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Copacol inaugura unidade de produção de suínos de R$ 120 milhões no Paraná
A Unidade de Produção de Desmamados teve investimentos de R$ 120 milhões e deve produzir 300 mil leitões por ano. Serão criados 85 empregos diretos e mais 90 vagas para integração de cooperados no setor de suinocultura.

A Cooperativa Copacol inaugurou na sexta-feira (11) em Jesuítas, no Oeste do Paraná, uma das mais modernas Unidade de Produção de Desmamados (UPD) de suínos do Brasil. Com investimentos de R$ 120 milhões, serão criados 85 empregos diretos e mais 90 vagas para integração de cooperados no setor de suinocultura.

Eles serão os responsáveis pela terminação dos cerca de 300 mil leitões produzidos anualmente, antes de serem entregues para a indústria. O secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, representou o governador Carlos Massa Ratinho Junior na solenidade.
“Esse é um investimento qualificado, moderno e provavelmente será muito eficiente pelo desenho técnico que tem, contribuindo muito para agregação de renda”, afirmou Ortigara. Ele lembrou a conquista do Estado em março de 2021, com a certificação de livre de febre aftosa sem vacinação e o isolamento do Paraná para a peste suína clássica. Isso fez com que fossem acelerados investimentos em frigoríficos e unidades produtoras de proteína animal. “A suinocultura deve crescer de 60% a 70% nos próximos cinco anos, tendo como base os investimentos já anunciados”, reforçou.
Segundo ele, o crescimento tem sido com visão e planejamento estratégico por parte das cooperativas, que têm o objetivo de melhorar a qualidade de vida de produtores e gerar renda. “Temos possibilidade de gerar renda local, de gerar emprego, de gerar movimento econômico e por isso a gente fica feliz de estar aqui representando o governador Ratinho Junior e aplaudir esse movimento importante”, disse Ortigara.
“Não tem nenhum outro setor em que o Brasil seja capaz de competir com o mundo igual o nosso setor, e para competir a gente precisa ser bom e nós temos um bom desempenho e vamos melhorar ainda mais a capacidade de produzir de acordo com o que pede o nosso cliente”, acrescentou.
O secretário de Estado da Administração e da Previdência, Marcel Micheletto, destacou o orgulho de participar daquele que considerou “momento histórico de desenvolvimento”. De acordo com ele, a cooperativa tem procurado pulverizar os investimentos por todos os municípios que fazem parte de seu território. “Isso dá oportunidade a todos os municípios de gerar emprego, gerar riqueza, gerar oportunidades”, disse. “Esse é o Brasil que dá certo, esse é o Paraná que dá certo, com um associativismo forte, que é exemplo para o mundo”.
Modernidade
O presidente da Copacol, Valter Pitol, afirmou que a Unidade de Produção de Desmamados é fruto da visão estratégica de oferecer oportunidades para o cooperado. “Nós estamos em uma região de pequenos e médios
produtores, principalmente, e eles só sobrevivem se tiverem mais renda, só a agricultura é insuficiente para ter qualidade de vida com a família na propriedade, por isso a diversidade possibilita oportunidades de crescer e produzir alimentos para o mundo”, disse.
Ele destacou a participação do Estado, particularmente em investimentos para a melhoria das estradas rurais de acesso à nova unidade e às propriedades dos cooperados. “Isso é muito importante para ter acesso regular”, disse. “Nós não podemos falhar na questão de acesso, pois sairão daqui 300 mil leitões por ano e precisamos estar tranquilos em relação a isso”.
A UPD tem mais de 58,7 mil metros quadrados e é formada por 10 galpões – quatro de gestação individual, dois de gestação coletiva, dois de maternidades e dois de reposição – climatizados que atendem todas as normas de bem-estar animal e biosseguridade. Dez mil matrizes passam a ser alojadas a partir de agora para produção média de 300 mil leitões por ano. Com essa expansão, a produção anual da Copacol salta para 625 mil cabeças de suínos, ou seja, o crescimento é de 76%.
Esse número atende ao plano de expansão da Frimesa, que deve inaugurar nova planta industrial em Assis Chateaubriand em 2023. Cinco cooperativas vão atender as necessidades da Frimesa – Copacol, C. Vale, Copagril, Primato e Lar. À Copacol cabe 18,7% da responsabilidade de entregar suínos. Hoje há 146 suinocultores participando do projeto de criação, mas devem ser acrescidos mais 90. Eles fazem a terminação, onde os animais ficam por 100 dias, antes de serem entregues à industrialização.

Além dos galpões climatizados, a UPD possui alimentadores automáticos, estruturas de maternidade com regulagem conforme o tamanho do suíno e embarcadouros por sistema hidráulico, entre outras modernidades. A unidade conta com geradores a biogás e diesel. O sistema de tratamento possui dois biodigestores e lagoas para retenção dos dejetos. A água a ser utilizada é proveniente de cinco poços artesianos com capacidade de 148 metros cúbicos por hora, além de gerenciamento moderno do uso da água.
Presenças
Também estiveram presentes, entre outros, o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken; o prefeito de Jesuítas, Junior Weiller; o gerente de Integração Suínos da Copacol, Leonardo Dorneles; o presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Natalino Avance de Souza; o presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Otamir Cesar Martins; o presidente da Ceasa, Éder Bublitz; o chefe do Núcleo Regional da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento em Toledo, Paulo Salesse; o gerente regional do IDR-Paraná, Ivan Raupp; o gerente regional da Adapar, Antonio Carlos Dezaneti; e servidores estaduais das unidades da Agricultura em Toledo e região.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



