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Cooperativismo catarinense lança Programa de Educação Política para fortalecer representatividade
Iniciativa do Sistema OCESC reúne lideranças em Chapecó e inaugura projeto permanente para qualificar o diálogo com a sociedade e ampliar a atuação política das cooperativas no Estado.

Na manhã de segunda-feira (01º), a sede da Cooperalfa, em Chapecó (SC), recebeu cerca de 70 lideranças cooperativistas de todo o Estado para o lançamento do Programa de Educação Política do Sistema OCESC. A iniciativa, que será perene e não restrita ao ano eleitoral, tem como objetivo qualificar o diálogo com a sociedade e fortalecer a representação política do cooperativismo catarinense.
Lideranças destacam união e consciência política
Na abertura do evento, o presidente da OCESC, Vanir Zanatta, ressaltou que o sucesso do programa depende diretamente do engajamento das altas lideranças das cooperativas. Ele enfatizou que a educação política é um caminho para ampliar os canais de comunicação e promover maior consciência entre os cooperados. Segundo Zanatta, o programa buscará apoiar o cooperado para que possa “analisar, refletir e votar de forma consciente em representantes dos interesses do cooperativismo, independentemente de sigla partidária”.
Anfitrião do encontro, o presidente da Cooperalfa, Romeo Bet — que também é secretário do Conselho de Administração da Aurora Coop e vice-presidente do ramo agro na OCESC — celebrou a iniciativa e reforçou sua relevância estratégica. “Este momento representa uma semente lançada. Vamos juntos fortalecer a representação política do cooperativismo catarinense”, afirmou.
Educação política como fator de competitividade
A palestra de sensibilização foi conduzida pelo coordenador de Relações Governamentais da OCB, Eduardo Lima Queiroz, que defendeu a educação política como um componente de competitividade para o setor.
Ele destacou que o cooperativismo brasileiro alcançou em 2024 um faturamento de R$ 757 bilhões, com a meta de chegar a R$ 1 trilhão até 2027.
“Nos municípios onde tem cooperativas, há desenvolvimento econômico e maior renda per capita por habitante. O sistema merece e precisa de maior representatividade, porque faz toda a diferença onde está”, defendeu.
Formação de multiplicadores começa em 2026
O superintendente do Sistema OCESC, Ricardo Miotto, apresentou a dinâmica de formação dos multiplicadores do Programa de Educação Política, prevista para março de 2026. Segundo ele, o apoio das lideranças será decisivo para o avanço da iniciativa. “É essencial indicar pessoas que efetivamente façam a diferença, com articulação assertiva e capacidade de conectar representantes públicos e cooperados”, ressaltou. Miotto reforçou o convite aos dirigentes para encaminhar nomes que participarão do processo de capacitação.
Agenda Institucional reforça prioridades para 2026
O coordenador jurídico da OCESC, Gilson Flores, agradeceu a colaboração das cooperativas na construção da Agenda Institucional do Cooperativismo para 2026, documento que orientará a atuação estratégica do setor no próximo ano.A Agenda reúne pautas prioritárias junto aos Três Poderes, com destaques para Reforma Tributária, acesso ao crédito, sustentabilidade e segurança jurídica. “Em um ano marcado pelo Ano Internacional das Cooperativas e pela COP30, o documento reforça o papel do cooperativismo como motor de desenvolvimento econômico e social”, afirmou Flores.
Com o lançamento do Programa de Educação Política, o Sistema OCESC dá mais um passo para fortalecer a voz e a representatividade das cooperativas catarinenses, reforçando seu compromisso com a democracia, o desenvolvimento regional e a participação ativa dos cooperados.

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Tecnologia e descontos movimentam Dia de Campo da C.Vale
Colhedoras, drones e tratores chamam atenção dos visitantes em Palotina enquanto a cooperativa oferece promoções e negociações de grãos por insumos para a safra 2025/26 e futuras temporadas.

Colhedoras de forragem de alto rendimento, drones e equipamentos autopropelidos para pulverização chamaram atenção na segunda etapa do Dia de Campo da C.Vale, em Palotina, nesta quarta-feira (03). Máquinas, implementos e tecnologias agrícolas atraíram visitantes de todas as idades.
Entre os destaques, um trator Claas Xeron 5000 impressiona pelo tamanho e pela potência: com 530 cv e oito pneus, é indicado para grandes áreas e traz cabine equipada com monitores e comandos eletrônicos.
A “Black Friday” ofereceu descontos de até 70% em produtos como pequenas máquinas, pneus, peças, aeradores e geradores. Além disso, a cooperativa mantém campanha de negociação de grãos por insumos, contemplando a safra 2025/26 de soja, a safrinha 2026/26 de milho e a temporada 2026/27 de soja.
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Crianças exploram novidades e interagem com máquinas no Dia de Campo da C.Vale
Espaço Kids, atrações interativas e programas como Cooperjovem garantem diversão e aprendizado no campo experimental da cooperativa.

Nem mesmo o calor afastou as crianças do Dia de Campo da C.Vale. No campo experimental da cooperativa, o que chama atenção são as máquinas, as plantas e o colorido dos estandes. Muitos pequenos se arriscam a “pilotar” os equipamentos, posam com mascotes e chegam bem pertinho de aviões agrícolas e quadriciclos, matando a curiosidade de perto.
Entre as novidades está o Espaço Kids, com brinquedos e atividades interativas, que garante diversão para todas as idades. O Núcleo Jovem também marca presença com jogos e palestras sobre sucessão no campo, despertando o interesse dos futuros produtores.
Ao longo de 2025, cerca de 500 crianças que participaram do Cooperjovem estão aproveitando o evento acompanhadas por monitores. Outro grupo que chamou atenção veio do programa Bombeiros Mirins e circula uniformizado com roupas marrom e vermelho.
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Bioinsumos produzidos na propriedade ganham peso estratégico e ampliam autonomia do agricultor, aponta ABBINS
Prática, regulamentada desde 2009, é segura, aceita internacionalmente e estimulou a formação de novos segmentos industriais no Brasil.

A discussão sobre a produção de bioinsumos dentro das próprias fazendas, tema reacendido após a sanção da Lei nº 15.070/2024, a chamada Lei de Bioinsumos, não é novidade para o agro brasileiro. É o que afirma o diretor-executivo da Associação Brasileira de Bioinsumos (ABBINS), Reginaldo Minaré, que destaca que a prática já é reconhecida legalmente há 16 anos e operada com sucesso por produtores de todo o país.
Segundo Minaré, o marco inicial ocorreu em 2009, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou o Decreto nº 6.913, autorizando agricultores a produzir bioinsumos para uso próprio sem necessidade de registro, desde que fossem produtos aprovados para a agricultura orgânica. “Temos 16 anos de experiência de sucesso. Essa prática, inclusive, liderou a ampliação do uso de bioinsumos no Brasil”, afirma.
Questionado sobre eventuais resistências técnicas ou regulatórias em 2009 por parte de órgãos como Embrapa, Anvisa, Ibama ou Ministério da Agricultura, Minaré é categórico: “Nenhum órgão se manifestou contra ou apresentou objeção”, recordando que o decreto foi assinado também pelos ministros da Agricultura, Saúde e Meio Ambiente e, antes disso, passou por análise das equipes técnicas de cada pasta e da Casa Civil.

Diretor-executivo da Associação Brasileira de Bioinsumos (ABBINS), Reginaldo Minaré: “Tudo isso foi feito com muito sucesso e sem nenhum registro de problema em exportações”
Ao longo dos anos, segundo o diretor, o próprio governo federal estimulou a prática. O Ministério da Agricultura incluiu, em vários Planos Safra, linhas de financiamento para unidades de produção de bioinsumos nas propriedades rurais. O BNDES, por meio do RenovAgro, também passou a listar a produção para uso próprio como empreendimento financiável. “Tudo isso foi feito com muito sucesso e sem nenhum registro de problema em exportações”, afirma. “Produtos tratados com bioinsumos, seja produzido na fazenda, seja industrial, são amplamente aceitos pelo mercado internacional”, enfatizou.
Uso próprio fortalece e não enfraquece setor industrial
Outro ponto defendido por Minaré é que a produção na propriedade rural não reduz espaço para a indústria, como argumentam setores contrários ao modelo. Para ele, ocorreu justamente o contrário. “A produção de bioinsumos para uso próprio trouxe um estímulo enorme para a instalação de novas indústrias nacionais”, diz.
Ele afirma que, por décadas, o mercado de insumos agrícolas no Brasil permaneceu hiperconcentrado, e que o movimento puxado pelos agricultores abriu demanda para novos segmentos.
Entre os setores movimentados pela prática, Minaré cita a oferta de inóculos, meios de cultura, biorreatores e serviços técnicos especializados espalhados pelo interior. “Criou-se uma cadeia inteira que não existia”, resume.
Prática é comum em diversos países
Minaré também rejeita a tese de que o modelo brasileiro seria uma exceção mundial. Ele afirma que a produção de bioinsumos na fazenda ocorre em diferentes países. Entre os exemplos citados estão Áustria, Inglaterra, Japão, México e os estados de Missouri e Ohio, nos Estados Unidos.
Na Áustria, diz ele, há empresas que fornecem misturas microbianas de alta densidade para que agricultores multipliquem os microrganismos em suas propriedades. Nos EUA, empresas entregam tanto a cultura mãe quanto o meio de cultura e até tanques fermentadores de mil litros. O México, por sua vez, publica manuais oficiais orientando agricultores a produzirem bioinsumos, inclusive a partir de microrganismos coletados diretamente na natureza. “Em todos esses países, assim como no Brasil, a produção para uso próprio acontece de forma segura e eficiente”, reforça o diretor da ABBINS.
Prática consolidada e sem histórico de riscos
A avaliação de Minaré é que o debate atual precisa ser contextualizado pela experiência acumulada. “Não temos problemas. Temos, sim, muitos benefícios”, salienta.
Para ele, a prática já está consolidada como ferramenta que reduz custos, diversifica a oferta tecnológica e amplia a autonomia dos agricultores, além de estimular o desenvolvimento industrial e científico no setor de bioinsumos.





