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Bovinos / Grãos / Máquinas Saúde Animal

Controle parasitário no gado de leite

Na elaboração de um bom programa de controle parasitário a consulta a um médico veterinário capacitado é fundamental

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 Artigo escrito por Marcos Malacco, gerente técnico para pecuária da Ceva Saúde Animal

Conceitualmente, parasitos são organismos dependentes de outros seres vivos, chamados hospedeiros, para se manterem e reproduzirem, trazendo prejuízos para os hospedeiros nessa relação. Este conceito é bastante abrangente e envolve protozoários, rickettsias, vermes, moscas, carrapatos, etc, e nesse artigo trataremos do controle das principais verminoses dos bovinos leiteiros.

Os prejuízos determinados pelas parasitoses se manifestam nas mais diversas formas, dentre elas: mal estar geral, perdas de produção, transmissão de doenças, pior qualidade dos alimentos produzidos, gastos com antiparasitários e mão de obra necessários ao controle e mortalidades, dentre outros. De acordo com o último trabalho publicado na literatura científica brasileira em 2013, no Brasil os prejuízos determinados pelas principais parasitoses que afetam os bovinos chegam próximos a 14 bilhões de dólares. Os principais parasitos envolvidos foram os vermes redondos gastrointestinais, responsáveis por mais da metade desses prejuízos (aproximadamente 7,1 bilhões de dólares), seguidos pelo carrapato (em torno de 3,2 bilhões de dólares), a mosca dos chifres, o berne e as bicheiras.

Verminoses

De maneira geral, segundo estudos da Embrapa, a maioria dos quadros de verminoses nos bovinos aqui no Brasil (90% a 98%) manifesta-se de forma subclínica, ou seja, sem demonstração clara dos sinais de verminose. Entretanto, apesar da baixa carga de vermes no sistema gastrointestinal, os prejuízos ocorrem em virtude de redução no apetite que passa despercebido. Bovinos com manifestação subclínica das principais verminoses gastrointestinais, mostraram redução em 17% na ingestão de forragens, redução em 20% no tempo de pastoreio e de 19% no ganho médio de peso vivo, quando comparados a animais livres das verminoses.

Com as categorias de bovinos e os efeitos negativos das verminoses, as categorias mais jovens, a partir do 60 a 90 dias de idade, indo até por volta dos 24 meses, são aquelas que mais sentem os efeitos. Os animais adultos, por terem sido expostos por longos períodos às infecções verminóticas, sofrem menos, entretanto, na vaca adulta, como ocorre em fêmeas de todas as espécies animais, passam constantemente por um período crítico que é o período periparto. Isso se deve à queda da imunidade geral, característica deste período e nessa fase os efeitos negativos das verminoses gastrointestinais agravam ainda mais o Balanço Energético Negativo (BEN) que ocorre nas primeiras semanas após o parto nas vacas leiteiras. Portanto, este é um período que devemos estar atentos, principalmente nas primeiras semanas após o parto.

Nas bezerras leiteiras, o controle das verminoses pode ser iniciado a partir dos 2 a 3 meses de idade, e tratamentos a cada 90 dias devem ser repetidos até que elas completem os 12 meses de idade, quando empregados produtos concentrados e que proporcionam alta eficácia e maior período de controle.

Nas novilhas a partir dos 12 meses de idade, emprega-se o controle estratégico das verminoses, com um tratamento realizado no início do inverno (maio/junho), outro próximo ao final do inverno (agosto/setembro) e outro logo após o início da primavera (outubro/novembro). Também é recomendado um tratamento na metade do verão (fevereiro/março), pois estes animais estão em amplo desenvolvimento corporal e sofrem alto impacto negativo das principais verminoses.

Programas de tratamento recomendados

  • Terneiras
    • 60 a 90 dias (desmame)
    • 90 dias até 12 meses de idade
  • Novilhas
    • Fevereiro ou Março; Maio ou Junho; Agosto ou Setembro; e Outubro ou Novembro
  • Vacas
    • Secagem;
    • Entrada na linha de ordenha (4 a 5 dias após o parto).

MAIS CONTROLE

Nos animais jovens até os 24 meses de idade, o emprego de produtos endectocidas concentrados nas épocas mencionadas proporcionam um ótimo controle das verminoses e ainda contribuem para o controle do carrapato, do berne e das moscas dos chifres. Com relação ao carrapato, os tratamentos realizados em, outubro/novembro, fevereiro/março e maio/junho, coincidirão com a ocorrência da 1ª; 2ª e 3ª gerações do parasito, de uma maneira geral, e os endectocidas concentrados que tenham efeito carrapaticida comprovado (eficácia ≥95%) contribuirão mais que aqueles que são apenas auxiliares no controle (eficácia <95%). Para o tratamento indicado em agosto/setembro, como os campos ainda apresentam menor qualidade e muito provavelmente baixos níveis das vitaminas A e E, é recomendável a suplementação com tais vitaminas.

Para as vacas, é muito importante a realização de um tratamento na secagem com objetivo de proporcionar maior bem estar e melhores condições para finalização da prenhez e recuperação da glândula mamária para a próxima lactação. Além desse tratamento, devemos também tratar as vacas naquele período crítico em termos de imunidade geral, o periparto, e a realização de um tratamento no dia do parto ou na entrada da linha de ordenha é fundamental. Para este tratamento é importante ressaltar que o produto a ser usado não deva determinar descarte do leite, ter alta eficácia, amplo espectro e amplo período de controle. Ainda nas vacas leiteira em produção, especialmente naquelas com acesso a piquetes, é recomendado um tratamento após o pico ou em torno da metade da lactação.

Na elaboração de um bom programa de controle parasitário a consulta a um médico veterinário capacitado é fundamental. Portanto, sempre o consulte.

Outras notícias você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de junho/julho de 2020 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Bovinos / Grãos / Máquinas

Primeiro trimestre de 2024 se encerra com estabilidade nos custos

Apesar da leve recuperação nas cotações de grãos no período, os preços de insumos destinados à dieta animal continuaram recuando.

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O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira se manteve estável de fevereiro para março, considerando-se a “média Brasil” (bacias leiteiras de Bahia, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul). Com isso, o primeiro trimestre de 2024 se encerrou com uma leve retração no custo, de 0,3%. Apesar da leve recuperação nas cotações de grãos no período, os preços de insumos destinados à dieta animal continuaram recuando.

Dessa forma, os custos com o arraçoamento do rebanho acumulam queda de 1,8%. Sendo este o principal componente dos custos de produção da pecuária leiteira, reforça-se que a compra estratégica dos mesmos pode favorecer o produtor em períodos adversos.

No mercado de medicamentos, o grupo dos antimastíticos foi o que apresentou maiores elevações em seus preços, sobretudo em MG (1,2%) – este movimento pode ter sido impulsionado por chuvas intensas em algumas regiões do estado ao longo do mês.

Por outro lado, produtos para controle parasitário registraram leves recuos, enquanto vacinas e antibióticos ficaram praticamente estáveis. Tendo em vista o preparo para o plantio das culturas de inverno nesta época do ano, foi possível observar valorização de 7,4% das sementes forrageiras na “média Brasil”, com os avanços chegando a ficar acima de 10% no Sul do País.

Tal atividade também impacta diretamente o mercado de fertilizantes, que registou recuperação de 0,3% na “média Brasil”. Por outro lado, o mercado de defensivos agrícolas apresentou queda de 0,4%, a qual foi associada ao prolongamento das chuvas em algumas regiões, o que reduz, por sua vez, a demanda por tais insumos.

De maneira geral, a estabilidade nos preços dos principais insumos utilizados e a elevação do preço do leite pago ao produtor contribuíram para a diluição dos custos da atividade leiteira no período, favorecendo a margem do produtor.

Cálculos do Cepea em parceria com a CNA, tomando-se como base propriedades típicas amostradas no projeto Campo Futuro, apontam elevações de 4% na receita total e de 30% na margem bruta (o equivalente a 9 centavos por litro de leite), considerando-se a “média Brasil”.

Relação de troca

Em fevereiro, a combinação entre valorização do leite e a queda no preço do milho seguiu favorecendo o poder de compra do pecuarista leiteiro. Assim, o produtor precisou de 28 litros de leite para adquirir uma saca de 60 kg do grão – o resultado vem se aproximando da média dos últimos 12 meses, de 27 litros/saca.

Fonte: Por Victoria Paschoal e Sérgio Lima, do Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Menor oferta de matéria-prima mantém preços dos derivados em alta

Cotações médias do leite UHT e da muçarela foram de R$ 4,13/litro e R$ 28,66/kg em março, respectivas altas de 3,9% e 0,25%, em termos reais, quando comparadas às de fevereiro.

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Foto: Rubens Neiva

Impulsionados pela menor oferta no campo, os preços do negociados no atacado de São Paulo subiram pelo terceiro mês consecutivo. De acordo com pesquisas diárias do Cepea, realizadas em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB ), as cotações médias do leite UHT e da muçarela foram de R$ 4,13/litro e R$ 28,66/kg em março, respectivas altas de 3,9% e 0,25%, em termos reais, quando comparadas às de fevereiro.

Já em relação ao mesmo período do ano passado, verificam-se desvalorizações reais de 9,37% para o UHT e de 8,53% para a muçarela (valores deflacionados pelo IPCA de março).

O leite em pó fracionado (400g), também negociado no atacado de São Paulo, teve média de R$ 28,49/kg em março, aumento de 0,99% no comparativo mensal e de 9,6% no anual, em termos reais.

A capacidade do consumidor em absorver altas ainda está fragilizada, e o momento é delicado para a indústria, que tem dificuldades em repassar a valorização da matéria-prima à ponta final.

Agentes de mercado consultados pelo Cepea relatam que as vendas nas gôndolas estão desaquecidas e que, por conta da baixa demanda, pode haver estabilidade de preços no próximo mês.

Abril

As cotações dos derivados lácteos seguiram em alta na primeira quinzena de abril no atacado paulista.

O valor médio do UHT foi de R$ 4,21/litro, aumento de 1,99% frente ao de março, e o da muçarela subiu 0,72%, passando para R$ 28,87/kg.

O leite em pó, por outro lado, registrou queda de 2,04%, fechando a quinzena à média de R$ 27,91/

Colaboradores do Cepea afirmaram que os estoques estão estáveis, sem maiores produções devido às dificuldades de escoamento dos produtos

Fonte: Por Ana Paula Negri e Marina Donatti, do Cepea.
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Preço ao produtor avança, mas dificuldade em repassar altas ao consumidor preocupa

Movimento altista no preço do leite continua sendo justificado pela redução da oferta no campo.

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Foto: JM Alvarenga

O preço do leite captado em fevereiro registrou a quarta alta mensal consecutiva e chegou a R$ 2,2347/litro na “Média Brasil” do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.

Em termos reais, houve alta de 3,8% frente a janeiro, mas queda de 21,6% em relação a fevereiro de 2023 (os valores foram deflacionados pelo IPCA). Pesquisas em andamento do Cepea apontam que o leite cru captado em março deve seguir valorizado, com a Média Brasil podendo registrar avanço em torno de 4%.

Fonte: Cepea/Esalq/USP

O movimento altista no preço do leite continua sendo justificado pela redução da oferta no campo. O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea caiu 3,35% de janeiro para fevereiro, acumulando baixa de 5,2% no primeiro bimestre deste ano. Nesse contexto, laticínios e cooperativas ainda disputam fornecedores para garantir o abastecimento de matéria-prima.

A limitação da produção se explica pela combinação do clima (seca e calor) com a retração das margens dos pecuaristas no último trimestre do ano passado, que reduziram os investimentos dentro da porteira. Porém, a elevação da receita e a estabilidade dos custos neste primeiro trimestre têm contribuído para melhorar o poder de compra do pecuarista frente aos insumos mais importantes da atividade.

A pesquisa do Cepea, em parceria com a CNA, estima que a margem bruta se elevou em 30% na “média Brasil” nesse primeiro trimestre. Apesar da expectativa de alta para o preço do leite captado em março, agentes consultados pelo Cepea relatam preocupações em relação ao mercado, à medida que encontram dificuldades em realizar o repasse da valorização no campo para a venda dos lácteos.

Com a matéria-prima mais cara, os preços dos lácteos no atacado paulista seguiram avançando em março. Porém, as variações observadas na negociação das indústrias com os canais de distribuição são menores do que as registradas no campo.

Ao mesmo tempo, as importações continuam sendo pauta importante para os agentes do mercado. Os dados da Secex mostram que as compras externas de lácteos em março caíram 3,3% em relação a fevereiro – porém, esse volume ainda é 14,4% maior que o registrado no mesmo período do ano passado.

Fonte: Por Natália Grigol, do Cepea.
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