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Copérdia avança no Brasil enquanto sonha com agroindústria própria

Conheça os planos dessa cooperativa que hoje conta com 22 mil associados distribuídos em cinco estados do Brasil.

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Presidente da Copérdia, Vanduir Martini: "Nosso foco maior é continuar onde a gente está. Elaborar projeto de investimento para dar sustentação à consolidação desse ambiente." - Fotos: Sandro Mesquita/O Presente Rural

O programa Voz do Cooperativismo foi até Concórdia para ouvir o presidente da Copérdia, Vanduir Martini, e seus planos de expansão territorial da cooperativa e um sonho de ter sua própria planta agroindustrial para agregar valor à sua produção. Conheça os planos dessa cooperativa que hoje conta com 22 mil associados distribuídos em cinco estados do Brasil. Confira os principais trechos da entrevista.

O Presente Rural – Fale sobre sua trajetória e história no cooperativismo e na Copérdia?

Vanduir Martini – Eu tive a oportunidade de ingressar na cooperativa de uma forma um pouco diferente da que normalmente a gente vê, operando no campo como auxiliar de carregamento de suínos. Depois tive algumas oportunidades importantes, gerenciei as unidades da cooperativa, fui gerente da área de insumos agropecuários. Voltei pra sala de aula para fazer faculdade, graduação, pós-graduação, MBA e aí o mundo e as pessoas foram conspirando, ajudando a gente no dia a dia, a equipe, o produtor. Recebi uma oportunidade como vice-presidente e agora estar como presidente, no nosso segundo ano do segundo mandato.

Mas a história da cooperativa é muito maior, de 56 anos. Tal como a maioria das cooperativas do nosso estado, ela nasceu de uma necessidade de um grupo de produtores que tinham uma atividade de produção, especialmente feijão. Aí há a sabedoria de algumas pessoas em criar uma cooperativa. E essa cooperativa, então, tratou de criar outras atividades durante a sua vida. E então começou com um propósito para receber feijão do produtor e para o mercado comercializar. E a partir daí surgiram oportunidades de expandir suas atividades, seus negócios. Hoje temos mais de dez atividades na cooperativa.

Uma história bastante recente foi a incorporação da Cooperativa de Joaçaba, uma cooperativa também bem estruturada, bem posicionada no mercado, mas que teve, de certa forma, um pouco de dificuldade. E a gente acabou juntando as forças e adquirimos com o desafio de tocar a cooperativa.

Nisso tivemos então uma inclusão de 9 mil produtores cooperados. Hoje somos em 22 mil produtores cooperados e isso, de certa forma, tratou de colocar um pouco mais de envergadura na cooperativa. Nós atuamos em uma área de pequenas propriedades, atividades das mais diversas possíveis, como frango, suínos, leite.

O Presente Rural – Em quais regiões a Copérdia está presentes?

Vanduir Canton – A gente nasceu aqui em Concórdia. Depois fomos abrindo unidades nos municípios, no entorno da região, como Seara, Itá, Faial, Xavantina, Piratuba, Piritiba, essas regiões costeando a margem do rio Uruguai. Depois tivemos a visão para que as pessoas pudessem operar também em outros estados. Hoje a gente tem a operação no estado do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul.

A gente produz leitão, por exemplo, no estado do Paraná, e leva até o Mato Grosso do Sul para o processo de terminação e entrega para a Aurora Coop no frigorífico de São Gabriel do Oeste. Temos vários produtores que estão fazendo construções, preparando uma estrutura para as pessoas aumentarem ainda esse volume. E hoje temos uma unidade mais operacional no Estado, Goiás, que serve de um trabalho que a gente faz lá também na aquisição de suínos. Nós estamos hoje em mais de 200 municípios.

O Presente Rural – Pode nos fazer uma panorama sobre as atividades da Copérdia?

Vanduir Martini – As nossas lojas que fornecem insumos e equipamentos para o produtor é a nossa maior operação. Depois vem a atividade de cultura suína. Hoje entregamos na Aurora Coop 6.420 suínos por dia. Nós somos hoje o maior fornecedor de suínos do sistema Aurora. Aliás, a Copélia é a principal detentora de capital dentro da Aurora, como a principal cooperativa em participação de capital. Na entrega de leite a gente passou a ser a segunda maior. Na avicultura somos um pouco mais iniciantes, vamos assim dizer. Como a Copérdia está localizada numa região onde a logística dos frigoríficos é um pouco distante, então nos foi oportunizado ter um pouco mais de suínos. Temos supermercado, combustível, uma leva bastante grande de atividades para atender o produtor.

Já a atividade agrícola é a principal operação que as pessoas têm, então temos uma equipe bastante grande de engenheiros agrônomos, assistentes e técnicos de campo. Temos um volume que consideramos razoável da produção.

O Presente Rural – O que representa o cooperativismo para o senhor?

Vanduir Martini – Quando a gente olha para o cooperativismo e o exemplo do cooperativismo, podemos empregar o Sul, em Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul também agora vem muito bem nessa questão. As cooperativas do sul do Brasil estão subindo, estão migrando para o Mato Grosso do Sul, acredito que contribuem, porque a gente costuma dizer, talvez alguém que não vive no meio cooperativista possa dizer quando a cooperativa se instala numa região aonde não tem uma cooperativa, que uma cooperativa vai lá para tomar espaço de alguém, é muito pelo contrário. Eu acho que existe uma oportunidade de a gente extrair mais do ambiente que a gente está. Vejo o cooperativismo dessa forma.

Eu tenho a preocupação com o produtor de leite que tem cinco hectares, que planta milho, outros cinco que planta soja, que tem um aviário, tem uma terminação de mil suínos. A gente tem uma estrutura para ajudar esse produtor a extrair o máximo potencial daquele ambiente.

E as cooperativas têm o insight de aproveitar as oportunidades de tecnificação, há um custo adequado, buscando no sistema de cooperativa de crédito. Daí de novo a cooperativa para fomentar o dinheiro para construir essa solução para as propriedades. Quando olho para isso, eu encho o peito para falar, eu fico muito feliz.

Sei que nós não somos perfeitos, que precisamos melhorar muito, que a nossa gestão ainda precisa ser afinada.

O Presente Rural – Quais são os principais projetos da Copérdia para os próximos anos?

Vanduir Martini – A gente definiu três pilares que a gente iria perseguir e buscar na cooperativa. Um deles é a aproximação da cooperativa com o cooperado, com a comunidade. Temos que ter mais velocidade, não é pressa, é velocidade naquilo que o produtor precisa. A gente tem que entregar. E a outra é a consolidação. Porque entendemos que o ambiente em que a Copérdia está instalada já está suficientemente bem distribuído.

A gente entende que, pela nossa deficiência talvez de operação, nós ainda participamos um pouco daqueles mercados. Mas têm mais oportunidade em outros estados, de abrir mais unidades em estados que a gente está? Claro que tem. A gente precisa, nos ambientes que a gente está, levar investimento para aquela região, para a gente poder participar mais nesse mercado e contribuir com o desenvolvimento daquela região. Nosso foco maior é continuar onde a gente está. Elaborar projeto de investimento para dar sustentação à consolidação desse ambiente.

Em áreas como suínos e frango estamos alinhados com a estratégia da Aurora. Mas não vamos procurar mercado nesses ambientes. Então as nossas operações têm a oportunidade de crescer mais na atividade de grãos, captar mais grãos, porque nós precisamos de mais grãos.

Gravação do Programa Voz do Cooperativismo, em Concórdia, SC

O Presente Rural – Quais os riscos e oportunidades que o senhor encontra para o futuro do agronegócio e para o futuro da Copérdia?

Vanduir Martini – Um dos desafios que a Copélia tem, ela precisa pensar como melhorar isso, é que nós não somos uma cooperativa industrializada. Nossa indústria é a Aurora, pega, produz e entrega para a Aurora. Então, de certa forma, nós somos sócios, somos donos de uma indústria. Agora, acho que um desafio importante é a Copélia pensar nisso, precisamos encontrar dentro de nossa estrutura de trabalho uma oportunidade de industrializar alguma coisa, entrar no ramo industrial para agregar valor e criar outro ambiente de negócio para uma cooperativa.

Eu acredito que esse é um dos desafios mais importantes que a Copélia precisa superar. Mas certamente já tem alguma coisa em mente. Sempre tem, né? Só que aí têm os momentos. A gente veio, vamos dizer assim, de bons anos, o agronegócio de maneira geral. Com muita responsabilidade, esses projetos estão salvos para um momento. Isso é natural.

Aí vem a questão da logística, que eu acho que é um ponto bastante problemático para o país. Desde a armazenagem, por exemplo.

Nós, que estamos na produção animal, por exemplo, não tenho dúvidas de que temos que procurar melhorar os processos de produção, extrair mais daquele mesmo ambiente, porque vai ter demanda. Nós temos uma operação na mão que vai continuar crescendo e tendo demanda, momentos melhores, momentos não tão bons, mas ao longo do tempo a gente vê que o país cresce nisso.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de cooperativismo acesse a versão digital de Especial Cooperativismo, clique aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

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