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CT de Meio Ambiente esclarece dúvidas sobre CAR dinamizado

Comissão Técnica do Sistema Faep também tratou da importância da classe produtora participar da composição dos Comitês de Bacias Hidrográficas do Paraná.

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Fotos: Divulgação/Sistema Faep

A cerificação dos dados declarados pelos produtores rurais no Cadastro Ambiental Rural (CAR) ganhou uma atualização importante com a possibilidade da análise dinamizada dos dados. Essa modalidade permite, de forma automatizada, o cruzamento das informações geográficas declaradas pelos proprietários/possuidores rurais em relação às Áreas de Preservação Permanente (APP), Reserva Legal (RL) e de Uso Restrito (AUR), e, quando for o caso, da localização de excedentes de vegetação nativa. Assim é possível verificar possíveis pendências nos processos de forma individualizada, conferindo mais agilidade, segurança e eficiência ao processo.

Para auxiliar os produtores rurais do Paraná a compreenderem melhor o funcionamento desse novo módulo, a Comissão Técnica (CT) de Meio Ambiente do Sistema FAEP convidou o coordenador do CAR no Instituto Água e Terra (IAT) do governo do Paraná, Ayrton Luiz Torricillas Machado, para fazer uma explanação aos participantes da comissão sobre os processos de análise e retificação dinamizada do CAR. A reunião foi realizada de forma virtual, na última segunda-feira (17) e reuniu 66 participantes de várias regiões do Estado.

“Os produtores rurais do Paraná estão comprometidos com o meio ambiente, mas a burocracia do governo federal não pode limitar nossa capacidade produtiva. Ocorrem mudanças constantes que acabam confundindo a classe produtora, é por isso que nossa Comissão de Meio Ambiente atua de forma efetiva para esclarecer essas dúvidas em relação ao CAR”, declarou o presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Maneguette.

No final de 2024, os produtores paranaenses foram surpreendidos pela mudança do cadastro ambiental para a plataforma gov.br, do governo federal. De acordo com Machado, essa plataforma rege todos os aplicativos governamentais, como Receita Federal, INSS, SUS, entre outros. “Estávamos pedindo [essa mudança] há algum tempo. A conta gov.br confere mais segurança do que o antigo de cadastro”, afirmou.

Foto: Roberto Dziura

Foto: Roberto Dziura

Ao longo da reunião da CT, o coordenador do IAT demonstrou, passo a passo, como é feita a análise dinamizada do CAR. “Quando o proprietário abre o CAR dinamizado existem três possibilidades: aceitar integralmente, aceita parcialmente e recusar a análise. Nessa última opção, a análise será feita por uma equipe de profissionais”, afirmou Machado.

Segundo ele, dentre os 535 mil cadastros de propriedades rurais do Paraná, 160 mil são feitos por análise de uma equipe, que acaba levando mais tempo para ser concluído. Vale lembrar que o CAR é necessário para que o produtor consiga aderir ao Programa de Regularização Ambiental (PRA), imprescindível para ter acesso a benefícios como subvenção ao crédito e ao seguro rural.

O coordenador do CAR no Paraná também solicitou apoio do Sistema Faep para ajudar a identificar e comunicar 10 mil proprietários cujos cadastros estão inseridos na categoria de análise dinamizada. “Com essa listagem, o Sistema Faep e os sindicatos rurais podem identificar os proprietários e ver se eles já têm uma conta gov.br. Os sindicatos podem ser vinculados como representantes legais destes produtores para poder acessar os cadastros. O grande gargalo é a comunicação com esses proprietários. Para isso, nós contamos com vocês que estão na linha de frente”, disse.

Para auxiliar neste processo, o governo do Estado criou a Superintendência-geral de Ordenamento Territorial, que deverá ajudar nos cadastramentos. Para isso, está em fase de contratação uma empresa para promover a análise dentro do Paraná e, futuramente, promover uma customização desse processo no Estado.

Presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette: “Os produtores rurais do Paraná estão comprometidos com o meio ambiente, mas a burocracia do governo federal não pode limitar nossa capacidade produtiva”

“Na prática, essa superintendência não tira as atribuições do IAT. Mas traz uma visão mais ampla do que o Estado pretende com o CAR”, declarou o diretor técnico da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), Benno Henrique Weigert Doetzer, que também participou da reunião da CT do Sistema Faep. “Queremos organizar um sistema de mutirão para avançar nesse processo. Nosso compromisso é chegar ao final de 2026 com 80% dos cadastros homologados”, finalizou.

Uso da água

Outro tema da reunião da CT de Meio Ambiente foi a representatividade da classe produtora nos Comitês de Bacias Hidrográficas (CBH’s) do Paraná. Segundo o presidente do Sindicato Rural de Cambará e coordenador do Grupo de Trabalho (GT) das Águas do Sistema Faep, Aristeu Kazuyuki Sakamoto, hoje o Estado possui 12 CBH’s, que devem passar, em breve, por uma renovação de seus integrantes. “Precisamos aumentar nossa participação nesses comitês. Normalmente somos minoria, e tem ocorrido situações de sermos taxados como poluidores, mas precisamos fazer valer nossa voz”, argumentou Sakamoto.

O dirigente sindical fez um pedido aos sindicatos presentes na reunião, para que participem da formação do comitê que estiver na sua área de abrangência. Os produtores podem participar nas vagas destinadas aos usuários de água. Para organizar esse trabalho, o GT das Águas vai reunir todos os representantes da classe rural nos CBH’s para capacitação e troca de experiências.

Fonte: Assessoria Sistema Faep

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Instabilidade climática atrasa plantio da safra de verão 2025/26

Semeadura avança lentamente no Centro-Oeste e Sudeste devido à má distribuição das chuvas e períodos secos, segundo dados do Itaú BBA Agro.

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Foto: Sistema Faep

O avanço do plantio da safra de verão 2025/26 tem sido afetado por condições climáticas instáveis em diversas regiões do país. De acordo com dados do Itaú BBA Agro, os estados do Centro-Oeste e Sudeste registraram os maiores atrasos, reflexo da combinação entre pancadas de chuva isoladas, má distribuição das precipitações e períodos prolongados de estiagem. O cenário manteve os níveis de umidade do solo abaixo do ideal, dificultando o ritmo da semeadura até o início de novembro.

Enquanto isso, outras regiões apresentaram desempenho distinto. As chuvas mais intensas ficaram concentradas entre Norte e Sul do Brasil, com destaque para o centro-oeste do Paraná, oeste de Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul, onde os volumes superaram 150 mm somente em outubro. Nessas áreas, o armazenamento hídrico mais elevado favoreceu o avanço do plantio, embora episódios de granizo e temporais tenham provocado prejuízos em algumas lavouras. A colheita do trigo também sofreu atrasos e, em determinados pontos, perdas de qualidade.

Foto: José Fernando Ogura

No Centro-Oeste, a distribuição das chuvas variou significativamente ao longo de outubro. Regiões como o noroeste e o centro de Mato Grosso, além do sul de Mato Grosso do Sul, receberam volumes acima de 120 mm, enquanto outras áreas não ultrapassaram os 90 mm. Somente no início de novembro o padrão começou a mostrar maior regularidade.

No Sudeste, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo registraram precipitações que ajudaram a recompor a umidade do solo. Minas Gerais, por outro lado, enfrentou acumulados abaixo da média — especialmente no Cerrado Mineiro, onde outubro terminou com menos de 40 mm de chuva. Com a retomada das precipitações em novembro, ocorreu uma nova florada do café, embora os efeitos da estiagem prolongada continuem gerando preocupação entre produtores.

O comportamento irregular das chuvas segue como fator determinante para o ritmo da safra e mantém o setor em alerta para os próximos meses.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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Mercado da soja inicia novembro com preços instáveis e influência do cenário internacional

Oscilações refletem exportações brasileiras em alta, avanço do plantio e incertezas sobre o acordo China–EUA, aponta análise da Epagri/Cepa.

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Foto: Daiane Mendonça

O mercado da soja entrou novembro sob influência de uma combinação de fatores internos e externos que têm gerado oscilações nos preços e incertezas quanto ao comportamento da demanda global. Em Santa Catarina, conforme o Boletim Agropecuário elaborado pela Epagri/Cepa, a média mensal paga ao produtor em outubro registrou leve recuo de 0,6%, fechando o mês em R$ 124,19 a saca.

Já no início de novembro, até o dia 10, há indicação de recuperação: a média estadual subiu para R$ 125,62/sc, movimento influenciado principalmente pelo comportamento das exportações brasileiras e pelas notícias vindas do mercado internacional.

Foto: Claudio Neves

A elevação dos embarques do Brasil em outubro, 6,7 milhões de toneladas, com volume acumulado superior a 100 milhões de toneladas em 2025, ajudou a firmar as cotações internas. Ao mesmo tempo, o anúncio da retomada das importações de soja dos Estados Unidos pela China e os avanços no acordo comercial entre os dois países impulsionaram os contratos futuros em Chicago (CBOT), com reflexos imediatos nos preços no Brasil.

A análise é do engenheiro-agrônomo Haroldo Tavares Elias, da Epagri/Cepa, que classifica o momento como de viés misto, com o mercado reagindo de forma alternada a notícias de estímulo e pressão.

Fatores que influenciam mercado 
Segundo o boletim, fatores de baixa predominam no curto prazo, puxados principalmente pela lentidão nas negociações internas no Brasil, pelo avanço do plantio da nova safra e pela sinalização do acordo China–EUA. Esse movimento pressiona o mercado brasileiro, ao mesmo tempo que fortalece o mercado americano e sustenta as cotações em Chicago.

1. Mercado internacional
Dados de USDA, CBOT, Esalq-Cepea, Investing.com e Bloomberg, compilados pela Epagri/Cepa, apontam:

Foto: Claudio Neves

Fatores de alta:

  • Importações recordes da China em outubro, 9,48 milhões de toneladas, majoritariamente provenientes da América Latina;
  • Recuperação da CBOT por quatro semanas consecutivas.

Fatores de baixa:

  • Falta de confirmação pela China da compra de 12 milhões de toneladas dos EUA;
  • Retomada das importações chinesas de soja americana, reduzindo o espaço para o produto brasileiro;
  • Negociações internas mais lentas no Brasil, o ritmo mais baixo em quatro anos;
  • Correção técnica de estocásticos e realização de lucros após sequência de altas em Chicago.

2. Oferta e mercado interno

Fatores de alta:

  • Exportações brasileiras mantêm ritmo forte;
  • Estruturação da presença chinesa no Brasil, com ampliação de operações, incluindo um novo escritório no Mato Grosso.

Fatores de baixa:

  • Pressão sobre os preços internos, com queda de 1,4% em outubro.

3. Safra e clima
Fatores de baixa:

  • Plantio avançado, com 47% da safra já implantada, reforçando a expectativa de safra recorde entre 177 e 180 milhões de toneladas no

    Foto: Claudio Neves

    ciclo 2025/26;

  • Produtores nos EUA voltaram a vender após as recentes altas, aumentando a oferta global no curto prazo.

Acordo China-EUA 
Embora o mercado tenha reagido às declarações do governo dos Estados Unidos sobre um novo acordo com a China envolvendo a compra de soja, não houve confirmação por parte dos chineses até 12 de novembro, ressalta a Epagri/Cepa. Caso confirmado, o pacto poderia redirecionar parte da demanda da China para a soja americana, reduzindo o volume destinado ao Brasil.

Contudo, a proximidade da entrada da nova safra brasileira — combinada com o calendário já avançado para novembro, torna improvável a formalização do acordo ainda este ano. Por isso, a tendência, segundo a análise, é que a China siga priorizando a soja brasileira nas próximas semanas.

Fonte: O Presente Rural
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Santa Catarina mantém 93% das lavouras de milho em boa condição no início da safra

Epagri/Cepa registra avanço consistente do plantio, com alertas para falhas de germinação e manejo fitossanitário.

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Foto: Shutterstock

O avanço do plantio do milho em Santa Catarina, que já alcança 92% da área prevista para a safra de verão 2025/2026, confirma um início de ciclo predominantemente positivo no estado, mas acompanhado de sinais de alerta pontuais. Segundo o Boletim Agropecuário da Epagri/Cepa, 93% das lavouras são classificadas como boas, um indicador robusto para o período, porém a evolução do desenvolvimento apresenta nuances importantes entre as microrregiões produtoras.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

De maneira geral, o estabelecimento das plantas ocorreu dentro do esperado, com solo apresentando boa umidade e clima favorável nas principais áreas de produção. Ainda assim, a distribuição das chuvas definiu comportamentos distintos entre as regiões, influenciando estandes, sanidade e andamento dos tratos culturais.

No Alto Vale do Itajaí, onde 90% das lavouras estão em boas condições, o desenvolvimento vegetativo é satisfatório, com umidade adequada e apenas focos pontuais de percevejos e cigarrinha. Situação semelhante aparece em Campos de Lages, Planalto Norte e Concórdia, todas com 100% das lavouras avaliadas como boas, apresentando germinação regular, plantas sadias e baixa pressão de pragas. Em Concórdia, inclusive, as primeiras áreas já entraram em floração.

Outras regiões apresentam ritmos distintos. Em Joaçaba, por exemplo, parte das áreas atrasou o plantio devido ao excesso de chuva, e os técnicos registraram ocorrências de percevejo, lagarta e tripes. Já no Litoral Norte, apesar de 100% de condição boa, o excesso de precipitação provocou falhas de germinação, especialmente em lavouras entre os estádios V3 e V8.

No Oeste, regiões importantes para o milho catarinense também mostram realidades variadas. Chapecó/Xanxerê registra 90% das

Foto: Gessí Ceccon

lavouras em boas condições, com plantas em V6 e crescimento favorecido por radiação solar. Em São Miguel do Oeste, o plantio já está finalizado, com início de floração e controle de cigarrinha e ervas daninhas em andamento; 94% das lavouras são classificadas como boas.

O extremo Sul do estado, por sua vez, vem sendo impactado por chuvas intensas. Ainda que 98% das áreas apresentem condição boa, os agrônomos alertam para os efeitos acumulados da umidade elevada nas fases seguintes do desenvolvimento. Em Curitibanos, a semana chuvosa também impôs ajustes no cronograma de tratos culturais, embora as lavouras sejam avaliadas como boas a ótimas.

No cenário estadual, a cigarrinha-do-milho continua sob vigilância, embora com baixa incidência até o momento. A manutenção de condições de sanidade dependerá do monitoramento contínuo e da disciplina no manejo fitossanitário, especialmente em áreas com histórico de enfezamento e maior pressão de insetos.

A Epagri/Cepa reforça que, apesar dos pontos de atenção, o potencial produtivo da safra é positivo. Os próximos dias, marcados pelo comportamento das chuvas e pela manutenção de temperaturas adequadas, serão decisivos para consolidar esse cenário. Se as condições atuais persistirem, Santa Catarina tende a iniciar a colheita com nível elevado de desempenho agronômico e produtivo.

Fonte: O Presente Rural
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