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Copacol Agro gera troca de conhecimento e acesso a novas tecnologias
Com ferramentas avançadas em avicultura, suinocultura, bovinocultura de leite e piscicultura e grandes referências do mundo agro, o evento é um verdadeiro MBA para os cooperados – uma pós-graduação a céu aberto.

Para garantir conhecimento avançado na agricultura e diversificações, oferecer melhores oportunidades de negócios e elevar o potencial produtivo das propriedades, o Copacol Agro transformou, nesta semana, o Centro de Pesquisa Agrícola (CPA) em uma vitrine tecnológica.
Com ferramentas avançadas em avicultura, suinocultura, bovinocultura de leite e piscicultura e grandes referências do mundo agro, o evento é um verdadeiro MBA para os cooperados – uma pós-graduação a céu aberto. “É muito bom participar, aprender sobre coisas novas e poder levar tudo até a propriedade. Todos os anos participamos. Nossa família atua com Avicultura e sempre tem novidades que fazem a diferença na propriedade”, diz Camila Cadamuro, filha de cooperados de Formosa do Oeste, que visitou a feira com o irmão Maurício e o filho Pedro.
O sol intenso predominou nos três dias da feira realizada em Cafelândia atraindo milhares de produtores rurais do Oeste e do Sudoeste do Estado, que participaram de palestras com convidados especiais: José Roberto Ricken, presidente da Ocepar (Organização das Cooperativas do Estado do Paraná); Norberto Ortigara, secretário de Agricultura; Gustavo Loyola, economista, diretor-presidente da Tendências Consultoria, ex-presidente do Banco Central; e o engenheiro agrônomo e professor, Marcos Jank, que na quinta-feira (09), encerramento do Copacol Agro, apresentou os desafios e as oportunidades no setor. “Temos fatores que nos privilegiam, como recursos naturais, tecnologia – duas safras no ano, plantio direto, integração lavoura-pecuária. Além disso, a demanda por proteína é muito grande. A China é a grande consumidora, no entanto, temos um potencial grande no Sudeste Asiático e no Oriente Médio”, ressalta o convidado especial do evento, que também lembrou dos valores recordes praticados em milho e soja entre 2022 e 2023. “São patamares que sofreram outras influências e agora voltamos a normalidade. Por isso, é importante que o produtor possa analisar e equilibrar os custos de produção com o preço praticado no mercado: tem que ficar atento e aproveitar os bons momentos”, afirma o professor.
A sétima edição do Copacol Agro contou com o prestígio do governador em exercício, Darci Piana, que está afrente do Estado enquanto Ratinho Júnior articula uma missão
internacional em busca de investimentos da iniciativa privada. Ele visitou a feira na terça-feira. Além das 95 empresas expositoras que realizaram negócios durante o evento, palestras simultâneas ocorreram em diferentes estandes, voltadas ao aprimoramento dos manejos nas atividades mantidas pela Cooperativa. “Nossos cooperados aguardam o ano todo por esse momento: eles deixam a propriedade para obter maior conhecimento e assim alcançar índices produtivos de excelência. Queremos agradecer as famílias cooperadas que mais uma vez estiveram presentes e levam daqui o melhor para que juntos possamos aproveitar as oportunidades. Esperamos todos novamente em 2025, com nossa oitava edição, com novidades para todos”, afirma Valter Pitol, diretor-presidente da Copacol.
Solidariedade
As vítimas da trágica enchente registrada no Rio Grande do Sul foram lembradas pelo diretor-presidente da Copacol, Valter Pitol, que enalteceu o espírito solidário do cooperativismo neste momento de grande dificuldade no estado gaúcho. Além da corrente realizada em diferentes frentes, a Copacol é parceira da Ocepar e da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) no fornecimento de suprimentos à população.
Alimentos Copacol são transportados para atender os irmãos gaúchos, além de outras ações simultâneas que têm total apoio de cooperados e colaboradores. “O Rio Grande do Sul passa por um momento muito difícil. Somente com a união vamos superar essa tragédia que tirou vidas e deixou milhares de desabrigados. Estamos juntos em ações que poderão amenizar esse momento e prestaremos todo o apoio necessário, com apoio da OCB e da Ocepar”, afirma Pitol.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



