo Branco (UCB).

Fonte: Ass. Imprensa

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Empresas Discussões sanitárias

American Nutrients reforça a cadeia exportadora da carne suína ao aderir ao programa livre de ractopamina

A empresa oficializou sua adesão total ao programa como parte de uma estratégia de competitividade

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Arquivo OP Rural

A ractopamina, um agonista β-adrenérgico amplamente utilizado para melhorar ganho de peso e eficiência alimentar em suínos, permanece no centro das discussões sanitárias internacionais. Embora seu uso seja regulamentado no Brasil, diversos mercados estratégicos — como União Europeia, China e Rússia — possuem tolerância zero para resíduos desta substância em produtos de origem suína.

O ponto crítico está na cadeia de alimentação: a inclusão de ractopamina na ração de suínos pode resultar na sua detecção na carne, mesmo quando utilizada dentro das doses permitidas. Essa presença residual é suficiente para inviabilizar exportações e comprometer toda a cadeia produtiva voltada a mercados que adotam exigências mais restritivas.

Com o objetivo de assegurar conformidade sanitária, rastreabilidade e segurança na exportação, o Ministério da Agricultura e Pecuária instituiu o Programa de Produção Livre de Ractopamina. A certificação reconhece empresas que mantêm protocolos rigorosos de controle para garantir ausência parcial ou total da molécula em qualquer etapa da produção de rações para suínos.

A American Nutrients oficializou sua adesão total ao programa como parte de uma estratégia de competitividade e alinhamento às demandas globais. Ao assegurar que suas soluções nutricionais estão completamente isentas de ractopamina, a empresa fortalece a confiança de frigoríficos, integradoras e produtores que dependem de dietas certificadas para acessar mercados premium.

Esta iniciativa reforça o compromisso da American Nutrients com a qualidade, a transparência e a sustentabilidade da cadeia suinícola. Em um cenário de crescente rigor sanitário internacional, a nutrição animal livre de ractopamina é um elemento-chave para manter e expandir a participação brasileira nos mercados mais exigentes do mundo.

Fonte: Daiane Carvalho - Dra. Médica Veterinária - Coordenadora de Pesquisa e Desenvolvimento e Responsável Técnica da American Nutrients do Brasil Indústria e Comércio Ltda
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Empresas

Inteligência Artificial conta 140 mil ovos por dia com 99,9% de precisão e transforma avicultura

Entre outros indicadores, tecnologia da ALLTIS monitora temperatura, água e volume de grãos nos silos, reduz perdas e aumenta produtividade da Granja São Marcos, de Mogi-Guaçu (SP)

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Fotos: Alisson Siqueira

A Granja São Marcos, de Mogi-Guaçu (SP), alcança um novo patamar de produtividade após a implementação do sistema de inteligência artificial da empresa de tecnologia ALLTIS. Com produção diária de 140 mil ovos, o equivalente a 4,7 milhões por mês, a granja – dona da marca Naturegg – estima ganhos operacionais de até 90% após a integração de um pacote de sensores controlado por IA, que permite controle sanitário, monitoramento ambiental e gestão de recursos com mais segurança, precisão e eficiência. A ALLTIS resolve problemas crônicos da avicultura, transformando as granjas em propriedades 4.0 e contribuindo para o aumento da produtividade e a redução de custos. Recentemente, a ALLTIS firmou sociedade com a MCassab Nutrição e Saúde Animal, empresa do Grupo MCassab, especialista em nutrição e saúde animal há mais de meio século.

Fundada em 1983 pela família Teixeira, a São Marcos deixou de ser fornecedora de frangos vivos para ser uma produtora de ovos orgânicos e caipiras livres de antibióticos, comercializados sob a marca Naturegg. Hoje, tem 170 mil aves em postura e distribuição para seis estados brasileiros – São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná.

A necessidade de incluir a tecnologia e digitalizar os processos em uma atividade historicamente tradicional, decorre do volume de informações exigidas tanto para gestão do negócio quanto pelos órgãos certificadores. Diariamente, a equipe da São Marcos passou a registrar pela IA, entre outros, dados de temperatura, umidade, consumo de água e ração, taxas de mortalidade e indicadores de bem-estar animal.

“Nosso maior desafio sempre foi transformar informação em decisão. Com a operação que temos hoje, isso já não era possível de forma tradicional. A tecnologia traz agilidade, segurança e capacidade de gerir de maneira eficiente e de antecipar problemas. Agora, conseguimos agir antes que o impacto aconteça”, afirma Matheus Teixeira, diretor comercial da Naturegg.

A parceria com a ALLTIS foi importante para os planos da São Marcos. A granja utiliza quatro frentes tecnológicas da startup: monitoramento ambiental (Sense), controle do consumo de água (Aqua), gestão automática dos silos (Domo) e contagem de ovos por inteligência artificial (EggTag) com precisão de 99,9%. “Cito um exemplo: antes de ter o monitoramento das informações por IA, nossos funcionários precisavam subir em 21 silos para verificar o estoque de ração, enfrentando risco de acidentes e imprecisão nos cálculos. Agora, todo o controle é feito pelo celular, com previsões de consumo e alertas programados”, explica Tailisom Silva, gerente da granja.

“Ter dados confiáveis em tempo real é essencial para obter resultados melhores e maior precisão na gestão. O mercado exige rastreabilidade e sustentabilidade, e a tomada de decisão precisa ser rápida e embasada. Nosso papel é transformar dados em informações úteis para o dia a dia e entregar tecnologias que se adaptam às necessidades e realidade do produtor”, afirma André Aquino, sócio e COO da ALLTIS.

“O exemplo da São Marcos mostra o quanto a tecnologia é importante para potencializar a produtividade das granjas de postura. Mas não apenas isso. É essencial monitorar todas as áreas do negócio e, assim, reduzir os gargalos, que são vários. A tecnologia da ALLTIS está disponível para contribuir para vencer esse desafio”, ressalta Mauricio Graziani, diretor executivo da MCassab Nutrição e Saúde Animal, acionista da ALLTIS.

Outros avanços devem vir nos próximos meses, como a automatização da contagem de ovos com identificação por tamanho e coloração. A expectativa é reduzir ainda mais o índice de erros humanos e dispor de dados detalhados para ajustar o manejo à tecnologia e otimizar o rendimento da produção de ovos.

Para Matheus, a digitalização dos processos é um caminho indiscutível. “O maior erro é achar que a tecnologia é algo distante ou complicado. É o contrário. Ela simplifica, reduz perdas e dá clareza para agir. Quem não se permitir evoluir vai ficar para trás”, ressalta o diretor comercial da Naturegg.

Fonte: Assessoria MCassab Nutrição e Saúde Animal
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Empresas Ameaça silenciosa

Como a Doença de Gumboro Afeta a Sanidade, Performance e Rentabilidade das Aves

Altamente contagiosa, a enfermidade viral desafia o sistema imunológico das aves e pode gerar prejuízos expressivos à avicultura industrial

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Divulgação / Fotos: Zoetis

A avicultura industrial brasileira, reconhecida mundialmente por sua eficiência produtiva, enfrenta desafios cada vez mais complexos no manejo sanitário dos plantéis. Entre esses desafios, a Doença de Gumboro, também chamada de Doença Infecciosa da Bursa (DIB) é altamente contagiosa. A enfermidade viral acomete principalmente aves jovens entre 3 e 10 semanas de idade, comprometendo o sistema imunológico e impactando diretamente o desempenho zootécnico das granjas.

A doença é causada por um vírus do gênero Avibirnavirus, notável por sua resistência ambiental — capaz de permanecer ativo por longos períodos mesmo após procedimentos de limpeza e desinfecção. Ao atingir a bolsa de Fabricius, órgão essencial à formação das células de defesa das aves, o vírus provoca imunossupressão severa, tornando os animais mais vulneráveis a outras infecções e interferindo na eficácia de vacinas de rotina.

Além do impacto financeiro direto, os efeitos produtivos da doença são amplos e muitas vezes silenciosos na forma subclínica. Em um cenário de alta densidade de alojamento, o controle da imunossupressão é um fator decisivo para sustentar a competitividade da produção de frangos no país.

“A Doença de Gumboro é uma ameaça muitas vezes silenciosa, mas de alto impacto econômico. Mesmo infecções subclínicas, podem reduzir o ganho de peso, comprometer a conversão alimentar e afetar a qualidade dos ovos. O monitoramento eficaz é o primeiro passo para conter o avanço da enfermidade e proteger o potencial produtivo das granjas”, destaca Eduardo Muniz, Gerente Técnico de Aves da Zoetis Brasil.

Na prática, o produtor pode perceber a presença da doença por sinais clínicos como depressão, diarreia aquosa, desidratação e penas arrepiadas. Contudo, é a observação de indícios produtivos como a queda na taxa de ganho de peso diário ou a redução na qualidade dos ovos que costuma revelar a circulação do vírus em sua forma subclínica. Em lotes de alto desempenho, qualquer variação nesses parâmetros representa perda direta de margem e eficiência.

“Em granjas industriais, onde milhares de aves convivem em densidades elevadas, a probabilidade de disseminação viral é alta. O controle eficaz depende de um conjunto de medidas: vigilância sanitária constante, diagnóstico laboratorial preciso e imunização bem planejada. Mais do que uma rotina de biosseguridade, trata-se de uma estratégia de rentabilidade”, reforça Muniz.

A prevenção da Doença de Gumboro deve ser encarada como um investimento zootécnico estratégico. Além da escolha de vacinas adequadas à realidade imunológica dos lotes, é essencial realizar o acompanhamento técnico dos resultados, observando tanto o desempenho produtivo quanto a resposta imunológica. O uso de vacinas como a Poulvac® Procerta® HVT-IBD vacina de vírus vivo congelado contra as doenças de Marek e Gumboro, torna-se uma ferramenta fundamental dentro de estratégias preventivas consistentes e de longo prazo. A vacinação pode ser feita via subcutânea, ou in ovo em ovos embrionados de galinha saudáveis com 18 a 19 dias de idade.

Para a Zoetis, líder mundial em saúde animal, o enfrentamento da Doença de Gumboro faz parte do ciclo contínuo de cuidado. A empresa reafirma que, em um cenário global cada vez mais desafiador, sanidade é sinônimo de desempenho, e o cuidado com a imunidade é o alicerce da produção avícola moderna.

Fonte: Assessoria
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