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Suínos Sistema de integração

Copacol popularizou a tilápia e inspirou a produção de peixes

A cooperativa foi uma das precursoras da produção profissionalizada de peixes no sistema de integração no país.

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Fotos: Divulgação/Copacol

A cooperativa Copacol, com sede em Cafelândia, no Oeste do Paraná, foi uma das precursoras da produção profissionalizada de peixes no sistema de integração no país. Em 2006, começou uma revolução que anos mais tarde transformaria a região na maior produtora de tilápias do país. Hoje, produz 19% de toda a tilápia do Paraná e 6% do Brasil. Motivo de orgulho para o presidente da Copacol, Valter Pitol, um dos maiores visionários líderes do agronegócio brasileiro.

“Há 13 anos o espaço nos supermercados para peixes era pequeno, escondido: o consumidor tinha que procurar o produto. Hoje não, ele está em um espaço privilegiado. Temos consciência de que é resultado do nosso trabalho iniciado lá atrás, que inspirou outras empresas e tem muito a crescer aqui e fora do país”, conta Pitol.

Tenha uma boa leitura.

O Presente Rural – Quando e porque a Copacol decidiu entrar para o ramo da piscicultura?

Presidente da cooperativa Copacol, Valter Pitol

Valter Pitol – Iniciamos na piscicultura para atender a uma demanda dos produtores que já trabalhavam na atividade. Muitos vendiam para pesque-pague, mas com o passar do tempo começaram a ter dificuldades na comercialização. Então, a Cooperativa iniciou análises em 2006 e lançamos o desafio: o que podemos fazer? Da mesma forma quando iniciamos com o frango, onde a Copacol foi a primeira em avicultura no modelo integrado do Oeste do Paraná, partimos para a tilapicultura. Sempre buscando oportunidades aos produtores rurais, com muita segurança, nossa história começou há 58 anos, com agricultura, depois ampliamos as atividades: bovinocultura de leite, suinocultura, avicultura e por último a piscicultura. Fomos seguindo a mesma linha, buscando conhecimento e estruturamos a atividade.

O Presente Rural – Qual a produção atual? Para onde é destinada essa produção?

Valter Pitol – Em 13 anos dobramos o abate, chegando a 180 mil tilápias/dia. Em Nova Aurora, onde possuímos um dos mais modernos frigoríficos de peixes, inaugurado em 2008, chegamos ao limite e agora estamos com uma nova unidade industrial em Toledo, com abate médio de 25 mil tilápias/dia – nossa meta é chegar a 80 mil, aumentando também as oportunidades a campo para produtores rurais.

Com as duas plantas industriais, vamos a 250 mil tilápias abatidas por dia. Atrás desses números temos muitos cooperados que podem ampliar a atividade, crescendo, participando do mercado, faturando mais e gerando emprego. Para essa expansão estamos nos preparando para a construção da nova Unidade de Produção de Alevinos, com investimento de R$ 40 milhões, e a ampliação da fábrica de rações à piscicultura, no valor de R$ 50 milhões.

Consolidada como um caso de sucesso na geração de emprego e renda, desenvolvimento de tecnologias e venda do produto, a Copacol é responsável por 19% da produção paranaense, 6% das tilápias produzidas no País. Por ano são 32 mil toneladas vendidas pela cooperativa.

O Presente Rural – Quais os produtos e subprodutos que são produzidos?

Valter Pitol – O filé da tilápia é o carro-chefe, que conquistou o paladar dos consumidores. Com o tempo, aprimoramos o leque de produtos que agradam diferentes públicos, principalmente para quem busca praticidade, sabor e saúde, já que o peixe é uma das proteínas mais recomendadas por nutricionistas, pela leveza e baixo teor de gordura. Oferecemos alimentos saudáveis, de fácil preparo, como filé empanado multigrãos e flakes, steak e lasanha.

Oferecemos uma grande variedade de peixes: são três linhas diferentes de produtos: tilápia, mar e rio, que contemplam camarão, salmão, merluza, sardinha, cação, tambaqui e pintado. Começamos de maneira pioneira expondo o produto e aos poucos popularizamos o peixe. Foi um trabalho muito árduo. Há 13 anos o espaço nos supermercados para peixes era pequeno, escondido: o consumidor tinha que procurar o produto. Hoje não, ele está em um espaço privilegiado. Temos consciência de que é resultado do nosso trabalho iniciado lá atrás, que inspirou outras empresas e tem muito a crescer aqui e fora do país.

O Presente Rural – São quantos produtores integrados?

Valter Pitol – Fazem parte da piscicultura da Copacol 241 produtores e esperamos ampliar ainda mais as oportunidades ao longo dos anos, conforme a atividade crescer no estado. A cooperativa abriu portas aos produtores e familiares que precisavam complementar a renda para continuar no campo. Muitos jovens estavam indo embora em busca de trabalho. Hoje acontece o contrário: os filhos estão estudando e ficando nas propriedades ao perceberem que podem aplicar o conhecimento aqui e ter uma renda segura, com qualidade de vida para todos. A piscicultura é uma grande responsável pelo processo inverso do êxodo rural em nossa região.

O Presente Rural – Como é o modelo de integração? Quais os deveres de produtores e da cooperativa?

Valter Pitol – Do banco genético até a comercialização, a Copacol oferece aos cooperados o sistema completo para a

Unidade de Produção de Alevinos em Nova Aurora

produção de tilápia. A UPA (Unidade Produtora de Alevinos) possui matrizes para as safras de tilápias. Por ano são mais de 59 milhões de alevinos para atender os 241 produtores. A espécie tem acompanhamento diário, com acompanhamento sanitário e biosseguridade e verificação da capacidade de ganho de peso para o melhor resultado do produto final. Além dos alevinos, a cooperativa fornece assistência técnica e a ração para todos os integrados, realizando no fim no ciclo a despesca e a industrialização nas duas unidades frigorificadas. Ao todo são 647 hectares de lâminas d’água, por meio dos nossos cooperados, que devem chegar a 1,1 mil hectares até 2023, com a inclusão de mais produtores.

O Presente Rural – O consumo de peixe está aumentando, mas ainda é baixo no Brasil. Como a Copacol analisa as possibilidades de mercado?

Valter Pitol – A produção de peixes de cultivo cresceu 5,9% no ano passado no Brasil, alcançando mais de 800 mil toneladas, conforme a Peixe BR (Associação Brasileira de Piscicultura). O Paraná ocupa o primeiro lugar em produção nacional de tilápia, com 166 mil toneladas/ano. A previsão 2021/2022 é um aumento de 25% da demanda interna da proteína.

A versatilidade, o sabor e a riqueza nutricional fizeram da tilápia o peixe preferido na hora das compras. O Brasil é o quarto maior produtor da espécie no mundo – muito perto do Egito (3º), que produziu 940 mil toneladas ano passado. Temos muito potencial para crescer: possuímos água, terra, o clima é favorável para diferentes espécies. O brasileiro consome em média 9,5 quilos de peixe por ano. No mundo, o consumo é de 20 quilos por habitante/ano. A tilápia tem grande espaço de crescimento. Com ampla variedade de cortes e praticidade no modo de preparo, ela vem conquistando espaço. As receitas são simples e versáteis – atraindo quem gosta de uma refeição saborosa e rápida. O peixe é extremamente saudável e saboroso: precisamos sempre mostrar como é fácil preparar o alimento no dia a dia, substituindo as outras proteínas tradicionais. O nosso portal diadepeixe.com.br é um exemplo de como conquistar os consumidores, dando dicas de preparo e receitas muito fáceis.

O Presente Rural – Ampla parte da produção da Copacol fica no mercado interno, mas a cooperativa também exporta. Fale sobre o assunto.

Valter Pitol – O mercado interno tem muito potencial de crescimento e estamos sempre buscando estratégias para

Linha de produção na Unidade Industrial de Peixes em Nova Aurora

atender nossos clientes da melhor maneira possível. Estamos em constante busca de satisfazer nossa clientela atual e também conquistarmos novos espaços. Além de vários estados brasileiros, iniciamos em setembro do ano passado as exportações para os Estados Unidos: 48 horas após o abate, o filé de tilápia resfriado chega às gôndolas dos supermercados. A logística aérea dá a agilidade necessária para atender o mercado externo. Há cinco anos a Copacol já exportava pele e escamas para a China. No caso dos filés, os embarques são realizados todas as semanas, com metas de crescimento.

O Presente Rural – Quais os desafios e ações que precisam ser feitas para melhorar a competitividade?

Valter Pitol – A estratégia fundamental é tornar o processo de produção menos oneroso para que o produto esteja mais acessível. Estamos em constante busca de tecnologias, desde o manejo até a comercialização, para que os preços tenham maior competitividade, mantendo sempre o padrão de qualidade e sabor – garantindo renda no campo, oferecendo qualidade de vida e segurança aos nossos cooperados. A cooperativa é um exemplo de equilíbrio econômico e social. Tem produção, tem trabalho e tem oportunidade. A cooperativa faz esse papel extraordinário de dar oportunidade para todos.

Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos

Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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Colunistas

Comunicação e Marketing como mola propulsora do consumo de carne suína no Brasil

Se até pouco tempo o consumo era freado por percepções equivocadas, hoje a comunicação correta, direcionada e baseada em evidências abre caminho para quebrar paradigmas.

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Foto: Claudio Pazetto

Artigo escrito por Felipe Ceolin, médico-veterinário, mestre em Ciências Veterinárias, com especialização em Qualidade de Alimentos, em Gestão Comercial e em Marketing, e atual diretor comercial da Agência Comunica Agro.

O mercado da carne suína vive no Brasil um momento transição. A proteína, antes limitada por barreiras culturais e mitos relacionados à saúde, vem conquistando espaço na mesa do consumidor.

Se até pouco tempo o consumo era freado por percepções equivocadas, hoje a comunicação correta, direcionada e baseada em evidências abre caminho para quebrar paradigmas. Estudos recentes revelam que o brasileiro passou a reconhecer características como sabor, valor nutricional e versatilidade da carne suína, demonstrando uma mudança clara no comportamento de compra e consumo. É nesse cenário que o marketing se transforma em importante aliado da cadeia produtiva.

Foto: Shutterstock

Reposicionar para crescer

Para aumentar a participação na mesa das famílias é preciso comunicar aquilo que o consumidor precisava ouvir:
— que é uma carne segura,
— rica em nutrientes,
— competitiva em preço,
— e extremamente versátil na culinária.

Campanhas educativas, conteúdos informativos e a presença mais forte nas mídias sociais têm ajudado a construir essa nova imagem. Quando o consumidor entende o produto, ele compra com mais confiança – e essa confiança só existe quando existe uma comunicação clara e alinhada as suas expectativas.

O marketing não apenas divulga, ele conecta. Ao simplificar informações técnicas, aproximar o produtor do consumidor e mostrar maneiras práticas de preparo, a comunicação se torna um instrumento de transformação cultural.

Apresentar novos cortes, propor receitas, explicar processos de qualidade, destacar certificações e reforçar a rastreabilidade são estratégias que aumentam a percepção de valor e, consequentemente, estimulam o consumo.

Digital: o novo campo do agro

As redes sociais se tornaram o “supermercado digital” do consumidor moderno. Ali ele busca receitas, tira dúvidas, avalia produtos e

Foto: Divulgação/Pexels

compartilha experiências.
Indústrias, cooperativas e associações que investem em presença digital tornam-se mais competitivas e ampliam sua capacidade de influenciar preferências.

Vídeos curtos, reels com receitas simples, influenciadores culinários e campanhas segmentadas têm desempenhado papel fundamental na aproximação com o consumidor urbano, historicamente mais distante da realidade da cadeia produtiva e do campo.

Promoções e estratégias de varejo

Além do ambiente digital, o ponto de venda continua sendo o território decisivo da conversão. Embalagens mais atrativas, materiais explicativos, promoções e ações conjuntas com o varejo aumentam a visibilidade e reduzem a insegurança de quem tomando decisão na frente da gondola.

Marketing como elo da cadeia produtiva

A cadeia de carne suína brasileira é altamente tecnificada, sustentável e reconhecida, mas essa excelência precisa ser comunicada. O marketing tem o papel de unir elos – do campo ao consumidor – e transformar conhecimento técnico em mensagens simples e que engajam.

Fonte: O Presente Rural com Felipe Ceolin
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