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Suínos / Peixes Produção animal

Controle de moscas na suinocultura: quais os passos para alcançar o sucesso?

As moscas representam um sério problema na produção animal. Na suinocultura a infestação das granjas por moscas também pode ocorrer, sendo esse inseto o mais encontrado. O controle deve ser realizado em todas as fases do ciclo produtivo.

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Divulgação/Pexels

As moscas representam um sério problema na produção animal. Na suinocultura a infestação das granjas por moscas também pode ocorrer, sendo esse inseto o mais encontrado. O controle deve ser realizado em todas as fases do ciclo produtivo.

Várias espécies de moscas podem causar problemas na suinocultura, porém a que se destaca é a Musca domestica (Mosca doméstica), mas também podemos encontrar outras espécies como Stomoxys calcitrans (Mosca dos estábulos), Drosophila spp (Mosquinha), Chrysomia megacephala (Mosca varejeira). Em um país tropical como o Brasil, as altas temperaturas e umidade relativa elevada favorecem a sua multiplicação, fazendo com que 100% das nossas granjas sofram com as consequências negativas da infestação da praga.

Os principais fatores que afetam a população de moscas são matéria orgânica, umidade e temperatura. Elas se desenvolvem e se alimentam da matéria orgânica em decomposição. As larvas de mosca precisam de umidade e o acúmulo de esterco úmido aparece como um lugar propício para o seu desenvolvimento. As larvas da mosca se desenvolvem mais rapidamente em temperaturas elevadas. Sob a temperatura de 30°C, as moscas podem completar o ciclo de vida (de ovo a adulto) em apenas dez dias. Sob baixas temperaturas este desenvolvimento é desacelerado.

Conheça o inimigo

Figura 1 – Ciclo de vida da mosca

Antes de realizar o controle é necessário saber como vivem esses insetos. A mosca adulta põe os ovos no esterco úmido (principalmente de suínos e aves) e em depósitos de lixo (principalmente de origem orgânica: restos de comida, cascas e sobras de frutas e legumes). As moscas desenvolvem-se através do processo denominado metamorfose completa, ou seja, compreendendo os estágios de ovo, larva, pupa e adulto. O ciclo se completa entre sete e 35 dias, dependendo da temperatura e umidade. Em três a cinco dias depois de nascida, a mosca fêmea acasala e já pode começar a pôr ovos. Pode pôr até 1,2 mil ovos durante a vida, em posturas de 100 a 120 ovos por vez. A mosca doméstica é a mais comum e, na forma adulta, pode viver de 25 a 45 dias. A mosca do estábulo e as varejeiras também se criam no esterco de suíno por este ser rico em proteína.

Qual o papel da mosca na veiculação de doenças?

O primeiro e mais importante problema causado pelas moscas é a veiculação de agentes causadores de doenças, como os vírus, bactérias, protozoários e ovos de parasitos. Moscas entram em contato com fezes, podendo transmitir cepas patogênicas de E. coli, Brachyspira spp., Salmonella spp. e Streptococcus spp e alguns vírus como da PRRS, Rotavírus, Coronavírus (TGE) e PCV2.

A mosca doméstica transporta estes agentes de doenças em todo o seu corpo, principalmente nas pernas e peças bucais. Em estudos realizados, verificou-se que ela raramente age como hospedeiro intermediário, atuando quase sempre como vetor mecânico. Outra forma de disseminação de doenças através das moscas é por meio da ingestão de agentes patogênicos pela mosca e sua eliminação nas fezes.

Ainda entre as bactérias, as moscas transmitem o causador da meningite estreptocócica dos suínos (Streptococcus suis), que também pode infectar humanos.

Uma única mosca pode carrear mais de 200 bactérias (como por exemplo a Salmonella) apenas na extremidade de uma de suas patas. Além da contaminação cruzada que podem transmitir aos lotes, as moscas causam estresse aos animais e às pessoas envolvidas na rotina de trabalho da granja.

Como controlar

Para o controle de moscas, recomenda-se o “controle integrado”, que envolve medidas de controle permanente, como o controle mecânico e as formas de controle temporário, como o controle químico e o biológico.

O controle mecânico envolve medidas direcionadas ao destino e tratamento de dejetos, o qual deve ser realizado permanentemente, com foco na redução dos locais de oviposição das moscas; utilização de tela anti-mosca na composteira; evitar a formação de chorume na composteira e não deixar as carcaças expostas; poças de água nos arredores da instalação; vazamentos em sistemas de fornecimento de água também devem ser evitados. Utilizar lâmina de água nas calhas de dejetos evita que moscas adultas entrem em contato direto com a matéria orgânica e depositem seus ovos nestes locais. Tal manejo deve ser constante e acompanhado de perto pelo produtor.
Somado ao controle químico ou biológico que eliminam o inseto em alguma fase do seu ciclo de vida. Sempre que houver aumento da população de insetos na granja, em especial de moscas, deve-se procurar e eliminar os focos de procriação.

As moscas adultas representam apenas uma pequena porcentagem da população presente na propriedade, aproximadamente 20% da infestação total, enquanto 80% é representado por formas jovens: larvas, pupas e ovos. O adulto é somente a etapa final de uma série de estágios (ovo, larva e pupa). Se as medidas de controle forem dirigidas somente às moscas adultas, dificilmente o problema será contornado e o ambiente levado aos parâmetros esperados.

Outro ponto importante no controle das moscas é a frequência de aplicação dos inseticidas. Em períodos de primavera-verão é comum haver maior aumento populacional, pois condições de alta temperatura e umidade aceleram o ciclo biológico das moscas, aumentando o número de gerações neste período. Além do intervalo de aplicação de inseticidas, outro ponto relevante e que deve ser considerado: os locais de procriação das moscas em uma instalação de suínos. Além disso, utilize inseticidas com dupla ação: adulticida e larvicida, e que possa ser aplicado de diferentes vias, como pulverização, nebulização, atomização e termonebulização.

Não existe um plano fixo de biosseguridade que possa ser adotado em todas as granjas uma vez que existem diferenças em relação a localização, tipo de instalações, manejo, nutrição, ambiência, genética e assistência técnica disponíveis. Este plano deve, portanto, ser um processo dinâmico e personalizado de acordo com cada situação mediante a avaliação dos riscos presentes e resultados esperados. Todos os procedimentos de biosseguridade devem ser revisados periodicamente, adaptando-se aos novos riscos e agentes, os quais podem mudam com decorrer do tempo em uma granja.

As referências bibliográficas estão com a autora. Contato via: giovanna.souza@lanxess.com.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola e da piscicultura acesse gratuitamente a edição digital Suínos e Peixes.

Fonte: Por Gisele Ravagnani, médica-veterinária, mestre e doutora em Ciência Animal; e gerente de Técnico e Marketing LATAM Sul e Central Lanxess Biosecurity Solutions

Suínos / Peixes

Brasil conquista dois novos mercados para pescados na Índia

Agronegócio brasileiro alcançou a 30ª abertura comercial internacional apenas neste ano. Nos últimos 16 meses, foram abertos 108 novos mercados em 50 países.

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Foto: Shutterstock

A missão do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, à Índia em novembro do ano passado segue gerando resultados positivos para o Brasil. Após encontros com Shri Parshottam Rupala, ministro da Pesca, Pecuária e Lácteos da Índia e Kamala V Rao, CEO da Autoridade de Segurança dos Alimentos da Índia, o Brasil obteve, na última sexta-feira (19), a confirmação da abertura de dois novos mercados: pescado de cultivo (aquacultura) e pescado de captura (pesca extrativa).

O anúncio se soma a expansões recentes da pauta agrícola do Brasil para o país asiático. Nos últimos 12 meses, o governo indiano autorizou a importação de açaí em pó e de suco de açaí brasileiros.

Em 2023, a Índia foi o 12º principal destino das exportações agrícolas brasileiras, com vendas de US$ 2,9 bilhões. Açúcar e óleo de soja estiveram entre os produtos mais comercializados.

Segundo o Agrostat (Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro), nos três primeiros meses deste ano, o Brasil exportou mais de 12 mil toneladas de pescado para cerca de 90 países, gerando receitas de US$ 193 milhões. Esse valor mostra um aumento de mais de 160% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando as vendas foram de US$ 74 milhões.

“Seguimos comprometidos em ampliar a presença dos produtos agrícolas brasileiros nas prateleiras do mundo. Essa estratégia não apenas abre mais oportunidades internacionais para nossos produtos e demonstra a confiança no nosso sistema de controle sanitário, mas também fortalece a economia interna. Com as recentes aberturas comerciais estamos gerando mais empregos e elevando a renda dos produtores brasileiros”, ressaltou o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa.

Com estes novos mercados, o agronegócio brasileiro alcançou a 30ª abertura comercial internacional apenas neste ano. Nos últimos 16 meses, foram abertos 108 novos mercados em 50 países.

Fonte: Assessoria Mapa
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Suínos / Peixes

Peste Suína Clássica no Piauí acende alerta

ACCS pede atenção máxima na segurança sanitária dentro e fora das granjas

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Presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi - Foto e texto: Assessoria

A situação da peste suína clássica (PSC) no Piauí é motivo de preocupação para a indústria de suinocultura. A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) registrou focos da doença em uma criação de porcos no estado, e as investigações estão em andamento para identificar ligações epidemiológicas. O Piauí não faz parte da zona livre de PSC do Brasil, o que significa que há restrições de circulação de animais e produtos entre essa zona e a zona livre da doença.

Conforme informações preliminares, 60 animais foram considerados suscetíveis à doença, com 24 casos confirmados, 14 mortes e três suínos abatidos. É importante ressaltar que a região Sul do Brasil, onde está concentrada a produção comercial de suínos, é considerada livre da doença. Portanto, não há risco para o consumo e exportações da proteína suína, apesar da ocorrência no Piauí.

 

Posicionamento da ACCS

O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, expressou preocupação com a situação. Ele destacou que o Piauí já registrou vários casos de PSC, resultando no sacrifício de mais de 4.300 suínos. Com uma população de suínos próxima a dois milhões de cabeças e mais de 90 mil propriedades, a preocupação é compreensível.

Uma portaria de 2018 estabelece cuidados rigorosos para quem transporta suínos para fora do estado, incluindo a necessidade de comprovar a aptidão sanitária do caminhão e minimizar os riscos de contaminação.

Losivanio também ressaltou que a preocupação não se limita aos caminhões que transportam suínos diretamente. Muitos caminhões, especialmente os relacionados ao agronegócio, transportam produtos diversos e podem não seguir os mesmos protocolos de biossegurança. Portanto, é essencial que os produtores mantenham um controle rigoroso dentro de suas propriedades rurais para evitar problemas em Santa Catarina.

A suinocultura enfrentou três anos de crise na atividade, e preservar a condição sanitária é fundamental para o setor. “A Associação Catarinense de Criadores de Suínos pede que todos os produtores tomem as medidas necessárias para evitar a entrada de pessoas não autorizadas em suas propriedades e aquel a que forem fazer assistência em visitas técnicas, usem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para minimizar os riscos de contaminação. Assim, a suinocultura poderá continuar prosperando no estado, com a esperança de uma situação mais favorável no futuro”, reitera Losivanio.

Fonte: ACCS
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Suínos / Peixes

Levantamento da Acsurs estima quantidade de matrizes suínas no Rio Grande do Sul 

Resultado indica um aumento de 5% em comparação com o ano de 2023.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Com o objetivo de mapear melhor a produção suinícola, a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) realizou novamente o levantamento da quantidade de matrizes suínas no estado gaúcho.

As informações de suinocultores independentes, suinocultores independentes com parceria agropecuária entre produtores, cooperativas e agroindústrias foram coletadas pela equipe da entidade, que neste ano aperfeiçoou a metodologia de pesquisa.

Através do levantamento, estima-se que no Rio Grande do Sul existam 388.923 matrizes suínas em todos os sistemas de produção. Em comparação com o ano de 2023, o rebanho teve um aumento de 5%.

O presidente da entidade, Valdecir Luis Folador, analisa cenário de forma positiva, mesmo com a instabilidade no mercado registrada ainda no ano passado. “Em 2023, tivemos suinocultores independentes e cooperativas que encerraram suas produções. Apesar disso, a produção foi absorvida por outros sistemas e ampliada em outras regiões produtoras, principalmente nos municípios de Seberi, Três Passos, Frederico Westphalen e Santa Rosa”, explica.

O levantamento, assim como outros dados do setor coletados pela entidade, está disponível aqui.

Fonte: Assessoria Acsurs
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