Suínos
Conselho discute produção de tilápia no Lago de Itaipu
O futuro da produção pesqueira no Lago de Itaipu foi um dos diversos assuntos debatidos na assembleia geral ordinária do Conselho de Desenvolvimento dos Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu, realizado na quinta-feira (06), em Santa Helena. No encontro houve ainda a participação do gestor do projeto Mais Peixes em Nossas Águas, Irineu Motter, que fez um relato da panorâmica regional e os trabalhos que estão sendo desenvolvidos.
De acordo com Motter, há 63 pontos de pesca localizados entre Guaíra e Foz do Iguaçu, que é específico para o desenvolvimento da atividade da pesca profissional. A partir do projeto também foram construídos 15 módulos de manejo primário do pescado dentro destes 63 em pontos de pesca. Infelizmente, porém, estes módulos não estão sendo devidamente utilizados pela falta de proximidade da gestão pública com a atividade da pesca, aponta. Falta essa sintonia, comenta.
O gestor explica que este problema é muito mais de competência da gestão municipal do que uma interferência da Itaipu através dos programas que desenvolve: diz respeito à Vigilância Sanitária, mais precisamente à certificação do produto. O peixe é diferente do que produzir milho, arroz, feijão ou soja, que é colhido e pode ser comercializado sem necessidade do atestado de sanidade. Quando é produto é de origem animal, há legislação a ser respeitada para que o consumidor tenha garantia do consumo seguro. O pescado tem essa característica e necessidade, menciona.
O programa que vem sendo desenvolvido na região visa proporcionar condição de complementação de renda para os pescadores através de uma alternativa de cultivo de peixe. Entretanto, de nada vai adiantar se o produtor não tiver para quem vender a sua produção. Temos aqui uma área potencialmente produtiva no reservatório, que possui uma das melhores qualidades de água do Brasil. Só para registrar, na pesca extrativa o reservatório de Itaipu tem uma das maiores produções: de oito a dez quilos de pescado por hectare/ano. Isso é uma das maiores produções naturais em reservatório no Brasil. Mas a quantidade de extração é cada vez maior e temos que, na comunidade, digerir essa questão, declara.
Problema na cadeia produtiva
Conforme Motter, a Itaipu vem tentando apoiar o cultivo de peixe em tanque-rede e, para isso, fez investimentos como capacitação dos pescadores, repasse de material e licenciamento ambiental. Contudo, a cadeia produtiva não sem sequência para o pacu, que é o peixe produzido em tanque-rede. Os sete frigoríficos da região, sendo cinco só em Toledo, juntos estão abatendo hoje em torno de 60 toneladas de tilápia por dia. Estes empreendimentos não estão voltados para outro tipo de peixe. Aqui há uma limitação de um tratado binacional, assinado entre Brasil e Paraguai, no final de 2002, que num dos itens do documento consta a proibição da soltura ou cultivo de qualquer espécie exótica no ambiente fronteiriço no reservatório. Isso limita o cultivo de espécies que têm potencial zootécnico muito mais eficiente, como é o caso da tilápia, constata.
Vantagens da tilápiaPara produzir um quilo de tilápia, cita o gestor do programa, é preciso alimentá-la com um quilo e meio de ração. Ou seja, ela come um quilo e meio, cresce um quilo e elimina 500 gramas. O pacu come dois quilos e meio para crescer um quilo. Para o ambiente, pior o pacu, pois se ele elimina mais excremento automaticamente polui mais, se formos olhar somente sob este aspecto. A capacidade de produzir na mesma quantidade de água, consequentemente, seria quase três vezes maior do que o pacu para causar o mesmo impacto ambiental, expõe.
Outra grande vantagem da tilápia, acrescenta Motter, além de ter um mercado mundial já cativo, é que o filé praticamente não tem espinhas em comparação com o pacu. Isso faz com que não haja restrição de consumo. A Itaipu buscou alternativas e fomos atrás de uma máquina que desossa o peixe. Vários municípios já estão incluindo essa polpa do peixe desossado no cardápio da merenda escolar, mas isso não é suficiente. É preciso uma política local para que tenha essa carne do peixe na merenda. Estamos conseguindo aos poucos convencer várias prefeituras pela inclusão do peixe, afirma.
Dificuldade na vendaA sugestão do gestor do programa é que haja um sistema de vigilância sanitária único na região para que os produtores possam comercializar sua produção. Isto porque, atualmente, existe esta dificuldade, o que inviabiliza a alternativa de complementação de renda dos produtores. O problema é que constatamos que a logo satura nos municípios menores. Em Entre Rios do Oeste, por exemplo, foram produzidas 50 toneladas de peixe, mas em um município de cinco mil habitantes sobraram 30 a 40 toneladas de pescado. E eles não podiam vender para fora porque não tinham certificação e os frigoríficos não têm aceitação, porque trabalham somente com tilápia. A comercialização é o gargalo, aponta.
Atualmente, os cerca de 800 pescadores do reservatório conseguem uma produção média de 1,2 mil toneladas de peixe por ano. Se a tilápia fosse liberada, conforme revelou o próprio ministro da Pesca, Marcelo Crivella, ao participar de evento em Foz do Iguaçu nesta semana, a produção poderia aumentar significativamente: para mais de 100 mil toneladas de peixe anualmente.
A favor da liberaçãoEngenheiro agrônomo por formação, o prefeito de Marechal Cândido Rondon, Moacir Froehlich, se posicionou favorável à liberação da produção da tilápia. De acordo com ele, não haveria riscos para o reservatório, conforme alegam alguns técnicos.
Além disso, como diretor do Departamento de Agricultura da Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (Amop), disse que pode encaminhar à entidade a sugestão para criação de um sistema de vigilância sanitária único para a concessão de certificações que permitam a comercialização de pescado na região Oeste. Entretanto, o prefeito ressaltou que a medida seria apenas paliativa. A solução é permitir a comercialização de tilápia, senão nada disso vai funcionar. Não adianta nos iludirmos de que o pescador vai ter renda se não tiver uma alternativa de algo que dá conversão, destacou.
O Conselho dos Municípios Lindeiros decidiu enviar um ofício ao ministro da Pesca, Marcelo Crivella, solicitando apoio e sensibilizando-o para a necessidade de haver mudança neste tratado binacional. É importante nos manifestarmos formalmente. A solução para a região na questão pesqueira é ter autorização para criar tilápia em cativeiro, que é a única forma de viabilizar economicamente o nosso pescador, resume Moacir.
Como os prefeitos devem participar nos próximos dias de reunião em Brasília, possivelmente haverá tentativa de agendar uma audiência com Crivella para tratar pessoalmente sobre o assunto.
Fonte: O Presente

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Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre
Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.
No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.
Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.
Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.
Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.
Suínos
Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro
Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.
Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.
Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton
De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.
A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.
Impacto social e ambiental
Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.
A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.
O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.
Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.
O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.
Futuro sustentável
Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”
Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”
O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.
Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.
Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
