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Conhecer o comportamento dos bovinos é fundamental para alta produtividade

Principal impulsionadora da economia brasileira, a pecuária movimenta mais de R$ 400 bilhões por ano com a produção de carne, leite e dezenas de derivados, e será fundamental na missão de alimentar uma população de 9,7 bilhões em 2050. Mas, para isso, será preciso ampliar a produção sendo mais eficiente na mesma área, respeitando o bem-estar animal.

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Armindo Kichel

Neste 14 de outubro comemora-se o Dia Nacional da Pecuária, atividade que é uma das mais pujantes e produtivas do mundo. De acordo com a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), divulgada pelo IBGE, o rebanho bovino brasileiro é composto por cerca de 218 milhões de cabeças, distribuídas em 160 milhões de hectares. A pecuária, que é uma das principais impulsionadoras da economia brasileira que movimenta mais de R$ 400 bilhões por ano, com a produção de carne, leite e dezenas de derivados, será fundamental na missão de alimentar uma população de 9,7 bilhões em 2050. Mas, para isso, será preciso ampliar a produção sendo mais eficiente na mesma área, respeitando o bem-estar animal.

Fazendas que ainda não adotam um manejo racional de bovinos podem estar com os dias contados, pois os resultados dessa falta de cuidados estarão associados a muitos prejuízos produtivos e econômicos, que podem chegar a até 150 gramas diárias no ganho de peso, além de diminuir a capacidade reprodutiva das fêmeas e causar menor qualidade da carne no frigorífico. Diante dessas consequências nada positivas para a atividade, é fundamental que o pecuarista adote medidas que reduzam o estresse dos animais. Por isso, vale conferir algumas dicas sobre como realizar o manejo racional de bovinos.

Mudanças de forma lenta
Bovinos são animais que têm uma excelente memória e isso pode ser uma vantagem aos sistemas pecuários, mas pode também representar uma desvantagem em algumas ocasiões. O fator positivo está associado aos animais em confinamento. Nos currais eles têm bastante contato com pessoas e com maquinários diariamente e quase sempre no mesmo horário. Isso faz com que criem uma rotina, algo que eles também gostam. No entanto, qualquer adversidade que venham a sofrer, tanto na viagem quanto dentro do curral de manejo, podem elevar o seu estresse. Dessa forma, qualquer nova experiência, seja de novas instalações, pessoas ou equipamentos, deve ser realizada da melhor forma possível de maneira lenta para a adaptação dos animais.

Iluminação da área de manejo
Entender como é a visão de bovinos é um fator muito importante dentro do manejo de curral. Uma característica importante quanto à visão é a localização dos olhos, que nos bovinos estão numa posição lateral. Isso permite um campo visual bem mais amplo (345º) quando comparado ao olho humano (180º). Por outro lado, eles não têm uma boa visão tridimensional, o que resulta na dificuldade de o animal avaliar o ambiente quanto à profundidade. Para redução do estresse, essa condição deve ser considerada durante o manejo, uma vez que situações que exijam dos bovinos a capacidade de discernir entre uma sombra ou um buraco ou mesmo a altura de um degrau podem gerar dificuldades ou atraso no desenvolvimento dos trabalhos, tornando o manejo mais estressante, tanto para o animal quanto para os humanos.

Dessa forma, para um bom manejo é essencial, principalmente dentro do curral, bloquear fontes de luz excessivas. Um conceito que também precisa ser considerado é a distância de fuga, que seria a distância mínima que o animal permite a aproximação de humanos (ou do predador) antes de iniciar o deslocamento (fuga). Portanto, se a intenção for conduzi-los para frente, cabe ao peão da fazenda se posicionar dentro na zona de fuga e numa posição caudal a partir do ponto de equilíbrio até um ângulo de 45 graus em relação a este ponto.

O posicionamento ainda mais caudal, entre 45 e 60 graus em relação ao ponto de equilíbrio, geralmente resulta na paralisação do deslocamento, isto porque estaríamos nos aproximando da área cega, o que leva o animal a virar a cabeça para nos manter em seu campo visual, parando de andar ou, no caso de não parar, começar a andar em círculos. Por fim, se o peão ficar em uma posição mais frontal em relação ao ponto de equilíbrio, a tendência é o animal se mover para trás.

Evite ruídos muito altos
Além de não terem uma boa visão de profundidade, bovinos são mais sensíveis que humanos aos sons de alta frequência (800 Hz), ou seja, ruídos desconhecidos assustam o gado e podem gerar estresse. Para evitar esse desconforto, a recomendação é verificar continuamente as instalações: correntes e ferragens soltas ou mal lubrificadas devem ser consertadas. Já as pessoas que manejam os animais, não devem gritar. Isso só irá irritar os animais e não trará nenhum efeito prático, podendo até deixá-los agressivos, dificultando o manejo.

Convivência em grupo
Evite deixar os bovinos totalmente isolados. Para se proteger dos predadores, instintivamente eles se aglutinam, formando rebanhos, e quando estão sozinhos, tornam-se muito agressivos e receosos. Além disso, os bovinos têm uma hierarquia interna. Aqueles que levantam a cabeça quando o manejador se aproxima são os “sentinelas”.

Cabe ao peão, dentro do manejo racional de bovinos, identificá-los e mostrar a eles que os manejadores não são predadores. Com isso, é possível conquistar sua confiança para que baixem a cabeça. Com um bom manejo racional de bovinos, o líder, normalmente posicionado na segunda fileira da frente, compreenderá que tudo está bem e conduzirá o lote para onde queremos que ele vá. Portanto, evite trabalhar com um animal sozinho e busque sempre identificar o líder do grupo, isso pode facilitar todo o manejo.

Treinamento contínuo
Como vimos até aqui, o manejo racional de bovinos tem como base os princípios de comportamento dos animais. Portanto, priorizar a boa relação entre pessoas e os animais é essencial para evitar quaisquer ocorrências de estresse. Com tais medidas de manejo, a atividade terá seus índices zootécnicos melhorados, com benefícios tanto na eficiência produtiva e reprodutiva quanto na eficiência econômica da atividade pecuária. Mas é preciso entender que o manejo racional de bovinos depende principalmente da mudança na atitude das pessoas responsáveis pela lida diária com o gado. Exatamente por isso, o treinamento da equipe de trabalho deve ser contínuo, eficiente e priorizar sempre o bem-estar animal.

Saber como o bovino se comporta permitirá um manejo muito mais eficiente, pois ao invés de obrigá-lo a fazer o que queremos, vamos conduzi-lo para que ele faça o que queremos. Assim, para maior eficiência e facilidade no trabalho, é pré-requisito treinar pessoas para que o gado esteja o mais tranquilo possível. Afinal, somos os responsáveis por garantir essa tranquilidade dos animais, através de nossa forma de trabalho. O resultado de tudo isso será um ambiente de trabalho mais seguro, animais mais calmos e maior produtividade e lucratividade da atividade pecuária.

O conhecimento sobre o comportamento de bovinos é essencial para manejá-los corretamente. Assim, quando são adotados os princípios de manejo racional de bovinos, a atividade terá um excelente fluxo dos animais, sem estresse e com um risco mínimo de acidentes. Com isso, é possível concluir que a utilização do manejo racional de bovinos certamente ajudará a diminuir riscos de acidentes com os animais e com os peões. Consequentemente, as perdas na produção serão reduzidas, garantindo que o produtor terá um produto de maior qualidade.

Fonte: Por Andreza Cruz, engenheira agrônoma e técnica de sementes na Soesp

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IPPA registra alta de 5,5% em outubro de 2024, porém acumula queda de 2,5% no ano

Entre os grupos de alimentos, houve retrações no IPPA-Grãos (-8,3%) e no IPPA-Pecuária (-2,7%).

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Fotos: Marcello Casal

O Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA/CEPEA) subiu 5,5% em outubro, influenciado pelos avanços em todos os grupos de produtos: de 1,9% para o IPPA-Grãos; de fortes 10,7% para o IPPA-Pecuária; de expressivos 10,4% para o IPPA-Hortifrutícolas; e de 0,5% para o IPPA-Cana-Café.

No mesmo período, o IPA-OG-DI Produtos Industriais apresentou alta de 1,5%, demonstrando que, de setembro para outubro, os preços agropecuários mantiveram-se em elevação frente aos industriais da economia brasileira.

No cenário internacional, o índice de preços calculado pelo FMI subiu 1,4% quando convertido para Reais, acompanhando a valorização da taxa de câmbio oficial divulgada pelo Bacen. Isso indica um comportamento relativamente estável dos preços internacionais dos alimentos.

No acumulado de 2024, o IPPA/CEPEA registra queda de 2,5%. Entre os grupos de alimentos, houve retrações no IPPA-Grãos (-8,3%) e no IPPA-Pecuária (-2,7%), enquanto o IPPA-Hortifrutícolas avançou 34,6% e o IPPA-Cana-Café cresceu 7%.

Em comparação, o IPA-OG-DI Produtos Industriais apresenta estabilidade no ano, enquanto os preços internacionais dos alimentos, convertidos para Reais, acumulam alta de 6,1%.

A despeito desses movimentos divergentes com relação ao IPPA/CEPEA, ressalta-se que, sob uma perspectiva de longo prazo, o que se observa é a convergência ao mesmo nível, após elevação acelerada dos preços domésticos nos últimos anos.

Fonte: Assessoria Cepea
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ABCZ participa da TecnoAgro e destaca sustentabilidade no agro

Tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento do agronegócio e explorar o potencial econômico das cidades da região.

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Fotos: Divulgação/ABCZ

Nesta semana, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) marca presença na TecnoAgro 2024, evento realizado no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG). Com o tema “Agro Inteligente”, a iniciativa promovida pelo Grupo Integração e tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento do agronegócio e explorar o potencial econômico das cidades da região.

A abertura do evento aconteceu na manhã da última quinta-feira (21), reunindo autoridades e representantes dos setores ligados ao agro. A ABCZ esteve em destaque logo após a solenidade, quando o Superintendente Técnico, Luiz Antonio Josahkian, participou do painel “O Futuro da Pecuária”. O debate, mediado pela jornalista Adriana Sales, também contou com a presença da Prefeita de Uberaba, Elisa Araújo, e do Professor da ESALQ/USP, Sérgio de Zen.

Superintendente Técnico, Luiz Antonio Josahkian: “Temos uma vocação natural para a produção de alimentos, com recursos essenciais, como a água, que é um insumo cada vez mais valorizado e disputado globalmente”

A discussão abordou a responsabilidade do Brasil diante da crescente demanda global por proteína. “Temos o potencial para liderar o aumento da demanda por proteína animal. Contamos com terras disponíveis, mão de obra qualificada e políticas públicas que fortalecem continuamente o setor. O Brasil se destaca como um dos poucos países que ainda investe em qualificação profissional através de políticas públicas, com o apoio de órgãos como as Secretarias de Estado, o Senar e as extensões rurais Além disso, temos uma vocação natural para a produção de alimentos, com recursos essenciais, como a água, que é um insumo cada vez mais valorizado e disputado globalmente”, destacou Josahkian.

Complementando o debate, Sérgio de Zen enfatizou a necessidade de modelos produtivos mais sustentáveis. “É perfeitamente possível aumentar a demanda na redistribuição de renda e atender ao crescimento populacional sem recorrer ao desmatamento. Isso pode ser alcançado por meio do uso mais eficiente das tecnologias e dos sistemas de produção já disponíveis”, afirmou.

O evento, que segue até amanhã (22), reúne mais de 50 palestras voltadas para a sustentabilidade no agronegócio. Entre os destaques da programação técnica desta sexta-feira, o Zootecnista e Gerente do Departamento Internacional da ABCZ, Juan Lebron, participará da palestra “Recuperação de Pastagem, Genética, Nutrição e Saúde: Pilares da Sustentabilidade na Pecuária”, ao lado de especialistas como Guilherme Ferraudo e Thiago Parente.

Além das contribuições técnicas, a ABCZ participa com um estande apresentando produtos e serviços da maior entidade de pecuária zebuína do mundo.

Fonte: Assessoria ABCZ
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Altas no preço do boi seguem firmes, com escalas ainda menores que em outubro

Frigoríficos renovam o fôlego para conceder novos reajustes positivos aos animais para abate e o mesmo acontece entre os pecuaristas nas negociações de reposição.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O movimento de alta nos preços da pecuária segue intenso. Segundo pesquisadores do Cepea, semana após semana, frigoríficos renovam o fôlego para conceder novos reajustes positivos aos animais para abate e o mesmo acontece entre os pecuaristas nas negociações de reposição.

No final da cadeia produtiva, o consumidor também se mostra resiliente diante dos valores da carne nos maiores patamares dos últimos 3,5 anos.

No mesmo sentido, a demanda de importadores mundo afora tem se mantido firme.

Pesquisadores do Cepea observam ainda que as escalas de abate dos principais estados produtores, em novembro, estão ainda menores que em outubro.

No mercado financeiro (B3), também cresceu forte a  liquidez dos contratos de boi para liquidação neste ano, pelo Indicador do boi elaborado pelo Cepea, o CEPEA/B3.

Fonte: Assessoria Cepea
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