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Controle da Salmonella e uso de antibióticos em debate no Simpósio da Acav

Doutor em Microbiologia Veterinária Alberto Back afirmou que o nível de controle de Salmonella no Brasil pode ser comparado com Canadá e Estados Unidos, enquanto o médico-veterinário Ricardo Rauber disse que no Brasil ainda é liberado o uso destas ferramentas para o tratamento de patógenos com objetivo terapêutico.

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O doutor em Microbiologia Veterinária Alberto Back foi o responsável por dar início às palestras do último dia do 14º Simpósio Técnico da Acav – Incubação, Matrizes de Corte e Nutrição, que acontece no Centro de Convenções (CentroSul) de Florianópolis (SC), com o tema “Salmonela: atualizações no Brasil e na América Latina”. A segunda palestra da manhã ficou a cargo do médico-veterinário e consultor em saúde animal na Vetinova: Saúde Animal Estratégica, Ricardo Rauber, que falou sobre “Perspectivas futuras sobre o uso de antibióticos em reprodutoras e incubatório”.

Doutor em Microbiologia Veterinária Alberto Back: “Saber que não existe bala de prata nos deixa vigilantes com a bactéria, que deve ser contida sempre” – Fotos: Divulgação/Acav

De acordo com Back, é importante falar sobre a Salmonella, por alguns motivos como o alto investimento para controle; o risco, mesmo que baixo, para a saúde pública; a exigência do consumidor; a saúde das aves e a legislação. Ele afirmou, ainda, que os importadores fazem diversas exigências e o Brasil exporta para os países mais exigentes, o que mostra que o País está com um ótimo desempenho quanto ao controle da bactéria, diferente de outros da América Latina.

“O nível de controle de Salmonella no Brasil pode ser comparado com Canadá e Estados Unidos, então, estamos realmente muito bem, mas isso só acontece porque temos um ótimo conhecimento sobre a epidemiologia da bactéria”, disse Back. Ainda, segundo o doutor, uma das principais razões para a dificuldade no controle é a falta de transparência, de liderança e de apoio da direção.

Afinal, existe uma gama de tratamentos e intervenções que podem ser feitas, e diversos tipos da bactéria. Mas, muitas vezes, as pesquisas e os testes para controle demandam investimento. “Tem uma variedade de aditivos para alternativa para controle da doença, que pode atingir apenas a ave, sem ser repassada para o humano, no caso das tíficas, ou, ainda, pode afetar diretamente o humano, como no caso das paratíficas. Estes aditivos podem estar na água, na ração, na cama das aves”, explicou.

Com tantos estudos já realizados, é possível rastrear a cadeia de forma efetiva para fazer as devidas intervenções de manejo, como intervalo, umidade, cal, fermento, entre outras.

Médico-veterinário Ricardo Rauber: “É preciso estar atento ao uso errado ou contínuo do antibiótico e continuar usando-o como ferramenta para garantir a qualidade de vida das aves e o bem-estar animal”

As vacinas e a ação na cadeia são bastante efetivas para o controle da Salmonella. “Saber que não existe bala de prata nos deixa vigilantes com a bactéria, que deve ser contida sempre. Se descuidarmos um pouco, os índices sobem e não queremos que isso aconteça”, disse Back.

Logo depois, o público atento ouviu sobre o uso dos antibióticos em reprodutoras e incubatórios. Rauber reforçou que eles são ferramentas para preservar a qualidade de vida das aves e que o foco desta palestra foi para o uso e a resposta dos antibióticos nos animais, sem fazer nenhuma leitura em relação à saúde pública.

O médico-veterinário disse que no Brasil ainda é liberado o uso destas ferramentas para o tratamento de patógenos com objetivo terapêutico, diferente de alguns outros países, que têm restrições, principalmente quanto ao uso de antibióticos para promotores de crescimento das aves, que no Brasil também existem moléculas já proibidas para essa finalidade. No entanto, essas são mais usadas como ferramentas terapêuticas e seguem sendo estudadas constantemente. “É preciso estar atento ao uso errado ou contínuo do antibiótico e continuar usando-o como ferramenta para garantir a qualidade de vida das aves e o bem-estar animal”, afirmou Rauber.

Durante a palestra, o doutor mostrou, também, as alternativas aos antibióticos, que existem e foram comprovadas como sendo eficientes, como os pró/pré/pósbióticos, as enzimas, os fitogênicos e os ácidos orgânicos. No entanto, é importante que estas alternativas sejam utilizadas a partir das eficiências demonstradas e em casos que sejam adequados a utilização destas. “O uso dos antibióticos deve ser feito de forma a manter os perfis de sensibilidade, como infecções sistêmicas, agentes específicos e ausência de alternativas eficientes”, concluiu Rauber.

Programação científica

A programação das palestras segue até o final desta quinta-feira (31), quando o evento será encerrado com o Jantar do Galo.

Fonte: Assessoria Acav

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Nova edição de Nutrição & Saúde Animal destaca avanços que moldam o futuro das proteínas animais

Conteúdos exclusivos abordam soluções nutricionais que ampliam índices produtivos e fortalecem a sanidade de aves, suínos, peixes e ruminantes.

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A nova edição do Jornal Nutrição e Saúde Animal, produzida por O Presente Rural, já está disponível na versão digital e reúne uma ampla cobertura técnica sobre os principais desafios e avanços da produção animal no Brasil. A publicação traz análises, pesquisas, tendências e orientações práticas voltadas aos setores de aves, suínos, peixes e ruminantes.

Entre os destaques, o jornal aborda a importância da gestão de micotoxinas na nutrição animal, tema discutido no contexto da melhoria da eficiência dos rebanhos . A edição também traz conteúdos sobre o uso de enzimas e leveduras e o papel dessas tecnologias na otimização de dietas e no desempenho zootécnico .

Outro ponto central são os avanços na qualificação de técnicos e multiplicadores, essenciais para promover o bem-estar animal e disseminar práticas modernas dentro das granjas . O jornal destaca ainda o impacto estratégico dos aminoácidos na nutrição, além de trazer uma análise sobre conversão alimentar, tema fundamental para a competitividade da agroindústria .

Os leitores encontram também reportagens sobre o uso de pré-bióticos, ferramentas de prevenção contra Salmonella, estudos sobre distúrbios de termorregulação em sistemas produtivos e avaliações sobre os efeitos da crescente pressão regulatória e tributária sobre o setor de proteína animal .

A edição traz ainda artigos sobre manejo, probióticos, qualidade de ovos, doenças respiratórias em animais de produção e desafios sanitários relacionados a patógenos avícolas, temas abordados por especialistas e instituições de referência no país .

Com linguagem acessível e foco técnico, o jornal reforça seu papel como fonte de atualização para produtores, gestores, consultores, médicos-veterinários e demais profissionais da cadeia produtiva.

A versão digital já está disponível no site de O Presente Rural, com acesso gratuito para leitura completa, clique aqui.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil avança em norma que libera exportação de subprodutos de bovinos e bubalinos

Proposta moderniza regras sanitárias e permite que empresas do Sisbi-Poa destinem materiais sem demanda interna a plantas com inspeção federal para exportação.

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Foto: Gisele Rosso

O Brasil deu um passo importante para ampliar o aproveitamento de subprodutos de bovinos e bubalinos destinados ao mercado internacional. O Projeto de Lei 4314/2016, de autoria do ex-deputado Jerônimo Goergen (RS), moderniza regras sanitárias e autoriza que empresas integrantes do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Poa) destinem ao exterior materiais que não têm demanda alimentar no mercado interno, desde que o envio seja feito por estabelecimentos com fiscalização federal.

A proposta, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara, na terça-feira (18), recebeu ajustes de redação e correções técnicas apresentadas pelo relator, deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB).

Ele destacou que versões anteriores do texto acumulavam vícios materiais e erros de referência à Lei 1.283/1950, que regula a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal no país, o que comprometia a clareza normativa e poderia gerar insegurança jurídica.

Adequação técnica e segurança jurídica

Deputado Cabo Gilberto Silva: “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas” – Foto: Divulgação/FPA

Cabo Gilberto apontou que substitutivos anteriores citavam equivocadamente o artigo 11 da Lei 1.283/1950, quando a referência correta deveria ser o artigo 12, que trata diretamente das condições de inspeção sanitária. Para o relator, manter o erro poderia abrir brechas interpretativas. “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas”, afirmou.

Ele também corrigiu dispositivos que, segundo sua avaliação, extrapolavam a competência do Parlamento ao abordarem temas típicos de regulamentação pelo Poder Executivo. “Alguns trechos invadiam competências próprias do Poder Executivo. Ajustamos essas inconsistências para preservar a constitucionalidade e a técnica legislativa”, explicou.

Exportação via estabelecimentos com inspeção federal

Com essas correções, o texto final deixa claro que estabelecimentos estaduais ou municipais integrados ao Sisbi-Poa poderão destinar subprodutos sem demanda local a plantas industriais com inspeção federal, habilitadas pelo Ministério da Agricultura para exportação.

A medida atende mercados externos que utilizam esses materiais em diversas aplicações industriais e contribui para ampliar o aproveitamento de resíduos do abate, fortalecer a cadeia produtiva e garantir conformidade sanitária nas operações internacionais.

Avanço regulatório

Para o deputado Cabo Gilberto, a atualização moderniza a legislação e posiciona o Brasil para aproveitar melhor oportunidades no comércio global. “A atualização aperfeiçoa a legislação, reforça o papel do Sisbi-Poa e contribui para que o país aproveite oportunidades no mercado internacional sem comprometer a fiscalização sanitária”, destacou o relator.

Fonte: Assessoria FPA
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STF suspende julgamento da Moratória da Soja e mantém paralisação nacional de processos

Com pedido de vista de Dias Toffoli, segue válida a liminar de Flávio Dino que congelou ações na Justiça e no Cade, enquanto especialistas destacam impacto do caso na segurança jurídica do agro.

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Moratória da Soja é um acordo privado para evitar a compra de soja de áreas de desmatamento na Amazônia - Foto: Divulgação/Ibama

O Supremo Tribunal Federal suspendeu o julgamento que analisava a liminar concedida pelo ministro Flávio Dino que determinou a suspensão nacional de todos os processos que discutem a validade da Moratória da Soja na Justiça e no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Até o momento, há quatro votos para confirmar a paralisação das ações. A análise ocorre no plenário virtual desde a última sexta-feira (14) e estava prevista para terminar na próxima terça-feira (25). O pedido de vista foi do ministro Dias Toffoli, e até que o processo volte à pauta a medida segue válida.

O advogado Frederico Favacho afirma que é positiva a decisão de Flávio Dino, por reconhecer que a Moratória da Soja é legal. “Esse é o ponto mais importante de toda a controvérsia”, entende.

A Moratória da Soja é um acordo voluntário entre tradings que comercializam grãos, no qual se comprometem a não comprar soja de áreas desmatadas na Amazônia após julho de 2008. O STF julga uma ação ajuízada pelo PcdoB, PSOL, PV e Rede. As legendas pedem a suspensão de lei do estado de Mato Grosso que proíbe a concessão de benefícios fiscais para empresa que assinaram o acordo.

Em dezembro do ano passado, Flávio Dino atendeu ao pedido dos partidos e suspendeu a lei de forma liminar. Em abril deste ano, ele reconsiderou a decisão, estabelecendo que a norma passaria a valer a partir de 1º de janeiro de 2026.

Em 05 de novembro, Flavio Dino determinou a suspensão nacional de todos os processos, inclusive os que investigam possível formação de cartel no Cade. Afirmou não considerar adequado, em respeito ao princípio da segurança jurídica, permitir que o debate sobre a Moratória da Soja prossiga nas instâncias ordinárias jurisdicionais ou administrativas, diante da possibilidade de serem proferidas decisões conflitantes e em desacordo com o entendimento a ser fixado pelo STF. “No mesmo voto, Flávio Dino também reconhece o direito de os entes federativos estabelecerem as regras para concessão dos benefícios fiscais, o que, na prática, implicaria em os Estados poderem retirar os benefícios das empresas signatárias, o que continua sendo discutível na esfera infraconstitucional em relação a forma, razoabilidade e outros quesitos”, diz Favacho, complementando: “De toda forma, isso vem num momento importante, quando o mundo todo está de olhos voltados para as boas práticas ambientais do agronegócio brasileiro”.

Fonte: Assessoria do Santos Neto Advogados
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