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Bovinos / Grãos / Máquinas De olho no clima

Consultorias projetam supersafra de soja 2022/2023 e preços em alta

A média do valor da saca de soja nos quatro primeiros meses do ano na Bolsa de Chicago foi 14% superior quando comparada ao mesmo período do ano passado. Já em Sorriso (MT), foi de 8,8% a mais quando comparado à safra anterior.

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Foto: Shutterstock

Com clima favorável para o desenvolvimento da soja, a StoneX Brasil divulgou sua primeira estimativa para a safra 2022/23, projetando uma produção histórica de 152,6 milhões de toneladas, 20% maior em relação a última safra. A consultoria também prevê um aumento de área cultivada em 42,9 milhões de hectares, um incremento de 3,9%, com recuperação da produtividade perdida na última safra em decorrência da severa estiagem ocorrida no fim do ano passado na região Sul do país e em parte de Mato Grosso do Sul.

Especialista em Inteligência de Mercado da StoneX Brasil, Ana Luiza Lodi: ““Estamos bastante otimistas, mas precisamos acompanhar o clima para ver se vamos conseguir ter sucesso e atingir essa supersafra” – Foto: Divulgação/Stonex

A especialista em Inteligência de Mercado da StoneX Brasil, Ana Luiza Lodi, disse em entrevista ao Jornal O Presente Rural que as perspectivas são bastante favoráveis para a próxima safra, diferente do cenário encontrado na safra 2021/22. “Estamos bastante otimistas, mas precisamos acompanhar o clima para ver se vamos conseguir ter sucesso e atingir essa supersafra. As perspectivas são bastante positivas”, enalteceu.

De acordo com a profissional, os efeitos do La Niña somados aos impactos do conflito no Leste europeu e à quebra de safra na América do Sul desencadeou estoques apertados no Brasil e no mundo. “As condições climáticas têm afetado drasticamente as lavouras, diminuindo a produtividade e gerando quebras significativas, o que diminuiu os estoques da soja no mercado internacional, associada a retenção das cargas de grãos da Ucrânia, que está em tratativas para conseguir exportar o seu produto”, menciona a especialista.

Produtividade

Na média do Brasil em 2021/22, a produtividade por hectare ficou em 50,5 sacas, redução de 14,1% em relação à safra anterior, o que frustrou as expectativas, resultando em uma produção total de 124 milhões de toneladas, 10,2% inferior à da safra passada mesmo com aumento de 4,4% na área plantada, de acordo com informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Margem positiva ao produtor

Conforme a consultoria Radar Agro do Itaú, os agricultores brasileiros foram beneficiados novamente pelo aumento das cotações da oleaginosa em relação à temporada passada. A média do valor da saca de soja nos quatro primeiros meses do ano na Bolsa de Chicago foi 14% superior quando comparada ao mesmo período do ano passado. Já em Sorriso (MT), foi de 8,8% a mais quando comparado à safra anterior.

Projeções da safra 2022/2023

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou para cima os números da safra de soja 2022/23 dos Estados Unidos, apontando para uma produção prevista de 123,31 milhões de toneladas, com produtividade de 58,17 sacas por hectare. E a produção mundial de soja deverá alcançar 392,79 milhões de toneladas, um aumento de 11,3%, elevando os estoques finais para 101,41 milhões de toneladas. A autarquia estima ainda uma produção brasileira de cerca de 149 milhões de toneladas, enquanto prevê 51 milhões de toneladas para a Argentina e 18,4 milhões de toneladas para a China.

Por sua vez, a consultoria Radar Agro prevê um crescimento da oleaginosa de 2% na produção dos Estados Unidos, o que favorece a safra na América do Sul, que poderá alcançar 208 milhões de toneladas, aumento de 20% sobre a safra passada. Ainda assim, a relação estoque/uso deverá oscilar ao redor de 26%, nível abaixo das safras anteriores, embora superior ao da safra 2021/22. “No tocante à produção no Brasil, espera-se que os números voltem a patamares superiores aos da safra 2020/21, alcançando o volume recorde 149 milhões de toneladas. Nosso cenário supõe um crescimento de 2% da área plantada e níveis de produtividade próximos aos observados em 2020/21”, expõem os consultores no Visão Agro.

Em relação à disponibilidade de fertilizantes e os altos preços do insumo podendo levar a uma redução de seu uso na safra 2022/23, os consultores de mercado analisam que os níveis de estoques de fertilizantes no solo com aplicações mínimas vão possibilitar que as lavouras brasileiras atinjam bons níveis de produtividade caso não ocorram grandes choques climáticos.

Consumo do grão no mercado interno

De acordo com o Radar Agro, o consumo do grão no mercado doméstico deverá crescer puxado pelo aumento da produção de ração e pela busca de óleos vegetais, seja para as exportações ou a reboque de uma possível recomposição da mistura do biodiesel no diesel no mercado local. “Considerando que as exportações poderão alcançar 88 milhões de toneladas, as nossas primeiras projeções mostram que os estoques de passagem deverão voltar a aumentar, o que, consequentemente, poderá limitar o valor dos prêmios nos portos no Brasil”, estimam os consultores do Itaú BBA.

Os consultores de mercados apontam para boas margens aos produtores na safra 2022/23, contudo menores que as observadas na safra anterior. “O custo de produção segue elevado, mas o produtor está conseguindo manter uma margem positiva, vai enfrentar um risco se eventualmente tiver algum problema relacionado ao clima que fará com que ele perca um maior quantitativo monetário, esse é um ponto de atenção que os produtores precisam ter”, pontua Ana. “Por mais que esperemos um aumento de custos diante da elevação dos preços em dólares dos defensivos e fertilizantes, além do aumento de despesas com diesel e mão de obra, os balanços apertados devem deixar pouco espaço para quedas abruptas das cotações, garantindo uma boa rentabilidade”, ressaltam os consultores da Radar Agro.

Mercado interno

Já no mercado interno, os preços se mantiveram firmes na média do primeiro semestre frente ao mesmo período no ano passado a despeito da chegada da primeira safra, que teve seu total produzido afetado pela seca e altas temperaturas na região Sul, e do cenário de bom desenvolvimento da safrinha, que segundo a Conab, deverá totalizar 88 milhões de toneladas, apesar de alguns cinturões de produção também terem enfrentado desafios para o desenvolvimento da lavoura. “Nossa perspectiva é que os preços do milho em Chicago se mantenham firmes também safra 2022/23 diante da perspectiva de uma relação entre oferta e demanda ainda em patamares apertados com a produção global sendo impactada pela redução de área de milho nos Estados Unidos e queda de produção na Ucrânia que, de acordo com USDA, deverá ter uma retração de 15%”, vislumbram os consultores do Radar Agro.

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Fonte: O Presente Rural

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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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