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Construção de ferrovias é imprescindível para o futuro do Oeste catarinense
Essa é uma das conclusões do Simpósio da Integração Logística do Sul, realizado no primeiro dia da Mercoagro, evento que acontece até sexta-feira (15), no Parque de Exposições Tancredo Neves, em Chapecó (SC).
Investimentos em ferrovias são necessários para assegurar o futuro do grande Oeste catarinense e do Sul do Brasil e, em especial, para manter a competitividade internacional do grande parque agroindustrial dos três estados sulinos. Essa é uma das conclusões do recém-encerrado, na última terça-feira (12), Simpósio da Integração Logística do Sul. O evento ocorreu paralelamente à Feira Internacional de Negócios, Processamento e Industrialização da Carne (Mercoagro), realizada pela Associação Comercial e Industrial de Chapecó (Acic) e que ocorre no Parque de Exposições Tancredo Neves, em Chapecó (SC), até sexta-feira (15). A organização foi das entidades que integram o Movimento Pró-Ferrovias – ABPA, Acic, CEC, Facisc, Faesc, Fiesc, Ocesc e Sindicarne/Acav.
Os debates iniciaram com apresentação sobre o tema “O Agronegócio e a Estrutura Logística de Grãos”, com o diretor executivo da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) e do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados de Santa Catarina (Sindicarne), Jorge Luiz de Lima, e com o diretor de Commodities e Logística da ABPA e diretor de Commodities e Logística da Seara Alimentos, Arene Trevisan.
Lima destacou alguns números que envolvem a produção de aves e suínos em Santa Catarina. O setor gera mais de 60 mil empregos diretos e mais de 480 mil postos de trabalho indiretos, abate mais de 4 mil aves por dia e mais de 34 mil suínos diariamente. São mais de 19 mil famílias integradas às agroindústrias. O segmento é responsável por 70% do volume de exportações do estado e representa 31% do PIB de SC.
O setor gera movimento econômico de mais de R$ 7 bilhões. “Santa Catarina é o segundo maior produtor e o segundo maior exportador de aves do Brasil e, na produção e exportação de suínos, é o primeiro produtor e o primeiro exportador”, salientou Lima. A operação das agroindústrias de aves e suínos exige 5.240 viagens diárias de veículos de carga e a movimentação de 344 containers por dia, o que equivale a 90 mil containers por ano.
Jorge Luiz de Lima falou de gargalos rodoviários para a logística dessa produção, entre eles falta de manutenção das rodovias. Os setores a serem impactados positivamente com a construção de ferrovias são o metalmecânico, têxtil, plástico, biocombustível, portuário e aeroportuário, bens de capital, madeira bruta e móveis acabados, além da agroindústria.
Trevisan explanou sobre a produção de soja e milho no país e o desafio logístico para assegurar a competitividade e a geração de emprego e renda. Comentou que a produção de grãos se deslocou do sul para o centro-oeste nos últimos 20 anos e que o deslocamento entre a produção e o consumo de cereais coloca em risco o setor de transformação no sul do Brasil – daí a importância das ferrovias.
Para Trevisan, o Brasil ganhou protagonismo no mercado global de commodities agrícolas, o centro-oeste foi o grande motor do aumento da produção brasileira de grãos e o sul continua sendo o grande motor na produção de proteína animal. A infraestrutura logística existente priorizou as exportações, isso segundo Trevisan, salientou que é urgente a necessidade de buscar um modal logístico mais competitivo para abastecer o mercado doméstico.
Obras
O diretor de Planejamento e Pesquisa do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Luiz Guilherme Rodrigues Mello, apresentou brevemente o Plano Nacional de Logística (PNL), o conjunto de obras previstas para Santa Catarina no âmbito do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e os principais projetos e obras de manutenção que estão sendo desenvolvidos no estado. Ele explicou como o PNL é elaborado e de que forma esse estudo técnico identifica as necessidades de cada região, para que o Ministério dos Transportes conheça os gargalos e desenvolva projetos pensando em soluções de infraestrutura a longo prazo.
Entre os projetos rodoviários que estão em desenvolvimento ou em fase de planejamento em Santa Catarina, Mello destacou a duplicação da BR-282, entre Lages e São Miguel do Oeste, que deve ter uma extensão de mais de 400 km e investimentos estimados em R$ 2,8 bilhões. Além da continuidade da duplicação da BR-470, entre Indaial e Campos Novos, que deve receber investimentos na ordem de R$ 4 bilhões.
Nova ferroeste
O coordenador do Plano Estadual Ferroviário do Governo do Paraná, Luiz Henrique Fagundes, apresentou o projeto logístico sul da Nova Ferroeste, que prevê conectar Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. A iniciativa tem por objetivo reduzir o Custo Brasil em cerca de 30%, otimizando a logística e trazendo mais eficiência para toda a cadeia produtiva.
Serão 1.567 km de trilhos que vão passar por 66 municípios, um deles é Chapecó. “Hoje, Santa Catarina tem um déficit de grãos na ordem de 5 a 7 milhões de toneladas por ano entre milho e soja. Mais de 60% vêm da região do Mato Grosso do Sul, que está dentro da área de influência da Nova Ferroeste. Em Foz do Iguaçu (PR), a ferrovia que se conecta com Cascavel, atrairá também carregamentos de grãos cultivados na Argentina e no Paraguai. A Ferroeste tem DNA paranaense, mas é uma solução nacional e de integração regional”, salientou Fagundes.
O assessor de Logística da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do Mato Grosso do Sul, Lucio Lagemann, explanou sobre “A Ampliação da Conexão Ferroviária pelo Mato Grosso do Sul”. Citou que o estado possui duas ferrovias: a Malha Norte, com 350 km e faz escoamento de boa parte da produção do nordeste do estado, e a Malha Oeste, que tem 1.300 km, mas está parada e, agora, foi incluída no PAC do Governo Federal.
De acordo com Lagemann, o projeto da Nova Ferroeste é fundamental para o Mato Grosso do Sul, pois tem potencial de transporte de 10 milhões de toneladas. “Não tem outro meio de escoar produção a grandes distâncias que não seja por ferrovias. Quando fizemos o projeto percebemos que, além da redução do curso logístico, haverá crescimento econômico e social, com geração de emprego e renda para o estado. A ferrovia deixa de ser um projeto só de ferrovia e passa a ser indutor econômico e de segurança para os próximos anos”, sublinhou, ao acrescentar que as leis de autorizações ferroviárias federais e estaduais permitirão a construção de até 700 km de novos ramais que poderão gerar mais de R$ 8,5 bilhões em novos investimentos até 2030.
Ferrovia catarinense
O governo catarinense tem interesse em viabilizar projetos ferroviários com o objetivo de amenizar os gargalos logísticos do Estado. Segundo o secretário estadual de Portos, Aeroportos e Ferrovias, Beto Martins, em Santa Catarina estão em execução importantes projetos ferroviários. O principal deles é a ligação entre Navegantes e Correia Pinto, com extensão até Chapecó. Um corredor ferroviário direto entre o oeste e os Portos de Navegantes e Itajaí, é fundamental para contribuir com o escoamento da produção do agronegócio.
A intenção é envolver entidades empresariais e a sociedade para atrair investidores. “Esse projeto já está em fase bastante avançada e no ano que vem nós temos condições de ter ele pronto, inclusive com orçamento, com estudo de viabilidade. É um projeto que está sendo feito de forma muito robusta, que apresentará dados e oportunizará a busca por investimentos, que podem vir, inclusive, da iniciativa privada”, destacou.
Movimento pró-ferrovias
As entidades que integram o Movimento Pró-Ferrovias patrocinaram o estudo de viabilidade econômica, técnica e ambiental para demonstrar as condições da construção de um ramal da Nova Ferroeste de Cascavel (PR) a Chapecó (SC). O projeto prevê a ligação de Maracaju, no Mato Grosso do Sul, ao Porto de Paranaguá, no Paraná, com um ramal a Foz do Iguaçu (PR). O Rio Grande do Sul aderiu ao movimento para que o projeto tenha também uma extensão do ramal até Passo Fundo e portos gaúchos.
Ao término do Simpósio, foi entregue aos representantes dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul e de Santa Catarina a Carta Movimento Pró-Ferrovias, solicitando o apoio e o compromisso de auxiliar na viabilização do projeto, bem como estimular e fomentar todas as conexões possíveis através de ferrovias que impactem essas regiões.
O documento explica que “ampliar os modais logísticos brasileiros, com olhar integrador e desenvolvimentista sobre o futuro que se quer, é o propósito de um grupo de entidades catarinenses denominado Pró-Ferrovias, que propõe um transporte ferroviário integrado, com o objetivo de garantir e viabilizar a continuidade de uma das maiores cadeias produtivas do Brasil – o agronegócio, entre outros setores ameaçados pela falta de competitividade com outros mercados”.
O presidente da ACIC, Lenoir Broch, enfatizou que o objetivo das entidades empresariais é mostrar para o país a importância e a necessidade de ter mais um modal logístico. “No evento, apresentamos os porquês, as vantagens de ter as novas ferrovias. É uma necessidade”, finalizou.
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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo
Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024
No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.
Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.
“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.
Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.
“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.
Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.
As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.
Mudanças estabelecidas
Prazos
Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.
O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.
Desburocratização da declaração
A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.
A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado
Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.
Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.
A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.
Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.
A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.
Ameaças sanitárias e os impactos para a economia
No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.
A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul
Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.
O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.
A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.
Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.
Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.
“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.
O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.
Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.
Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.
Veja aqui o vídeo do presidente.