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VOZ DO COOP

Avicultura Inovação no controle de salmoneloses

Conheça os benefícios do derivado de extrato de pimenta

Em frangos de corte, devido ao efeito antioxidante e anti-inflamatório, causa o fortalecimento da integridade intestinal.

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Fotos: Divulgação/AXiphen

Salmonella enterica subsp. enterica é o agente mais associado a surtos de doenças de transmissão alimentar (DTA) e representa a zoonose mais difundida do mundo. A carne de frango e os ovos de galinha são os alimentos mais vinculados a essas DTA, causadas pelos sorovares Enteritidis e Typhimurium.

No Brasil, a contaminação por Salmonella em carcaças de frangos e derivados varia de 9,15 a 86,7%, evidenciando a presença do patógeno na cadeia produtiva. Os custos relacionados bactéria envolvem um maior período de vazio sanitário, quando detectada na granja, o que reduz a quantidade de lotes produzidos ao ano. No abatedouro, a contaminação por Salmonella implica em aproveitamento condicional da carne, reduzindo a remuneração ao produtor.

Fotos: Shutterstock

As salmonelas não zoonóticas, por sua vez, não afetam os humanos, mas causam redução na produtividade, aumento da mortalidade e da condenação de órgãos e carcaças no abatedouro.

As fezes dos animais contaminados são a principal fonte de disseminação dentro da granja e de contaminação das carcaças nos abatedouros, sendo fundamental reduzir a carga bacteriana no trato intestinal das aves.

Salmonella spp. e resistência bacteriana

As salmonelas presentes no intestino das aves são frequentemente expostas a antimicrobianos promotores de crescimento, podendo contribuir para o desenvolvimento de resistência bacteriana.

A resistência bacteriana das salmonelas é monitorada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em apenas três anos, detectou-se um aumento significativo de resistência a cefalosporinas de 3ª geração, utilizadas como último recurso em muitas infecções humanas, que passou de 12% para quase 20%.

Isso ressalta a necessidade de utilizar composto alternativos ao aditivos convencionais, em soluções que não ocasionem o desenvolvimento de resistência bacteriana.

Extrato de pimenta: uma alternativa natural para a saúde intestinal das aves

O principal componente ativo do extrato de pimenta é a capsaicina, responsável pela característica pungente desse alimento. Porém, ao

white organic chicken free range

contrário dos mamíferos, as aves não sofrem com efeitos irritantes da capsaicina.

Sua conexão com o receptor inespecífico TRPV1 ativa processos fisiológicos como regulação da pressão sanguínea, inflamação, liberação de neurotransmissores e neuropeptídeos, além da percepção de dor e calor.

Em frangos de corte, devido ao efeito antioxidante e anti-inflamatório, causa o fortalecimento da integridade intestinal. Além disso, estimula o apetite, estimulando a atividade de enzimas pancreáticas e intestinais e aumentando a secreção de bile.

O uso da capsaicina tem apresentado diversos resultados positivos na avicultura: melhora na conversão alimentar, aumento do ganho de peso diário, aumento do peso ao abate, redução do estresse térmico pelo calor, redução da mortalidade, melhora na performance em aves de postura e a redução dos custos de produção.

Fenilcapsaicina: o derivado sintético com ação potencializada

A fenilcapsaicina é o derivado sintético da capsaicina, com tecnologias que potencializam os benefícios da molécula natural. Apresenta maior biodisponibilidade, alcançando concentração plasmática até oito vezes superior com o fornecimento de uma dose menor. Além disso, chega mais rapidamente à corrente sanguínea, acelerando os efeitos sobre o intestino da ave. A liberação específica no intestino, devido ao encapsulamento da molécula, faz da fenilcapsaicina uma solução segura e sem toxicidade.

O uso da fenilcapsaicina para o controle de Salmonella

A fenilcapsaicina apresenta benefícios que não são observados com o uso da capsaicina. Como aditivo alimentar para as aves, pode ter ação sobre bactérias causadoras de infecções intestinais, como Escherichia coli, Clostridium spp. e Salmonella spp.

O efeito antimicrobiano sobre a Salmonella spp. ocorre com o bloqueio de dois mecanismos de patogenicidade dessas bactérias no trato intestinal. O primeiro deles é o quorum sensing (QS), um mecanismo de comunicação entre as salmonelas que facilita a expressão de genes que levarão à formação de biofilme, que favorece a multiplicação do agente e o escape ao sistema imune. A fenilcapsaicina possui a capacidade de interromper a comunicação do tipo QS, prevenindo a formação do biofilme e reduzindo a capacidade de causar doença.

O outro mecanismo é uma condição inflamatória intestinal denominada leaky gut, ou “intestino permeável”. Quando há disbiose intestinal, há um aumento significativo dos níveis de zonulina, molécula que aumenta a permeabilidade do epitélio. Isso favorece a entrada das bactérias nas células intestinais, o que aumenta a inflamação e novamente a permeabilidade, em um ciclo vicioso de destruição da integridade digestiva. A fenilcapsaicina reduz os níveis de zonulina intestinal, quebrando o ciclo de permeabilidade e fortalecendo a barreira da mucosa contra o patógeno.

Os efeitos sobre a comunicação QS de Salmonella spp. e sobre a zonulina não ocorrem com a utilização da molécula natural, sendo observados exclusivamente com o uso da fenilcapsaicina.

A fenilcapsaicina também possui ação indireta sobre a viabilidade da Salmonella, devido à melhora na saúde digestiva decorrente da menor inflamação. Com a saúde intestinal equilibrada e a interrupção dos mecanismos de patogenicidade, a Salmonella spp. permanece dormente e não se multiplica no organismo da ave.

A fenilcapsaicina apresentou resultados positivos, comprovados cientificamente, em diversos estudos. Em um deles, que incluiu 18

granjas e quase 1,7 milhões de frangos, comprovou-se a redução dos efeitos negativos das salmoneloses com a inclusão de fenilcapsaicina na dieta das aves, com 68% da redução da prevalência de Salmonella spp. nas granjas testadas. Em outro estudo, seu uso como promotor de crescimento reduziu em 40% a mortalidade em frangos. Uma terceira pesquisa demonstrou um aumento de 14% na eficiência produtiva das aves.

A fenilcapsaicina é uma estratégia eficaz baseada em um composto natural para o controle de Salmonella, sem toxicidade para aves e suínos, sem resíduos, sem alteração das características organolépticas e, principalmente, contribuindo para o uso de antimicrobianos. Com possibilidades de aplicação tanto nas criações convencionais quanto na produção de frango orgânico, apresentam grande potencial para garantir uma saúde intestinal mais robusta nas aves e diminuir o risco à saúde pública pelo consumo de produtos da avicultura. A composição sintética possibilita alcançar seu alto grau de pureza (98%), uniformidade e eficiência em produção industrial em larga escala, garantindo disponibilidade para o atendimento a diferentes demandas.

As referências estão com o autor. Contato: lucas.altepost@axichem.com.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de avicultura acesse a versão digital de avicultura de corte e postura, clique aqui. Boa leitura!

Fonte: Por Lucas Altepost, VP de Vendas e Marketing da aXichem AB.

Avicultura

Entenda a relação entre qualidade intestinal e pododermatite

Densidade de aves/m², associada à qualidade da cama e à qualidade das fezes são fatores determinantes para a ocorrência de pododermatite. A dieta deve ser formulada de forma a favorecer a absorção de nutrientes, evitando diarreias e o aumento da viscosidade intestinal.

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Fotos: Divulgação/Biocamp

“Do frango brasileiro, os chineses querem principalmente o pé”. Há algum tempo, o quilo do pé de frango valia menos de R$ 2 nos açougues. Hoje, é exportado como uma verdadeira iguaria, e a tonelada já vale em torno de US$ 2,7 mil, refletindo no mercado interno, onde seu valor aproximado chegou em novembro de 2023 a quase R$ 8 por quilo.

Eixo intestino-pele

Como órgãos de maior interface com o meio ambiente, o intestino e a pele têm muito em comum. Nas aves, na natureza, ambos os órgãos são colonizados por uma rica microbiota, adquirida das aves adultas, logo após a eclosão.

Nos mamíferos, diversas patologias intestinais que possuem comorbidades cutâneas já são descritas. Alguns autores sugerem um “eixo intestino-pele”, além de mecanismos que podem interagir sob circunstâncias fisiológicas e patológicas.

Qual o impacto da nutrição sobre a microbiota e sua grande capacidade metabólica sobre os tecidos cutâneos? Sem dúvida, futuras pesquisas são necessárias e poderão nos trazer muita informação.

A pododermatite caracteriza-se por lesões erosivas que afetam a superfície plantar (coxim) das patas das aves, importante causa de descartes dos pés de frango e perdas relativas a bem-estar e performance.

Essa dermatite nos pés se inicia, geralmente, na parte central do coxim plantar, podendo atingir os dedos e a articulação, entre o tibiotarso e o tarsometatarso, apresentando-se de forma semelhante a crostas escuras preenchidas com erosões. As lesões iniciais incluem inchaço das escamas dos pés, fissuras, escoriações e arranhões superficiais que eventualmente evoluem a úlceras profundas e o centro da lesão é ocupado por massa necrótica de resíduos celulares, a qual encerra detritos de cama e bactérias.

Relação entre qualidade intestinal e pododermatite

Em casos mais extensos, a pododermatite causa problemas articulares que podem levar a dificuldades de locomoção e alimentação, impactando na performance e favorecendo doenças oportunistas e a entrada de microrganismos patógenos através da área afetada, comprometendo a segurança alimentar do produto e resultando em condenação parcial ou total das carcaças.

A incidência destas lesões de pele está associada a muitos fatores como: composição da dieta, estrutura da pele, peso da ave, temperatura e umidade do ambiente. Contudo, a densidade de aves/m², associada à qualidade da cama (composição e umidade) e à qualidade das fezes, são fatores determinantes para a ocorrência de pododermatite. A dieta deve ser formulada de forma a favorecer a absorção de nutrientes, evitando diarreias e o aumento da viscosidade intestinal, pois fezes úmidas ou aderentes, ao serem eliminadas, agregam-se nas patas com maior frequência, colaborando ou agravando as pododermatites.

Probióticos podem auxiliar a controlar as lesões

No estudo “Avaliação da produtividade de frangos de corte suplementados com probióticos”, realizado pelo Grupo de Pesquisa em Ciência Avícola da Unesp, liderado pela professora Ibiara Correia de Lima

Paz, grupos de animais tratados com probiótico por spray no incubatório e via ração foram avaliados em comparação a animais não tratados, demonstrando quais características comportamentais e critérios impactam na qualidade de carcaça de aves. As lesões por pododermatite foram avaliadas através da verificação da integridade do coxim plantar das aves aos 42 dias. Esta avaliação se deu por atribuição de escores de intensidade de lesão.

Os animais que receberam probiótico tiveram incidência de pododermatite inferior em 6,34pp (pontos percentuais) em comparação aos animais não tratados. Lesões iniciais (PD1) acometeram 1,03pp* menos animais tratados com probiótico que animais do grupo controle, e lesões extensas de pododermatite (PD2) foram ausentes em animais tratados com probiótico.

Benefícios

As avaliações de bem-estar correlacionam-se com os seguintes aspectos que se refletem na melhora do bem-estar e qualidade do produto final:

Qualidade intestinal: A inclusão de aditivos como os probióticos proporciona melhoria no equilíbrio da microbiota (eubiose) na integridade intestinal, o que promove aumento na produção de serotonina e diminuição na excreção de corticosterona, resultando em aves mais resilientes e menos reativas.

Menor umidade da cama e menores teores de amônia no ambiente: Quando a dieta é melhor digerida e absorvida, as fezes são menos úmidas e com menores teores de nitrogênio. O melhor equilíbrio da microbiota intestinal leva à redução da permeabilidade intestinal e também garante menor excreção de enterobactérias patogênicas.

Esses fatores associados tendem a inibir a liberação de amônia, reduzindo a incidência de pododermatite conforme evidenciado neste estudo, refletindo, portanto, em melhor bem-estar e qualidade do produto final.

O uso dos probióticos líquido por spray no incubatório, associado ao mix na ração, reduziu significativamente a incidência e severidade das lesões de pododermatite em frangos. a 7

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Fonte: Por Jacqueline Boldrin, PhD e gerente P&D da Biocamp.
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Avicultura

Conbrasfran 2024 reúne especialistas para tratar sobre normativas e padrões de qualidade na indústria avícola

Evento vai ligar os elos mais estratégicos da avicultura nacional de 25 a 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.

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Foto: Jonathan Campos

Qualidade na indústria avícola, recebimento de missões oficiais, atual cenário da inspeção federal, auditorias e certificações e seus impactos na melhoria de performance dos frigoríficos, além de normativas e seus impactos na qualidade da indústria serão alguns dos temas debatidos por especialistas do Ministério da Agricultura e Pecuária, do Laboratório NSF e do Senai Alimentos e Bebidas durante a  Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), realizada pela Asgav, de 25 a 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.

O Painel Normativas e padrões de qualidade na indústria avícola vai ser realizado no dia 27 de novembro, quarta-feira, das 10h40 às 12h30, e será aberto com um debate sobre os Aspectos cruciais para o recebimento de missões oficiais e o cenário da inspeção federal com o chefe do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Mapa – 10º Sipoa/RS), Márcio Todero. Em seguida, as discussões avançam para as Auditorias e certificações: Melhorando a performance dos frigoríficos, encabeçadas pela executiva do Laboratório NSF Brasil, Carla Naldini.

Os debates serão encerrados com o tema Painel Normativo e Impacto na Qualidade para a Indústria Avícola, com a auditora Fiscal Federal Agropecuária do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa/SFA/SP), Paula Leticia Campello. A coordenação deste painel será da especialista em Segurança de Alimentos do Instituto Senai Alimentos e Bebidas, Débora Brum.

O Painel Normativas e padrões de qualidade na indústria avícola faz parte da programação do 5º Encontro de Qualidade Industrial na Avicultura – Frigoríficos, promovido pela Asgav. Outras informações sobre a Conbrasfran 2024 podem ser encontradas no site do evento (www.conbrasfran.com.br), pelo e-mail conbrasfran@asgav.com.br, através do telefone (51) 3228.8844, do WhatsApp (51) 9 8600.9684 ou pelo Instagram do encontro (@conbrasfran).

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Fonte: Assessoria Asgav
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Avicultura Cedisa

Centro de Diagnóstico de Sanidade Animal completa 35 anos

Conheça a história, a importância e os planos de um dos laboratórios mais importantes para salvaguardar a sanidade dos planteis brasileiros.

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Fotos: Sandro Mesquita/OP Rural

A cadeia produtiva de carnes no Brasil é um dos esteios da economia nacional, fornecendo alimento e impulsionando o crescimento do país. Com um faturamento multibilionário e projeções da Conab indicando uma produção de quase 31 milhões de toneladas de carnes bovina, suína e de frango para este ano, fica evidente a magnitude desse setor.

Por trás dessa grandiosidade, a sanidade animal aparece como um dos pilares desse sucesso. Garantir a saúde e a qualidade dos rebanhos é essencial não apenas para o bem-estar animal e para a segurança alimentar, mas também para a competitividade internacional do Brasil como um dos principais produtores mundiais de proteína animal.

Para isso, o país possui uma Rede Nacional de Laboratórios Agropecuários com um objetivo claro: salvaguardar a sanidade dos planteis. E um dos laboratórios mais importantes é o Cedisa, de Santa Catarina, uma referência nacional em monitoramento e diagnóstico de enfermidades na produção de suínos e aves que, em 2024, completou 35 anos de história.

Localizado em Concórdia, o Centro de Diagnóstico de Sanidade Animal representa o compromisso do Brasil com a excelência em sanidade animal. O Presente Rural viajou até lá para contar essa história.

História

Presidente do Cedisa, médico-veterinário Paulo Roberto Souza da Silveira: “O laboratório já tem o seu futuro traçado e as suas metas”

Fundado em julho de 1989 através de parcerias estratégicas, o Cedisa evoluiu no passar dos anos com investimentos em infraestrutura e tecnologia para se tornar um alicerce na defesa da sanidade dos rebanhos e na garantia da qualidade dos alimentos produzidos no país.

“Em 1989 era uma reivindicação, um desejo muito forte do setor produtivo de suínos e de aves ter um laboratório que gerasse e produzisse os diagnósticos das enfermidades que aqui aconteciam e pudesse também fazer monitorias. Não havia um laboratório catarinense para isso. Todos os exames eram feitos fora do Estado. Com o advento da Embrapa, já faziam alguns anos que a Embrapa já estava aqui foi estabelecido um convênio em que a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola, a Cidasc, forneceria uma equipe com uns três ou quatro veterinários e a Embrapa colocaria um espaço para que se estabelecesse esse laboratório. E assim começou o serviço. Os grandes mobilizadores desse primeiro nascimento do laboratório foram a Associação Catarinense de Criadores de Suínos, a Embrapa, o Centro Nacional de Pesquisa de Suínos e Aves, a Cidasc e o Sindicato das Indústrias de Carne”, conta o presidente do Cedisa, médico-veterinário Paulo Roberto Souza da Silveira.

Da Silveira conta que o Cedisa teve duas principais fases. “Funcionava através de um convênio simples, convênio 1989 até 2005, quando se desenvolveu um grande movimento com o aumento das exportações catarinenses. A gente se ressentia de não ter um laboratório adequado para apresentar às missões comerciais que aqui vinham avaliar as condições sanitárias do rebanho. Foi feito um trabalho com a direção da Embrapa para que o antigo serviço que aqui estava há 15 anos sofresse um novo impulso. Então houve a segunda fase de mobilização e se estabeleceu que o prédio seria totalmente reformado para estabelecer o laboratório”, expõe.

O médico-veterinário salienta que nesta segunda fase foi estabelecido o laboratório no prédio reformado, estabelecendo uma nova personalidade jurídica. “Era um laboratório fruto de um convênio e passou a ser um ser CNPJ, uma personalidade jurídica de organização da sociedade de interesse público (Oscip). Foi quando nasceu essa segunda fase, mais forte, mais bem instalado, com a contratação de pessoal novo”, conta o presidente. “No início, o grande interesse era o diagnóstico para atender os produtores, os fomentos e a Associação de Criadores de Suínos. Num segundo momento, já era esse laboratório alto padrão para atender às missões internacionais que vinham aqui para nos estabelecer as bases das importações de carne de suínos e de aves”, amplia.

Números

O Cedisa faz cerca de meio milhão de análises por ano enviadas por indústrias e produtores para o seu laboratório e que investimentos são feitos de acordo com a demanda da própria indústria. “Vamos crescer do tamanho do nosso mercado, da demanda, nós sempre vamos nos adequar. E isso é tão verdade que nós fizemos uma grande obra aqui para instalar esse laboratório em 2005 e depois, já em 2015, dez anos depois, totalmente custeado por nós, fizemos uma segunda reforma, ampliando a área e criando mais espaço e mais laboratórios para atender as nossas demandas. Saímos de 114 mil análises em 2005 e chegamos a ter em torno de 500 mil nos últimos tempos. O laboratório já tem o seu futuro traçado e as suas metas. Estamos investindo sempre os nossos excedentes em novos equipamentos, sempre contratando pessoal e buscando cada vez equipamentos modernos para o diagnóstico, tanto na área de patologia como na área de biologia molecular ou de bacteriologia”, destaca o presidente.

Profissional e tecnológico

Gerente técnica e administrativa do Centro de Diagnóstico de Sanidade Animal (Cedisa), médica veterinária Lauren Ventura Parisotto: “Um dos nossos principais serviços é atender os ensaios dos programas sanitários de suínos e aves e também fazer o diagnóstico das principais doenças que acometem suínos e aves”

Gerente técnica e administrativa do Centro de Diagnóstico de Sanidade Animal (Cedisa), a médica veterinária Lauren Ventura Parisotto explica que um dos objetivos centrais é atender aos programas sanitários federais. “O laboratório Cedisa é credenciado pelo Ministério da Agricultura. Um dos nossos principais serviços é atender os ensaios dos programas sanitários de suínos e aves e também fazer o diagnóstico das principais doenças que acometem suínos e aves”, explica.

Para a gerente do Cedisa, uso de alta tecnologia e profissionais qualificados fazem do Cedisa referência em qualidade. “A nossa equipe técnica é bastante capacitada. Nós temos quatro médicos veterinários, uma microbiologista, uma patologista e uma médica-veterinária especializada em biologia molecular em nosso time. O nosso grande time é 100% feminino e o nosso apoio também é feito por mulheres capacitadas, profissionais excelentes. Temos o apoio total da diretoria e investimos muito em tecnologia. Por exemplo, recentemente nós compramos um sequenciador tipo Sanger e agora adquirimos um scanner digital de lâminas. Isso faz com que o Cedisa esteja sempre à frente na questão de diagnóstico, cada vez mais rápidos e cada vez mais precisos. É importante salientar que o sistema de gestão da qualidade que a gente implantou para atender o Ministério da Agricultura se estende para todas as áreas do laboratório, não só para o nosso escopo oficial, mas também para o serviço de diagnóstico e controle, como a gente usualmente chama”.

Para Lauren, a parceria com a Embrapa também é peça importante no avanço tecnológico do Cedisa. “Essa parceria importante com a Embrapa Suínos e Aves faz com que muita tecnologia desenvolvida pela Embrapa seja implantada imediatamente”, pontua Lauren, lembrando que “as ferramentas do sistema de gestão da qualidade são seguidos não só pelo Cedisa, mas por todos laboratórios da Rede Nacional de Laboratórios Agropecuários”.

Médica-veterinária Keila Catarina Prior, responsável pela área de Microbiologia Molecular: “Garantimos a confiabilidade de resultados”

A médica-veterinária Keila Catarina Prior, responsável pela área de Microbiologia Molecular, explica que os procedimentos são padronizados e passam por rigorosas auditorias para garantir a qualidade do serviço. “Aqui no laboratório garantimos a confiabilidade de resultados através do treinamento e capacitação dos colaboradores, mas também dispomos de equipamentos modernos que passam por calibrações periódicas, por manutenções preventivas que garantem o bom funcionamento deles durante a operação para realização das análises. Também dispomos de uma equipe técnica qualificada, composta por médicos veterinários, farmacêuticos, engenheiros de alimentos, biólogos, somos acreditados na ISO 17025, que garante a rastreabilidade de todos os nossos processos e que as nossas análises são padronizadas. Anualmente passamos por auditorias internas realizadas por uma equipe de auditores formados aqui no laboratório. Também, periodicamente, passamos por auditoria da Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro SGQ, que também avalia e certifica as nossas análises”, menciona a Keli.

Monitorias

O monitoramento feito através das análises é fundamental para criar políticas e ações que garantam o status sanitário do Brasil. Lauren explica que isso ajuda a manter o status sanitário do país longe de doenças que possam vir, inclusive, de outros países. “Somos um laboratório que atende 100% das importações de suínos para o Brasil. O suíno chega na Estação Quarentenária de Cananéia (SP) e o material vem pra cá. A gente atende as empresas de genética fazendo todos esses ensaios. É uma ferramenta para manter o status sanitário dos plantéis do país inteiro”, aponta Lauren Ventura Parisotto.

Emergências

A doutora Keila explica que situações emergenciais, como em casos de suspeitas de doenças de notificação obrigatória, que exigem análises laboratoriais urgentes para diagnóstico de doenças nos rebanhos, é feita uma força-tarefa no Cedisa. “Sempre que um cliente entra em contato conosco avisando que enviará amostras urgentes, a gente orienta ele desde de como vai ser a coleta dessa amostra até auxilia na logística para essas amostras chegarem aqui rapidamente. Chegando aqui, toda a equipe se mobiliza para que essas amostras sejam processadas o mais rápido possível, porém, seguindo da mesma forma toda a etapa de análise crítica e rastreabilidade do processo, efetuando o procedimento operacional padrão de sempre”, aponta.

O caminho das amostras

Médica-veterinária Suzana Satomi Kuchiishi, responsável técnica pela área de Microbiologia: “A amostra pode ser destinada a diferentes áreas, como isolamento bacteriano, sorologia, biologia molecular, detecção de DNA ou zoologia”

A médica-veterinária Suzana Satomi Kuchiishi, responsável técnica pela área de Microbiologia, explica o caminho ideal a ser feito pelas amostras. “Primeiramente o veterinário responsável tem que escolher o animal ideal, que esteja no início dos sintomas clínicos. Esse animal não pode estar medicado. Também, o tempo entre a coleta e a chegada no laboratório é importante. Quanto mais rápido, melhor. A temperatura de transporte é outro fator. Eu tenho amostras que podem ser transportadas na temperatura ambiente, mas outras refrigeradas ou congeladas. Chagando no laboratório, a amostra pode ser destinada a diferentes áreas, como para isolamento bacteriano, sorologia, biologia molecular, para fazer detecção de DNA ou para zoologia. É um conjunto de ferramentas para poder chegar a um diagnóstico final junto com as observações a campo que o profissional tem”, ponta Suzana.

Pilar para o agronegócio

Ao longo de seus 35 anos de atuação, o Cedisa se consolidou como um pilar indispensável na manutenção da sanidade animal no Brasil, refletindo o compromisso do país com a excelência no setor. O crescimento e a constante evolução do laboratório são frutos de parcerias estratégicas, investimentos em tecnologia de ponta e uma equipe altamente qualificada. Esses elementos combinados asseguram não apenas a saúde dos rebanhos, mas também a qualidade dos alimentos que chegam à mesa dos consumidores e a competitividade do Brasil no mercado internacional.

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Fonte: O Presente Rural
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