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Crédito é disponibilizado para implantação de granjas de baixa emissão de carbono

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O Projeto Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono, c,oordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) com apoio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) vem avaliando alternativas economicamente viáveis para o tratamento de dejetos na suinocultura, tecnologia esta preconizada pelo Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC). 
Para isso, o projeto está realizando levantamentos no Brasil e no exterior de modelos de tratamento, seguidos da avaliação econômica de cada um deles. Os modelos viáveis serão difundidos pelo Projeto por meio de workshops nas principais regiões produtoras do Brasil e cartilhas online, com a colaboração da ABCS.
Para os suinocultores interessados em implantar o tratamento de dejetos em suas granjas, existem linhas de crédito disponíveis no Plano Agrícola e Pecuário, mas ainda há muitas dúvidas. Pensando nisso, o Projeto Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono levantou algumas perguntas, que foram respondidas pelo Banco do Brasil, um dos principais agentes de desenvolvimento econômico e social do país. 
Nestes questionamentos são elencados os produtos e serviços para a realização de negócios que valorizam as iniciativas sustentáveis e que atendem o agricultor familiar, o médio produtor e as agroindustriais, financiando as despesas decorrentes da condução ou implementação de empreendimentos rurais.
1) Quais as linhas de crédito disponíveis ao produtor rural que financiam o tratamento de dejetos na suinocultura? 
O Banco do Brasil possui diversas linhas para todas as finalidades do crédito rural e para todos os públicos da cadeia produtiva do agronegócio. Entre as principais linhas de crédito que tem suas destinações para o tratamento de dejetos na suinocultura estão o Pronaf Mais Alimentos, o Pronaf Eco, o Programa ABC e o Inovagro.

2) Quais as finalidades dessas linhas de crédito?

Pronaf Mais Alimentos – Investimentos destinados a financiar atividades agropecuárias e não agropecuárias para implantação, ampliação ou modernização da estrutura de produção, beneficiamento, industrialização e de serviços, no estabelecimento rural ou em áreas comunitárias rurais próximas, de acordo com projetos específicos.
Pronaf Eco – Investimento para implantação, utilização e/ou recuperação de tecnologias de energia renovável, tecnologias ambientais, armazenamento hídrico, pequenos aproveitamentos hidroenergéticos, silvicultura e correção de solo.
Programa ABC – Reduzir as emissões de gases de efeito estufa oriundas das atividades agropecuárias, aumentar a produção agropecuária em bases sustentáveis, adequar as propriedades rurais à legislação ambiental.
Inovagro – Investimentos necessários à incorporação de inovação tecnológica nas propriedades rurais, visando o aumento da produtividade, a adoção de boas práticas agropecuárias e de gestão da propriedade rural, e a inserção competitiva dos produtores rurais nos diferentes mercados consumidores.

3) Qualquer produtor rural pode acessá-las?

Pronaf Mais Alimentos e Pronaf Eco – Apenas agricultores familiares enquadrados no Pronaf. 
Programa ABC e Inovagro – Qualquer produtor rural.

4) O financiamento está disponível apenas para pessoas físicas? As empresas (CNPJ) podem acessar o crédito?

Pronaf Mais Alimentos e Pronaf Eco – Disponível apenas para pessoas físicas.
Programa ABC e Inovagro – Disponível para produtores rurais, pessoas físicas ou jurídicas e suas cooperativas.

5) Qual o limite de crédito por produtor?

Pronaf Mais Alimentos – Até R$300.000,00 por beneficiário, por ano agrícola, para atividades de suinocultura.
Pronaf Eco – Até R$ 150.000,00, por beneficiário, por ano agrícola.
Programa ABC – Até R$ 2 milhões, por beneficiário, por ano agrícola, independentemente de outros créditos concedidos ao amparo de recursos controlados do crédito rural.
Inovagro – Empreendimento individual, até R$ 1 milhão. Para empreendimentos coletivos, até R$ 3 milhões, respeitado o limite individual por participante.

6) O período de carência é de quanto tempo?

Pronaf Mais Alimentos – Até 3 anos.
Pronaf Eco – Até 3 anos, podendo ser elevada para 5 anos a depender da necessidade do projeto.
Programa ABC – Até 5 anos de carência.
Inovagro – Até 3 anos de carência.

7) Qual o prazo para pagamento do financiamento?

Para todas as linhas (Pronaf Mais Alimentos, Pronaf Eco, Programa ABC e Inovagro) o prazo é de até 10 anos.
8) Quais as taxas de juros?
Pronaf Mais Alimentos e Pronaf Eco – 2,5 a 5,5% ao ano (a depender do valor a ser financiado).
Programa ABC – 7,5% ao ano para os beneficiários do Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio produtor Rural) e 8% ao ano para os demais produtores.
Inovagro – Juros de 7,5% ao ano.

9) O empréstimo financia 100% do valor do projeto?

Para todas as linhas (Pronaf Mais Alimentos, Pronaf Eco, Programa ABC e Inovagro) o financiamento pode ser de até 100% do valor do orçamento ou projeto, observado o teto por beneficiário.

10) Quais são os itens financiáveis relativos à suinocultura e ao tratamento de dejetos? É possível financiar composteira, biodigestor e gerador de energia elétrica a biogás?

O Pronaf Mais Alimentos financia a implantação, ampliação ou modernização da estrutura da atividade relacionada à suinocultura e ao tratamento de dejetos, vislumbrando os itens acima.
O Pronaf Eco financia tecnologias ambientais, como estação de tratamentos de água, de dejetos e efluentes, compostagem e reciclagem.
O Programa ABC financia a implantação, manutenção e melhoramento de sistemas de tratamento de dejetos e resíduos, vislumbrando os itens acima.
O Inovagro financia o gerador de energia elétrica, além da automação, adequação e construção de instalações para a suinocultura.

11) Podem ser financiados itens de custeio e de investimento?

Para as linhas Pronaf Mais Alimentos, Pronaf Eco e Inovagro podem ser financiado apenas itens de investimento. Já no Programa ABC é possível financiar até 30% do valor do projeto como custeio associado.

12) É possível obter crédito para otimização do uso da água? Ex: bomba de lavagem de alta pressão, sistema de coleta de água da chuva etc.

Sim, especificamente nas linhas Pronaf Mais Alimentos, Pronaf Eco e Inovagro.

13) Podem ser financiados serviços de assistência técnica para implementação do projeto?

Para todas as linhas (Pronaf Mais Alimentos, Pronaf Eco, Programa ABC e Inovagro) a assistência técnica pode ser financiada até a maturação do projeto. Especificamente para o Inovagro, está limitada a 4% do valor total do financiamento, e para o Pronaf Mais Alimentos é limitada a até 2% do valor total do financiamento.

14) Qual é o passo a passo que o produtor precisa seguir para conseguir o financiamento?

As exigências e necessidades de documentação e comprovações são diferenciadas conforme a linha de crédito, sua finalidade, porte do produtor, itens a serem financiados, entre outras. Existem, porém, alguns pré-requisitos básicos, tais como: cadastro atualizado e limite de crédito aprovado, não possuir restrição impeditiva, entre outras. É fundamental que os produtores procurem as agências do BB para terem acesso à relação de todos os documentos necessários de forma customizada para o financiamento pleiteado.

15) Quais são os documentos exigidos para concessão do financiamento?

Alguns documentos são obrigatórios para todas as operações, tais como: documentos pessoais e da propriedade/produção, carta de anuência (se arrendado), contrato de parceria ou comodato, certidões de INSS, projeto técnico ou proposta simplificada, DAP (para o Pronaf). No entanto, outros documentos poderão ser exigidos de acordo com a linha de crédito, sua finalidade, porte do produtor, itens a serem financiados, entre outros.

16) Que garantias o produtor tem que comprovar?

As garantias são específicas em função do volume a ser financiado, capacidade de pagamento calculada e outras variáveis. Podem ser utilizadas garantias reais e pessoais/fidejussórias, penhor de safra, hipoteca, entre outras. 

17) A garantia deve ser equivalente ao crédito tomado ou o produtor tem que dar uma garantia maior? 

Usualmente as garantias são equivalentes aos financiamentos pleiteados. 

18) Aceita garantia de segundo grau? Por exemplo, um produtor financiou recursos em uma linha de crédito e apresentou suas garantias. Essas mesmas garantias podem ser oferecidas para um novo empréstimo em outra linha?

Sim. As análises são individualizadas avaliando o conjunto de operações do cliente. 

19) Com toda a documentação exigida em mãos, qual o tempo gasto entre a entrega do projeto de financiamento no banco e a liberação do crédito?

O BB tem o compromisso e o entendimento que as necessidades de crédito do segmento devem ser atendidas na maior brevidade e tempestividade possíveis, respeitando a legislação e suas exigências.

20) Quais os principais pontos que o produtor deve atentar para que a liberação do crédito ocorra no menor tempo possível?

Procurar a agência do Banco do Brasil mais próxima e informar-se sobre as exigências de documentos e as formalizações necessárias para obter os financiamentos.

21) É necessário adquirir algum seguro para ter acesso ao financiamento?

Não, mas o seguro rural está previsto no Manual de Crédito Rural (MCR) do Banco Central do Brasil como uma das possíveis garantias a serem prestadas pelos mutuários das operações de crédito rural.

22) Como se dá a liberação dos recursos? De uma única vez ou por etapas?

De uma só vez ou em parcelas, de acordo com o cronograma/projeto do financiamento.

23) Como se dá a prestação de contas das despesas realizadas com recursos do financiamento?

São distintas em função da linha de crédito e itens a serem financiados. Essa prestação de contas pode ser realizada, por exemplo, por meio de apresentação de nota fiscal pelo produtor dos bens financiados.

24) Quem o produtor deve procurar para acessar o crédito?

Qualquer uma das 5.544 agências do Banco do Brasil ou acessando o site www.bb.com.br.

Fonte: ABCS

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Importância do diagnóstico para controle de diarreia em leitões de maternidade

Ajuda a determinar a etiologia da diarreia, que pode variar desde infecções bacterianas, virais ou parasitárias, até problemas metabólicos ou nutricionais.

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Fotos: Divulgação/Agroceres Multimix

Artigo escrito por Lucas Avelino Rezende, consultor de Serviços Técnicos de suínos na Agroceres Multimix

Uma das causas mais frequentes de morte de leitões na maternidade, sem dúvidas, é a diarreia neonatal, que pode ser causada por diversos fatores, incluindo infecções bacterianas, virais ou parasitárias, bem como problemas nutricionais ou ambientais.

Por ser multifatorial, a simples presença de patógenos entéricos nem sempre é suficiente para produzir doença clínica. Diante disso, é importante saber que é necessário haver uma interação hospedeiro-ambiente-patógeno. Diferenças em práticas específicas de manejo e ambiente, bem como características do animal e do rebanho, podem influenciar muito o risco de ocorrência da doença.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Alguns fatores podem contribuir para o aumento na ocorrência da diarreia pré-desmame, como: leitões de baixo peso ao nascer, baixa temperatura ambiental levando ao estresse pelo frio, higiene ruim da gaiola de parição, ingestão de leite e colostro insuficientes e o número insuficiente de tetos para a prole.

As principais causas infecciosas de diarreia em leitões na maternidade no Brasil são as Clostridioses, Colibacilose, Rotaviroses e Coccidiose. Em alguns casos, a coinfecção de dois ou mais agentes podem estar presentes e agravar o caso de diarreia.

A sobrevivência de leitões é influenciada por vários fatores, incluindo ordem de nascimento, peso ao nascer, ingestão de colostro e níveis séricos de imunoglobulina G (IgG). Esses fatores interagem de maneiras complexas para determinar a suscetibilidade do leitão a doenças e a saúde geral.

Um importante ponto para entender a dinâmica do surgimento de diarreias na maternidade é a avaliação da ingestão de colostro pelos leitões, uma vez que é essencial para a imunidade passiva dos leitões recém-nascidos, já que não há transferência de imunoglobulinas e outros componentes da imunidade materna para os leitões via transplacentária.

De modo geral, granjas com baixo peso ao nascimento ou uma grande variabilidade do tamanho dos leitões nascidos são aquelas mais desafiadas com diarreias na maternidade, porque leitões com menor peso ao nascer podem ter dificuldade em consumir colostro suficiente, resultando em níveis mais baixos de IgG e maior suscetibilidade a infecções.

O diagnóstico clínico da causa da diarreia em leitões pode ser subjetivo e propenso a erros. Fatores como estresse, condições ambientais e outros problemas de saúde subjacentes podem ser muito semelhantes aos sintomas da diarreia. Para isso, devemos desenvolver critérios de diagnóstico mais objetivos para diarreia em leitões, como: monitorar os leitões desde o nascimento, permitindo a detecção precoce da doença, incorporar testes laboratoriais (por exemplo, consistência fecal, pH e níveis de eletrólitos), realizar necropsias e exames complementares a detecção viral ou bacteriana, como histopatologia e imuno-histoquímica.

Diagnóstico

Um diagnóstico preciso ajuda a determinar a etiologia da diarreia, que pode variar desde infecções bacterianas, virais ou parasitárias, até problemas metabólicos ou nutricionais. Um dos pilares para isso é a coleta adequada de amostras. Ela permite a identificação dos agentes etiológicos, avaliação da resposta imune e a monitorização da eficácia das terapias.

A escolha do tipo de amostra dependerá do agente etiológico suspeito e dos objetivos do exame. As amostras mais comuns incluem:

  • Fezes: A coleta de fezes é o método mais simples e acessível. É importante coletar amostras frescas e representativas de diferentes animais do lote. Para suspeitas virais é importante coletar sempre de animais na fase aguda da doença, quando a eliminação viral é maior. Para casos de suspeita parasitária é importante associar o diagnostico com histopatologia, uma vez que a eliminação do Cystoisospora é intermitente.
  • Sangue: A análise do sangue permite avaliar a resposta imune, a presença de anticorpos e detectar alterações bioquímicas.
  • Conteúdo intestinal: A coleta do conteúdo intestinal é indicada para a identificação de patógenos que colonizam o intestino delgado ou grosso.
  • Tecidos: A coleta de tecidos para histopatologia é parte fundamental e complementar as análises de cultivo bacteriano e detecção viral nas fazes ou conteúdo intestinal.

A coleta de amostras deve ser realizada de forma cuidadosa para evitar a contaminação e garantir a qualidade do material. Os recipientes utilizados para a coleta das amostras devem estar limpos e esterilizados para evitar a contaminação por outros microrganismos. De modo geral, é importante que as amostras sejam bem refrigeradas e nunca congeladas, uma vez que o processo de congelamento pode inviabilizar o cultivo bacteriano.

Após a coleta das amostras, diversos métodos podem ser utilizados para o diagnóstico, dentre eles cultura que possibilita a identificação e o isolamento de bactérias, PCR que detecta a presença de DNA ou RNA de vírus, bactérias com alta especificidade, sorologia para pesquisa de anticorpos contra os agentes infecciosos, indicando uma infecção prévia ou atual e a histopatologia que permite a avaliação de lesões histológicas e a identificação de agentes infecciosos em tecidos.

A histopatologia desempenha um papel crucial no diagnóstico preciso de doenças intestinais em leitões. Através da análise microscópica de tecidos, é possível identificar lesões características de diversas doenças, auxiliando na diferenciação entre condições infecciosas, inflamatórias, neoplásicas e degenerativas.

A escolha do método de coleta de amostra e do exame laboratorial dependerá do agente etiológico suspeito, da fase da doença e dos recursos disponíveis. A correta coleta e o transporte das amostras são essenciais para garantir a qualidade dos resultados.

A interpretação correta dos resultados dos exames laboratoriais é crucial para o diagnóstico preciso e o tratamento adequado da diarreia em leitões. Ela envolve a análise dos dados obtidos, a correlação com os sinais clínicos e a consideração de outros fatores, como a idade dos animais, as condições de manejo e a história epidemiológica do plantel.

Em resumo, o diagnóstico é uma ferramenta essencial no combate à diarreia em leitões de maternidade, uma vez que permite ações direcionadas e eficazes para controlar e prevenir a doença, garantindo a saúde e o bem-estar dos animais.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: marketing.nutricao@agroceres.com.

O acesso é gratuito e a edição Suínos pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!

Fonte: O Presente Rural com Lucas Avelino Rezende
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Especialista evidencia importância de os profissionais da cadeia suinícola entenderem o que é sustentabilidade

Esses profissionais são fundamentais para a gestão do custo da indústria, pois a ração representa cerca de 70% do custo de produção.

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Fotos: Shutterstock

Na suinocultura, a sustentabilidade se tornou um dos principais desafios enfrentados pelos profissionais do setor. O médico-veterinário José Francisco Miranda, especialista em Qualidade de Alimentos, destaca que a compreensão desse conceito é fundamental para que zootecnistas e veterinários contribuam efetivamente para a produção sustentável de suínos. “É preciso entender que a sustentabilidade não é custo, mas investimento”, afirma.

Ele ressalta que, ao longo dos últimos 15 anos, a discussão sobre práticas sustentáveis ​​esteve frequentemente atrelada a um aumento nos custos, envolvendo ações como o plantio de árvores e a adequação da dieta dos animais. “Essas práticas eram vistas como um custo, o profissional precisa desmistificar essa visão. Na verdade, boas práticas de produção estão intimamente ligadas a resultados positivos”, explica.

Para Miranda, a eficiência na conversão alimentar é um exemplo claro de como sustentabilidade e produtividade caminham juntas. “Não existe produção com alta conversão alimentar que não seja sustentável. Os números de emissões são baixos quando a eficiência é alta”, ressalta.

Um ponto destacado pelo especialista é o papel dos zootecnistas e nutricionistas na cadeia produtiva. “Esses profissionais são fundamentais para a gestão do custo da indústria, pois a ração representa cerca de 70% do custo de produção. E cada vez mais eles terão um papel significativo na implantação da sustentabilidade dentro das empresas”, afirma.

O entendimento das análises de sustentabilidade e das tecnologias disponíveis é essencial. Miranda menciona, como exemplo, o uso de aditivos nutricionais, como a protease, que permite reduzir a quantidade de soja na ração. “Com isso, é possível diminuir a pegada de carbono em até 12%. No entanto, menos de 40% dos produtores no mundo utilizam essa tecnologia, o que revela uma falta de informação e confiança na eficácia desses produtos”, expõe.

Comunicação e conscientização

Para que as informações sobre sustentabilidade sejam disseminadas na suinocultura é fundamental que os profissionais comuniquem os benefícios dessas práticas não apenas entre si, mas também para a alta direção das empresas. “Os profissionais precisam trazer essa informação para a gestão, conscientes de que a sustentabilidade deve ser uma estratégia de crescimento, não apenas uma preocupação financeira”, destaca Miranda.

O especialista também ressalta a importância de uma colaboração entre academia, indústria e governo para facilitar a adoção de novas tecnologias. “Cada parte da cadeia produtiva deve contribuir para acelerar esse processo. É um esforço coletivo que envolve desde a produção até a comercialização”, enfatiza.

Compromisso do setor

Miranda acredita que o setor está comprometido com a adoção de práticas sustentáveis, embora reconheça a necessidade de discussão sobre o que é realmente necessário para essa transição. “As empresas entendem que a sustentabilidade traz benefícios não apenas para o planeta, mas também para sua própria lucratividade, mas é preciso acelerar a implementação destas práticas sustentáveis”, frisa,

Para se destacar neste cenário, Miranda enfatiza que os profissionais devem se aprofundar nas análises de sustentabilidade e na análise do ciclo de vida dos produtos. “Um bom profissional deve entender desde a produção do grão até o produto final que chega ao consumidor. Se ele se restringir a uma única área, pode perder de vista os benefícios que sua atuação pode trazer para toda a cadeia”, salienta.

A visão do especialista reforça que a sustentabilidade na suinocultura não é uma tendência passageira, mas uma necessidade imediata. “A adoção de práticas sustentáveis, aliada ao conhecimento técnico e científico, é fundamental para garantir um futuro mais responsável e eficiente para a indústria suinícola”, afirma.

O acesso é gratuito e a edição Suínos pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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Suinocultura teve ano de recuperação, mas cenário é de cautela

Conjuntura foi apresentada ao longo de reunião da Comissão Técnica de Suinocultura da Faep. Encontro também abordou segurança do trabalho em granjas de suínos.

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Foto: Divulgação/Sistema Faep

Depois de dois anos difíceis, a suinocultura paranaense iniciou um período de recuperação em 2024. As perspectivas para o fim deste ano são positivas, mas os primeiros meses de 2025 vão exigir cautela dos produtores rurais, que devem ficar de olho em alguns pontos críticos. O cenário foi apresentado em reunião da Comissão Técnica (CT) de Suinocultura do Sistema Faep, realizada na última terça-feira (19). Os apontamentos foram feitos em palestra proferida por Rafael Ribeiro de Lima Filho, assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A mesma conjuntura consta do levantamento de custos de produção do Sistema Faep, que será publicado nos próximos dias.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

O setor começou a se recuperar já em janeiro deste ano, com a retomada dos preços. Até novembro, o preço do suíno vivo no Paraná acumulou aumento de 54,4%, com a valorização se acentuando a partir de março. No atacado, o preço da carcaça especial também seguiu esse movimento. A recomposição ajudou o produtor a se refazer de um período em que a atividade trabalhou no vermelho.

Por outro lado, a valorização da carne suína também serve de alerta. Com o aumento de preços, os produtos da suinocultura perdem competitividade, principalmente em relação à carne de frango, que teve alta bem menor ao longo ano: o preço subiu 7,7%, entre janeiro e novembro. Com isso, a tendência é que o frango possa ganhar a preferência do consumidor, em razão dos preços mais vantajosos.

“Temos que nos atentar com a competitividade da carne suína em relação a outras proteínas. Com seus preços subindo bem menos, o frango se tornou mais competitividade. Isso é um ponto de atenção para a suinocultura, neste cenário”, assinalou Lima Filho.

Exportações

Foto: Claudio Neves

Com 381,6 mil matrizes, o Paraná mantém 18% do rebanho brasileiro de suínos. A produção nacional está em estabilidade nos últimos três anos, mas houve uma mudança no portifólio de exportações paranaenses. Com a recomposição de seus rebanhos, a China reduziu as importações de suínos. O país asiático – que chegou a ser o destino de 40% das vendas externas paranaenses em 2019 – vai fechar 2024 com a aquisição de 17% das exportações de suínos do Paraná.

Em contrapartida, os embarques para as Filipinas aumentaram e já respondem por 18% das vendas externas de carne suína do Estado. Entre os destinos crescentes, também aparece o Chile, como destino de 9% das exportações de produtos da suinocultura paranaense. Nesse cenário, o Paraná deve fechar o ano com um aumento de 9% no volume exportado em relação a 2023, atingindo 978 mil toneladas. Os preços, em compensação, estão 2,3% menores. “Apesar disso, as margens de preço começaram a melhorar no segundo semestre”, observou Lima Filho.

Perspectivas

Diante deste cenário, as perspectivas são positivas para este final de ano. O assessor técnico da CNA destaca fatores positivos, como o recebimento do 13º salário pelos trabalhadores, o período de férias e as festas de final de ano. Segundo Lima Filho, tudo isso provoca o aquecimento da economia e tende a aumentar o consumo de carne suína. “A demanda interna aquecida e as exportações em bons volumes devem manter os preços do suíno vivo e da carne sustentados no final deste ano, mantendo um momento positivo para o produtor”, observou o palestrante.

Para 2025, se espera um tímido crescimento de 1,2% no rebanho de suínos, com produção aumentando em 1,6%. As exportações devem crescer 3%, segundo as projeções. Apesar disso, por questões sazonais, os produtores podem esperar uma redução de consumo nos dois primeiros meses de 2025. “É um período em que as pessoas tendem a ter mais contas para pagar, como alguns impostos. Além disso, a maior concorrência da carne de frango pode impactar a demanda doméstica”, disse Lima Filho.

Além disso, o aumento nos preços registrados neste ano pode estimular o alojamento de suínos em 2025. Com isso, pode haver uma futura pressão nos preços nas granjas e nas indústrias. Ou seja, o produtor deve ficar de olho no possível aumento dos custos de produção, puxado principalmente pelo preço do milho, da mão de obra e da energia elétrica. “O cenário continua positivo para a exportação, mas o cenário para o ano que vem é de cautela. O produtor deve se planejar e traçar suas estratégias para essa conjuntura”, apontou o assessor da CNA.

Segurança do trabalho

Além disso, a reunião da CT de Suinocultura da FAEP também contou com uma palestra sobre segurança do trabalho em granjas de suínos. O engenheiro e segurança do trabalho e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sandro Andrioli Bittencourt, abordou as Normas Regulamentadoras (NRs) que visam prevenir acidentes de trabalho e garantir a segurança e o bem-estar dos trabalhadores.

Entre as normativas detalhadas na apresentação estão a NR-31 (que estabelece as regras de segurança do trabalho no setor agropecuário), a NR-33 (que diz respeito aos espaços confinados, como silos, túneis e moegas) e a NR-35 (que versa sobre trabalho em altura). Em seu catálogo de cursos, o Sistema Faep dispõe de capacitações para cada uma dessas regulamentações.

Fonte: Assessoria Sistema Faep
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