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Cooperativas reagem à pandemia em SC
As 47 cooperativas agropecuárias difundem orientações para a prevenção ao novo Coronavírus nas propriedades de produtores rurais cooperados

A pandemia causada pelo novo coronavírus está provocando mudanças e transformações na forma de organização do trabalho, nas estruturas de produção econômica e no próprio tecido social em todos os países. Inevitável, portanto, que atinja as cooperativas brasileiras, essas sociedades humanas relativamente complexas que contribuem para dinamizar a economia e elevar o IDH das comunidades.
Ao fazer essa avaliação, o presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC) Luiz Vicente Suzin realça que todos os ramos do cooperativismo estão inovando não apenas para sobreviver à crise da pandemia, mas para continuar oferecendo soluções e serviços de qualidade aos 2,7 milhões de catarinenses associados às 254 cooperativas.
Enfatiza que todos os setores do cooperativismo reagiram aos desafios impostos pela pandemia, especialmente as cooperativas dos ramos agropecuário, crédito, consumo, infraestrutura, saúde e transporte que detêm o maior número de associados.
O dirigente exemplifica que as 47 cooperativas agropecuárias difundem orientações para a prevenção ao novo Coronavírus nas propriedades de produtores rurais cooperados. Medidas de proteção aos produtores e trabalhadores rurais são ensinadas para garantir segurança no ambiente de trabalho, considerando as características da atividade agrícola, pecuária e extrativa.
De modo geral, as cooperativas detalham as formas de prevenção ao Coronavírus, os sintomas da Covid-19 e as medidas que devem ser adotadas durante a epidemia, entre elas, evitar o uso compartilhado de ferramentas e equipamentos e impedir o acesso aos estabelecimentos agrícolas de pessoas que não sejam aquelas que ali trabalham e os técnicos do serviço de assistência técnica e extensão rural das cooperativas ou das agroindústrias. Nessa linha, os gestores rurais recebem todas as orientações para conduzir com tranquilidade suas propriedades rurais.
Suzin defende que “todo o apoio que o setor primário necessitar deve ser prestado, pois sabemos que a agropecuária será uma das primeiras atividades que retornará com força total depois da pandemia”. Observa que a origem, qualidade e sanidade dos alimentos será uma grande preocupação do mundo inteiro após a epidemia do novo Coronavírus. E, nesse aspecto, a produção brasileira tem reconhecimento internacional, segue protocolos rígidos e obedece a uma legislação sanitária moderna.
Entre as medidas de apoio estão o acesso dos produtores ao crédito e antecipação de benefícios e garantias, como forma de assegurar renda para pequenos, médios e agricultores familiares. A OCESC reivindicou e o governo atendeu: foram priorizados os setores mais impactados. “Isso se justifica porque a agricultura será a alavanca propulsora da retomada do crescimento econômico, não tenho dúvidas”.
O presidente da OCESC observa que o cooperativismo brasileiro tem demonstrado resiliência e criatividade para sobreviver em tempos de crise. O desafiador cenário imposto pela pandemia estimulou o surgimento de projetos para manter o funcionamento das cooperativas. Uma das saídas para a atual crise gerada pela pandemia é buscar formas de se reinventar no mercado.
Entre as inovações que surgiram estão plataformas para conectar com os negócios locais, comprando produtos e serviços de comunidades próximas, ajudando na continuidade dos negócios locais e assim, na manutenção dos empregos gerados por esses empreendimentos, impactando de forma rápida e direta na sua realidade. As cooperativas atuam para aproximar os cooperados e a comunidade, oportunizando produtos e serviços para agentes econômicos e consumidores finais.
Ações solidárias
Luiz Suzin aponta o caráter solidário das cooperativas por meio de centenas de ações sociais e assistenciais e doações. Entre elas, a iniciativa da Cooperativa Central Aurora Alimentos, com sede em Chapecó, de beneficiar 100 mil famílias de 560 comunidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre com a doação de alimentos. A Aurora entregou 100 mil aves congeladas (frango inteiro) – o que representa 310 toneladas de carne – e as distribuiu em colaboração com a CUFA – Central Única das Favelas, nas três capitais.
Levantamento concluído pela OCESC revela que a maior parte das cooperativas catarinenses desenvolveu ações para atendimento aos associados e também às comunidades regionais envolventes. Entre essas ações, o afastamento remunerado dos colaboradores em área de risco, a oferta de EPIs (equipamentos de proteção individual) e a reestruturação dos ambientes de trabalho foram as mais frequentes. As ações implementadas estão descritas nos sites de cada cooperativa.
Outras iniciativas foram as doações financeiras, doações de alimentos e materiais, criação e divulgação de campanhas de prevenção e orientação ao novo coronavírus, utilização de tecnologias de ponta para controle sanitário e de qualidade em produtos e serviços.
As cooperativas de crédito criaram linhas de crédito emergencial para cooperados, pessoas física e jurídica com necessidade de formação de capital de giro, repactuaram as operações de crédito com mais prazos e carências e, ainda, inovaram no seguro de vida: ampliaram a cobertura para o risco de morte causada pela Covid-19. Promoveram cursos de educação financeira, isentaram tarifas, juros e multas, além de lançar plataformas e movimentos em favor do fortalecimento dos negócios locais.
No ramo de transporte, as cooperativas fizeram campanha de orientação ao enfrentamento da Covid-19 e implementaram medidas de proteção aos colaboradores e associados.
As cooperativas da saúde estruturaram ambulatório Covid-19 para diagnóstico e tratamento de casos leves e moderados, UTIs especializadas, serviço móvel de urgência e emergência (SOS) e central médica de tele-assistência. Reorganizaram os atendimentos, criaram canais de atendimento específicos, cancelaram eventos e anteciparam a vacinação da gripe. Desenvolveram planos de ação emergencial para atendimentos remotos e domiciliares.
As cooperativas de eletrificação rural (ramo de infraestrutura) desenvolveram ampla campanha entre as famílias associadas, ampliando o nível de conscientização sobre a doença e as formas de prevenção.
As cooperativas de consumo adequaram as lojas e supermercados para a proteção dos associados/consumidores e dos funcionários, atendendo todas as exigências da Vigilância Sanitária.

Notícias
Brasil explora inovação agrícola na Coreia do Sul
Delegação visita LG e CJ Bio para conhecer tecnologias de bioinsumos e soluções sustentáveis que podem transformar o futuro do agro brasileiro.

Em missão oficial à Coreia do Sul, a delegação brasileira liderada pelo secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Goulart, realizou, na segunda-feira (24), visitas técnicas a fábricas e centros de pesquisa das empresas LG e CJ Bio.
A agenda teve como objetivo aprofundar a cooperação entre os dois países nas áreas de inovação em agrotóxicos, bioinsumos e tecnologias voltadas à agricultura sustentável, com foco no desenvolvimento de produtos mais modernos, seguros e eficientes.
Para o secretário Goulart, as visitas reforçam o interesse mútuo do Brasil e da República da Coreia em ampliar a parceria técnica e comercial no setor agropecuário. “A agricultura brasileira é baseada em inovação. Somos a potência que somos por conta da inovação. Por isso, estreitar relações entre os países é essencial para manter a competitividade do agro”, afirmou.
Compõem a delegação pelo Mapa o coordenador-geral de Agrotóxicos e Afins, José Victor Torres, e a coordenadora de Registro, Tatiane Nascimento. Pela Anvisa, participam a gerente-geral de Toxicologia, Cassia Fernandes, a gerente de Avaliação de Segurança Toxicológica, Marina Aguiar, o gerente de Produtos Equivalentes, Juliano Malty e a assessora da Terceira Diretoria, Letícia Filier.
Visita ao parque de inovações da LG
Na LG, a delegação conheceu a estrutura global do grupo, que atua em setores como eletrônicos, telecomunicações, química e soluções para agricultura. A empresa apresentou sua visão de gestão baseada em inovação, sustentabilidade e governança, além dos investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento.
A LG também destacou o papel da LG Chem e da FarmHannong, divisão agrícola líder na Coreia em proteção de cultivos, sementes e fertilizantes. A companhia reforçou o interesse em ampliar sua atuação no Brasil e dar continuidade às parcerias com o Mapa e a Anvisa.
CJ Bio apresenta avanços em biotecnologia e soluções sustentáveis
A delegação visitou ainda a CJ Bio, referência mundial em biotecnologia aplicada à agricultura, nutrição e biomateriais. A empresa apresentou seus laboratórios e plataformas de desenvolvimento de microrganismos, fermentação, purificação e produção de bioinsumos.
Foram demonstradas tecnologias voltadas à produção de inoculantes, pesticidas e bioestimulantes, com foco em soluções de baixo impacto ambiental, redução de emissões e recuperação de solos. A CJ Bio também reforçou o interesse em desenvolver produtos biológicos para soja, milho e outras culturas estratégicas para o Brasil.
Colunistas
Saiba por que fungos e nematoides seguem tirando bilhões do agro
Organismos invisíveis avançam silenciosamente sobre as raízes, derrubam a produtividade e já geram prejuízos acima de R$ 35 bilhões por ano, enquanto a biotecnologia ganha espaço no manejo.

No agronegócio brasileiro, algumas das maiores ameaças à produtividade estão escondidas sob os nossos pés. Fungos e nematoides do solo são organismos microscópicos que, muitas vezes, sem darem sinais aparentes, comprometem as raízes, reduzem a absorção de água e nutrientes e minam o vigor das plantas. Quando os sintomas se tornam visíveis, os prejuízos já estão instalados.
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), doenças fúngicas radiculares, como as causadas por Rhizoctonia, Fusarium e Sclerotium, podem permanecer no solo por longos períodos graças às suas estruturas de resistência, dificultando o controle e impactando culturas como soja, milho, feijão e hortaliças.

Artigo escrito por Bruno Arroyo, engenheiro agrônomo, com pós-graduação em Agronegócio.
Entre os inimigos invisíveis do solo, os nematoides ocupam lugar de destaque. Esses vermes microscópicos parasitam as raízes, formando galhas ou causando lesões que reduzem a eficiência do sistema radicular. Os reflexos são diretos: menor absorção de nutrientes, estresse hídrico precoce e queda na produtividade.
Pesquisas da Embrapa apontam que áreas infestadas por Pratylenchus brachyurus (nematoide das lesões radiculares) podem ter perdas médias de 21% na soja, o equivalente a 12 sacas por hectare. Além das evidências experimentais, estimativas da Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN) indicam que os prejuízos anuais no agro superam R$ 35 bilhões, sendo cerca de R$ 16,2 bilhões apenas na soja.
O desafio do manejo
O controle de nematoides e doenças fúngicas é particularmente complexo porque não existe uma solução única. A própria Embrapa recomenda o manejo integrado, combinando práticas, como rotação de culturas com espécies não hospedeiras, para reduzir a população de patógenos no solo; o uso de cultivares resistentes, quando disponíveis; adubação equilibrada e correção do solo, que fortalecem as defesas naturais da planta; e o controle biológico, por meio de microrganismos benéficos (bactérias e fungos), que competem com fungos patogênicos e estimulam o crescimento vegetal. Essas práticas, quando aplicadas em conjunto, aumentam a resiliência do sistema produtivo e reduzem a dependência exclusiva de defensivos químicos.
Biotecnologia como aliada

Foto: SAA SP
A biotecnologia vem se consolidando como parceira estratégica do produtor. O uso de bioinsumos, seja via aplicação direta ou tecnologia On Farm, permite ampliar populações de microrganismos benéficos e fortalecer a saúde do solo.
Já desde 2023, dados da Spark Inteligência Estratégica citados pela Embrapa, indicam que o uso de bionematicidas no Brasil ultrapassou o de nematicidas químicos em importantes culturas. Na soja, os produtos biológicos já representavam cerca de 94% do mercado de nematicidas, enquanto no milho esse índice chegava a 100%, consolidando a liderança dos biológicos no controle de nematoides.
Esse movimento continua se ampliando em outras cadeias produtivas. Levantamento da Kynetec mostra que, em 2024, mesmo com a retração de 18% no mercado de defensivos para cana-de-açúcar, os produtos de matriz biológica já respondiam por 7% do total financeiro do setor, com bionematicidas e bioinseticidas representando 75% desse segmento. Esses números confirmam que a biotecnologia deixou de ser apenas uma alternativa e passou a ocupar papel central nas estratégias de manejo do solo e de controle de nematoides no agronegócio brasileiro.
Quando adotamos práticas integradas e combinamos biotecnologia com as recomendações científicas, damos passos importantes para preservar a produtividade e a sustentabilidade do agro. Em um cenário de custos crescentes de insumos, pressão por sustentabilidade e exigência de maior eficiência, deixar de lado esses inimigos invisíveis também significa renunciar margens que fazem diferença no resultado da safra.
A boa notícia é que hoje temos conhecimento científico e tecnologias biológicas robustas para transformar esse desafio em oportunidade. O futuro do agronegócio passa pela capacidade de unir ciência, inovação e sustentabilidade. Não se trata apenas de controlar patógenos, mas de preservar o potencial produtivo de cada hectare, garantindo alimento de qualidade e competitividade para o Brasil no cenário global.
Notícias 02, 03 e 04 de dezembro
Dia de Campo da C.Vale estreia formato antecipado em dezembro
Mudança busca evitar conflito com a colheita de soja e reforça a participação dos produtores.

Para evitar a coincidência com o início da colheita de soja no Oeste do Paraná, a C.Vale decidiu antecipar seu principal evento técnico. A primeira edição do Dia de Campo no novo formato será realizada nos dias 02, 03 e 04 de dezembro, no Campo Experimental da cooperativa, em Palotina (PR).
A programação inclui lançamentos de máquinas e implementos com condições diferenciadas de compra, além da apresentação de novilhas leiteiras, gado de corte, caprinos e ovinos. O evento também mostrará resultados de trabalhos técnicos conduzidos no local. Entre as novidades estão concurso de receitas, maior interação com o público, ações ampliadas das empresas parceiras e mais áreas de sombra para quem aguarda o deslocamento nos ônibus internos.
A edição realizada em janeiro de 2025 reuniu 12 mil visitantes nas proximidades do complexo agroindustrial da C.Vale.
Antecipação estratégica
A decisão de mudar o calendário para dezembro ocorreu porque o plantio mais cedo das lavouras vinha aproximando o início da colheita da soja do período tradicional do evento, em meados de janeiro. A sobreposição afetava a participação dos produtores, levando a cooperativa a estabelecer, a partir de 2025, a realização do Dia de Campo sempre no último mês do ano.
Raio X – Dia de Campo 2025/26
147 empresas participantes
45 cultivares de soja
58 híbridos de milho
16 cultivares de mandioca
65 parcelas de agroquímicos
17 parcelas de produtos biológicos
63 parcelas de programas nutricionais
17 parcelas com tratamento de sementes
14 parcelas de tecnologia de aplicação
16 espécies forrageiras
9 parcelas de plantas de cobertura de solo
4 instituições de pesquisa
1 instituição de ensino
4 instituições financeiras



