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Cooperativa de Minas Gerais conhece programa catarinense de inovação no campo
Visita técnica ocorreu na Unidade de Lácteos da Aurora Coop onde foi apresentado o Programa Encadeamento Produtivo
Com o propósito de conhecer a dinâmica e a estrutura de projetos do Sebrae/SC voltadas ao desenvolvimento das empresas rurais, representantes da Cooperativa Central dos Produtores Rurais (CCPR) da região de Minhas Gerais e Goiás realizaram no mês de abril visita técnica na Unidade Industrial de Lácteos da Aurora Coop, no município de Pinhalzinho, no oeste catarinense. Na oportunidade também foram apresentadas as ações do Programa Encadeamento Produtivo Aurora realizado com empresários rurais vinculados à cooperativa e suas filiadas.
Representaram a CCPR, o gerente de suprimento de leite Leandro Cardoso Sampaio e o gerente de qualidade e integração Cassio Camargos. A CCPR tem 31 cooperativas filiadas, mais de 25 mil cooperados, aproximadamente 700 colaboradores e capta em Minas Gerais e Goiás 2,5 milhões de litros de leite/dia, sendo que 75% de seus cooperados são pequenos produtores. Representaram o Sebrae/SC, a analista de projeto Joselita Regina Tedesco Zanella e a assistente administrativo Diana Piovesan. Pela Aurora Coop, acompanharam a visita técnica o assessor de lácteos Selvino Giesel e a equipe técnica da Unidade Industrial em Pinhalzinho.
O que mais chamou a atenção dos visitantes foi a organização dos projetos em níveis tecnológicos e complementares com essa metodologia desenvolvida pelo Sebrae, que pode ser aplicada em qualquer tamanho de empresa rural. “Ela faz muito sentido na mudança de atitudes dos cooperados tanto na questão da gestão quanto na qualidade do produto. Esses degraus tecnológicos alcançados nessa trajetória de duas décadas do programa foram bem construídos. Não são ideias soltas, mas sim ações que se complementam”, analisou Cassio Camargos. Para Leandro Sampaio, o programa com foco na governança gera constância no desenvolvimento e na profissionalização na cadeia produtiva.
A partir dessa missão técnica os representantes da CCPR levam diversos insights para adaptar e aplicar em sua realidade. “A mensagem que levamos é de criar uma estrutura organizacional para que as lideranças impulsionem ou realmente puxem os produtores para que possam favorecer o desenvolvimento. É uma estratégia para mexer na cultura a partir da gestão participativa, ou seja, apresentando os benefícios que eles terão a partir dessa organização”, afirmou Cassio Camargos. Outras observações foram relacionadas aos desafios em comum nas duas regiões, como a quantidade de variáveis na cadeia do leite, a necessidade de compreender as expectativas de todos os envolvidos no processo produtivo e de ampliar a fidelização do produtor com os lacticínios.
“Infelizmente, muitos produtores não percebem as vantagens de investirem na qualidade, pois pensam que essa avaliação é válida apenas para a agroindústria, sem considerá-la para dentro da porteira. Ele acha que a melhoria na eficiência é para o próximo elo da cadeia produtiva e não para o negócio dele. Precisamos mudar essa visão, o que já ocorreu na avicultura e na suinocultura, em que o empresário rural compreendeu que se não tiver qualidade não terá produto final. Ao produzir o leite com baixo custo, mas com alta qualidade quem ganhará mais é o produtor tanto no preço final quanto no processo produtivo”, relatou Leandro Sampaio.
A parceria Aurora Coop, Sebrae e CCPR proporcionará um estudo para analisar a cadeia do leite com o objetivo de aprimorar o atendimento aos cooperados, melhorar o relacionamento com o produtor e identificar estratégias para mantê-lo na atividade. Leandro Sampaio enalteceu que todo o trabalho desenvolvido pelo Encadeamento Produtivo na organização das empresas rurais, nas escaladas evolutivas de implementação de processos, produtividade e qualidade resultaram em propriedades rurais com condições diferenciadas de acesso a mercados, com sucessão familiar e participação integrada da família na atividade.
“A expectativa com a parceria com o Sebrae é de somar esforços para atingir, principalmente três objetivos: dinheiro no bolso do produtor cooperado; melhoria da qualidade do produto e despertar esse olhar de desenvolvimento para os cooperados que ainda não o fizeram”, antecipou Cassio Camargos. Os representantes da CCPR também destacaram a importância do Sebrae no agronegócio nacional e de que isso é um diferencial para a continuidade da representatividade do setor, difundir sua contribuição para a sociedade e alavancar os empresários rurais que desejam se manter na atividade.
Programa
O gerente regional do Sebrae/SC no oeste, Udo Martin Trennepohl, enalteceu que o Encadeamento Produtivo Aurora é um programa diferenciado no Brasil, não apenas por organizar a base de integração, mas por resgatar a autoestima do produtor rural. “A primeira contribuição do programa, por meio do curso de Olho na Qualidade – com ações de descarte, organização, limpeza, revitalização das estruturas, higiene e ordem mantida –, é reconquistar o amor-próprio dessas famílias do campo para que a partir disso estejam preparadas como indivíduos para dar um salto de produtor para empresário rural”, explicou.
Nas próximas etapas do programa são abordadas a prática conceitual do curso Gestão da Qualidade Rural, no qual são apresentadas técnicas e ferramentas de gestão para consolidar a visão e a abordagem como empresário rural e não mais como produtor ou proprietário. “Ampliamos a visão dos participantes e no médio prazo trabalhamos a Propriedade Rural Sustentável que proporciona o ponto de vista de uma atividade perene. O programa é um case de sucesso porque leva esse modelo singular de desenvolvimento da cadeia do agro, dentro de uma visão de negócios, mas sem esquecer do lado humano das pessoas que fazem a gestão dessas empresas”, ressaltou.
Referência
“Agradecemos por sermos considerados referência para outras cooperativas. Essa conquista só foi possível graças ao apoio e a parceria com o Sebrae, que tem investido no sistema cooperativista, trazendo novos projetos, provocando mudanças de comportamento e transmitindo conhecimentos aos empresários rurais para que tenham uma atividade sustentável e viável econômica e socialmente”, expõe o assessor de lácteos da Aurora Coop, Selvino Giesel.
Ele reforça que a Cooperativa Central está fazendo o seu papel, mas que alguns resultados só foram obtidos pelo mérito dessa parceria. “Buscamos esse modelo para fortalecer o agronegócio como um todo, por isso trabalhamos o De Olho na Qualidade Rural, Gestão da Qualidade Rural, Times de Excelência, Modelo Genético Aurora (MGA) e Propriedade Rural Sustentável Aurora. A partir dessas várias ações conectadas percebemos a importância dessa proposta e de que o Sebrae/SC realiza um trabalho diferenciado para impulsionar os pequenos negócios rurais”, analisou o assessor de lácteos.
Parceiros
O Encadeamento Produtivo Aurora é desenvolvido em Santa Catarina com as parcerias do Sebrae, Senar, Sescoop, Sicoob, Cooperalfa, Itaipu, Auriverde, Coolacer, Copérdia, Caslo, Cooper A1, Coopercampos e Coopervil. No Rio Grande do Sul, conta com a parceria do Sebrae, Sicredi, Cooperalfa, Cooper A1, Coopercampos e Copérdia. No Paraná participam o Sebrae, a Cooperalfa, a Copérdia e a Cocari e, no Mato Grosso do Sul, Sebrae, Cooasgo e Cooperalfa.
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Topgen promove a segunda edição da Semana da Carne Suína no Paraná
Campanha simbolizou uma celebração de sabor, aprendizado e valorização local.
De 3 a 10 de novembro, os municípios de Arapoti e Jaguariaíva, no Paraná, se tornaram o centro das atenções para os amantes da carne suína. A Topgen, uma empresa de genética suína, com o apoio do Sicredi, promoveu a segunda edição da Semana da Carne Suína, uma campanha que celebrou a versatilidade e o sabor da proteína suína, mobilizando comércios locais e estimulando o consumo na região que é conhecida por sua forte suinocultura.
A programação contou com momentos inesquecíveis, como o workshop exclusivo com o Chef Daniel Furtado, realizado na Fazenda Araporanga, onde açougueiros e cozinheiros da região mergulharam nas técnicas e cortes especiais da carne suína, aprendendo a explorar sua versatilidade e criando inspirações para novos pratos. Outro destaque foi o concurso de melhor prato à base de carne suína, que movimentou 15 restaurantes locais. Os consumidores participaram ativamente, avaliando as delícias e votando no prato favorito. O grande vencedor foi a PJ Hamburgueria, com um sanduíche tão incrível que os clientes já pediram para incluí-lo no cardápio fixo!
A premiação incluiu uma cesta especial com embutidos artesanais do Sul do Brasil e a oportunidade de participar do curso com o Chef Daniel Furtado, além disso, todos participantes receberam um livro de receitas clássicas com carne suína editado pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), e impresso pela Topgen com o apoio do Sicredi e também um certificado de participação.
Segundo Beate Von Staa, diretora da Topgen, a inspiração para esta mobilização veio da campanha realizada pela empresa Mig-Plus em 2022, no início da crise da suinocultura. “Naquele ano, fizemos algo simples, mas desta vez conseguimos envolver toda a comunidade. Foi gratificante ver a mobilização e os comentários positivos da população”, destacou”, finalizou.
Além de valorizar a carne suína, a iniciativa buscou incentivar o consumo local de uma proteína saudável e saborosa, mostrando aos consumidores que ela vai muito além do trivial. Assista ao vídeo da campanha e descubra mais sobre essa experiência que uniu gastronomia, aprendizado e valorização da cultura local. A ABCS parabeniza a todos os participantes e ao público que tornou a segunda Semana da Carne Suína um sucesso absoluto!
Colunistas
Avanços e desafios da agricultura regenerativa tropical
Evolução das práticas regenerativas permite a melhoria no ambiente de produção com uma melhoria da qualidade do solo como principal capital do agricultor.
O mundo desafia a agricultura a dar segurança alimentar para uma demografia ainda em crescimento, contribuir com emissões negativas para as mudanças climáticas e ainda contribuir com produção com densidade nutricional e qualidade. A agricultura brasileira pode contribuir com essa agenda de forma relevante. Atualmente, o Brasil está entre os 5 maiores produtores de alimentos e é o primeiro colocado na exportação de vários produtos agrícolas.
É considerado o mais importante produtor de grãos nos trópicos. Estima-se que a produção agropecuária no Brasil já alimenta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo e que as projeções da OCDE-FAO indicam uma ampliação considerável da importância do Brasil no comércio agroalimentar global até 2032. Vários são os motivos que levam a essas importantes conquistas.
Podemos citar a contribuição da agricultura industrial através da “revolução verde”, por exemplo. No entanto, muitas vezes a produção de alimentos vegetais e animais, fibras e energia também estão ancoradas em custos ocultos ao meio ambiente: a biodiversidade do sistema, a qualidade do solo agrícola, a saúde das pessoas nas cidades, a saúde dos consumidores finais, o bem-estar animal e das pessoas que trabalham diretamente no campo.
Além disso, é conhecido que esse sistema de produção convencional necessita de condições ambientais estáveis para garantir boas produtividades. Ou seja, o sistema convencional é extremamente suscetível às adversidades climáticas, as quais estão se tornando cada vez mais frequentes em diferentes regiões do Brasil. As externalidades negativas do sistema convencional de produção, somadas às suas limitações adaptativas aos extremos climáticos, requerem uma transição regenerativa e novos fundamentos de produção.
Dentro deste contexto de conscientização da sociedade por alimentos com ausência de resíduo químico, com características organolépticas superiores e com maior densidade nutricional, das necessidades de mitigar os efeitos de mudança climática, de garantir a manutenção dos recursos para as gerações futuras, de atender as demandas presentes e de preservar a biodiversidade do sistema produtivo, alguns produtores têm implementado práticas agrícolas bem conhecidas pela Ciência.
A novidade é que essas soluções estão sendo adotadas em escala. Essas práticas e técnicas de manejo regenerativo (Fig. 1) são capazes de reduzir significativamente a dependência de insumos importados, a poluição do ambiente, enquanto são capazes de aumentar a eficiência e a resiliência dos sistemas produtivos, permitindo a manutenção de boas produtividades mesmo em períodos prolongados (superior a 60 dias, no caso de grãos) sem chuvas.
A evolução das práticas regenerativas permite a melhoria no ambiente de produção com uma melhoria da qualidade do solo como principal capital do agricultor. Estes também começam a prestar serviços ambientais para toda a sociedade, principalmente para as cidades, fornecendo água e alimento de qualidade, bem como mitigando os efeitos climáticos através do abatimento do carbono utilizando insumos de baixa emissão, com os manejos que privilegiam o aumento de carbono orgânico no solo, e ainda permitem o sequestro de carbono de forma permanente através do intemperismo aprimorado de minerais silicáticos, que são utilizados como condicionadores de solo, bioativação do sistema, melhoria da qualidade do solo e fontes de nutrientes.
Ao promover e valorizar a biodiversidade através da integração das áreas produtivas com as áreas naturais remanescentes, estes produtores garantem o refúgio de inimigos naturais das pragas e obtêm importantes serviços ecossistêmicos. Além de tudo, por utilizarem insumos e serviços dos seus contextos locais e regionais, compartilham a prosperidade com a sociedade, criando riqueza e oportunidades para a comunidade ao seu redor, atendendo assim aos requisitos ESG (Sustentabilidade Ambiental, Social e de Governança Corporativa – Environmental, Social and Governance, em inglês) em plenitude.
Desta forma, entende-se como Agricultura Regenerativa Tropical (ART) um conjunto de ações e boas práticas que atuam na recuperação do ecossistema produtivo de forma a deixar um saldo de impactos positivo nas características físicas e químicas do solo, na micro e na macrodiversidade do solo, na resiliência da produção, na redução de resíduos nos produtos, no sequestro de carbono e na melhoria da sociedade local e regional. Esses produtores de alimentos, fibras e energia atuam conscientemente na adoção de manejos e suas práticas que visam promover positivamente o ambiente de produção utilizando recursos e tecnologias acessíveis da forma mais eficiente possível dentro de uma agricultura de processos, em que desafios bióticos e abióticos são equacionados através de manejos realizados em caráter preventivo. Por todas essas características, a ART tem uma forte conexão com o consumidor final, o qual prioriza a regeneração e cura dos agroecossistemas, visando impactos positivos ao ambiente, à cadeia e à sociedade. Com essa missão, os produtores visam criar novas formas de relacionamento com as cadeias de fornecedores de insumos, serviços e equipamentos, bem como de fidelidade com as cadeias de valor e com os consumidores, diferenciando sua produção, seja pela forma de produzir como pela qualidade intrínseca do produto final.
Entre as práticas utilizadas na ATR podemos destacar:
- Manejo integrado da fertilidade do solo através do uso de remineralizadores, fertilizantes minerais naturais, corretivos e circularidade da matéria orgânica com o processamento adequado de insumos orgânicos, visando a eliminação de patógenos e germinação de plantas daninhas;
- Rotação de culturas e sistema de plantio direto sobre a palha, visando aumentar a diversificação de plantas no sistema enquanto mantém, sempre que possível, o solo coberto e revolvido o mínimo possível;
- Uso de comunidades microbianas funcionais e de microrganismos específicos que atendam às necessidades da cultura;
- Redução e, quando possível, a eliminação de insumos que agridem a vida no solo, nas plantas e das pessoas;
- Recuperação de pastagens degradadas;
- Integração lavoura-pecuária-floresta;
- Gestão integrada da paisagem.
A implementação destas práticas depende de o agricultor sair da zona de conforto e experimentar novos processos visando a redução de custos, com uso de soluções locais e regionais. Cabe ao agricultor, pecuarista, e/ou consultor identificar a lista de prioridades a serem equacionadas e determinar a melhor forma de atuar nos processos para implementar a transição. Por exemplo, muitas doenças e a presença de pragas podem ser equacionadas com uma nutrição adequada e balanceada. Como não existe uma tabela de determinação do requerimento e balanço nutricional da cultura para cada tipo de solo, o mais adequado é construir a fertilidade do solo de forma estruturante e deixar que a planta determine qual nutriente está sendo necessário em determinada fase fisiológica.
Essa fertilidade do solo pode ser construída ao longo dos anos com o manejo integrado da fertilidade do solo, o qual visa aumentar a eficiência do uso de fertilizantes solúveis através do uso de remineralizadores, fertilizantes minerais naturais e compostos orgânicos. No início da implementação deste manejo, correções pontuais através da adubação foliar podem ser necessárias ao longo do ciclo da cultura. O monitoramento semanal da lavoura se faz necessário para atender as demandas nutricionais e de correção para a supressão de pragas e doenças.
Com bom senso e políticas públicas, a adoção das práticas regenerativas devem continuar crescendo rumo à sustentabilidade da nossa agricultura. Na perspectiva de país, a ampliação da regeneração agrícola tem muitas justificativas para se transformar numa iniciativa estratégica, implementada de forma permanente e legitimada na Política Nacional Agrícola. Pois, podemos reduzir de forma significativa nossa dependência internacional de insumos fundamentais; podemos aumentar a renda dos agricultores e ativar as economias locais com a circulação de recursos da aquisição de insumos e serviços; podemos promover uma redução significativa nas contaminações e no oferecimento de produtos de melhor qualidade; podemos desempenhar uma agricultura de carbono negativo e, finalmente, podemos atender às demandas e compromissos das cadeias de valor por produtos regenerativos.
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Carrefour boicota carne do Mercosul: decisão é vista como protecionismo
Suspensão das compras de carne pelo Carrefour francês reforça críticas ao protecionismo europeu contra o agronegócio brasileiro.
A decisão do Carrefour de parar de vender carne proveniente dos países do Mercosul, incluindo o Brasil, gerou fortes reações. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) classificou a medida como “lamentável” e reafirmou que o Brasil segue os mais altos padrões de qualidade e sustentabilidade na produção agropecuária. O anúncio foi motivado por pressões do sindicato agrícola francês FNSEA e alegações relacionadas ao impacto ambiental.
“O Brasil tem uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo. Atendemos a padrões que garantem a rastreabilidade e qualidade das nossas exportações para 160 países, incluindo a União Europeia há mais de 40 anos”, destacou o Mapa, que acusou a medida de ser infundada e prejudicial à reputação do agronegócio nacional.
O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, também criticou duramente a decisão. “Essa atitude é claramente protecionista. Não há motivos razoáveis para essas restrições. O Brasil é o maior exportador de alimentos do mundo e seguimos rigorosos padrões ambientais e sanitários”, afirmou. Ele sugeriu que os brasileiros adotem uma resposta proporcional ao boicote. “Se eles boicotam nossos produtos, devemos reconsiderar a compra de produtos dessa rede.”
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento (Apex-Brasil) reforçou que o Brasil desempenha um papel essencial na segurança alimentar global. A Apex classificou como “lamentável” a postura da rede francesa, que poderia prejudicar as relações comerciais e a imagem do Brasil no cenário internacional.
O impacto da decisão também acende debates sobre a relação entre medidas ambientais e práticas protecionistas, muitas vezes vistas como barreiras não tarifárias. Especialistas alertam que atitudes como esta podem prejudicar os esforços globais de segurança alimentar em um momento crítico de demanda crescente.
O que está em jogo?
Enquanto o Carrefour cede à pressão interna, o Brasil continua sua luta por reconhecimento no mercado global, reafirmando a qualidade e sustentabilidade de seus produtos. Para muitos, a decisão francesa representa mais uma batalha na complexa relação entre o Mercosul e a União Europeia.