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COP30: a pecuária brasileira como parte da solução para os desafios climáticos

Sustentabilidade vem ganhando cada vez mais espaço nas fazendas brasileiras. Estudo indica que somente a prevenção de doenças nos rebanhos poderia reduzir as emissões em até 800 milhões de toneladas.

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Foto: Gilson Abreu

Faltando duas semanas para o início da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), evento que será realizado pela primeira vez no Brasil, em Belém (PA), entre os dias 10 e 21 de novembro, o país se prepara para liderar as discussões globais sobre sustentabilidade. No centro do debate estará a pecuária brasileira, apontada por muitos como inimiga do meio ambiente, mas que, com avanços tecnológicos e práticas inovadoras, emerge, na realidade, como aliada no combate às mudanças climáticas em todo o mundo.

Emilio Salani, vice-presidente executivo da Sindan: “A pecuária brasileira de hoje não é a mesma de décadas atrás”

A pecuária brasileira passou por uma transformação silenciosa nas últimas décadas, um movimento ainda pouco percebida pela sociedade. Com base em ciência e inovação, o setor adotou um novo modelo de produção que alia eficiência e sustentabilidade. Genética de ponta, manejo reprodutivo avançado, nutrição balanceada, com atenção à qualidade das pastagens e do solo, foco na saúde e no bem-estar animal, além de novas ferramentas de rastreabilidade compõem esse pacote tecnológico. O resultado? Mais carne disponível, com menor impacto ambiental. “A pecuária brasileira de hoje não é a mesma de décadas atrás”, afirma Emilio Salani, vice-presidente executivo do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), ressaltando: “Boas práticas em saúde, nutrição e bem-estar animal permitem expandir ainda mais a produção de proteínas reduzindo as emissões de gases de efeito estufa. As tecnologias estão mudando o jogo na pecuária brasileira.”

Estudos internacionais apontam que doenças nos rebanhos podem aumentar as emissões de gases de efeito estufa em até 113% na pecuária de corte e em até 24% na produção de leite. Por outro lado, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), tecnologias relacionadas à saúde animal poderiam reduzir as emissões da pecuária em até 35% até 2050. Já a consultoria Oxford Analytica indica que a prevenção de doenças nos rebanhos poderia reduzir as emissões em até 800 milhões de toneladas.

 Pecuária de baixo carbono já é realidade no Brasil

Ano após ano, a sustentabilidade vem ganhando cada vez mais espaço nas fazendas brasileiras. Impulsionada pelo desejo de consumidores mais conscientes, esta demanda hoje se tornou um diferencial competitivo na atividade. No Mato Grosso, o Canivete Pool, um grupo formado por cerca de 70 produtores planeja entregar aos frigoríficos mais de 200 mil animais criados com técnicas de mitigação de carbono em 2025.

Foto: Arnaldo Alves

Os resultados obtidos pelo grupo comprovam a importância das tecnologias para a redução das emissões. Nessas propriedades, o balanço de carbono – número que considera as emissões da atividade descontado o volume de CO2 retirado por meio de reflorestamento, manejo de pastagens e saúde animal -, medido anualmente, já representa uma fração da média observada hoje na pecuária nacional.

Um exemplo real desta transformação é a fazenda Santa Maria, em Rondonópolis (MT). Liderada pela produtora Flavia Cutolo, a propriedade vem investindo em intensificação e diversificação para reduzir drasticamente as suas emissões. O rebanho de 8 mil cabeças, antes espalhado por quatro propriedades, totalizando 16.500 hectares, hoje ocupa apenas 2.300 hectares altamente produtivos.

O restante da área foi destinado à agricultura, no sistema de integração lavoura-pecuária, melhorando a cobertura do solo e elevando o acúmulo de matéria orgânica, que propicia o sequestro de carbono. Com a rotação entre lavouras e pastagens, o solo também fica mais fértil e produtivo, reduzindo a necessidade de aplicação de fertilizantes. Hoje, a fazenda Santa Maria possui um balanço de carbono 16.7 quilos de CO2 equivalente por quilo de carcaça, um número muito inferior à média nacional, em torno de 30 quilos.

Outro caso notável é a Agropecuária Palmares, em São Gabriel D’Oeste, no Mato Grosso do Sul, que, após a adoção de novas tecnologias, alcançou uma produtividade média de 180 arrobas por hectare — 36 vezes superior à média nacional, hoje em 5 arrobas por hectare. Mais do que um aumento expressivo no volume de carne de qualidade disponibilizada no mercado, a propriedade também conseguiu reduzir o seu balanço de carbono para 11,9 kg de carbono equivalente por quilo de carcaça.

Rumo à COP30

Foto: Alf Ribeiro

A Health for Animals, entidade global que representa das indústrias fabricantes de medicamentos veterinários, com apoio estratégico do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), está liderando uma iniciativa para alinhar a cadeia produtiva de proteína animal em torno da sustentabilidade, inovação tecnológica e aumento da produtividade. Embora a COP30 seja o foco neste momento, a campanha de valorização seguirá após o evento, apoiando o desenvolvimento sustentável do setor nas próximas décadas.

Carel du Marchie Sarvaas, diretor executivo da Health for Animals, ressalta a relevância dessa união: “A COP30 é uma excelente oportunidade para começarmos esse alinhamento setorial. Nossa intenção, porém, é consolidar permanentemente uma visão comum em torno da produtividade e da sustentabilidade na cadeia produtiva da carne. Animais mais saudáveis significam maior eficiência, menor impacto ambiental e benefícios claros para os produtores e a sociedade em geral”, enfatiza.

A indústria de saúde animal desempenha hoje um papel decisivo para a sustentabilidade e eficiência da pecuária. Tecnologias como vacinas e aditivos alimentares permitem que os animais alcancem peso de abate mais rapidamente, resultando em menor uso de recursos naturais como terra, água e pastagens, além de contribuir para uma significativa redução nas emissões de gases de efeito estufa na atividade. “Sustentabilidade de verdade é produzir mais utilizando menos recursos. Mas isso só é possível com a adoção de ferramentas inovadoras por parte dos produtores. As fazendas mais tecnificadas já vêm reduzindo significativamente as suas emissões. O grande desafio hoje é garantir o acesso dos pequenos produtores a essas tecnologias”, salienta Salani.

Fonte: Assessoria Sindan

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Ricardo Nicodemos é reconduzido à presidência da ABMRA

Reeleição assegura a continuidade do fortalecimento institucional da associação, amplia o diálogo com o mercado e consolida a comunicação estratégica como pilar do agronegócio brasileiro.

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Foto: Divulgação/ABMRA

O atual presidente da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agro (ABMRA), Ricardo Nicodemos, e os atuais Diretores foram reconduzidos para liderarem a entidade no biênio 2026/27. Com isso, a ABMRA dá continuidade a um trabalho focado em fortalecimento institucional, ampliação do diálogo com o mercado e valorização das boas práticas de comunicação no agronegócio brasileiro. Tanto a diretoria quanto os conselheiros começarão a exercer o novo mandato a partir de janeiro de 2026.

Sob a liderança de Ricardo Nicodemos, a ABMRA tem ampliado sua atuação como referência nacional para empresas, agências e veículos de mídia. Entre os avanços estão o crescimento da base de associados, o lançamento da 9ª edição da Pesquisa ABMRA Hábitos do Produtor Rural, a participação em eventos estratégicos do setor, fortalecimento do atual portfólio de serviços e produtos e a correalização e curadoria do Global Agribusiness Festival 2026 (GAFFFF).

Para Ricardo Nicodemos, a recondução representa a continuidade do compromisso da ABMRA em promover uma comunicação cada vez mais qualificada e estratégica no Agro. “Assumir mais um ciclo à frente da ABMRA reforça nossa responsabilidade em fortalecer o marketing como pilar essencial para a evolução do agronegócio brasileiro. Seguiremos trabalhando para ampliar o conhecimento, valorizar as boas práticas, conectar o mercado e apoiar empresas e profissionais na construção de uma comunicação cada vez mais criativa e relevante”, avalia.

Com a reeleição, a ABMRA também apresentou a composição da nova diretoria:

Presidente

Ricardo Nicodemos da Silva

Vice-Presidente e Diretor do ABMRA Ideia Café

Julio César Cargnino

Diretor Administrativo e Financeiro e Diretor do HUB de Mídia de Serviços ABMRA

Roberto Fernando Alves de Souza

Diretor dos Comitês ABMRA

Daniel Ribeiro

Diretor da Mostra de Comunicação do Agro ABMRA

Alberto Meneghetti

Diretor do Projeto Conexões ABMRA

Ricardo Cristin Krauz

Diretor do Congresso de Marketing do Agro ABMRA

Wanderson Tosta

Diretor do Projeto Cases & Causos ABMRA

Daniel Fontão de Pauli

Diretor da Academia ABMRA

Gabriel Saul Maialli dos Santos

A renovação também inclui o Conselho da ABMRA, responsável por apoiar a entidade na condução estratégica das iniciativas da Associação.

Presidente do Conselho Consultivo

Donário Lopes de Almeida

Conselheiros

Adriano de Castro Henriques

Guilherme Soria Bastos Filho

Luciana Florêncio de Almeida

Marcelo Augusto Boechat Morandi

Marcelo Duarte Monteiro

Paulo do Carmo Martins

Pedro de Camargo Neto

Relatório de atividades

A ABMRA acaba de divulgar o Relatório de Atividades 2025, documento que reúne as principais ações realizadas ao longo do ano e sua contribuição para o fortalecimento da comunicação no agronegócio. Entre os destaques estão o Projeto Conexões e a tradicional Pesquisa Hábitos do Produtor Rural.

O Projeto Conexões ABMRA ampliou sua atuação como elo entre o agronegócio e o universo do marketing. A iniciativa promove alianças com associações, instituições e entidades dentro e fora da porteira, fortalecendo a troca qualificada de informações entre os diversos segmentos do setor.

Como única entidade que reúne todo o ecossistema do marketing Agro desde anunciantes, agências e veículos de mídia, a ABMRA tem a capacidade de transformar o repertório de dados e conhecimento em insumos estratégicos para apoiar a evolução de outros setores. Em 2025, o programa avançou de forma consistente ao consolidar novas parcerias e reforçar a visão integrada que a associação mantém sobre o mercado.

Já a Pesquisa ABMRA Hábitos do Produtor Rural, o mais completo estudo sobre comportamento do produtor brasileiro, chegou à sua nona edição reafirmando o papel de referência para empresas e profissionais. Desde 1986, o levantamento realiza entrevistas presenciais nas fazendas para garantir precisão e profundidade nas informações coletadas.

Na edição atual, foram 3.100 entrevistas em 16 estados, com 280 questões aplicadas a produtores de 15 culturas e quatro rebanhos. O estudo detalha hábitos de mídia, comportamento de compra, atributos de marca, perfis produtivos e diferenças regionais. Os cotistas têm acesso a um software exclusivo que permite cruzar dados e gerar análises personalizadas por cultura, rebanho, porte e localização da propriedade.

O acesso ao Relatório de Atividades 2025 ABMRA é gratuito e está disponível no site da entidade em abmra.org.br/relatorio-de-atividades-2025.

Fonte: Assessoria ABMRA
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Por que exportar em 2025 ficou mais arriscado e não é por causa do preço

Tarifaços, rotas redesenhadas e exigências regulatórias transformam documentação e tradução técnica em fator decisivo para acessar mercados globais.

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Foto: Divulgação

Em um ano marcado por choques tarifários, reconfiguração de fluxos comerciais e recordes históricos na corrente de comércio, o comércio exterior brasileiro atravessa 2025 sob elevada tensão operacional. Embora os números agregados indiquem desempenho robusto, o ambiente para quem exporta se tornou mais complexo, volátil e seletivo, exigindo das empresas um nível de preparação documental sem precedentes.

Dados oficiais mostram que, até outubro de 2025, o Brasil alcançou US$ 289,7 bilhões em exportações e US$ 237,3 bilhões em importações, resultando em um superávit de US$ 52,3 bilhões e uma corrente de comércio recorde de US$ 527,1 bilhões.

Gabriel Del Bello, especialista em Interpretação e Tradução de Idiomas: “Em um ano em que o mercado global se desconfigurou, não basta competir em preço ou escala. Quem não tiver papelada afiada corre o risco de ficar fora”

O avanço, no entanto, esconde assimetrias relevantes entre setores e mercados. Parte significativa dos exportadores brasileiros sentiu diretamente os efeitos do tarifaço, imposto pelos Estados Unidos, com sobretaxas que reduziram competitividade e provocaram retração em segmentos específicos.

Diante da perda de espaço em mercados tradicionais e da instabilidade cambial, empresas passaram a acelerar a abertura de novos destinos, redesenhar rotas logísticas e negociar com múltiplas jurisdições ao mesmo tempo. Esse movimento ampliou de forma significativa a complexidade regulatória e documental das operações, transformando a gestão de papéis em um dos principais gargalos do comércio exterior em 2025.

O que antes era tratado como etapa burocrática passou a ser elemento central da estratégia de exportação. Com fluxos globais mais fragmentados e fiscalização internacional mais rigorosa, exigências como comprovação de origem, rastreabilidade e conformidade técnica ganharam peso decisivo na liberação de cargas.

A tradução técnica e juramentada, especialmente de laudos, fichas de segurança (SDS), certificados de análise, contratos e rotulagens, tornou-se um ponto sensível, capaz de definir se uma mercadoria embarca ou permanece retida no porto. “Em um ano em que o mercado global se desconfigurou, não basta competir em preço ou escala. Quem não tiver papelada afiada corre o risco de ficar fora”, afirma Gabriel Del Bello, especialista em Interpretação e Tradução de Idiomas.

Segundo ele, erros aparentemente pequenos como uma tradução imprecisa, um certificado fora do padrão exigido pelo país de destino ou uma inconsistência entre documentos são suficientes para provocar atrasos, multas ou até a rejeição de cargas inteiras.

Foto: Claudio Neves

Além disso, o aumento no número de mercados atendidos elevou o volume de dossiês técnicos e contratos simultâneos, exigindo sistemas de versionamento, histórico de revisões e controle rigoroso de prazos. Em um ambiente em que tarifas e regras mudam rapidamente, o tempo para corrigir falhas diminuiu, ampliando o risco operacional. “Este ano deixou claro que a diferença entre embarcar ou ver um contêiner parado muitas vezes não está no preço, mas na documentação correta”, resume Del Bello.

Para 2026, a avaliação é de que a pressão por conformidade tende a aumentar. Importadores, autoridades sanitárias e aduaneiras devem manter ou ampliar o rigor na análise documental, especialmente em um contexto de disputas comerciais e maior preocupação com segurança, sustentabilidade e rastreabilidade.

Diante desse cenário, Del Bello recomenda que os exportadores entrem no próximo ano com planejamento prévio, mapeamento detalhado das exigências de cada mercado e processos estruturados de compliance regulatório. “Quem chegar a 2026 com checklist pronto, documentos alinhados e tradução técnica adequada terá vantagem competitiva e maior segurança para operar globalmente, mesmo em um ambiente instável”, aponta.

Fonte: O Presente Rural com Gold Traduções
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Piracicaba, Adamantina e Joanópolis lideram Ranking Paulista do Programa Município Agro

Cidades alcançam o primeiro lugar em suas faixas de PIB, recebem até R$ 200 mil em premiação estadual e se destacam pela gestão de políticas públicas voltadas ao fortalecimento do agro paulista.

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Foto: Pablo Jacob/Governo de São Paulo

As prefeituras de Piracicaba, Adamantina e Joanópolis foram as vencedoras da 7ª edição do programa Município Agro – Ranking Paulista, promovido pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA-SP). Cada cidade receberá R$ 200 mil como premiação por alcançar a liderança em sua respectiva categoria. O anúncio dos resultados foi feito na última segunda-feira (15), durante cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista.

Foto: Pablo Jacob/Governo de São Paulo

O ranking classifica os municípios em três faixas de Produto Interno Bruto (PIB). Piracicaba liderou o grupo de cidades com PIB entre R$ 3 bilhões e R$ 90 bilhões; Adamantina ficou em primeiro lugar na categoria de R$ 500 milhões a R$ 3 bilhões; e Joanópolis foi destaque entre os municípios com PIB de R$ 30 milhões a R$ 500 milhões. Para esta edição, o Governo do Estado destinou R$ 6 milhões em recursos.

Na segunda colocação ficaram Limeira, Pedreira e Timburi, que receberão R$ 150 mil cada. Já as terceiras posições foram ocupadas por Jundiaí, Itápolis e Pracinha, com premiação de R$ 100 mil por município. Ao todo, 90 cidades serão contempladas com recursos financeiros.

O Município Agro – Ranking Paulista é realizado pela SAA-SP e executado pela Diretoria de Assistência Técnica Integral (CATI). O programa tem como objetivo incentivar o fortalecimento de políticas públicas voltadas ao setor agropecuário, reconhecendo as administrações municipais com melhor desempenho na área.

Além das cidades premiadas, a Secretaria certificou 35 municípios que atingiram pontuação igual ou superior a 50 pontos. Os recursos

Foto: Paulo Guereta/Governo de São Paulo

financeiros poderão ser aplicados tanto em custeio quanto em investimentos voltados ao desenvolvimento do agro paulista.

Segundo o diretor da CATI, Ricardo Pereira, o programa contribui para aprimorar a gestão pública no meio rural. “O Município Agro – Ranking Paulista estimula a melhoria contínua da gestão pública no campo, além de possibilitar o acesso a recursos, programas e convênios com o Governo do Estado”, afirmou.

O ranking completo desta edição contempla 125 municípios paulistas, reforçando o papel do programa como instrumento de incentivo ao desenvolvimento agropecuário no Estado.

Clique aqui para conferir o resultado do ranking, que contempla 125 municípios. E para ver as fotos da premiação clique aqui.

Fonte: Assessoria SAA-SP
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