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Cresce em 20% número de caravanas da área da Coopavel que virão ao Show Rural
Cerca de 1,4 mil alunos de escolas técnicas agrícolas espalhadas pelo Paraná virão ao parque para ter acesso ao que há de mais novo de tecnologias para o campo.

De 115 para mais de 140 ônibus virão, dos municípios da área de abrangência da Coopavel, no Oeste e Sudoeste do Paraná, para visitar e conhecer as novidades da 36ª edição do Show Rural Coopavel, aberta no domingo (04), com missa campal às 11h. As visitas técnicas aos 600 expositores serão de segunda (05) a sexta-feira (09).
“O crescimento em número de caravanas é de 20% em comparação ao ano anterior. Sinal que os produtores rurais, atentos ao mercado e às oportunidades, estão cada vez mais interessados em conhecer e levar inovações às suas propriedades. Isso é fundamental para que eles possam produzir mais, melhor e integrados aos conceitos da sustentabilidade”, ressalta o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli.
Faep e Fataep e outras entidades ligadas ao agro também trarão caravanas, durante toda a semana, ao evento. Pela primeira vez na história do Show Rural, numa ação da Faep, Sindicato Rural de Cascavel e Secretaria de Estado da Educação, cerca de 1,4 mil alunos de escolas técnicas agrícolas espalhadas pelo Paraná virão ao parque para ter acesso ao que há de mais novo de tecnologias para o campo.
Mulheres
Mulheres agricultoras e filhas de agricultores e cooperados também virão com as caravanas e, no parque, além de conhecer novas tecnologias e inovações vão participar de uma programação especialmente organizada pela Universidade Coopavel (Unicoop) e parceiros. Um dos destaques será a palestra O jeito feminino de fazer agronegócio com a jornalista Alessandra Bergmann, de Porto Alegre, às 10h do dia 8, no prédio Paraná Cooperativo.

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O agro virou digital e os hackers descobriram um novo campo fértil
Com ataques milionários e infraestrutura vulnerável, o setor corre para fortalecer a segurança antes que falhas paralisem cadeias inteiras.

O setor agropecuário já deixou de ser “analógico” faz tempo, e a sua digitalização trouxe ganhos enormes em eficiência e produtividade com tratores conectados, sensores em lavouras, sistemas de irrigação automatizados, armazenamento inteligente e logística integrada. Porém, esse progresso também aumenta a exposição das fazendas, agroindústrias e cooperativas a ataques cibernéticos, que estão cada vez mais sofisticados.
Segundo dados da Kaspersky, entre junho de 2023 e julho de 2024 foram bloqueados mais de 725 milhões de ataques de malware no Brasil, o equivalente a 1,9 milhão por dia e cerca de 2 mil por minuto. O setor de agricultura/florestal é o terceiro mais visado (16,93%), atrás somente de indústria (20,11%) e governo (18,06%).
Outros dados do relatório “Food & Ag Sector Cyber Threat” do Food & Ag-ISAC mostram um aumento expressivo em incidentes envolvendo ransomware, comprometimento de e-mails corporativos e invasões que afetam operações industriais do agro. Como resultado desses ataques, há perdas diretas nas safras, atrasos na cadeia de suprimentos e danos reputacionais de alto impacto.
É importante entender que boa parte desse risco decorre da infraestrutura operacional comumente encontrada no segmento. Os equipamentos, em sua maioria, operam com firmware desatualizado ou com protocolos não seguros, que ficam diretamente ligados a redes que às vezes também carregam tráfego de TI menos seguro. Esse cenário torna esse setor particularmente vulnerável, visto que em áreas como financeiro ou saúde há em geral mais maturidade no isolamento dos dados, políticas regulatórias mais fortes e padrões técnicos consolidados.
Isso ocorre principalmente porque no agronegócio pequenas propriedades ou cooperativas em regiões remotas sofrem com escassez de recursos, menor monitoramento regulatório e ausência de políticas formais de segurança. Além disso, a estrutura fragmentada, que envolve fornecedores de implementos, integradores de softwares agrícolas, transportadoras refrigeradas, armazéns, cooperativas e produtores, aumenta sua vulnerabilidade. Há ainda contratos que não exigem cláusulas mínimas de segurança, falta de visibilidade sobre todos os ativos (especialmente dispositivos IoT e sensores) e ausência de inventário de firmware ou versões de software. E, sem saber exatamente o que há em campo, é praticamente impossível remediar vulnerabilidades e reagir rapidamente quando algo dá errado.
Portanto, os fundamentos básicos de cibersegurança devem ser tratados como algo inegociável. Para isso, o setor precisa investir em práticas que diminuam os riscos mais comuns, como atualizações constantes de software e firmware, patches regulares, autenticação multifator para todas as contas administrativas, uso de senhas fortes e gerenciamento de acesso. Mas não basta prevenir, visto que a preparação e capacidade de resposta determinam quão danoso será um incidente.

Foto: Ilutrativa/Shutterstock
Ou seja, é importante ter um plano de resposta a incidentes específico para cenários agrícolas, como falha de refrigeração de silos, perda de leitura de sensores de umidade ou interrupção no transporte refrigerado. Outras estratégias que ajudam a detectar pontos cegos e estabelecer protocolos de contingência são realizar treinamentos práticos e simular ataques envolvendo todos os elos da cadeia (produtores, transportadores, cooperativas). Ainda que muitas empresas que sofrem ataques prefiram se manter em silêncio, também é fundamental compartilhar informação sobre ameaças, pois essa troca das táticas, técnicas e procedimentos entre membros do ecossistema acelera a detecção de ataques que estão sendo planejados e reduz danos.
Vale lembrar que o setor não cresce e muito menos se fortalece isoladamente, e a vulnerabilidade de um pequeno fornecedor pode comprometer toda a cadeia produtiva. É preciso que as instituições públicas, associações de produtores e cooperativas, seguradoras e empresas de tecnologia atuem juntas para incentivar normas, oferecer capacitação e promover modelos de cooperação que elevem a segurança para todos.
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C.Vale recebe adidos agrícolas de 38 países em Palotina
Visita destacou produção de tilápia e aves da cooperativa, em meio ao impacto do tarifaço dos EUA nas exportações brasileiras.

A C.Vale recebeu, no dia 30 de novembro, em Palotina (PR), adidos agrícolas do Brasil em 38 países. Eles são servidores públicos federais que atuam para ajudar a abrir ou ampliar mercados para produtos brasileiros no exterior. O grupo foi recebido pela liderança do conselho de administração e diretores da C.Vale e conheceu as instalações da esmagadora de soja e dos abatedouros de frangos e de peixes. O presidente do Conselho de Administração da C.Vale, Alfredo Lang, recebeu os adidos e agradeceu pelos esforços em ajudar a promover as carnes produzidas pela cooperativa.
Os adidos estavam bastante focados na produção de tilápia devido aos efeitos do tarifaço dos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras para os norte-americanos. A C.Vale apresentou os processos produtivos do peixe, as certificações internacionais de qualidade e conduziu o grupo em visita à sala de cortes do abatedouro onde são processadas 230 mil tilápias/dia. Eles também conheceram a estrutura que abate 640 mil frangos/dia.
Acompanharam os adidos agrícolas o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, e o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luís Rua. Também estiveram presentes o secretário da Fazenda do Paraná, Norberto Ortigara, e o presidente da Organização das Cooperativas do Paraná, José Roberto Ricken.
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Nova política de carbono da UE deve alterar preços de fertilizantes e impactar compradores europeus em 2026
Com o Mecanismo de Ajuste de Carbono nas Fronteiras, em vigor a partir do ano que vem, importadores terão despesas adicionais e já ampliam estoques para evitar aumento futuro dos preços.

União Europeia avança na implementação do Mecanismo de Ajuste de Carbono nas Fronteiras (CBAM) e a medida já começa a provocar preocupação no mercado global de fertilizantes. A partir de janeiro de 2026, o bloco passará a taxar as emissões de carbono embutidas em uma lista de produtos importados, entre eles os fertilizantes nitrogenados, insumo indispensável para a agricultura europeia.
A StoneX, em seu relatório semanal de fertilizantes, avalia que o novo regime climático deve pressionar ainda mais os custos de produção no campo europeu, que já opera sob margens apertadas e enfrenta um ambiente de competitividade reduzida.

Tomás Pernías, analista de Inteligência de Mercado da StoneX – Foto: Divulgação
Segundo o analista de Inteligência de Mercado da consultoria, Tomás Pernías, o CBAM tende a aprofundar essa tendência ao impor uma espécie de tarifa ambiental sobre produtos fabricados em países com regras menos rígidas de emissões. “Essa nova taxação tende a elevar os custos de produção dos agricultores europeus, que já enfrentam um ambiente desafiador devido ao encarecimento da produção interna no bloco”, afirma.
O relatório sugere que o impacto pode ser relevante, especialmente em um contexto de volatilidade de preços e dependência europeia de fornecedores externos. A expectativa agora é acompanhar como o mercado irá reagir à medida que a transição regulatória se aproxima. “As indústrias europeias têm arcado com custos crescentes para cumprir as metas de redução de emissões, e esse encarecimento da produção muitas vezes incentiva os compradores a buscarem produtos estrangeiros, que não estão sujeitos às mesmas regulações europeias. O CBAM surge justamente para equalizar a competitividade entre produtores domésticos e estrangeiros”, explica.
O mecanismo se aplica inicialmente a importações de cimento, eletricidade, fertilizantes, alumínio, ferro e alguns produtos químicos. A medida busca evitar o chamado vazamento de carbono, fenômeno em que empresas transferem sua produção para países com regulações ambientais menos rígidas, o que esvazia os esforços do bloco para reduzir emissões.
Com o CBAM, importadores de produtos intensivos em carbono precisarão comprar certificados de carbono para compensar as emissões associadas à produção desses bens fora da UE. Na prática, isso representa uma nova despesa para toda a cadeia, o que tende a pressionar os preços finais, incluindo os fertilizantes utilizados pelos agricultores.
Diante desse cenário, compradores europeus têm intensificado a renovação e o aumento de seus estoques antes que o novo mecanismo entre em vigor. “Ainda não há total clareza sobre a metodologia de cálculo do CBAM, o que tem levado os importadores a antecipar compras como forma de mitigar riscos de custos mais altos no futuro”, destaca Pernías.



