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Suínos Crescimento na piscicultura

Copacol mudou o hábito alimentar do brasileiro ao incluir peixe em sua dieta

O pioneirismo da Copacol em atuar na piscicultura de forma integrada permitiu que muitos produtores passassem a acreditar e a produzir o peixe.

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Fotos: Divulgação/Comunicação Copacol

Através de um estudo sobre a viabilidade e a importância da piscicultura no Oeste do Paraná, foi implementada há 16 anos uma das atividades mais promissoras da Cooperativa Agroindustrial Consolata (Copacol), que hoje se posiciona como a maior cooperativa produtora de tilápia do Brasil. São 17 mil toneladas por ano, mas as ambições para 2024 são ainda maiores: chagar a 21 mil toneladas.

Desde sua fundação, a Copacol tem registrado um crescimento consistente, fundamentado em pilares de inovação e sustentabilidade. Em entrevista exclusiva ao Jornal O Presente Rural, o presidente Valter Pitol revela as estratégias por trás dessa trajetória de sucesso, os desafios superados ao longo dos anos e as perspectivas para a tilapicultura paranaense e brasileira.

Pioneira no sistema integrado de piscicultura no Brasil, a atividade se tornou uma alternativa de renda e diversificação da propriedade rural para 286 cooperados da Copacol. “Prestes a completar 16 anos, a atividade se tornou o sustento de muitas famílias, além de uma opção para a diversificação na propriedade, com a agricultura, avicultura, suinocultura e a bovinocultura de leite” menciona Pitol.

Com o maior volume de abate de tilápia da América do Sul, a cooperativa processa 190 mil tilápias ao dia nas unidades industriais de Nova Aurora e Toledo. Em 2023, foram abatidos 55,3 milhões de peixes, totalizando 16,9 mil toneladas do produto.

Para atender a essa demanda, a Copacol conta com duas Unidades de Produção de Alevinos (UPA), uma instalada em Nova Aurora e outra em Quarto Centenário, que produziram juntas 56,2 milhões de alevinos no ano passado. “O pioneirismo da Copacol em atuar na piscicultura de forma integrada permitiu que muitos produtores passassem a acreditar e a produzir o peixe” conta Pitol.

O início de tudo

Com forte atuação em grãos e na avicultura, o presidente da Copacol menciona que a ideia de atuar também na piscicultura veio a partir de um trabalho de conclusão de uma pós-graduação ofertada pela cooperativa para colaboradores, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas. “Um dos grupos estudou a viabilidade e importância da atividade para diversas famílias da região. O trabalho foi apresentado em 2006 e dois anos depois, em junho de 2008, a Unidade Industrial de Peixes de Nova Aurora foi inaugurada” relembra Pitol, enfatizando que o investimento, na época, foi de R$ 15 milhões em uma área de 2,3 mil metros quadrados, gerando mais de 100 empregos. “A capacidade de abate era de 10 toneladas de tilápia por dia. Hoje, nesta estrutura são abatidas em média 150 mil tilápias/dia, com mais de 1,2 mil colaboradores”, diz orgulhoso da trajetória da cooperativa na atividade.

Inovações tecnológicas e sustentabilidade

No Oeste do Paraná, polo da produção de tilápias no Brasil, a Copacol iniciou em 2023 a operação da UPA de Quarto Centenário com um sistema inovador, inspirado em uma tecnologia israelense, no Oriente Médio, região em que a água doce é extremamente escassa. A estrutura foca no reaproveitamento máximo da água usada nos processos, por meio de um tratamento altamente eficiente com filtros, meios de sedimentação e clarificação, voltando aos tanques produtivos.

Presidente da Copacol, Valter Pitol: “O modelo de integração garante a eficiência e a qualidade de produção”

A obra com 22 mil metros quadrados preza pela biosseguridade aliada à economia de água e energia. Foram R$ 60 milhões destinados ao projeto. Os ciclos ocorrem dentro de estufas, com total controle produtivo, em uma área menor quando comparada aos projetos tradicionais. Além disso, as barreiras são mantidas com rigor de visitantes – e até mesmo dos colaboradores -, tanto na entrada, quanto na saída.

Com um consumo médio de água de apenas 83 metros cúbicos, equivalente a 10% do volume utilizado em sistemas tradicionais, a instalação se destaca como referência em eficiência hídrica. “A água é reutilizada após passar por filtros, meios de sedimentação e clarificação, voltando aos tanques produtivos” explica Pitol.

Com a operação de duas UPAs, a Copacol se tornou autossuficiente no fornecimento de alevinos aos produtores, com controle de 100% do banco genético e capacidade anual de 100 milhões de unidades produzidas.

Outro fator importante é a utilização de poços artesianos para abastecer os tanques elevados, o que reduz de forma significativa os riscos de contaminação. O sistema de aeração por ar difuso e aerotube proporciona baixo consumo de energia na aeração da água, benefício também oferecido pelo sistema Airlift, que recircula 100% da água dos tanques. Considerada uma das mais modernas do mundo, a estrutura é totalmente automatizada, permitindo o controle em tempo real de parâmetros como oxigenação e temperatura.

Suporte técnico e desenvolvimento dos cooperados

Engenheiro de Pesca e gerente de Integração Peixes Copacol, Nestor Braun: “Precisamos produzir tilápia que atendam a um conjunto de requisitos e que façam brilhar os olhos dos clientes”

Com uma equipe técnica qualificada, com engenheiros de pesca e extensionistas, a cooperativa oferece todo o suporte técnico necessário para os cooperados. O sistema de integração desenvolvido pela cooperativa em suas atividades garante que o cooperado receba o alevino, ração e a assistência necessária para a produção. Constantemente os cooperados participam de treinamentos e capacitações para se desenvolverem na atividade, como a Tecnotilápia, evento destinado aos piscicultores durante o Copacol Agro, maior evento da família cooperada; e o Conecta Peixe, projeto desenvolvido com os filhos e netos de cooperados para conhecerem melhor as atividades e novidades da piscicultura, além de visitas técnicas a espaços da cooperativa para conhecerem o processo produtivo completo.

Foco na tilápia e diversificação de produtos

No sistema de integração, em que o cooperado recebe o alevino, ração e toda assistência técnica, desde o recebimento do alevino, passando pela despesca até a comercialização, a tilápia é a única espécie cultivada pelos 286 cooperados integrados à Copacol. “O modelo de integração garante a eficiência e a qualidade de produção. No entanto, a cooperativa também oferece um catálogo diversificado de produtos de revenda sob a sua marca, com alimentos de procedência e certificações de qualidade. Entre as espécies disponíveis estão bacalhau, camarão, merluza, cação, sardinha e salmão. Esses produtos são oferecidos em diversas gramaturas e embalagens, que atendem tanto refeições quanto porções para até quatro pessoas, adaptando-se às demandas do mercado”, salienta Pitol.

Marca preferida dos consumidores

Em uma pesquisa realizada em parceria com a Nestlé, a Copacol foi eleita a marca preferida de pescados congelados pelos consumidores brasileiros. Com uma ampla variedade de produtos, a cooperativa possui três linhas diferentes em peixes: Tilápia, Mar e Rio.

Além disso, para incentivar o consumo de pescados, a Copacol tem o portal DiadePeixe.com.br que conta com dicas e receitas que simplificam a rotina na cozinha. Cozinhar se torna uma atividade mais divertida e prazerosa e não apenas uma obrigação. Lá o consumidor encontra receitas completas, combinações com bebidas e dicas de como fazer receitas, além de dicas, por exemplo, como eliminar o cheiro de peixe da cozinha e qual o tempero ideal.

Atualmente, a cooperativa exporta para sete países. Entre os produtos exportados estão o filé refrigerado, além de pele e escamas.

Oeste do Paraná: berço da tilapicultura no Brasil

Fatores como clima favorável, água em abundância, incentivos governamentais e o forte sistema cooperativista abriram caminho para o Paraná se tornar o berço da tilapicultura no Brasil. Antes da atuação das cooperativas, a produção de peixes em tanques era realizada sem planejamento adequado, muitas vezes se limitando a pesca-pagues, em que os produtores não tinham garantia de venda e enfrentavam problemas com excedentes. Conforme explica Pitol, essa atividade se tornou inviável sem um suporte completo, que envolve desde a produção até a comercialização.

Através de um estudo aprofundado, a Copacol estabeleceu metas de implementação de uma piscicultura de forma estruturada, organizada e sustentável na região Oeste paranaense. “Investimos em toda a cadeia produtiva, que envolve genética, desenvolvimento de rações, infraestrutura industrial, assistência técnica a campo e estratégias de comercialização. Esse investimento consolidou a Copacol como uma das maiores produtoras comerciais de tilápias do Brasil” ressalta.

A abundância de recursos hídricos é um dos grandes diferenciais da região, tendo muitas propriedades rurais margeadas por ​rios de água limpa, fundamentais para a produção de peixes de alta qualidade. “Esse foi um fator determinante, pois com água boa se produz peixe bom”, frisa Pitol, salientando que a cooperativa atua de forma intensiva na preservação dos rios antes mesmo da implantação da piscicultura. “Possuímos um trabalho intenso na preservação de nossos rios, um trabalho iniciado muito antes da implantação da piscicultura na nossa cooperativa, o que garantiu essa abundância de água nas propriedades, com matas ciliares e reservas legais adequadas”.

Pitol menciona que propriedades rurais que antes tinham áreas subutilizadas, como várzeas sem valor econômico significativo, foram transformadas em fontes de renda. “Com a escavação adequada e a criação de tanques, pequenos produtores rurais alcançaram uma nova atividade lucrativa. Essa atuação valorizou de maneira significativa as áreas rurais da região”, afirma.

No entanto, a mudança mais significativa ocorreu no campo, com os produtores alcançando uma nova fonte de renda e melhores condições de vida. “A cooperativa trouxe oportunidades para famílias que agora enxergam futuro na propriedade: os filhos estão cursando ou concluindo graduações em áreas como Agronomia e Medicina Veterinária, alinhando suas carreiras com o propósito de permanecer e prosperar no campo”, assegura Pitol.

Avanços na criação sustentável de tilápias

Com foco em práticas que unem eficiência e sustentabilidade ambiental, a Copacol tem alavancado sua produção de tilápias, consolidando sua posição no mercado. De acordo com o engenheiro de Pesca e gerente de Integração Peixes Copacol, Nestor Braun, a criação de peixes deve ser estruturada de acordo com os órgãos regularizadores do meio ambiente. “Os peixes são rigorosamente avaliados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária e precisam atender a todos os padrões de qualidade exigidos para o consumo”, evidencia, enaltecendo: “O sucesso do nosso negócio depende da escolha estratégica de locais onde o projeto será desenvolvido. A qualidade da infraestrutura é primordial e diversos fatores devem ser considerados e analisados antes de sua implantação, como relevo, acesso, disponibilidade hídrica e energia elétrica”.

Braun também destaca que fatores biológicos como a qualidade da água e do ambiente desempenham um papel primordial na obtenção de um arraçoamento ideal e, consequentemente, de um desempenho superior na produção de tilápias de alta qualidade. “Precisamos produzir tilápia que atendam a esse conjunto de requisitos e que façam brilhar os olhos dos clientes” reforça.

A tecnologia tem sido uma aliada fundamental na transformação do setor de aquicultura, impulsionando práticas mais sustentáveis ​​e eficientes. “A tecnologia, engloba conhecimento científico, e consciência social e ambiental, que convergem para melhorar o produto, de maneira que não cause impactos à natureza” afirma Braun, acrescentando: “A necessidade de preservação dos recursos naturais, aliada à otimização do uso do solo e da água na produção, tem resultado na implantação de sistemas mais sustentáveis de cultivo”.

Inovações como o uso de fontes de energia renováveis ​​e tecnologias avançadas de rastreabilidade do produto não só aumentam a confiança dos consumidores, mas também são positivas para um processo produtivo mais responsável e transparente. Braun destaca que essas mudanças não são apenas demandas do mercado consumidor, mas também uma evolução necessária na indústria alimentícia, que busca alternativas modernas e elevadas para atender às expectativas cada vez mais exigentes dos consumidores conscientes.

Crescimento e expansão no mercado de piscicultura

Em 2023, a Copacol produziu quase 17 mil toneladas de carne de peixe e para 2024 a meta é ainda mais ambiciosa: atingir a marca de 21 mil toneladas. Conforme o presidente da Copacol, o processo de produção é contínuo e ajustado de acordo com a demanda do mercado, acompanhando o crescimento do consumo. “Avançamos muito no setor: quando a Copacol iniciou a produção de tilápias, as gôndolas ofereciam pouco espaço para peixes congelados. Hoje, muito além da geração de renda para famílias produtoras e colaboradores, a cooperativa se orgulha em saber que também contribuiu de maneira significativa para uma mudança no hábito alimentar dos brasileiros, com uma proteína saudável. Esse pioneirismo abriu portas para o setor como um todo, conquistando paladares com uma enorme variedade de produtos” enfatiza Pitol.

A produção da Copacol não se limita ao mercado interno. Atualmente, uma parte expressiva é destinada à exportação, atendendo a mercados internacionais como dos Estados Unidos, China, Japão, Curaçao nas Antilhas Neerlandesas, Aruba, Taiwan e Coreia do Sul.

Desafios atuais e futuros

Apesar do crescimento, a Copacol enfrenta desafios como restrições e custos de capital, governança e regulamentação, desenvolvimento de novas tecnologias, volatilidade do mercado, mudanças climáticas, além de práticas de manejo não guiadas e não monitoradas.

Com um olhar para o futuro, a Copacol aposta no progresso tecnológico contínuo para manter seu crescimento e consolidar sua posição de liderança no mercado de piscicultura e avicultura no Brasil e no exterior. “Como a Copacol tem uma grande proporção de pequenas propriedades familiares, promover a inovação que leva a um maior crescimento da produção é essencial para garantir um manejo produtivo e sustentável. A longo prazo, o crescimento da produtividade na aquicultura como um todo requer progresso tecnológico contínuo” enfatiza Pitol.

Atuação da Copacol

Com atividades de agricultura e integração, a Copacol atua em municípios do Oeste e do Sudoeste do Paraná, com indústrias para processamento de aves e peixes, matrizeiros, incubatórios, laboratórios, indústria de processamento de soja, unidades para produção de alevinos e suínos, graneleiros, fábricas de rações, centros de distribuição e estações de tratamentos de resíduos. Com mais de seis décadas de atuação, a cooperativa possui Unidades de Vendas em Bebedouro (São Paulo), Cafelândia (Paraná), Campo Grande (Mato Grosso do Sul), Brasília (Distrito Federal), Curitiba (Paraná), São Paulo (São Paulo), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro) e Dubai (Emirados Árabes Unidos).

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Fonte: O Presente Rural

Suínos

Importância do diagnóstico para controle de diarreia em leitões de maternidade

Ajuda a determinar a etiologia da diarreia, que pode variar desde infecções bacterianas, virais ou parasitárias, até problemas metabólicos ou nutricionais.

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Fotos: Divulgação/Agroceres Multimix

Artigo escrito por Lucas Avelino Rezende, consultor de Serviços Técnicos de suínos na Agroceres Multimix

Uma das causas mais frequentes de morte de leitões na maternidade, sem dúvidas, é a diarreia neonatal, que pode ser causada por diversos fatores, incluindo infecções bacterianas, virais ou parasitárias, bem como problemas nutricionais ou ambientais.

Por ser multifatorial, a simples presença de patógenos entéricos nem sempre é suficiente para produzir doença clínica. Diante disso, é importante saber que é necessário haver uma interação hospedeiro-ambiente-patógeno. Diferenças em práticas específicas de manejo e ambiente, bem como características do animal e do rebanho, podem influenciar muito o risco de ocorrência da doença.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Alguns fatores podem contribuir para o aumento na ocorrência da diarreia pré-desmame, como: leitões de baixo peso ao nascer, baixa temperatura ambiental levando ao estresse pelo frio, higiene ruim da gaiola de parição, ingestão de leite e colostro insuficientes e o número insuficiente de tetos para a prole.

As principais causas infecciosas de diarreia em leitões na maternidade no Brasil são as Clostridioses, Colibacilose, Rotaviroses e Coccidiose. Em alguns casos, a coinfecção de dois ou mais agentes podem estar presentes e agravar o caso de diarreia.

A sobrevivência de leitões é influenciada por vários fatores, incluindo ordem de nascimento, peso ao nascer, ingestão de colostro e níveis séricos de imunoglobulina G (IgG). Esses fatores interagem de maneiras complexas para determinar a suscetibilidade do leitão a doenças e a saúde geral.

Um importante ponto para entender a dinâmica do surgimento de diarreias na maternidade é a avaliação da ingestão de colostro pelos leitões, uma vez que é essencial para a imunidade passiva dos leitões recém-nascidos, já que não há transferência de imunoglobulinas e outros componentes da imunidade materna para os leitões via transplacentária.

De modo geral, granjas com baixo peso ao nascimento ou uma grande variabilidade do tamanho dos leitões nascidos são aquelas mais desafiadas com diarreias na maternidade, porque leitões com menor peso ao nascer podem ter dificuldade em consumir colostro suficiente, resultando em níveis mais baixos de IgG e maior suscetibilidade a infecções.

O diagnóstico clínico da causa da diarreia em leitões pode ser subjetivo e propenso a erros. Fatores como estresse, condições ambientais e outros problemas de saúde subjacentes podem ser muito semelhantes aos sintomas da diarreia. Para isso, devemos desenvolver critérios de diagnóstico mais objetivos para diarreia em leitões, como: monitorar os leitões desde o nascimento, permitindo a detecção precoce da doença, incorporar testes laboratoriais (por exemplo, consistência fecal, pH e níveis de eletrólitos), realizar necropsias e exames complementares a detecção viral ou bacteriana, como histopatologia e imuno-histoquímica.

Diagnóstico

Um diagnóstico preciso ajuda a determinar a etiologia da diarreia, que pode variar desde infecções bacterianas, virais ou parasitárias, até problemas metabólicos ou nutricionais. Um dos pilares para isso é a coleta adequada de amostras. Ela permite a identificação dos agentes etiológicos, avaliação da resposta imune e a monitorização da eficácia das terapias.

A escolha do tipo de amostra dependerá do agente etiológico suspeito e dos objetivos do exame. As amostras mais comuns incluem:

  • Fezes: A coleta de fezes é o método mais simples e acessível. É importante coletar amostras frescas e representativas de diferentes animais do lote. Para suspeitas virais é importante coletar sempre de animais na fase aguda da doença, quando a eliminação viral é maior. Para casos de suspeita parasitária é importante associar o diagnostico com histopatologia, uma vez que a eliminação do Cystoisospora é intermitente.
  • Sangue: A análise do sangue permite avaliar a resposta imune, a presença de anticorpos e detectar alterações bioquímicas.
  • Conteúdo intestinal: A coleta do conteúdo intestinal é indicada para a identificação de patógenos que colonizam o intestino delgado ou grosso.
  • Tecidos: A coleta de tecidos para histopatologia é parte fundamental e complementar as análises de cultivo bacteriano e detecção viral nas fazes ou conteúdo intestinal.

A coleta de amostras deve ser realizada de forma cuidadosa para evitar a contaminação e garantir a qualidade do material. Os recipientes utilizados para a coleta das amostras devem estar limpos e esterilizados para evitar a contaminação por outros microrganismos. De modo geral, é importante que as amostras sejam bem refrigeradas e nunca congeladas, uma vez que o processo de congelamento pode inviabilizar o cultivo bacteriano.

Após a coleta das amostras, diversos métodos podem ser utilizados para o diagnóstico, dentre eles cultura que possibilita a identificação e o isolamento de bactérias, PCR que detecta a presença de DNA ou RNA de vírus, bactérias com alta especificidade, sorologia para pesquisa de anticorpos contra os agentes infecciosos, indicando uma infecção prévia ou atual e a histopatologia que permite a avaliação de lesões histológicas e a identificação de agentes infecciosos em tecidos.

A histopatologia desempenha um papel crucial no diagnóstico preciso de doenças intestinais em leitões. Através da análise microscópica de tecidos, é possível identificar lesões características de diversas doenças, auxiliando na diferenciação entre condições infecciosas, inflamatórias, neoplásicas e degenerativas.

A escolha do método de coleta de amostra e do exame laboratorial dependerá do agente etiológico suspeito, da fase da doença e dos recursos disponíveis. A correta coleta e o transporte das amostras são essenciais para garantir a qualidade dos resultados.

A interpretação correta dos resultados dos exames laboratoriais é crucial para o diagnóstico preciso e o tratamento adequado da diarreia em leitões. Ela envolve a análise dos dados obtidos, a correlação com os sinais clínicos e a consideração de outros fatores, como a idade dos animais, as condições de manejo e a história epidemiológica do plantel.

Em resumo, o diagnóstico é uma ferramenta essencial no combate à diarreia em leitões de maternidade, uma vez que permite ações direcionadas e eficazes para controlar e prevenir a doença, garantindo a saúde e o bem-estar dos animais.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: marketing.nutricao@agroceres.com.

O acesso é gratuito e a edição Suínos pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!

Fonte: O Presente Rural com Lucas Avelino Rezende
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Suínos

Especialista evidencia importância de os profissionais da cadeia suinícola entenderem o que é sustentabilidade

Esses profissionais são fundamentais para a gestão do custo da indústria, pois a ração representa cerca de 70% do custo de produção.

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Foto: Shutterstock

Na suinocultura, a sustentabilidade se tornou um dos principais desafios enfrentados pelos profissionais do setor. O médico-veterinário José Francisco Miranda, especialista em Qualidade de Alimentos, destaca que a compreensão desse conceito é fundamental para que zootecnistas e veterinários contribuam efetivamente para a produção sustentável de suínos. “É preciso entender que a sustentabilidade não é custo, mas investimento”, afirma.

Ele ressalta que, ao longo dos últimos 15 anos, a discussão sobre práticas sustentáveis ​​esteve frequentemente atrelada a um aumento nos custos, envolvendo ações como o plantio de árvores e a adequação da dieta dos animais. “Essas práticas eram vistas como um custo, o profissional precisa desmistificar essa visão. Na verdade, boas práticas de produção estão intimamente ligadas a resultados positivos”, explica.

Para Miranda, a eficiência na conversão alimentar é um exemplo claro de como sustentabilidade e produtividade caminham juntas. “Não existe produção com alta conversão alimentar que não seja sustentável. Os números de emissões são baixos quando a eficiência é alta”, ressalta.

Um ponto destacado pelo especialista é o papel dos zootecnistas e nutricionistas na cadeia produtiva. “Esses profissionais são fundamentais para a gestão do custo da indústria, pois a ração representa cerca de 70% do custo de produção. E cada vez mais eles terão um papel significativo na implantação da sustentabilidade dentro das empresas”, afirma.

O entendimento das análises de sustentabilidade e das tecnologias disponíveis é essencial. Miranda menciona, como exemplo, o uso de aditivos nutricionais, como a protease, que permite reduzir a quantidade de soja na ração. “Com isso, é possível diminuir a pegada de carbono em até 12%. No entanto, menos de 40% dos produtores no mundo utilizam essa tecnologia, o que revela uma falta de informação e confiança na eficácia desses produtos”, expõe.

Comunicação e conscientização

Para que as informações sobre sustentabilidade sejam disseminadas na suinocultura é fundamental que os profissionais comuniquem os benefícios dessas práticas não apenas entre si, mas também para a alta direção das empresas. “Os profissionais precisam trazer essa informação para a gestão, conscientes de que a sustentabilidade deve ser uma estratégia de crescimento, não apenas uma preocupação financeira”, destaca Miranda.

O especialista também ressalta a importância de uma colaboração entre academia, indústria e governo para facilitar a adoção de novas tecnologias. “Cada parte da cadeia produtiva deve contribuir para acelerar esse processo. É um esforço coletivo que envolve desde a produção até a comercialização”, enfatiza.

Compromisso do setor

Miranda acredita que o setor está comprometido com a adoção de práticas sustentáveis, embora reconheça a necessidade de discussão sobre o que é realmente necessário para essa transição. “As empresas entendem que a sustentabilidade traz benefícios não apenas para o planeta, mas também para sua própria lucratividade, mas é preciso acelerar a implementação destas práticas sustentáveis”, frisa,

Para se destacar neste cenário, Miranda enfatiza que os profissionais devem se aprofundar nas análises de sustentabilidade e na análise do ciclo de vida dos produtos. “Um bom profissional deve entender desde a produção do grão até o produto final que chega ao consumidor. Se ele se restringir a uma única área, pode perder de vista os benefícios que sua atuação pode trazer para toda a cadeia”, salienta.

A visão do especialista reforça que a sustentabilidade na suinocultura não é uma tendência passageira, mas uma necessidade imediata. “A adoção de práticas sustentáveis, aliada ao conhecimento técnico e científico, é fundamental para garantir um futuro mais responsável e eficiente para a indústria suinícola”, afirma.

O acesso é gratuito e a edição Suínos pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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Suínos

Suinocultura teve ano de recuperação, mas cenário é de cautela

Conjuntura foi apresentada ao longo de reunião da Comissão Técnica de Suinocultura da Faep. Encontro também abordou segurança do trabalho em granjas de suínos.

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Foto: Divulgação/Sistema Faep

Depois de dois anos difíceis, a suinocultura paranaense iniciou um período de recuperação em 2024. As perspectivas para o fim deste ano são positivas, mas os primeiros meses de 2025 vão exigir cautela dos produtores rurais, que devem ficar de olho em alguns pontos críticos. O cenário foi apresentado em reunião da Comissão Técnica (CT) de Suinocultura do Sistema Faep, realizada na última terça-feira (19). Os apontamentos foram feitos em palestra proferida por Rafael Ribeiro de Lima Filho, assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A mesma conjuntura consta do levantamento de custos de produção do Sistema Faep, que será publicado nos próximos dias.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

O setor começou a se recuperar já em janeiro deste ano, com a retomada dos preços. Até novembro, o preço do suíno vivo no Paraná acumulou aumento de 54,4%, com a valorização se acentuando a partir de março. No atacado, o preço da carcaça especial também seguiu esse movimento. A recomposição ajudou o produtor a se refazer de um período em que a atividade trabalhou no vermelho.

Por outro lado, a valorização da carne suína também serve de alerta. Com o aumento de preços, os produtos da suinocultura perdem competitividade, principalmente em relação à carne de frango, que teve alta bem menor ao longo ano: o preço subiu 7,7%, entre janeiro e novembro. Com isso, a tendência é que o frango possa ganhar a preferência do consumidor, em razão dos preços mais vantajosos.

“Temos que nos atentar com a competitividade da carne suína em relação a outras proteínas. Com seus preços subindo bem menos, o frango se tornou mais competitividade. Isso é um ponto de atenção para a suinocultura, neste cenário”, assinalou Lima Filho.

Exportações

Foto: Claudio Neves

Com 381,6 mil matrizes, o Paraná mantém 18% do rebanho brasileiro de suínos. A produção nacional está em estabilidade nos últimos três anos, mas houve uma mudança no portifólio de exportações paranaenses. Com a recomposição de seus rebanhos, a China reduziu as importações de suínos. O país asiático – que chegou a ser o destino de 40% das vendas externas paranaenses em 2019 – vai fechar 2024 com a aquisição de 17% das exportações de suínos do Paraná.

Em contrapartida, os embarques para as Filipinas aumentaram e já respondem por 18% das vendas externas de carne suína do Estado. Entre os destinos crescentes, também aparece o Chile, como destino de 9% das exportações de produtos da suinocultura paranaense. Nesse cenário, o Paraná deve fechar o ano com um aumento de 9% no volume exportado em relação a 2023, atingindo 978 mil toneladas. Os preços, em compensação, estão 2,3% menores. “Apesar disso, as margens de preço começaram a melhorar no segundo semestre”, observou Lima Filho.

Perspectivas

Diante deste cenário, as perspectivas são positivas para este final de ano. O assessor técnico da CNA destaca fatores positivos, como o recebimento do 13º salário pelos trabalhadores, o período de férias e as festas de final de ano. Segundo Lima Filho, tudo isso provoca o aquecimento da economia e tende a aumentar o consumo de carne suína. “A demanda interna aquecida e as exportações em bons volumes devem manter os preços do suíno vivo e da carne sustentados no final deste ano, mantendo um momento positivo para o produtor”, observou o palestrante.

Para 2025, se espera um tímido crescimento de 1,2% no rebanho de suínos, com produção aumentando em 1,6%. As exportações devem crescer 3%, segundo as projeções. Apesar disso, por questões sazonais, os produtores podem esperar uma redução de consumo nos dois primeiros meses de 2025. “É um período em que as pessoas tendem a ter mais contas para pagar, como alguns impostos. Além disso, a maior concorrência da carne de frango pode impactar a demanda doméstica”, disse Lima Filho.

Além disso, o aumento nos preços registrados neste ano pode estimular o alojamento de suínos em 2025. Com isso, pode haver uma futura pressão nos preços nas granjas e nas indústrias. Ou seja, o produtor deve ficar de olho no possível aumento dos custos de produção, puxado principalmente pelo preço do milho, da mão de obra e da energia elétrica. “O cenário continua positivo para a exportação, mas o cenário para o ano que vem é de cautela. O produtor deve se planejar e traçar suas estratégias para essa conjuntura”, apontou o assessor da CNA.

Segurança do trabalho

Além disso, a reunião da CT de Suinocultura da FAEP também contou com uma palestra sobre segurança do trabalho em granjas de suínos. O engenheiro e segurança do trabalho e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sandro Andrioli Bittencourt, abordou as Normas Regulamentadoras (NRs) que visam prevenir acidentes de trabalho e garantir a segurança e o bem-estar dos trabalhadores.

Entre as normativas detalhadas na apresentação estão a NR-31 (que estabelece as regras de segurança do trabalho no setor agropecuário), a NR-33 (que diz respeito aos espaços confinados, como silos, túneis e moegas) e a NR-35 (que versa sobre trabalho em altura). Em seu catálogo de cursos, o Sistema Faep dispõe de capacitações para cada uma dessas regulamentações.

Fonte: Assessoria Sistema Faep
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