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Copacol inicia 33º Dia de Campo; Norberto Ortigara marca presença no CPA
Evento segue até sexta-feira (12) no Centro de Pesquisa Agrícola, em Cafelândia (PR).

Tecnologias implementadas a cada safra trazem melhores resultados na lavoura, garantem produtividades mesmo diante de momentos desafiadores. Evoluir faz parte do dia a dia da Copacol, que realiza a 33ª edição do Dia de Campo, no Centro de Pesquisa Agrícola, em Cafelândia (PR). “É uma satisfação receber os cooperados no CPA para compartilhar os estudos realizados ao longo do ano e assim gerar maior produtividade e rentabilidade. Os grãos são nossa matéria-prima para a industrialização de proteína e aqui temos condições de cooperar com análises científicas que melhoram o desempenho a cada safra”, afirma o diretor-presidente da Copacol, Valter Pitol.
O campo de experimentação foi visitado pelos cooperados, que participaram de rodadas de apresentações em seis tendas diferentes sobre estudos que envolveram controle de plantas daninhas, efeitos da compactação de solo, manejo de insetos, complexo de enfezamentos, manejo de doenças na cultura da soja e qualidade de sementes. Pesquisas realizadas nos 84 hectares do CPA ao longo de todo o ano e que demonstram qual a variedade com maior potencial produtivo e os manejos ideais. “É o exemplo do que o produtor pode replicar na propriedade e assim colher os frutos de um manejo ideal. Sabemos que o clima é desafiador: nesta safra, por exemplo, sentimos o excesso de chuva, elevada temperatura, nebulosidade, enfim, fatores que limitam a produtividade. Com as pesquisas encontramos estratégias para enfrentar esses fatores”, afirma o gerente do CPA, João Maurício Roy.
Dia de Campo
As visitas ao Centro de Pesquisa continuam nesta quinta e sexta-feira, com cooperados de cidades do Noroeste, Oeste e Sudoeste do Paraná. Além das orientações a campo, uma palestra com Étore Baroni, consultor sênior em gerenciamento de riscos da Stone X, abre o evento a cada dia. O primeiro dia foi marcado pela passagem do secretário de Estado da Agricultura, Norberto Ortigara, que conheceu os experimentos realizados pelo CPA, ao lado do superintendente da Ocepar (Organização das Cooperativas do Estado do Paraná), Robson Mafioletti. “É um momento importante para calibrar a agricultura imediata e do futuro, parceria construída pela Cooperativa, pela força da visão estratégica do time técnico em dar soluções para o agro. Percebemos uma busca pela sustentabilidade, extrair o máximo possível da área cultivada, sempre da maneira correta. É assim que evoluímos. Quero parabenizar esse esforço da Copacol, a longo prazo, em estar afrente do tempo para demonstrar aos cooperados o que é mais relevante, com resultado, gastando menos de recursos naturais e também do agricultor”, afirma Ortigara.
Safra a todo vapor
A colheita está na fase inicial no Oeste do Paraná, com intensificação das operações a campo. Ano passado o alto desempenho produtivo se destacou na região: a Copacol recebeu 12,9 milhões de sacas de soja e 17,4 milhões de sacas de milho. A busca pelo conhecimento é para repetir esse patamar histórico em outras safras. O momento atual é de grandes impactos provocados pelo clima. Norberto Ortigara destaca o cenário estadual em produtividade no estado.
“Tivemos muita chuva em outubro e novembro, trazendo impactos às lavouras. Já de 15 de dezembro em diante a estiagem provocou perdas, além das elevadas temperaturas. No
Oeste do Paraná estimamos uma perda de 20%. O Brasil já divulgou hoje a avaliação de safra, com redução de sete milhões de toneladas em soja; no Paraná ainda avaliamos uma produção de 21 milhões de toneladas, com nível de perda considerável. Em soja e milho, teremos uma safra menor. Com essa transparência, esperamos ter um preço adequado”, afirma Ortigara.
Resultados apresentados
A compactação do solo esteve entre as abordagens de uma das tendas: a cada safra, um novo desafio e novas pesquisas demonstram as alternativas para evitar perdas. O consórcio milho safrinha demonstra efeitos positivos para garantir melhor estrutura física do solo, preservando a água infiltrada e também o desenvolvimento da raiz. “Chegamos a essa conclusão após pesquisas realizadas em nossa área experimental, visto que nas últimas safras houve umidade excessiva no solo e compactação provocada pela entrada de máquinas na lavoura. Ao agregar palha no solo, nesta sucessão de culturas, temos proteção e ganho de produtividade”, afirma o engenheiro agrônomo e pesquisador, Vanei Tonini.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.










