Conectado com

Suínos

Consórcio internacional promete apresentar vacina contra PSA em outubro de 2023

Iniciativa objetiva obter uma vacina segura e eficaz para suínos (por inoculação) e javalis (vacina oral), realizar teste de diagnóstico para distinguir animais vacinados daqueles infectados por PCR ou Elisa (teste sorológico imunoenzimático), planejar estratégias de controle e erradicação da PSA para diferentes cenários epidemiológicos em todo o mundo, além de testar a vacina piloto em ambiente real controlado.

Publicado em

em

Foto: Shutterstock

Há 101 anos o vírus da Peste Suína Africana (PSA) passou a circular no mundo, entretanto desde 2007 a doença altamente contagiosa em suídeos domésticos e asselvajados se disseminou com maior rapidez nos continentes africano, asiático, europeu, oceânico e americano, com notificações em mais de 50 países. Mas o problema secular pode estar com os dias contados. Um consórcio internacional promete apresentar uma vacina segura e eficaz contra PSA em outubro de 2023.

Conforme o presidente da Sociedade Europeia de Virologia Veterinária e diretor do laboratório de referência para a Peste Suína Africana da Organização Mundial para Saúde Animal (OIE) e que integra o consórcio, José Manuel Sánchez-Vizcaíno, que também é professor doutor pela Universidade Complutense de Madrid, na Espanha, a situação atual global da PSA é a pior desde o primeiro relato da doença no Quênia, em 1921. “Com casos em cinco continentes, a PSA se tornou a maior ameaça da indústria suína global, por isso a introdução de carne ou produtos suínos contaminantes é hoje o risco global mais importante para evitar a primeira entrada da doença em países livres”, enfatizou José Manuel durante sua palestra no 26º Congresso do IPVS2022, evento realizado em junho, na cidade do Rio de Janeiro, RJ.

Presidente da Sociedade Europeia de Virologia Veterinária e diretor do laboratório de referência para a PSA na OIE, José Manuel Sánchez-Vizcaíno: “Estamos realizando vários experimentos in vivo para garantir a segurança e a eficácia da vacina” –  Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

O vírus da PSA deixou a África três vezes, sendo a primeira em 1957 quando acometeu o rebanho suíno de Portugal, país que apresentou novos casos em 1960, década em que a doença se espalhou rapidamente, com notificações na Espanha (1961), França (1967), Cuba (1971/1980), Brasil (1978), Malta (1978), República Dominicana (1978), Haiti (1979), Bélgica (1985) e Holanda (1986). Mas, segundo José Manuel, nada comparado com a terceira onda da PSA fora do continente africano. “Um vírus de alta virulência genótipo II deixou a Costa Leste da África em abril de 2007 para desembarcar no Porto de Poty na Geórgia, contaminando um grupo de animais. A partir daí o vírus se espalhou para a Armênia e a Rússia, se disseminando para a Europa em 2014, Ásia em 2018 e América em 2022, em um cenário até então nunca observado antes”, ressaltou o especialista espanhol.

Panorama na África

Conforme José Manuel, a situação atual da PSA na África pode ser dividida em dois cenários epidemiológicos distintos, ambos endêmicos da doença. A região Oeste onde a PSA se apresenta principalmente em animais domésticos com focos em quintais e sítios familiares e a parte Leste onde os 24 genótipos da PSA descritos até o momento estão presentes e circulando, situação em que o ciclo silvestre e doméstico coexistem.

São vetores transmissores ou reservatórios do vírus os porcos selvagens (Phacochoerus africanus e porcos de Bush), os carrapatos do gênero Ornithodoros ssp (O. mubata, O. porcinus domesticus e O. porcinus porcinus) e os suínos domésticos.

Segundo o docente da Universidade Complutense de Madrid, o cenário mais complicado de controlar a PSA é em animais selvagens, porque eles atuam como portadores crônicos com vírus muito baixo (10to2), porém o O. mubata pode amplificar o vírus de 10to2 a 10to7 e infectar tanto suínos domésticos como selvagens. “Nestes casos o controle e a erradicação são quase impossíveis para a proteção da vida selvagem até que uma vacina segura e eficaz possa quebrar esse ciclo silvestre”, salienta José Manuel.

Cenário na Europa

O primeiro caso de PSA notificado em solo europeu foi em 2007 na Geórgia. Desde então outros 19 países foram infectados até o momento: Azerbaijão (2007), Rússia (2012), Ucrânia (2013), Bielorrússia (2013), Lituânia (2014), Polônia (2014), Estônia (2014), Letônia (2014), Moldávia (2016), Romênia (2017), República Checa (2017), Bulgária (2018), Hungria (2018), Bélgica (2018), Eslováquia (2019), Sérvia (2019), Grécia (2020), Alemanha (2020) e a última notificação foi em 04 de março na Itália. “Destes 20 países afetados apenas na República Checa e na Bélgica a doença foi erradicada. A infecção da PSA nesses países estava afetando apenas o javali”, expôs o presidente da Sociedade Europeia de Virologia Veterinária.

De acordo com o especialista espanhol, no continente europeu são observados dois cenários epidemiológicos diferentes. Na região Leste, em que a maioria dos surtos relatados são em suínos domésticos, e na região Oeste, em que a grande incidência de casos notificados é em javalis, 64% das ocorrências são na área de floresta natural, 20% na área agroflorestal e 12,4% em área agro urbana. “Essa distribuição está relacionada com a baixa biossegurança e a localização das granjas, com algumas delas instaladas dentro ou próximas de áreas florestais”, pontua José Manuel.

Situação na Ásia

No continente asiático atualmente 17 dos 28 países possuem registro da PSA, com o vírus descrito pela primeira vez na China em 2018. Tanto o genótipo II de alta virulência da PSA quanto o genótipo I atenuado estão circulando no país chinês, bem como a vacina ilegal produzida na China para os genótipos II e I. “Esta situação criou implicações epidemiológicas em escala mundial, devido a circulação de grande quantidade de produtos e de carne suína contaminada”, relembrou José Manuel.

De acordo com ele, os casos do vírus atenuado da PSA podem criar grandes dificuldades para a detecção precoce do vírus nos animais porque os sinais clínicos e as lesões são muito diferentes das infecções de alta virulência. “Os casos clínicos do vírus atenuado induzem a um período de incubação mais prolongado e formas crônicas, caracterizadas por inflamação das articulações, nas patas traseiras e lesões cutâneas”, pontua José Manuel.

Conforme o profissional, em 16 países asiáticos circula apenas a PSA de genótipos II de alta virulência, o que ele considera um fator de risco, assim como o potencial de transmissão da doença do javali para outras áreas de produção animal. “Em geral, a população de animais selvagens não está correlacionada com o número de casos declarados, exceto na Coreia do Sul. Na China, apenas nove casos em javalis foram relatados. Este é um fator que merece atenção, porque em geral o javali desempenha um papel importante na transmissão da PSA”, declarou.

Outro risco apontado pelo especialista espanhol são os possíveis problemas da PSA atenuada circulando fora do território chinês, o que implica na detecção precoce da doença. José Manuel reforça que o governo chinês firmou várias parcerias para troca de informações e pesquisas conjuntas com países da América Latina, entre eles o Brasil, além da região do Caribe.

Vacina contra PSA

O professor doutor pela Universidade Complutense de Madrid destaca que desde o surgimento da PSA já teve diversas tentativas de criar uma vacina contra o vírus, porém, até o momento, sem sucesso.

Na década de 1960, o pesquisador português Manso Ribeiro e, mais tarde, o pesquisador espanhol Sanchez Botija desenvolveram vacinas atenuadas por diferentes passagens do vírus PSA em leucócitos suínos, as quais demonstraram proteção contra cepas virais circulantes, mas também causaram efeitos colaterais e o desenvolvimento de formas crônicas da doença, afetando a pele dos animais e produzindo lesões nas articulações, principalmente nas patas traseiras. “O equilíbrio entre eficácia e segurança não parecia fácil de alcançar. Desde então, várias estratégias têm sido utilizadas, obtendo-se como resultados mais promissores os protótipos vacinais com atenuação gerados naturalmente, por infecção natural em diferentes animais, ou por sucessivas passagens do vírus em leucócitos suínos ou ainda em adaptação a outras células. Contudo, as vacinas inativadas, de subunidades com diferentes proteínas, e as vacinas de DNA nunca geraram proteção significativa”, evidenciou José Manuel.

De acordo com o diretor do laboratório de referência para PSA da OIE, a enorme complexidade do vírus com mais de 170 genes, a maioria deles ainda pouco conhecidos, a falta de anticorpos neutralizantes, pelo menos em quantidade significativa, dificultava a obtenção de um bom equilíbrio entre proteção e segurança.

No entanto, os avanços na biologia molecular do vírus e o conhecimento de alguns genes relacionados à virulência permitiram avanços significativos e grande esperança para a produção de vacinas seguras. “Vários grupos de pesquisa estão trabalhando na Europa, Estados Unidos e Ásia no desenvolvimento de uma vacina contra PSA para suínos domésticos e javalis, com resultados promissores, entre eles está o projeto Eu Vacdiva”, adianta José Manuel.

Integram o consórcio Vacdiva 13 laboratórios de pesquisa e epidemiologistas parceiros da União Europeia com alta experiência em PSA e vida selvagem, duas importantes empresas do setor (MSD e Ingenasa), além da China, Rússia e Quênia. As pesquisas iniciaram em 2019 e têm previsão de conclusão em outubro de 2023.

A iniciativa objetiva obter uma vacina segura e eficaz para suínos (por inoculação) e javalis (vacina oral), realizar teste de diagnóstico para distinguir animais vacinados daqueles infectados por PCR ou Elisa (teste sorológico imunoenzimático), planejar estratégias de controle e erradicação da PSA para diferentes cenários epidemiológicos em todo o mundo, além de testar a vacina piloto em ambiente real controlado.

José Manuel detalha que as vacinas candidatas do projeto Vacdiva são baseadas em substâncias naturais atenuadas de PSA, dos genótipos I e II, obtidas de javalis e de suínos que induziram importante proteção cruzada contra diferentes circulantes virais de PSA de alta virulência. “Neste momento estamos avaliando os diferentes protótipos de vacinas em suínos e javalis, realizando vários experimentos in vivo para garantir a segurança e a eficácia da vacina” ressalta.

Os resultados obtidos até agora comprovaram uma eficácia contra genes heterólogos de alta virulência entre 92 a 100% de proteção. “Ter uma vacina segura e eficaz é o principal objetivo do projeto Eu Vacdiva. Os resultados parciais obtidos até agora são muito promissores, porém mais estudos sobre duração da imunidade, segurança em matrizes, animais jovens e proteção cruzada devem ser concluídos”, acentua o especialista espanhol.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola e da piscicultura acesse gratuitamente a edição digital Suínos e Peixes.

Fonte: O Presente Rural

Suínos

Suinocultura teve ano de recuperação, mas cenário é de cautela

Conjuntura foi apresentada ao longo de reunião da Comissão Técnica de Suinocultura da Faep. Encontro também abordou segurança do trabalho em granjas de suínos.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Sistema Faep

Depois de dois anos difíceis, a suinocultura paranaense iniciou um período de recuperação em 2024. As perspectivas para o fim deste ano são positivas, mas os primeiros meses de 2025 vão exigir cautela dos produtores rurais, que devem ficar de olho em alguns pontos críticos. O cenário foi apresentado em reunião da Comissão Técnica (CT) de Suinocultura do Sistema Faep, realizada na última terça-feira (19). Os apontamentos foram feitos em palestra proferida por Rafael Ribeiro de Lima Filho, assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A mesma conjuntura consta do levantamento de custos de produção do Sistema Faep, que será publicado nos próximos dias.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

O setor começou a se recuperar já em janeiro deste ano, com a retomada dos preços. Até novembro, o preço do suíno vivo no Paraná acumulou aumento de 54,4%, com a valorização se acentuando a partir de março. No atacado, o preço da carcaça especial também seguiu esse movimento. A recomposição ajudou o produtor a se refazer de um período em que a atividade trabalhou no vermelho.

Por outro lado, a valorização da carne suína também serve de alerta. Com o aumento de preços, os produtos da suinocultura perdem competitividade, principalmente em relação à carne de frango, que teve alta bem menor ao longo ano: o preço subiu 7,7%, entre janeiro e novembro. Com isso, a tendência é que o frango possa ganhar a preferência do consumidor, em razão dos preços mais vantajosos.

“Temos que nos atentar com a competitividade da carne suína em relação a outras proteínas. Com seus preços subindo bem menos, o frango se tornou mais competitividade. Isso é um ponto de atenção para a suinocultura, neste cenário”, assinalou Lima Filho.

Exportações

Foto: Claudio Neves

Com 381,6 mil matrizes, o Paraná mantém 18% do rebanho brasileiro de suínos. A produção nacional está em estabilidade nos últimos três anos, mas houve uma mudança no portifólio de exportações paranaenses. Com a recomposição de seus rebanhos, a China reduziu as importações de suínos. O país asiático – que chegou a ser o destino de 40% das vendas externas paranaenses em 2019 – vai fechar 2024 com a aquisição de 17% das exportações de suínos do Paraná.

Em contrapartida, os embarques para as Filipinas aumentaram e já respondem por 18% das vendas externas de carne suína do Estado. Entre os destinos crescentes, também aparece o Chile, como destino de 9% das exportações de produtos da suinocultura paranaense. Nesse cenário, o Paraná deve fechar o ano com um aumento de 9% no volume exportado em relação a 2023, atingindo 978 mil toneladas. Os preços, em compensação, estão 2,3% menores. “Apesar disso, as margens de preço começaram a melhorar no segundo semestre”, observou Lima Filho.

Perspectivas

Diante deste cenário, as perspectivas são positivas para este final de ano. O assessor técnico da CNA destaca fatores positivos, como o recebimento do 13º salário pelos trabalhadores, o período de férias e as festas de final de ano. Segundo Lima Filho, tudo isso provoca o aquecimento da economia e tende a aumentar o consumo de carne suína. “A demanda interna aquecida e as exportações em bons volumes devem manter os preços do suíno vivo e da carne sustentados no final deste ano, mantendo um momento positivo para o produtor”, observou o palestrante.

Para 2025, se espera um tímido crescimento de 1,2% no rebanho de suínos, com produção aumentando em 1,6%. As exportações devem crescer 3%, segundo as projeções. Apesar disso, por questões sazonais, os produtores podem esperar uma redução de consumo nos dois primeiros meses de 2025. “É um período em que as pessoas tendem a ter mais contas para pagar, como alguns impostos. Além disso, a maior concorrência da carne de frango pode impactar a demanda doméstica”, disse Lima Filho.

Além disso, o aumento nos preços registrados neste ano pode estimular o alojamento de suínos em 2025. Com isso, pode haver uma futura pressão nos preços nas granjas e nas indústrias. Ou seja, o produtor deve ficar de olho no possível aumento dos custos de produção, puxado principalmente pelo preço do milho, da mão de obra e da energia elétrica. “O cenário continua positivo para a exportação, mas o cenário para o ano que vem é de cautela. O produtor deve se planejar e traçar suas estratégias para essa conjuntura”, apontou o assessor da CNA.

Segurança do trabalho

Além disso, a reunião da CT de Suinocultura da FAEP também contou com uma palestra sobre segurança do trabalho em granjas de suínos. O engenheiro e segurança do trabalho e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sandro Andrioli Bittencourt, abordou as Normas Regulamentadoras (NRs) que visam prevenir acidentes de trabalho e garantir a segurança e o bem-estar dos trabalhadores.

Entre as normativas detalhadas na apresentação estão a NR-31 (que estabelece as regras de segurança do trabalho no setor agropecuário), a NR-33 (que diz respeito aos espaços confinados, como silos, túneis e moegas) e a NR-35 (que versa sobre trabalho em altura). Em seu catálogo de cursos, o Sistema Faep dispõe de capacitações para cada uma dessas regulamentações.

Fonte: Assessoria Sistema Faep
Continue Lendo

Suínos

Cooperado da Coopavel vence Prêmio Orgulho da Terra na categoria suínos

Adriano e a esposa, Claudiane, administram um sítio de cinco hectares em Toledo. Na propriedade, duas granjas abrigam 1.620 cabeças de suínos.

Publicado em

em

Fotos: Divulgação/Coopavel

O cooperado Adriano Trenkel, da Coopavel, foi o grande vencedor na categoria Suinocultura do Prêmio Orgulho da Terra promovido pelo programa RIC Rural, da RIC TV no Paraná. A cerimônia de anúncio e entrega das premiações ocorreu no último dia 12 de novembro, durante uma prestigiada celebração do setor pecuário em Curitiba. A Coopavel foi destaque também na categoria Avicultura, com a vitória do cooperado Jacenir da Silva, de Três Barras do Paraná.

Cooperado da Coopavel, Adriano Trenkel

Adriano e a esposa, Claudiane, administram um sítio de cinco hectares em Toledo. Na propriedade, duas granjas abrigam 1.620 cabeças de suínos. A produção, realizada com foco na qualidade e bem-estar animal, inclui cuidados rigorosos com alimentação, sanidade, manejo, ventilação e ambiência. Adriano destaca que gostar do que faz e seguir as orientações dos técnicos da Coopavel são diferenciais para alcançar os resultados desejados. “Estamos muito felizes e orgulhosos com esse título”, afirma Adriano.

Willian Stein é o técnico da Coopavel que atende a propriedade dos Trenkel e enaltece o empenho do casal: “São produtores rurais exemplares, sempre presentes nos treinamentos oferecidos pela cooperativa e atentos às recomendações passadas. Essa dedicação reflete diretamente na qualidade dos suínos entregues no frigorífico e nos resultados do trabalho do casal”, afirma Willian.

Empenho coletivo

O presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, parabeniza Adriano, Claudiane, suinocultores e técnicos da cooperativa pelos resultados no Orgulho da Terra. “A organização e o cuidado nas propriedades rurais refletem diretamente nos excelentes resultados obtidos, fortalecendo um movimento de grande sucesso em todo o mundo. A suinocultura da Coopavel é referência em eficiência e qualidade e estamos todos muito satisfeitos com isso”, declara Dilvo.
A pequena propriedade dos Trenkel vai além da suinocultura. O casal é adepto da diversificação de culturas, prática sustentável capaz de melhorar significativamente a renda gerada na atividade rural. Adriano investiu em uma usina de energia solar, adota práticas sustentáveis, como o uso de dejetos no pasto, eliminando quase totalmente a utilização de químicos, melhorando assim a alimentação do seu plantel de bovinos. A produção de feno também contribui para fortalecer a renda familiar.

VBP

A produção agropecuária e a cadeia do agronegócio fazem de Toledo o município com maior Valor Bruto de Produção do Paraná e um dos raros no País a contar com mais de 400 quilômetros de estradas rurais pavimentadas, facilitando assim o escoamento das riquezas do campo. O VBP de Toledo é de aproximadamente R$ 4,6 bilhões, consolidando o município como o maior produtor agropecuário do Estado. Toledo lidera especialmente na suinocultura, com um VBP de R$ 1,8 bilhão, e na avicultura, com cerca de R$ 1 bilhão.

Fonte: Assessoria Coopavel
Continue Lendo

Suínos

Práticas sustentáveis e eficiência energética guiam produção de suínos da Coopavel

Uma das principais iniciativas adotadas nas unidades de produção de suínos é o uso de sistemas de biodigestores para o tratamento dos dejetos.

Publicado em

em

Fotos: Divulgação/Coopavel

Com desafios crescentes relacionados à eficiência no uso de recursos, à redução de emissões de gases de efeito estufa e ao manejo adequado de resíduos, a cadeia suinícola brasileira tem dado exemplo ao implementar práticas sustentáveis que, além de preservar o ambiente também melhora a imagem do produtor e atende às exigências de consumidores e mercados cada vez mais preocupados com a origem e o impacto dos alimentos que consomem.

Entre as maiores cooperativas agroindustriais do Brasil e uma das poucas que dominam todas as etapas da produção de suínos, a Coopavel é um belo exemplo de como a sustentabilidade na suinocultura é possível e rentável ao investir em soluções ao longo da cadeia produtiva que conciliam crescimento econômico e respeito ao meio ambiente.

Uma das principais iniciativas adotadas nas unidades de produção de suínos é o uso de sistemas de biodigestores para o tratamento dos dejetos. Esse processo resulta na geração de biogás, que é capturado e convertido em energia elétrica. “Essa energia oriunda do processo de tratamento dos dejetos é considerada limpa e renovável, o que contribui para reduzirmos de maneira significativa as emissões de GEE na atmosfera”, aponta o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli.

Além da produção de energia, o sistema de biodigestores gera biofertilizantes, que são utilizados na fertilização do solo e na adubação de florestas de eucalipto, reaproveitamento que beneficia tanto a agricultura quanto o meio ambiente.

A Coopavel também foca na melhoria contínua da dieta dos suínos, o que contribui para reduzir a liberação de gases como amônia. “A eficiência alimentar diminui as concentrações de gases nocivos nos dejetos, colaborando para a mitigação dos impactos ambientais da atividade suinícola”, salienta Grolli, enfatizando que essa abordagem faz parte de um plano mais amplo da cooperativa, que inclui o uso de tecnologias avançadas nas unidades industriais para o tratamento de resíduos e efluentes, alinhando a produção com a missão de produzir alimentos sustentáveis.

Uso eficiente de energia

O uso eficiente de energia é outro pilar das ações sustentáveis da Coopavel. Nas unidades de produção e processamento de suínos, a geração de energia renovável e o reuso de água fazem parte da rotina. “Investimos na reutilização de parte do efluente tratado em algumas atividades específicas dentro da granja, como limpeza de pisos e canaletas, desta forma conseguimos reduzir a extração de água subterrânea”, afirma Grolli.

Práticas sustentáveis na UPL

Foto: Shutterstock

Para garantir a melhoria contínua, a Coopavel realiza o monitoramento regular das emissões de GEE em sua Unidade de Produção de Leitões (UPL), utilizando os dados para nortear ações de melhorias no processo produtivo. Somado a isso, está em andamento um projeto de expansão do sistema de tratamento de dejetos na UPL, que inclui a ampliação da capacidade de produção de biogás. “Nosso objetivo é sempre melhorar a qualidade do efluente final e ampliar a capacidade da usina para produção de biogás”, expõe o presidente.

Integração de boas práticas ambientais

Além de cumprir todas as exigências ambientais impostas pelos órgãos reguladores e atender aos mercados nacional e internacionais, a cooperativa busca continuamente aprimorar seus processos, trazendo práticas ainda mais sustentáveis. “O objetivo não é apenas garantir a conservação dos recursos naturais, mas também promover a geração de renda e riqueza para toda a cadeia produtiva”, salienta.

Grolli frisa que a Coopavel reconhece a necessidade crescente de aumentar a produção de alimentos para atender ao crescimento populacional global. No entanto, ressalta que esse aumento deve ser realizado de forma sustentável, uma vez que o planeta possui limites em sua capacidade de suporte e exploração de recursos naturais. Por essa razão, a adoção de práticas cada vez mais eficientes e sustentáveis precisa acompanhar, e até mesmo antecipar, o aumento da produção. “Esse equilíbrio é essencial para garantir que as demandas alimentares da população mundial sejam atendidas, ao mesmo tempo em que se preserva a qualidade de vida na Terra”, evidencia.

O acesso é gratuito e a edição Suínos pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.