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Credores incluídos no processo de repactuação começam a receber valores da Agrícola Rambo
Demora se deu em razão dos valores depositados em juízo para pagamento de credores repactuados, que já deveriam ter sido liberados, mas que dependiam de uma posição como a agora manifestada pelo juízo do caso.

Em decisão proferida na última sexta-feira (30), o juiz substituto da Comarca de Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná, Dionísio Lobchenko Junior, determinou o imediato pagamento aos credores incluídos no processo de repactuação de boa parte das dívidas da Agrícola Rambo, com sede em Entre Rios do Oeste (PR), que atua na área de fomento de suínos. Na decisão, o magistrado reconheceu a urgência no pagamento desses credores, com imediata expedição dos respectivos alvarás dos acordos celebrados nas audiências de conciliação realizadas no final de junho deste ano.
O juiz Dionísio Lobchenko Junior está respondendo como juiz substituto em razão do afastamento da juíza titular, Dra. Juliana Cunha de Oliveira Domingues, que está de licença maternidade. Até o momento, foram mais de 300 movimentos no processo iniciado pela ação movida pela parte devedora, que acabou sendo enquadrada na condição de consumidora de insumos para criação de suínos e, portanto, passível de ser beneficiada pela Lei do Superendividamento, a Lei 14.181/2021.
Na mesma decisão da semana passada foram esclarecidas outras questões levantadas pela empresa BMG Agrícola Ltda., arrendatária de parte das instalações da Agrícola Rambo, que temia arresto de animais por instituições financeiras com as quais a Agrícola Rambo contraiu financiamentos, cujas dívidas estão sendo questionadas na justiça. Mas essa hipótese ficou afastada ao se esclarecer que os suínos não fazem parte das garantias apresentadas às instituições bancárias, e sim bens diversos e imóvel rural. Isso vinha postergando a expedição dos alvarás para pagamento dos credores que tiveram seus haveres incluídos na repactuação, ato que agora se consolida e que justifica todo o movimento jurídico realizado desde que a Ação de Repactuação foi proposta, no primeiro semestre deste ano.
Ocorre que há valores depositados em juízo para pagamento de credores repactuados, que já deveriam ter sido liberados, mas que dependiam de uma posição como a agora manifestada pelo juízo do caso. “É possível observar que não há qualquer menção aos suínos, vez que os instrumentos de crédito estão garantidos por bens diversos, notadamente, milho em grãos e o imóvel de São José do Rio Claro (MT), sequer vinculado ao contrato de arrendamento”, esclarece a decisão do juiz substituto, Dr. Dionísio.
A propósito, as instituições financeiras não foram incluídas no processo de repactuação que está em curso, cujos acordos já foram homologados, tanto pela juíza titular da Comarca, Dra. Juliana, quanto pelo juiz substituto. Ocorre que as instituições financeiras se manifestaram no sentido de defender a inaplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor (CDC) em seus créditos, oriundos de vários financiamentos e que, portanto, em seus casos, não se enquadra o autor nas condições propostas pela Lei do Superendividamento. Sendo assim, as cobranças estão sendo tratadas em ações diversas da Ação de Repactuação.
Em pelo menos dois casos que tratam de financiamentos, foi proposta uma Ação Revisional foi proposta pela parte devedora, que está tentando acordo também com as instituições financeiras. Porém, em grande parte da dívida foi possível o enquadramento do autor no conceito de consumidor a fim de tornar aplicável o CDC à relação jurídica que está sob análise da Justiça desde que a ação foi proposta. “Há, inclusive, extensa fundamentação nesse sentido”, destaca em sua decisão da última sexta-feira, o juiz substituto, Dr. Dionísio.
Em 28 de abril do corrente, a juíza titular da Comarca de Marechal Cândido Rondon, Dra. Juliana Cunha de Oliveira Domingues, concedeu liminar na ação que propos o enquadramento de um produtor rural, no caso, o autor da Ação de Repactuação, suinocultor independente de suínos, Jorge Foellmer Rambo, da Agrícola Rambo, na condição de consumidor e, como tal, podendo ser beneficiado pela chamada Lei do Superendividamento, a Lei 14.181/2021.
Posteriormente, o produtor apresentou, através de seus procuradores, um plano de pagamento com prazo máximo de cinco anos, “preservados o mínimo existencial, nos termos da regulamentação, e as garantias e as formas de pagamento originalmente pactuadas”. Desde então, centenas de movimentos foram feitos, inclusive os que permitiram a realização de audiências de conciliação entre a parte autora, na condição de devedora, e diversos credores, que em sua maioria aceitaram a proposta de deságio dos valores para pagamento à vista, após as homologações dos acordos.
O referido plano de pagamento foi apresentado em audiências de conciliação com os credores do produtor e dirigidas pela própria juíza, no final de junho e início de julho deste ano, incluindo os credores de ações ajuizadas, os fornecedores de insumos e outros fornecedores e, por fim, as instituições financeiras e credores diversos.
A tese de que o produtor rural pode ser considerado consumidor foi defendida em artigo assinado pelo diretor do Grupo Agro10 Negócios e Desenvolvimento, Cesar da Luz, especialista em agronegócios, que acompanha as demandas dos produtores rurais do Brasil. Parte do artigo foi citada na peça instruída pelos advogados do produtor rural, Dr. Gustavo Roncem de Lima e Dra. Lia Cavejon, que vêm conduzindo a Ação de Repactuação.

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Santa Catarina mantém 93% das lavouras de milho em boa condição no início da safra
Epagri/Cepa registra avanço consistente do plantio, com alertas para falhas de germinação e manejo fitossanitário.

O avanço do plantio do milho em Santa Catarina, que já alcança 92% da área prevista para a safra de verão 2025/2026, confirma um início de ciclo predominantemente positivo no estado, mas acompanhado de sinais de alerta pontuais. Segundo o Boletim Agropecuário da Epagri/Cepa, 93% das lavouras são classificadas como boas, um indicador robusto para o período, porém a evolução do desenvolvimento apresenta nuances importantes entre as microrregiões produtoras.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR
De maneira geral, o estabelecimento das plantas ocorreu dentro do esperado, com solo apresentando boa umidade e clima favorável nas principais áreas de produção. Ainda assim, a distribuição das chuvas definiu comportamentos distintos entre as regiões, influenciando estandes, sanidade e andamento dos tratos culturais.
No Alto Vale do Itajaí, onde 90% das lavouras estão em boas condições, o desenvolvimento vegetativo é satisfatório, com umidade adequada e apenas focos pontuais de percevejos e cigarrinha. Situação semelhante aparece em Campos de Lages, Planalto Norte e Concórdia, todas com 100% das lavouras avaliadas como boas, apresentando germinação regular, plantas sadias e baixa pressão de pragas. Em Concórdia, inclusive, as primeiras áreas já entraram em floração.
Outras regiões apresentam ritmos distintos. Em Joaçaba, por exemplo, parte das áreas atrasou o plantio devido ao excesso de chuva, e os técnicos registraram ocorrências de percevejo, lagarta e tripes. Já no Litoral Norte, apesar de 100% de condição boa, o excesso de precipitação provocou falhas de germinação, especialmente em lavouras entre os estádios V3 e V8.
No Oeste, regiões importantes para o milho catarinense também mostram realidades variadas. Chapecó/Xanxerê registra 90% das

Foto: Gessí Ceccon
lavouras em boas condições, com plantas em V6 e crescimento favorecido por radiação solar. Em São Miguel do Oeste, o plantio já está finalizado, com início de floração e controle de cigarrinha e ervas daninhas em andamento; 94% das lavouras são classificadas como boas.
O extremo Sul do estado, por sua vez, vem sendo impactado por chuvas intensas. Ainda que 98% das áreas apresentem condição boa, os agrônomos alertam para os efeitos acumulados da umidade elevada nas fases seguintes do desenvolvimento. Em Curitibanos, a semana chuvosa também impôs ajustes no cronograma de tratos culturais, embora as lavouras sejam avaliadas como boas a ótimas.
No cenário estadual, a cigarrinha-do-milho continua sob vigilância, embora com baixa incidência até o momento. A manutenção de condições de sanidade dependerá do monitoramento contínuo e da disciplina no manejo fitossanitário, especialmente em áreas com histórico de enfezamento e maior pressão de insetos.
A Epagri/Cepa reforça que, apesar dos pontos de atenção, o potencial produtivo da safra é positivo. Os próximos dias, marcados pelo comportamento das chuvas e pela manutenção de temperaturas adequadas, serão decisivos para consolidar esse cenário. Se as condições atuais persistirem, Santa Catarina tende a iniciar a colheita com nível elevado de desempenho agronômico e produtivo.
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Custos de produção recuam no frango e avançam no suíno em outubro
Levantamento da Embrapa mostra alta no custo do suíno vivo em Santa Catarina e queda no frango de corte no Paraná, com impacto direto da variação da ração.

Os custos de produção de suínos e de frangos de corte tiveram comportamentos diferentes em outubro conforme levantamento da Embrapa Suínos e Aves por meio da Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS).
Em Santa Catarina, o custo de produção do quilo do suíno vivo foi de R$ 6,35 em outubro, alta de 1,09% em relação ao mês anterior, com o ICPSuíno chegando aos 363,01 pontos. No acumulado de 2025, o índice também registra aumento (2,23%).

Em 12 meses, a variação é de 2,03%. A ração, responsável por 70,72% do custo total de produção na modalidade de ciclo completo, subiu 1,28% no mês.
No Paraná, o custo de produção do quilo do frango de corte baixou 1,71% em outubro frente a setembro, passando para R$ 4,55 e com o ICPFrango atingindo 352,48 pontos.
No acumulado de 2025, a variação é negativa, de -4,90%. No comparativo de 12 meses o índice também registra queda: -2,74%. A ração, que representou 63,10% do custo total em outubro, baixou 3,01% no mês.
Santa Catarina e Paraná são estados de referência nos cálculos dos Índices de Custo de Produção (ICPs) da CIAS, devido à sua relevância como maiores produtores nacionais de suínos e frangos de corte, respectivamente.
A CIAS também disponibiliza estimativas de custos para os estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, fornecendo subsídios importantes para a gestão técnica e econômica dos sistemas produtivos de suínos e aves de corte.

App Custo Fácil
Aplicativo gratuito da Embrapa que gera relatórios personalizados das granjas e diferencia despesas com mão de obra familiar. Disponível para Android na Play Store.
Planilha de Custos
Ferramenta gratuita para gestão de granjas integradas de suínos e frangos de corte, disponível no site da CIAS
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Dilvo Grolli recebe Menção Honrosa da ABCA por sua contribuição à agronomia brasileira
Reconhecimento destaca seu papel no avanço científico, na inovação cooperativista e na consolidação do Show Rural como vitrine tecnológica do agro.

A Academia Brasileira de Ciência Agronômica (ABCA) prestou, dias atrás, homenagem especial ao presidente da Coopavel, Dilvo Grolli. Ele recebeu o título de Menção Honrosa pela relevante contribuição ao fortalecimento da Engenharia Agronômica no Paraná e no Brasil. O reconhecimento é concedido a personalidades que, além de estimular avanços científicos e tecnológicos no agro, destacam-se como empreendedores que impulsionam o crescimento de suas regiões e do País.

Fotos: Divulgação/Coopavel
Dilvo Grolli tem trajetória reconhecida no cooperativismo paranaense e nacional. Sua visão de futuro e capacidade de liderança contribuíram para transformar a Coopavel em uma das cooperativas mais respeitadas do País, referência em gestão, inovação e apoio ao produtor rural. Ele também é um dos idealizadores do Show Rural Coopavel, criado ao lado do agrônomo Rogério Rizzardi, evento que se tornou um dos maiores centros difusores de tecnologia agrícola do mundo e que impacta diretamente a evolução do agronegócio paranaense e de estados vizinhos.
Exemplo
O presidente da ABCA, professor-doutor Evaldo Vilela, destacou a grandeza dessa contribuição ao afirmar que Dilvo Grolli é um exemplo de liderança que transforma. “Sua dedicação ao cooperativismo, ao conhecimento agronômico e à inovação, traduzida na criação do Show Rural, tem impacto direto no desenvolvimento sustentável do agro brasileiro”.
Ao agradecer a honraria, Dilvo ressaltou o papel indispensável da Engenharia Agronômica para o Brasil. “A agronomia é uma das bases que sustentam o agronegócio moderno. Sem esse conhecimento técnico e científico, o campo não teria alcançado o nível de produtividade e competitividade que hoje coloca o Brasil entre os maiores produtores de alimentos do mundo”, afirmou. Também destacou a importância dos agrônomos ao sucesso das cooperativas: “Profissionais da agronomia têm participação decisiva no crescimento de instituições como a Coopavel, que chega aos seus 55 anos dedicada ao desenvolvimento da agropecuária brasileira”.
A solenidade também enalteceu outros líderes locais, entre eles o empresário Assis Gurgacz, igualmente homenageado por sua atuação e pelo apoio contínuo ao desenvolvimento do setor produtivo, e a agronomia por meio da FAG. O professor Evaldo destacou que figuras como Dilvo Grolli e Assis Gurgacz ajudam a consolidar um ambiente favorável à inovação, à sustentabilidade e ao aprimoramento técnico da agropecuária brasileira, bem como da agronomia.



