Conectado com

Notícias Cooperativismo

Conversão alimentar na avicultura: menores índices, melhores resultados

Para proporcionar a expressão do máximo do potencial genético das aves é preciso garantir a aplicação das boas práticas de manejo em toda as fases de criação

Publicado em

em

Carina Ribeiro/Copagril

A taxa de conversão alimentar é um dos indicadores mais importantes na avicultura moderna. Esta medida de produtividade animal é definida pelo consumo total de ração, dividido pelo peso médio do lote. A alimentação representa aproximadamente 65% do custo do frango, por isso o desafio é constante para conseguir melhorar este indicador.

A evolução da conversão alimentar foi muito grande nas últimas décadas, permitindo sair de um patamar de mais de 2,0 kg de ração para formar um kg de carne para as atuais taxas de 1,7 kg de ração para 1 kg de carcaça e observa-se uma tendência de se aproximar cada vez mais do 1 kg de ração para 1 kg de carcaça.

Para proporcionar a expressão do máximo do potencial genético das aves é preciso garantir a aplicação das boas práticas de manejo em toda as fases de criação.

Um dos fatores de manejo que mais influência na conversão alimentar é a temperatura, pois as aves dependem do ambiente para manter a temperatura do corpo. No ambiente frio, como no inverno, a necessidade de ração para manutenção da temperatura corporal é maior, daí a importância do aquecimento na fase inicial da criação. Mas em um ambiente quente, como no verão, as aves diminuem o consumo e também perdem energia para poder regular sua temperatura corporal. No ambiente ideal, respeitando a idade e a necessidade de temperatura de cada fase, as aves terão seu melhor desempenho.

Outro fator ligado à temperatura é a ventilação, importante na remoção de gases, umidade e poeira, além de melhorar a sensação térmica e ajudar na perda de calor nas fases finais.

Água

A qualidade de água também é um fator que afeta diretamente a conversão alimentar. O fornecimento de água fresca e limpa é fundamental para o bom resultado na atividade. As aves devem consumir mais que duas vezes o volume de água que de ração. Quanto ao manejo da água, a regulagem dos equipamentos é o mais importante, a altura e pressão do nipple devem ser periodicamente ajustadas. Além disso, a água clorada previne a contaminação do lote por microrganismos.

Desperdício

O desperdício de ração com falta de cuidados no equipamento (silos, caixas e comedouros) afeta bastante a conversão alimentar, mas é a presença de animais refugos que mais contribui negativamente para o resultado do lote. A recomendação é fazer a eliminação das aves problemáticas assim que as identificar. Da mesma maneira, a mortalidade nas últimas semanas, geralmente por calor devido à ineficiência e subdimensionamento dos equipamentos de ambiência pode prejudicar o resultado e pôr a perder o trabalho de um lote inteiro. Isso porque tanto a refugagem quanto a mortalidade no período final do lote fazem com que a ração consumida por estas aves que não vão chegar ao frigorífico tenham seu consumo destinado à divisão entre o restante do lote.

Resultados

Os problemas de taxa de conversão alimentar representam algum tipo de prejuízo para o produtor de frango de corte e geram um impacto econômico significativo para ele e, principalmente, para a empresa integradora. Além dos fatores descritos, a qualidade da ração, a presença de doenças, condições da cama e até a luminosidade interferem neste indicador. Qualquer fator que reduza o consumo de ração, o crescimento ou prejudique a saúde do frango de corte impactará negativamente a taxa de conversão alimentar do lote. Corrigir um problema de taxa de conversão requer comunicação e o produtor pode contar com toda a equipe técnica do Fomento de Aves da Copagril para orientar no que for necessário visando resolver os problemas que interferem na conversão alimentar.

Remuneração

Atualmente um grande número de empresas de avicultura têm atrelado o pagamento dos produtores aos resultados de conversão alimentar, pois como citado anteriormente, a alimentação representa maior parte do custo do lote e essa importância econômica é fundamental para um ramo da pecuária que está cada vez com as margens mais exprimidas.

Bons índices

Para o produtor integrado da Copagril, Tadeu Lewandowski, morador do distrito de São Roque, em Marechal Cândido Rondon, todos os detalhes são importantes para alcançar o resultado final do lote.

Tadeu tem conquistado os melhores índices de conversão alimentar entre os associados da cooperativa e, indagado sobre como alcança esse resultado, ele cita diversos pontos. O primeiro deles é lembrar que a temperatura do ambiente não é a mesma da cama. “A temperatura da cama é muito importante, por isso antes do alojamento aqueço um pouco acima da recomendação, pois a cama perde calor muito fácil”, revela.

A temperatura da água é mais um cuidado especial do produtor, que desenvolveu uma forma especial de realizar o flushing. “As aves gostam de água fresca e não quente. Pensando nisso, na primeira semana do lote eu deixo água ‘corrente’ no encanamento, por meio de uma torneira que leva água para fora do aviário, de forma encanada”, relata Tadeu. Segundo ele também é preciso fazer constantes ajustes no nipple para garantir uma vazão adequada de água.

A regulagem adequada de comedouros é mais um ponto relevante, assim como a quantidade de ração fornecida, conforme a fase. “Após os 28 dias fazemos um controle maior da ração, para evitar que os frangos se engasguem ou enfartem”, afirma Tadeu, que usa a estratégia de luz acesa o dia todo nos aviários. “Instalei placas solares para reduzir custos com energia”, revela.

Alinhando corretamente todos os fatores é que Tadeu tem alcançado os melhores IEPs na atividade.

Três gerações

A família Lewandowski é cooperativista há três gerações. O pai de Tadeu, senhor Venceslau (in memoriam), foi associado na década de 1970. “Meu filho Juliano completou 18 anos e se associou também”, relata Tadeu, que é associado desde 1987, quando tinha 24 anos.

A Copagril foi a responsável pela permanência da família no campo, ao proporcionar a diversificação visando à viabilidade da produção agropecuária. “Para nós a cooperativa é uma grande parceira e tem um papel fundamental na vida da nossa família”, afirma o associado, atualmente com 55 anos.

Para Tadeu, a avicultura foi um marco na história da cooperativa. Ele sempre acreditou no projeto e por isso foi um dos primeiros a entrar no sistema de integração, tendo alojado 87 lotes. “Nosso aviário recebeu o segundo lote alojado na história da Copagril. Hoje temos dois barracões”, conta, lembrando que está no nome da esposa Venilda, que também é associada. “Agora, além da renda da produção de aves temos adubo para a lavoura e algumas vezes vendemos cama de aviário. Com e melhora na produtividade de soja e milho já tivemos até premiações. Então estamos muito contentes com a nossa parceria”, conclui Tadeu Lewandowski.

Fonte: Assessoria Copagril

Notícias Antimicrobianos na agropecuária

Comissão de Agricultura aprova texto que suspende decreto do Pronara

Proposta cita conceitos vagos, falta de critérios técnicos e interferência indevida em políticas agrícolas e incentivos econômicos.

Publicado em

em

Foto: Fernando Dias

O projeto que susta os efeitos do Decreto nº 12.538/2025, que instituiu o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara), foi aprovado nesta quarta-feira (26) na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, sob relatoria do deputado Pezenti (MDB-SC), coordenador da Comissão de Meio Ambiente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). O parlamentar argumenta que o Executivo extrapolou seu poder regulamentar ao criar uma política pública nacional sem autorização legislativa específica, envolvendo temas como política agrícola, incentivos econômicos e governança administrativa.

Deputado Pezenti: “O decreto introduz conceitos vagos e ideologicamente marcados, destituídos de base técnico-científica, em afronta ao princípio da segurança jurídica”

“O decreto introduz conceitos vagos e ideologicamente marcados, destituídos de base técnico-científica, em afronta ao princípio da segurança jurídica. Suas disposições interferem diretamente na política agrícola e na ordem econômica, ao impactar custos de produção, incentivos fiscais e instrumentos de crédito rural — temas que exigem disciplina legal”, explicou Pezenti.

De acordo com o autor do PDL 443/2025, deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), coordenador da Comissão de Seguro Rural da FPA, o decreto propõe uma estrutura de governança que carece de critérios técnicos para sua implementação, e muitas das ações sugeridas sobrepõem-se a programas já consolidados, como o PARA (Anvisa) e o SINITOX (Fiocruz), criando riscos de duplicidade, aumento de burocracia e uso ineficiente de recursos.

Deputado Rodolfo Nogueira: “Este é um projeto importante para a segurança alimentar e para as garantias do produtor rural”

“Este é um projeto importante para a segurança alimentar e para as garantias do produtor rural. Lembrando que os defensivos agrícolas são insumos essenciais para a proteção das lavouras, e isso traz a garantia do alimento na mesa do povo brasileiro”, finalizou Nogueira.

A proposta segue agora para análise das comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS) e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).

Fonte: Assessoria FPA
Continue Lendo

Notícias

Parque do Show Rural vira megacanteiro de obras para reforçar estrutura da edição 2026

Melhorias incluem 45 mil m² a mais de estacionamento, novas lanchonetes, pavimentação e estrutura ampliada para expositores.

Publicado em

em

O presidente da Coopavel e vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Cascavel (Acic) para Assuntos do Agronegócio, Dilvo Grolli, apresentou nesta quarta-feira (26) um panorama das obras em andamento e dos preparativos para a 38ª edição do Show Rural. Um dos maiores eventos técnicos do agronegócio mundial, o Show Rural será realizado de 09 a 13 de fevereiro de 2026. A tradicional missa de abertura está marcada para 11 horas de 08 de fevereiro, na área que abriga o parque desde 1989. “O parque parece um grande canteiro de obras. Inúmeras melhorias estão em curso para oferecer uma experiência única aos visitantes que estarão em Cascavel em busca de novidades para as atividades rurais”, afirmou, destacando o apoio histórico da Acic ao evento.

Presidente da Coopavel e vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Cascavel (Acic) para Assuntos do Agronegócio, Dilvo Grolli: “. Inúmeras melhorias estão em curso para oferecer uma experiência única aos visitantes que estarão em Cascavel em busca de novidades para as atividades rurais” – Fotos: Divulgação/Coopavel

Entre as intervenções estruturais citadas pelo presidente da Coopavel estão a ampliação do prédio da administração, a expansão do hub Espaço Impulso e a ampliação do galpão dedicado ao pequeno produtor. As iniciativas são desenvolvidas em parceria com o Itaipu Parquetec e a Itaipu Binacional.

Uma das principais frentes é a ampliação do estacionamento, que ganhará 45 mil metros quadrados adicionais. Com isso, a capacidade passará de 17 mil para 22 mil veículos e de 400 para mais de 700 ônibus por dia. Uma nova passarela, instalada no interior do antigo estacionamento, fará a ligação direta com o acesso principal do parque.

As obras de mobilidade também incluem a pavimentação asfáltica de mais de 2,5 quilômetros de vias, todas com cinco metros de largura, e a cobertura de 11 quilômetros de ruas, garantindo mais conforto ao público esperado para visitar os 600 expositores já confirmados.

O pacote de melhorias contempla ainda duas novas lanchonetes, novas linhas de buffet no restaurante e a reforma completa dos 28 conjuntos de banheiros. Uma nova área será aberta para expansão de estandes, acomodando expositores que buscam espaços mais amplos.

Grolli reforçou o caráter regional e a representatividade do evento. “O Show Rural é um evento de Cascavel e do Oeste do Paraná, que leva para o mundo o melhor do que somos e do que é o agronegócio brasileiro”, destacou.

A edição de 2026 terá como tema “A força que vem de dentro”. Tanto o acesso ao parque quanto o estacionamento seguirão gratuitos, como tradição do evento.

Fonte: O Presente Rural com Coopavel
Continue Lendo

Notícias

Brasil busca ampliar lista de produtos com sobretaxa nos EUA

País aposta em articulação diplomática, crédito à indústria e agenda estratégica para consolidar presença no mercado americano.

Publicado em

em

Foto: Shutterstock

Os impactos do tarifaço, as negociações do Brasil com o governo dos EUA e as medidas para ampliar o acesso dos produtos brasileiros àquele mercado foram temas da participação do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, na abertura da 3ª edição do Encontro Empresarial Brasil–EUA, nesta terça-feira (25).

Alckmin participou remotamente do encontro, que é promovido pela Amcham Brasil em São Paulo. “É diálogo e negociação. O próximo passo é excluir mais produtos e reduzir alíquotas. Vamos acelerar o processo”, afirmou Alckmin.

Nos últimos meses, os Estados Unidos eliminaram tarifas de 238 produtos, incluindo frutas, sucos, cafés e carnes, reduzindo para 22% a fatia das exportações brasileiras ainda sujeitas ao tarifaço, percentual que já foi de 36%. Outros 27% estão na Seção 232, alinhados à tributação global, e 51% entram no país com tarifa zero ou 10%.

Ao comentar as medidas adotadas pelo governo brasileiro, Alckmin destacou o Plano Brasil Soberano, com apoio para empresas impactadas e outras medidas, e ações do governo em áreas que podem ajudar nas negociações para retirada de todos os produtos das tarifas adicionais. “O Brasil não ficou parado diante do tarifaço. Colocamos em campo um plano robusto para proteger as empresas afetadas, com R$ 40 bilhões em crédito, juros menores e garantias ampliadas. Nosso objetivo é assegurar fôlego para quem perdeu mercado e manter a indústria brasileira competitiva”, destacou.

Ele reforçou também a importância das ações de médio e longo prazos, voltadas à inserção do Brasil em setores de alto valor agregado e tecnologias emergentes. “Estamos preparando o Brasil para a nova economia. Avançamos em temas estratégicos como data centers, inteligência artificial, energia renovável e minerais críticos. O programa Redata já está no Congresso e vai atrair investimentos de alto valor agregado para o país”, garantiu.

Diálogo e articulação

A secretária de Comércio Exterior (Secex) do MDIC, Tatiana Prazeres, participou do painel Diálogo com o Governo Brasileiro, realizado logo após a fala do presidente da República em exercício.

Ao lado do embaixador Fernando Pimentel, em um painel moderado pelo CEO da Amcham Brasil, Abrão Neto, a secretária Tatiana destacou que os resultados recentes refletem avanços importantes na relação bilateral e reforçam o papel central do diálogo e da articulação entre governo e setor privado. “Os avanços recentes mostram que o diálogo funciona. Vimos progressos concretos e é fundamental manter essa coordenação entre governo e setor privado para seguirmos ampliando o acesso do Brasil ao mercado americano. A relação Brasil–Estados Unidos é estratégica e exige dedicação permanente, e os resultados reforçam que estamos no caminho certo”, avaliou Tatiana Prazeres.

Ao longo do diálogo, houve debate com as autoridades presentes sobre elementos relevantes para a estratégia negociadora brasileira, reforçando o papel do setor empresarial na consolidação de posições conjuntas e no fortalecimento da agenda econômica entre Brasil e Estados Unidos.

Abrão Neto, por sua vez, falou sobre a o papel do setor empresarial na consolidação de posições conjuntas e no fortalecimento da agenda econômica entre Brasil e Estados Unidos. “Este encontro reafirma algo que está na essência da Amcham: o compromisso de aproximar as duas maiores economias das Américas. A relação bilateral é indispensável, não apenas pela história que representa, mas pelo futuro que oferece aos nossos países”, disse.

Fonte: Assessoria MDIC
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.