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Suínos

Cooperados ‘ignoram’ crise e investem na expansão da suinocultura

No sistema integrado ou cooperado no Brasil, as empresas ou cooperativas entram com os animais, medicamentos e rações, assistência técnica, além de garantir a compra, processamento e comercialização da produção.

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Fotos: Arquivo Pessoal

A produção integrada de suínos no Brasil, capitaneada por algumas das maiores empresas e cooperativas alimentícias do mundo, tem garantido renda à maioria dos suinocultores brasileiros, mesmo em um momento de crise que afeta o setor. Ao contrário dos suinocultores independentes, essas corporações conseguem diluir seus custos, por exemplo, fazendo grandes compras de matéria-prima, por preços mais atraentes, e produzindo grandes volumes de carne e derivados.

No sistema integrado ou cooperado no Brasil, as empresas ou cooperativas entram com os animais, medicamentos e rações, assistência técnica, além de garantir a compra, processamento e comercialização da produção. Já o produtor rural entra com a propriedade, as instalações, custos de energia elétrica e água, além da mão-de-obra. As empresas pagam aos seus produtores integrados de acordo com o desempenho dos lotes dos animais, independente de como está a situação do mercado.

“O sistema integrado é uma garantia para a gente, tanto na rentabilidade quanto na venda dos suínos. É complicado trabalhar com o sistema independente porque é difícil absorver os custos quanto estão elevados, quando há crise. Com a integração a gente mantém a lucratividade mesmo em tempos de crise como estamos passando no momento, com os custos em alta e o preço do suíno em baixa”, destaca o produtor rural de Ouro Verde do Oeste, no Paraná, Jonas Marcio Tonial, de 45 anos.

Ele começou na suinocultura há 13 anos, escolhendo o sistema integrado como garantia de uma renda constante mesmo quando há oscilações nos preços. “O sistema da cooperativa com quem trabalho consegue nos dar suporte para o negócio”, destaca Tonial. Ele é cooperado da Primato Cooperativa Agroindustrial, com sede em Toledo, no Oeste do Paraná. A Primato fornece todos os seus suínos para a central cooperativa Frimesa, que faz o abate, industrialização e comercialização da proteína para o Brasil e para o exterior.

“Começamos na suinocultura há 13 anos”, comenta Toniel. A cada ano, a fazenda da família Toniel produz três lotes, respeitando tempo de vazio sanitário entre eles para garantir a biosseguridade dos lotes seguintes, totalizando mais de mil toneladas de animais prontos para o abate. “Temos 2,5 mil suínos em terminação. Recebemos o animal com cerca de 35 quilos (Kg). Ele fica na fazenda por cerca de cem dias e é entregue para a cooperativa com aproximadamente 140 quilos”, conta o suinocultor brasileiro.

Investimentos

Jonas Marcio Tonial está ampliando a produção de suínos de 7,5 mil animais para 13,5 mil animais terminados por ano

Jonas Marcio Tonial explica que a suinocultura é um bom negócio no meio rural e que, por essa razão, a família está investindo para ampliar a produção na fazenda. Atualmente, os 2,5 mil animais ficam distribuídos em dois galpões. Agora, está em fase de finalização mais uma granja, com capacidade para mais dois mil suínos em terminação. Ele explica que o planejamento para aumentar a produção começou mesmo antes da crise da suinocultura e que, por ter uma segurança a mais que o suinocultor independente, conseguiu manter os investimentos.
“Estamos ampliando para mais dois mil animais. O projeto foi iniciado antes da crise e deve ser finalizado em poucos meses”, conta.

A granja de Tonial, apesar de ter mais de dez anos, é bastante tecnificada. Prova é que apenas um casal de funcionários é responsável pelo manejo dos 2,5 mil animais. “Hoje trabalhamos só com duas pessoas, um casal de funcionários”, conta. Com a ampliação, usando tecnologias ainda mais modernas na estrutura, somente mais um trabalhador será contatado. Ao todo serão três para cuidar de 4,5 mil animais.

Tonial reforça que o modelo cooperado, ou integrado, é fundamental para a expansão da atividade suinícola na propriedade da fazenda. “Temos os leitões, a ração, a assistência técnica. A gente ganha em de acordo com alguns índices, como conversão alimentar e mortalidade. É uma segurança para nós”, menciona o produtor.

Expectativas

Como praticamente todo suinocultor brasileiro, Tonial não observa um cenário favorável em relação a custos e preço do suíno nos próximos meses, mas acredita em dias melhores em um prazo um pouco mais estendido. “A curto prazo não conseguimos ver melhorias no quadro do mercado, com custos em alta e baixo preço do suíno. Isso porque acredito que o custo de produção vai se manter alto, especialmente por conta do preço do milho, da soja e até do trigo que vai na produção de ração. As commodities estão com preços muito altos e para o suíno a gente não observa perspectiva de aumento de preço a curto prazo. A longo prazo temos esperança que volte a ter rentabilidade para viabilizar as empresas parceiras e toda essa cadeia. A cadeia envolvida na suinocultura é muito grande, emprega muita gente. Acreditamos em uma melhora para manter todo esse negócio”, destaca o produtor brasileiro.

Grãos

A família tem a suinocultura como uma das atividades da fazenda, em Ouro verde do Oeste. Outra parte da renda vem da produção de grãos, produzidos em 100 alqueires no interior do Paraná. “A gente planta os cem alqueires de soja no verão. No inverno, plantamos milho e trigo. Aproximadamente 70% da área vai para milho e 30% vai para o trigo”, destaca o produtor. A cada nova safra, ele muda o talhão de trigo para outras áreas. Isso ajuda a melhorar a qualidade do solo e no controle de insetos e outras pragas que atacam as lavouras.

“A gente faz a rotação de cultura para melhorar a qualidade do solo, para ter uma palhada diferente, usar defensivos diferentes. Usando o trigo junto com milho e soja a gente consegue controlar melhor o mato, consegue manter a área mais limpa”, explica o produtor.

Na última safra de soja, colhida em fevereiro, houve prejuízos, lembra o produtor, mas as lavouras de milho em bom estado de desenvolvimento (fim de maio) enchem Tonial de esperança. “Com a última soja tivemos uma seca severa, sem lucratividade, apenas pagamos os custos. Agora a esperança é muito grande com o milho safrinha”, cita o produtor brasileiro. “Esperamos colher cerca de 300 sacas por alqueire”, emenda o jovem agropecuarista.

 

Fonte: O Presente Rural

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos

Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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