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Copagril considera venda da Indústria de Óleos para fortalecer a cooperativa
Dois grupos já demonstraram interesse na compra desta planta industrial
Durante a Assembleia Geral Extraordinária realizada na tarde de quinta-feira (22), a diretoria da Copagril apresentou a proposta para a venda de sua indústria de óleos. A decisão, que visa fortalecer a cooperativa e garantir sua sustentabilidade futura, foi amplamente debatida entre os conselheiros de administração, fiscal e consultivo e os associados presentes.
No início da assembleia, Eloi Podkova, diretor presidente explicou que a Copagril está constantemente buscando formas de inovar e se adaptar as demandas do mercado. “Temos a obrigação de trazer para nossos cooperados aquilo que realmente faz sentido para a companhia. Estamos em um momento de reflexão e de planejamento estratégico, onde precisamos tomar decisões que garantam a virada necessária para assegurar o futuro da Copagril”, afirmou o diretor presidente.
Novos rumos
A contratação do CEO Daniel Engels Rodrigues, um especialista com vasta experiência no mercado, foi uma das primeiras iniciativas nessa nova fase da cooperativa. Segundo Eloi, Daniel foi trazido para somar novas ideias e sugestões, além de explorar mercados ainda não atingidos pela Copagril. “Precisamos de criatividade e coragem para tomar ações agora, que gerarão resultados no futuro. E isso começa com a colaboração e o diálogo com todos os envolvidos na cooperativa”, destacou.
O presidente também lembrou que, no ano passado, a Copagril apresentou a proposta de utilizar parte das cotas da Frimesa para melhorar a inserção de suínos decisões estratégicas que vão além do crescimento linear. “Precisamos de um novo caminho que nos ofereça boas condições, tanto para a cooperativa quanto para nossos cooperados”.
Podkova enfatizou que, para garantir um futuro próspero, a Copagril apresentou a proposta de utilizar parte das cotas da Frimesa para melhorar a inserção de suínos no mercado, mas a situação econômica não permitiu avanços significativos. Apesar disso, a ideia não foi abandonada e pode ser retomada a qualquer momento.
A venda da indústria de óleos é uma das alternativas em discussão, mas, como destacou Eloi, a decisão será tomada de forma equilibrada e tranquila, sempre com o objetivo de fortalecer a Copagril e assegurar um futuro sólido para todos os seus associados.
Compreendendo os desafios e planejando o futuro
O CEO Daniel Rodrigues manifestou-se em seguida. Ele explicou que o patrimônio
líquido da Copagril foi impactado pela necessidade de utilizar reservas para melhorar os resultados apresentados nos últimos anos. Além disso, Daniel detalhou o desempenho de diferentes setores da cooperativa nos últimos quatro anos.
A fim de auxiliar na reestruturação, a Copagril contratou a consultoria do Rabobank, uma instituição financeira especializada em agronegócio. “Eles estão nos ajudando a entender nossa situação atual e a traçar um plano para o futuro”, explicou Daniel. A consultoria está avaliando todos os negócios da cooperativa com base em critérios como a necessidade de capital de giro, alinhamento com os interesses dos associados e a necessidade de altos investimentos.
Daniel concluiu enfatizando que, diante dos desafios enfrentados, a Copagril precisa tomar decisões estratégicas para garantir a viabilidade e sustentabilidade de seus negócios. “Precisamos garantir que estamos tomando as decisões certas para a cooperativa e para os nossos associados”, finalizou.
Transparência e replanejamento
José Roberto Ricken, presidente da Ocepar, participou da assembleia da Copagril, onde ressaltou a importância da transparência e do replanejamento estratégico para o sucesso contínuo da cooperativa.
Ricken iniciou sua fala expressando gratidão a Eloi Darci Podkova, diretor presidente da Copagril, por sua contribuição na diretoria da Ocepar. “Quero saudar o Eloi e agradecer pela sua participação na diretoria da Ocepar. Ele desempenha um papel crucial na manutenção da transparência e na visão que temos da Copagril. Essa experiência também permite que ele acompanhe o desenvolvimento de outras cooperativas, o que será valioso para os demais diretores, que estão assumindo papéis importantes”.
Ao refletir sobre a trajetória da Copagril, que completou 54 anos, Ricken destacou: “A Copagril é uma cooperativa de grande porte. Ninguém chega aos 54 anos sem que seja necessário e sem o interesse dos cooperados. Consideramos a Copagril uma cooperativa importante que, neste momento, precisa reavaliar alguns projetos para garantir que continue atendendo às necessidades dos seus cooperados. Temos mantido total transparência com a Copagril, acompanhando-a de perto desde 1991”.
Ele reconheceu que, apesar dos desafios enfrentados, a Copagril sempre manteve uma trajetória positiva. “Nos últimos anos, como o Daniel mencionou com clareza, tivemos um crescimento significativo, mas também enfrentamos desafios, especialmente em garantir recursos suficientes para manter as atividades. Isso não é exclusivo da Copagril, mas afeta mais aqueles que têm maior dependência de financiamento sistêmico. É essencial enfrentar essas questões antes que se tornem insustentáveis”.
Ricken também apoiou a decisão de trazer o Rabobank para uma avaliação externa e a escolha de um profissional de mercado para coordenar as operações da Copagril.
“A indicação do Rabobank foi positiva; eles têm um histórico comprovado com outras cooperativas. Também apoiamos a decisão de trazer um profissional experiente para liderar a Copagril. Após um processo de seleção criterioso, Daniel foi escolhido, e foi uma decisão acertada. Agora é o momento de replanejar e reorientar os negócios para garantir sua viabilidade”.
Ele concluiu enfatizando a necessidade de monitoramento contínuo e ajustes internos. “Essa é uma oportunidade para reavaliar e ajustar a equipe, mas essas mudanças devem ser feitas gradualmente para evitar desestabilizações. É crucial estudar a fundo o processo de gestão, manter as atividades essenciais para os cooperados e continuar com total transparência. Sem uma cooperativa, onde estaríamos todos nós? No geral, acredito que os passos tomados estão bem direcionados e oferecem uma oportunidade para renegociar com alguns credores”.
Apoio dos conselhos
Vilmar Fülber, conselheiro de administração, foi um dos que reforçou a decisão pela venda: “Discutimos e chegamos a um consenso no conselho, de que a venda é o melhor caminho. Na época em que a indústria foi comprada, ela foi uma boa oportunidade. Agora, com a mudança no consumo de farelo após a gestão avícola ser transferida para outra cooperativa, a necessidade da indústria diminuiu. A venda agora, por um valor consideravelmente superior ao que foi investido, parece ser a decisão correta”.
Pedro Becker, membro do conselho fiscal, enfatizou a importância de tomar decisões antes que a situação se torne irreversível. “Às vezes, o produtor precisa se desfazer da propriedade para evitar prejuízos maiores. Se hoje estamos vendendo o parque industrial, é para diminuir a nossa dívida e garantir uma rentabilidade melhor para a cooperativa”.
Transparência
O diretor presidente, Eloi Podkova, ressaltou que a transparência sempre foi e sempre será um dos pilares da atual diretoria. “Estamos aqui para ouvir, para debater, e para encontrar o melhor caminho juntos. Como foi mencionado, o compromisso é claro: todo o montante arrecado com essa venda será utilizado para abater a dívida, e não para outros fins. Sabemos da importância desse passo e estamos confiantes de que, com o apoio de todos, conseguiremos transformar esse desafio em uma grande oportunidade para nossa cooperativa”.
Após as manifestações a proposta de venda da indústria de óleos foi colocada em votação sendo aprovada pela grande maioria dos associados presentes.
Segundo o diretor presidente, hoje existem dois grupos interessados na compra da planta da indústria de óleos. Mas todo o movimento de venda começa a ser feito agora, podendo acontecer já daqui alguns dias.
Após a assembleia, a Copagril emitiu um comunicado oficial. Confira!
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Sete anos de promessas: A Rota do Milho e a falta de avanços
“O diálogo entre as lideranças políticas precisa ser retomado imediatamente, mas com uma diferença: dessa vez, é preciso seriedade e ação concreta.”
Setembro de 2024 marca um triste aniversário: sete anos desde o encontro em Encarnación, no Paraguai, onde representantes políticos e setoriais de Brasil, Argentina e Paraguai se reuniram para abordar a implantação da Rota do Milho.
A proposta, tão simples quanto necessária, era estabelecer uma rota de transporte que reduziria drasticamente os custos logísticos para trazer milho do Paraguai até Santa Catarina, passando por Major Otaño, entrando na região de Misiones, na cidade de Eldorado, e chegando no Estado por Dionísio Cerqueira.
Naquele momento, acreditávamos que estávamos diante de uma solução definitiva para um problema que afeta diretamente a competitividade de nossa produção agropecuária. No entanto, passados sete anos, a Rota do Milho permanece como um projeto esquecido, engavetado pela inércia política.
Em 2016, Santa Catarina enfrentava um déficit de 3,5 milhões de toneladas de milho. Hoje, essa necessidade cresceu para 6 milhões de toneladas, tornando a situação ainda mais insustentável. A dependência do cereal, fundamental para a produção de proteína animal — especialmente suínos, aves e gado leiteiro — tornou-se um dos principais gargalos para o setor produtivo.
Apesar das inúmeras promessas e da presença de autoridades influentes naquela reunião, entre governadores, deputados e prefeitos, a verdade é que nada foi feito. Seguimos pagando caro para trabalhar, sacrificando a rentabilidade dos nossos produtores e a competitividade das nossas indústrias.
Chegou o momento de cobrar de forma incisiva. É inadmissível que as lideranças políticas, que juraram defender os interesses do setor agropecuário, tenham permitido que esse projeto caísse no esquecimento.
Onde estão os políticos que estavam em Encarnación em 2016? O que foi feito desde então? São perguntas que merecem respostas claras e objetivas. O agronegócio catarinense, que é a base da economia de tantas regiões, não pode continuar refém de uma política desinteressada, que só se mobiliza em tempos de interesse, mas não entrega resultados práticos para quem trabalha no campo.
Mas a janela de oportunidade foi aberta novamente. Hoje, tanto o Paraguai quanto a Argentina são governados por líderes de direita, que entendem a importância do agronegócio. O Paraguai, em especial, tem ampliado sua produção de milho e possui um governo comprometido com o crescimento do setor. E o que estamos esperando?
O diálogo entre as lideranças políticas precisa ser retomado imediatamente, mas com uma diferença: dessa vez, é preciso seriedade e ação concreta. Chega de discursos vazios e promessas que se perdem no tempo. Temos de ver resultados práticos. Não podemos mais aceitar que a Rota do Milho siga apenas no sonho, enquanto produtores e indústrias pagam um preço altíssimo pela falta de milho mais acessível.
A abertura dessa rota não só reduziria os custos logísticos — que chegam a ser cinco vezes menores em comparação com o cereal vindo do centro do Brasil —, como também impulsionaria o desenvolvimento das regiões por onde o milho passaria. Todos os envolvidos sairiam ganhando: os produtores, as indústrias e as economias locais e nacionais.
Como representante do setor suinícola, vejo que o tempo das promessas vazias tem que acabar. Precisamos de ação, e precisamos agora. Chega de pagar caro pela ineficiência política. Se não houver uma mobilização séria, o agronegócio catarinense, que já atravessou três anos de crise severa, continuará sofrendo e perdendo competitividade.
Portanto, aos políticos que prometeram e não cumpriram, a mensagem dos nossos produtores é clara: a paciência acabou. Precisamos que vocês cumpram seu papel e coloquem em prática o que foi discutido em 2016.
Caso contrário, estarão condenando não apenas o setor agropecuário, mas também a própria credibilidade perante aqueles que vocês deveriam e dizem representar.
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Eduardo Berbigier assume comitês na Sociedade Rural Brasileira
A posse, conduzida pelo presidente da SRB, Sérgio Bortolozzo, reforça o compromisso de Berbigier com a defesa dos interesses do agronegócio.
O advogado tributarista Eduardo Berbigier, com vasta experiência no setor tributário e do agronegócio, foi empossado nos comitês Jurídico e Tributário da Sociedade Rural Brasileira (SRB).
A posse, conduzida pelo presidente da SRB, Sérgio Bortolozzo, reforça o compromisso de Berbigier com a defesa dos interesses do agronegócio. “É uma honra colaborar com o agronegócio nacional e contribuir para o desenvolvimento de políticas que beneficiem esse setor fundamental para a economia do país” afirmou Berbigier, cujo escritório O Berbigier Sociedade de Advogados, acumula 84 anos de atuação jurídica.
Notícias Safra 2024/2025
Conab aponta perspectiva com cenário positivo para milho e soja, além de novo aumento na área de arroz e feijão
Produção de grãos na temporada 2024/2025 tem potencial para atingir 326,9 milhões de toneladas, o que seria um novo recorde na série histórica.
Em meio aos desafios climáticos que se apresentam a cada nova safra, arroz e feijão devem apresentar novo crescimento no volume a ser colhido no ciclo 2024/2025. A alta é influenciada pela ligeira recuperação na área plantada dos dois principais produtos de consumo dos brasileiros, como mostra a 12ª edição das Perspectivas para a Agropecuária. A publicação, divulgada nesta terça-feira (17) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em parceria com o Banco do Brasil (BB), aponta ainda que a produção de grãos na temporada 2024/2025 tem potencial para atingir 326,9 milhões de toneladas, o que seria um novo recorde na série histórica.
De acordo com a análise da Conab, a projeção é de um incremento na área destinada ao arroz na temporada 2024/2025 mais intenso do que o identificado na safra 2023/2024. Os preços e a rentabilidade da cultura encontram-se em um dos melhores patamares históricos para o produtor. Com isso, a perspectiva é de uma alta expressiva de 11,1% na área destinada para o grão, e uma produção que deve ficar em torno de 12,1 milhões de toneladas, recuperando o volume obtido na safra 2017/2018. Para a safra de 2024/2025, a perspectiva de maior disponibilidade interna do grão, aliada à demanda aquecida do mercado internacional pelo arroz brasileiro, e a projeção de arrefecimento dos preços internos, abre espaço para um possível aumento das exportações do produto, que podem chegar a 2,0 milhões de toneladas.
Dupla do arroz no prato dos brasileiros, o feijão também tende a apresentar aumento na área no próximo ciclo. Projeta-se um incremento de 1,2% em relação a 2023/2024. Como a produtividade das lavouras tende a apresentar ligeira queda, a colheita da leguminosa deverá se manter dentro de uma estabilidade próxima a 3,28 milhões de toneladas, a maior desde 2016/2017. Com isso, a produção segue ajustada à demanda e deverá continuar proporcionando boa rentabilidade ao produtor.
Cenário positivo
A Conab também prevê um novo aumento para a área destinada à cultura do algodão, podendo chegar a dois milhões de hectares, elevação de 3,2% em relação à safra 2023/2024. Na região do Matopiba, que engloba Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, é onde se espera o maior crescimento em termos proporcionais. Os produtores têm investido na fibra, uma vez que o produto apresenta boa rentabilidade em relação a outros grãos, grande facilidade de comercialização antecipada e excelente competitividade em termos de preço e de qualidade da pluma brasileira no mercado internacional. Esses fatores influenciam na expectativa de produção da temporada 2024/2025, quando se espera uma colheita de 3,68 milhões de toneladas apenas da pluma.
Cenário positivo também é previsto para a produção de soja. Mesmo com a pressão baixista nos preços nacionais e os desafios de rentabilidade, a oleaginosa continua a ser uma cultura lucrativa e com alta liquidez. A crescente demanda global, impulsionada pelo aumento do esmagamento e pela expansão da produção de biocombustíveis, tanto no Brasil quanto internacionalmente, alimenta expectativas de crescimento nas exportações e no esmagamento interno. Esse panorama influencia na projeção de aumento da área plantada, podendo chegar a 47,4 milhões de hectares. A produtividade tende a apresentar recuperação, após problemas climáticos nos principais estados produtores brasileiros. A combinação de maior área e melhor desempenho nas lavouras resulta na projeção de uma colheita em torno de 166,28 milhões de toneladas, 12,82% superior à safra 2023/2024.
Já para o milho, o cenário é de manutenção da área a ser cultivada. Apesar disso, a produtividade deve apresentar recuperação, o que contribui para uma expectativa de alta na produção, estimada em 119,8 milhões de toneladas. Mesmo com o crescimento na safra do cereal, as exportações estão projetadas em 34 milhões de toneladas no ciclo 2024/2025, queda de 5,6%, se comparada com as vendas da safra 2023/2024. No mercado interno, a demanda pelo grão deverá se manter aquecida, uma vez que o bom desempenho do mercado exportador de proteína animal deverá sustentar o consumo por milho, especialmente para composição de ração animal. Além disso, é esperado um aumento da procura do grão para produção de etanol, sendo estimado um crescimento de 17,3% para a produção do combustível produzido a partir do milho.
Parceria com Banco do Brasil
Pela primeira vez, a Perspectivas para a Agropecuária é realizada em parceria com o Banco do Brasil. Trata-se da materialização do início de parceria inédita firmada entre a Companhia e o Banco do Brasil, por meio de Acordo de Cooperação Técnica, que abrangerá atividades de pesquisa, de desenvolvimento, de treinamento, de intercâmbio de tecnologias e de metodologias, de produção de informações agropecuárias e de ações promocionais conjuntas em feiras e eventos estratégicos para as instituições.
No trabalho, a instituição financeira abordou a importância do crédito rural como fomentador de uma agricultura que visa ao desenvolvimento dos negócios por meio de ações ambientais, sociais e de governança; de forma que haja adequação dos processos produtivos ao comportamento climático atual, diversificação da matriz energética, rastreabilidade, certificado de origem da produção, práticas conservacionistas, certificação, crédito para a recuperação ambiental, custeio anual ou que melhorem toda a gestão da atividade rural.
Outras informações sobre o panorama dos principais grãos cultivados no país estão disponíveis na publicação Perspectivas para a Agropecuária na Safra 2024/2025. O documento também traz a projeção de produção e de mercado para carnes bovinas, suínas e aves em 2025.