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Cooperação e diálogo são fundamentais para equalizar pontos do Pacto Verde Europeu

Na opinião dos especialistas do Fórum Agro: Brasil Protagonista, o plano precisa levar em consideração as especificidades e legislações dos países exportadores de produtos para a União Europeia.

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Fotos: Divulgação/Abag

A cooperação e o diálogo são instrumentos fundamentais para que os efeitos da internacionalização do Pacto Verde Europeu (Green Deal) não impactem na competitividade do agronegócio brasileiro, pois as regras foram baseadas apenas na realidade da União Europeia, ou seja, na agricultura do mundo temperado, que é bastante distinta da agricultura de um país de clima tropical.

“O mundo necessita de cooperação e não de sanções, ainda mais em tempos de insegurança alimentar, um conflito armado e mudanças significativas no comércio global”, disse Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), durante o Fórum Agro: Brasil Protagonista, realizado pela entidade, na terça-feira (31), em formato híbrido. “A União Europeia possui um sistema democrático avançado, mas ela percebeu que sozinha não será capaz de cumprir com as metas de descarbonização, por isso incluiu as cadeias produtivas. Contudo, há uma grande distorção de realidade entre o mundo temperado e o mundo tropical, que precisa ser discutido. Além disso, as regras unilaterais impostas se chocam com os princípios de multilateralidade”, acrescentou.

Carvalho, moderador do primeiro painel “O que é o Green Deal e o que pode nos trazer de desafios”, analisou que as regras não tratam da abertura do mercado europeu até 2050 e desconsideram o uso da biomassa para as soluções de bioeconomia. “Percebemos que o foco está na prevenção e na proteção, mesmo em um momento de instabilidade alimentar no mundo”, complementou. Outro ponto é que a Lei Antidesmatamento não aborda a questão do desmatamento legal ou ilegal, trata empresas de capital aberto e fechado da mesma maneira, e não esclarece como será comprovada a questão dos produtos sensíveis. Ele falou ainda que os Estados Unidos, que também estão elaborando seu programa verde, buscaram discutir esses itens com outros países por meio de uma questionário.

No painel, Ingo Plöger, vice-presidente e coordenador do Comitê de Relações Internacionais da Abag, trouxe um rápido histórico sobre a criação do Green Deal e suas metas. Ele avaliou que a União Europeia trouxe uma nova agenda internacional: uma proposta climática, mas ponderou que o maior erro foi internacionalizar conceitos que são bons para os países da UE, mas que não são necessariamente bons para o resto do planeta. “É um plano excelente do ponto de vista interno. Eles são transparentes, citando os riscos e as medidas para diminuí-los”, relatou.

Nesse sentido, o Brasil tem atuado para que a União Europeia, as instituições e os produtores vejam que a estrutura agrícola brasileira é sustentável. Segundo Elias Antonio de Luna e Almeida Santos, ministro-conselheiro, chefe do setor Econômico e Comercial da Missão do Brasil junto à União Europeia, o país tem expressado sua preocupação pelo caráter unilateral das medidas. Ele ponderou que para melhorar a narrativa da agricultura brasileira é preciso mostrar os resultados da redução de desmatamento. “Nosso discurso tem ressaltado a realidade brasileira, no qual compartilhamos com os objetivos de desenvolvimento sustentável e de preservação ambiental. Porém, os meios para alcançar essas metas não precisam ser iguais para todos, devido as particularidades de cada país e região”, afirmou.

Responsabilidades compartilhadas

Sueme Mori, diretora de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), lembrou no Fórum Agro: Brasil Protagonista que o princípio das responsabilidades compartilhadas porém diferenciadas é importante porque mostra as diferenças entre os países, que possuem legislações distintas. A seu ver, o Green Deal Europeu pode trazer impactos para o Brasil, pois se o país for classificado como de alto risco, o importador irá trocar de fornecedor, pois é ele (importador) quem arca com todos os custos. Entretanto, após uma reunião com representantes da União Europeia na semana passada, ela comentou que há uma janela de oportunidades para um diálogo, a fim de que o agro nacional leve suas propostas para atender as regras estabelecidas.

Para Ingo Melchers, diretor do Diálogo Agropolítico Brasil – Alemanha (APD), a descarbonização da economia europeia e global é um caminho sem volta e a grande agenda atual. Por isso, o Green Deal vem atender não apenas esse objetivo, mas uma exigência da sociedade europeia que não quer mais contribuir com o desmatamento. “Essa foi a reação dos legisladores europeus diante da demanda da sociedade”, expôs.

Uma questão importante, em sua opinião, é a bioeconomia, como vetor de inovação e desenvolvimento e intercâmbio tecnológico.

Sobre o eleitor europeu, Plöger considerou o aumento dos custos com as mudanças que serão necessárias para atender o Green Deal, que encarecerão os preços dos produtos que serão pagos pelos cidadãos europeus. “A questão é se com tudo isso haverá uma diminuição importante no desmatamento, porque 90% dos produtos exportados do Brasil para a União Europeia já são certificados. Caso, isso não ocorra, o cidadão vai perceber que pagou um preço alto por uma política ineficaz”, ressaltou.

Efeitos e riscos

No segundo painel “Os efeitos e riscos para a economia e para o agronegócio brasileiro” do Fórum Agro: Brasil Protagonista, Francisco Turra, ex-Ministro da Agricultura e presidente do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), afirmou que haverá uma caminhada para o diálogo para a construção de novas alternativas, uma vez que a discussão internacional está focada na fome no mundo. “O Brasil precisa explicar para o mundo que nós sabemos produzir e com sustentabilidade. Assim, a transparência é a melhor estratégia”, explicou.

Nessa área, Túlio Dias, diretor de Sustentabilidade da Agropalma, comentou sobre as novas tecnologias de georreferenciamento e geolocalização que podem atuar no combate ao desmatamento ilegal, sendo um instrumento importante para as cadeias produtivas brasileiras. “Para que a narrativa brasileira seja positiva e consistente, ela precisa ser acompanhada de posicionamentos claros sociais e ambientais, o que significa que diminuir as taxas de desmatamento se torna um bom ativo de comunicação, contribuindo para melhorar nossa posição nas mesas de negociações”, esclareceu.

Uma preocupação do setor do óleo de palma e das demais cadeias produtivas é que se a política europeia for aplicada os pequenos e médios produtores serão os mais impactados. “Pela menor capacidade de gestão estratégica, engajamento com o cliente direto, dificuldade de linguagem e comunicação, menor capacidade de investimento para adequações, eles ficarão mais exposto a ficar de fora de cadeias produtivas importantes”, elenca Dias.

Rodrigo Lima, sócio-diretor da Agroicone e consultor da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) defendeu a produção eficiente na pecuária, que reduza os impactos ambientais. Ele citou, por exemplo, a meta do Plano ABC+ de restaurar 30 milhões de pastagem degradada, bem como sistemas de integração com o iLPF (Integração Lavoura-Pecuária-Florestas). “A agricultura que não recupera áreas degradadas torna-se improdutiva”, pontuou. Também enfatizou a importância da inovação e da tecnologia para o avanço do agronegócio.

 

Fonte: Ascom Abag

Notícias Após oito anos

UFSM retoma tradicional Simpósio de Sanidade Avícola

Evento será realizado de forma on-line, entre os dias 05 e 07 de junho, permitindo a participação de estudantes e profissionais de diversas regiões do país.

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Foto: Julio Bittencourt

A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) está em clima de celebração com o retorno do Simpósio de Sanidade Avícola, que volta a acontecer após um hiato de oito anos. Este evento, anteriormente coordenado pela professora doutora Maristela Lovato Flores, teve sua última edição em 2016 e agora ressurge graças aos esforços do Grupo de Estudos em Avicultura e Sanidade Avícola da UFSM (Geasa/UFSM). O Jornal O Presente Rural será parceiro de mídia da edição 2024 do evento.

Sob a nova liderança dos professores doutores Helton Fernandes dos Santos e Paulo Dilkin, o evento chega a 11ª edição e promete manter o alto padrão técnico-científico que sempre marcou suas edições anteriores. “Estamos imensamente satisfeitos e felizes em anunciar o retorno deste evento tão importante para a comunidade avícola”, declararam os coordenadores.

O Simpósio está marcado para os dias 05, 06 e 07 de junho e será realizado de forma on-line, permitindo a participação de estudantes e profissionais de diversas regiões do país. “Com um programa cuidadosamente planejado ao longo dos últimos meses, o evento pretende aprofundar os conhecimentos sobre sanidade avícola, abrangendo temas atuais e pertinentes à Medicina Veterinária, Agronomia e Zootecnia”, evidenciou o presidente do Geasa/UFSM, Matheus Pupp de Araujo Rosa.

Entre as novidades deste ano, destaca-se o caráter beneficente do evento. Em solidariedade às vítimas das recentes enchentes que atingiram o estado do Rio Grande do Sul, 50% do valor arrecadado com as inscrições será doado para ajudar aqueles que foram afetados por essa adversidade.

Os organizadores também garantem a presença de palestrantes de renome, que irão abordar as principais pautas relacionadas à sanidade nos diversos setores da avicultura. “Estamos empenhados em proporcionar um evento de alta qualidade, que contribua significativamente para o desenvolvimento profissional dos participantes”, afirmaram.

Em breve, mais detalhes sobre os palestrantes, temas específicos e informações sobre inscrições serão divulgados. Para acompanhar todas as atualizações, você pode também seguir  o perfil oficial do Geasa/UFSM pelo Instagram. “O Simpósio de Sanidade Avícola é uma excelente oportunidade para a comunidade acadêmica e profissional se reunir, trocar conhecimentos e contribuir para o avanço da avicultura, enquanto também apoia uma causa social de grande relevância”, ressalta Matheus.

Fonte: O Presente Rural
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Notícias

Carne de frango ganha competitividade frente a concorrentes

No caso da carne suína, as cotações iniciaram maio em alta, impulsionadas pela oferta mais “enxuta” e pelo típico aquecimento da procura em começo de mês. Quanto ao mercado de boi, apesar dos valores da arroba seguirem pressionados, as exportações intensas de carne podem ajudar a limitar a disponibilidade interna e, consequentemente, a sustentar os valores da proteína no atacado.

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Foto: Shutterstock

Enquanto a carne de frango registra pequena desvalorização em maio, frente ao mês anterior, as concorrentes apresentam altas nos preços – todas negociadas no atacado da Grande São Paulo.

Como resultado, pesquisas do Cepea mostram que a competitividade da proteína avícola tem crescido frente às concorrentes.

Para o frango, pesquisadores do Cepea explicam que a pressão sobre os valores vem da baixa demanda em grande parte da primeira quinzena de maio (com exceção da semana do Dia das Mães), o que levou agentes atacadistas a baixarem os preços no intuito de evitar aumento de estoques.

No caso da carne suína, levantamento do Cepea aponta que as cotações iniciaram maio alta, impulsionadas pela oferta mais “enxuta” e pelo típico aquecimento da procura em começo de mês.

Quanto ao mercado de boi, apesar dos valores da arroba seguirem pressionados na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea, as exportações intensas de carne podem ajudar a limitar a disponibilidade interna e, consequentemente, a sustentar os valores da proteína no atacado.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Notícias Em apoio ao Rio Grande do Sul

Adapar aceita que agroindústrias gaúchas comercializem no Paraná

Medida é válida para agroindústrias do Rio Grande do Sul com selo de inspeção municipal ou estadual e tem validade de 90 dias. A Adapar enviou uma declaração expressa ao Ministério alinhada a essa autorização, e vai disponibilizar no site oficial uma lista dos estabelecimentos aptos a vender esses produtos.

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Foto: Mauricio Tonetto/Secom RS

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) vai aceitar que agroindústrias gaúchas com selo de inspeção municipal ou estadual vendam seus produtos em território paranaense.

A Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou na última quarta-feira (15) a Portaria Nº 1.114, permitindo temporariamente a comercialização interestadual de produtos de origem animal do Rio Grande do Sul, em caráter excepcional.

A Adapar enviou uma declaração expressa ao Ministério alinhada a essa autorização, e vai disponibilizar no site oficial uma lista dos estabelecimentos aptos a vender esses produtos, garantindo a segurança e a qualidade alimentar para os consumidores.

A decisão atende a uma solicitação da Associação Gaúcha de Laticinistas e Laticínios (AGL) pela flexibilização das regulamentações vigentes, com o objetivo de garantir a continuidade da venda dos produtos de origem animal produzidos em território gaúcho, tendo em vista o impacto das enchentes para os produtores rurais.

O assunto foi debatido em uma reunião online realizada na terça-feira (14) entre os órgãos e entidades de defesa agropecuária do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e o Mapa.

“Essa medida representará um alívio significativo para as pequenas empresas, com o escoamento de produtos que poderão ser revendidos nos estabelecimentos distribuídos por diversos estados brasileiros”, explica o diretor-presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins. As autorizações dispostas na Portaria do Ministério são válidas pelo prazo de 90 dias.

Para a gerente de Inspeção de Produtos de Origem Animal da Adapar, Mariza Koloda, a iniciativa representa um importante passo na busca por soluções ágeis e eficazes para enfrentar os desafios impostos pelo cenário de crise no Rio Grande do Sul.

“A cooperação entre os órgãos de defesa agropecuária e o Ministério demonstra o compromisso em atender às necessidades dos produtores e consumidores, ao mesmo tempo em que se mantém a integridade e segurança dos alimentos comercializados em todo o País”, diz.

Segundo a AGL, a grande maioria das agroindústrias familiares depende de feiras, restaurantes, empórios, hotéis, vendas digitais para consumidor direto ou de compras institucionais pelo Poder Público. O impacto das chuvas prejudicou a comercialização das agroindústrias em todas as regiões, com produtores que perderam animais, lavouras e instalações.

Fonte: AEN-PR
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