Avicultura Avicultura Moderna
Consumo de água, ganho de peso e muito mais em tempo real pelo celular
Produtor de São Miguel do Iguaçu, no Paraná, comenta que as novidades que chegam no mercado são muito interessantes, mas muitos avicultores podem ter dificuldades de usar as ferramentas.

Novas tecnologias chegam quase que diariamente no setor produtivo do agronegócio. Elas são para as mais diferentes funções, que ajudam o produtor desde a gestão do negócio, como no controle do ambiente e na nutrição das aves. Absorver tantas novidades pode ser um desafio ao produtor, principalmente se ele não estiver tão “aberto” a tudo que está chegando.
Leandro Zatta é avicultor. Ele possui dois aviários na cidade de São Miguel do Iguaçu, cidade a aproximadamente 40 quilômetros de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná. Cada aviário tem a capacidade de alojamento de aproximadamente 30 mil aves por lote. O projeto para entrar no setor começou há quase um ano. Dessa forma, Zatta teve a oportunidade – e vontade – de usar todas as mais novas tecnologias possíveis a seu favor desde a construção dos espaços.
Os dois aviários são do modelo dark house, que usa luz artificial na criação. Entre as tecnologias adotadas estão sistemas de acompanhamento online e remoto, câmeras de segurança e painéis solares. “Montamos essa propriedade em família, sendo eu e os meus pais”, comenta. O avicultor explica que toda a estrutura do aviário foi pensada para haver conexão. “O painel utilizado tem conexão via internet. Além de ter também os exaustores automáticos, a questão da oferta de comida do frango ser toda automática, eu também tenho uma balança interna que calcula o peso dos frangos e vários sensores que medem temperatura e umidade. Tudo isso em tempo real”, menciona. “Qualquer coisa dentro do aviário eu consigo ter acesso pelo celular”, comenta.
Para todo o controle o produtor conta com um painel de alta tecnologia desenvolvido por uma empresa particular. “O painel já é dimensionado para ter acesso online. Além do painel, o único investimento que tive foi o de colocar internet dentro dos aviários, para ter todo o sistema WiFi e, assim, ter acesso a todas as informações. Tenho tudo conectado. E para ter acesso aos dados mais tarde, eu somente preciso entrar no site da empresa. Eu poderia ter aviário em qualquer lugar que eu teria acesso em tempo real”, afirma.
Outro grande investimento feito pelo avicultor foi a instalação de placas solares na propriedade. “O maior custo que temos hoje na atividade é com energia elétrica. É o que mais impacta. Então começamos a estudar e percebemos que o valor que investiríamos nas placas se pagaria somente com o que já gastamos de energia. Vimos que isso deu certo. E assim as placas abastecem os aviários e toda a propriedade, que conta ainda com casas e motores para fazer silagem aos animais (bovinos)”, comenta.
Tudo o que chega é novidade
Como começou na atividade há quase um ano, Zatta comenta que todas as tecnologias que chegam até ele e à família são novidade. Porém, sabe que a tecnologia é uma faca de dois gumes. “Ao mesmo tempo que é algo bom é também ruim se o produtor tem dificuldade em manusear ou aprender. Assim, alguns acabam sofrendo”, diz. Ele explica que os aviários são uma parceria com os pais, mas sabe que muitas das tecnologias não poderiam ser utilizadas se somente o pai, menos íntimo dos equipamentos tecnológicos, fosse o responsável. “Quando pensamos em colocar as tecnologias, sempre pensamos no quesito funcionalidade. Porque eu também trabalho em outro lugar, então não posso ficar o dia todo nos aviários. Mesmo com a parceria com os meus pais, sei que eles não têm a facilidade em manusear estes controladores como outra pessoa teria”, afirma.
Dessa forma, comenta o avicultor, adquirir as tecnologias que permitam que ele faça a maioria das atividades de forma remota foi essencial para o sucesso da atividade. “O que mais me chamou a atenção foi justamente saber o que está acontecendo em tempo real, mesmo não estando na propriedade, e poder controlar tudo, como ganho de peso, consumo de água e temperatura, por exemplo. Facilita muito essa gestão do negócio”, diz. Se alguns desses indicadores, como GPD ou consumo de água, por exemplo, estiver, fora das linhas indicadas, o produtor pode tomar medidas corretivas imediatamente.
Zatta ainda menciona que sabe que existem ainda muitas tecnologias para o setor, que surgem diariamente. “Às vezes, até porque questão financeira, a gente não consegue acompanhar tudo. Mas o que eu sei é que estas novas tecnologias demandam muita curiosidade do produtor e a vontade dele de ter um resultado melhor. Para ter o básico é fácil, mas para se diferenciar é preciso investir nas tecnologias”, afirma. O avicultor sabe que o que possui hoje nos aviários não é tudo que existe, mas tem sido o suficiente até o momento. “São muitos detalhes dos aviários que tenho o controle na palma da minha mão”, diz.
Zatta ainda comenta que quando o assunto é a aquisição de algo novo, o primeiro passo é fazer a conta para ver se aquele produto ou serviço é necessário. “Hoje em dia qualquer recurso já muda a gestão da propriedade, mas é preciso que ele se viabilize. Assim eu vou fazer um investimento que eu vejo que vai agregar valor futuramente e melhorar a questão do frango, eu vou tentar adotar”, comenta. O produtor sabe que muitas das tecnologias que surgem são também ainda caras e, por enquanto, não são viáveis. Mesmo assim, os aviários já foram construídos pensando em adotá-las assim que possível. “Os dois espaços já foram pensados em tecnologias futuras que podem ser implementadas”, diz.

Avicultura
Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango
Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

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Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.
O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

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Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.
Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.
O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.
Avicultura
União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil
Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

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Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.
A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.
Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

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Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.
Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.
Avicultura
Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global
Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.
A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.
No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.
Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).
Indústria e produção de ovos
O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.
A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras
As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”
Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.
A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.
Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.
Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.




