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Conheça o método ACV que promete revolucionar a pecuária brasileira reduzindo de emissões de GEE

Por meio desta técnica os fluxos de matéria e energia envolvidos no ciclo de vida do animal ou de um produto são medidos e relacionados a diversas categorias de impactos ambientais.

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Você já ouviu falar sobre Avaliação do Ciclo de Vida (ACV)? Esse é um método desenvolvido para mensurar impactos ambientais causados como resultado da fabricação e utilização de determinado produto ou atividade. Conhecida como “do berço ao túmulo”, a abordagem sistêmica da ACV realiza o levantamento de dados em todas as fases do ciclo de vida do animal. Esse ciclo de vida se refere a todas as etapas de produção e uso do produto, relativas à extração das matérias-primas, passando pela produção, distribuição até o consumo e disposição final, contemplando ainda a reciclagem e o reuso quando for o caso.

Por meio desta técnica os fluxos de matéria e energia envolvidos no ciclo de vida do animal ou de um produto são medidos e relacionados a diversas categorias de impactos ambientais, para que se possa compreender os reais danos ou vantagens da fabricação e uso de um produto específico ou de uma cadeia animal, como no caso dos ruminantes, identificando os pontos críticos no ciclo de vida para que assim sejam promovidas melhorias nos processos produtivos.

Com um o primeiro trabalho publicado sobre o método de otimização de dietas com ACV para ruminantes, o professor honorário da Universidade de Edimburgo e pesquisador do Laboratório de Modelagem Agroambiental da Embrapa Agricultura Digital, Luís Gustavo Barioni, concedeu uma entrevista exclusiva ao Jornal O Presente Rural. “Quando formulamos uma dieta temos ingredientes que têm maior ou menor impacto ambiental na produção destes insumos e isso é contabilizado em conjunto com os impactos ambientais da produção animal. Existe uma demanda cada vez maior de mercados internacionais por essa contabilidade, então a Avaliação de Ciclo de Vida é um método bastante consagrado para você trabalhar com questões de impacto ambiental”, expõe.

Barioni tratou sobre a formulação de dietas usando o conceito ACV na 34ª Reunião Anual do Colégio Brasileiro de Nutrição Animal, realizada em meados de março, no Hotel Premium, em Campinas, SP. Confira abaixo uma matéria exclusiva do O Presente Rural, na qual ele detalha as particularidades deste método. Confira!

Luís Gustavo Barioni – Foto: Graziella Galinari/Embrapa

O Presente Rural – Explique o que é o conceito de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV)?

Luís Gustavo Barioni – O conceito de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) é uma técnica que é utilizada para medir impactos ambientais, desde o berço até o túmulo. Quando formulamos uma dieta temos ingredientes que têm maior ou menor impacto ambiental na produção destes insumos e isso é contabilizado em conjunto com os impactos ambientais da produção animal.
Existe uma demanda cada vez maior de mercados internacionais por essa contabilidade, então a Avaliação de Ciclo de Vida é um método bastante consagrado para você trabalhar com questões de impacto ambiental, uma vez que através desta técnica é possível formular uma dieta para que os animais emitam menos gases do efeito estufa, porém na produção dos ingredientes acaba tendo uma emissão maior, então é preciso fazer uma contabilidade global por meio do ACV para formular uma dieta que também tenha um impacto ambiental menor antes da porteira, quando estamos trabalhando na cadeia de produção dos ingredientes para a ração.

O Presente Rural – Existe algum ingrediente que é mais utilizado ou específico para a formulação de dietas com ACV?

Luís Gustavo Barioni – Na verdade não, a gente tem que contabilizar esses ingredientes numa forma regional, por isso normalmente os produtos agroindustriais acabam levando vantagem porque na alocação dos impactos eles acabam tendo uma proporção menor. Por exemplo polpa cítrica, resíduos do grão destilado, caroço de algodão, entre outros, muitas vezes não é o produto principal de determinada região produtora, então por exemplo o processo de produção do algodão tem emissões de gases do efeito estufa, devido também aos insumos e maquinários usados para sua produção. Mas quando chega no produto final, a gente tem que fazer uma alocação da entrada da fibra de algodão e do caroço. O sistema de alocação está relacionado ao valor daquele produto, então se o valor da fibra de algodão é maior a grande parte da alocação e dos impactos acaba indo para a fibra do algodão.
A gente também trabalha em um esquema de otimização econômica. Se eu restringir as emissões então minha dieta vai mudando, porque o sistema de formulação de dieta procura soluções que tenham um balanço melhor entre emissões e qualquer outro impacto ambiental ou a lucratividade da atividade, então esse método sempre vai buscar a solução mais lucrativa para aquele nível de emissões.
Além disso conseguimos ter uma outra métrica que chamamos de custo de abatimento marginal, que é quanto que alguém teria de pagar pelo carbono que o produtor está reduzindo para que ele consiga compensar a redução de atratividade econômica afim de que eu reduza efetivamente as emissões. Esse também é um parâmetro que a gente consegue obter das análises.

O Presente Rural – A formulação de dietas a partir do conceito ACV está intrinsecamente ligada à redução de emissão de gases de efeito estufa no meio ambiente?

Luís Gustavo Barioni – Exatamente, além do metano entérico produzido através da fermentação dos animais, com o método ACV conseguimos contabilizar também todos os outros gases dentro da porteira, como o óxido nitroso na urina dos animais, emissões dos equipamentos, da energia etc. E depois da porteira com toda a cadeia de suprimentos dos ingredientes para formulação das dietas, a partir do uso do trator para fazer o preparo do solo e o plantio direto, da colheitadeira, dos insumos e fertilizantes usados na lavoura, tudo isso é um encadeamento de insumos que em sua produção gera emissão ou remoção no caso de aumentar o carbono no solo, mas em geral gera emissões de gases do efeito estufa. Contabilizamos tudo que está envolvido no sistema, porque se eu contabilizar só uma parte eu posso achar que estou reduzindo emissões, mas se for analisar depois da porteira, na produção dos insumos para o rebanho pode ser que, na verdade, aumentou as emissões.

O Presente Rural – O método ACV já está disponível para uso dos pecuaristas?

Luís Gustavo Barioni – Estamos desenvolvendo em conjunto com colegas da Embrapa Meio Ambiente uma biblioteca de Avaliação de Ciclo de Vida, ou seja, quando fornecemos milho aos animais alguém já tem que ter feito toda a contabilidade típica de uma produção de milho para saber qual é a pegada de carbono de uma tonelada de milho, de uma tonelada de farelo de soja ou de uma tonelada de polpa cítrica ou de qualquer outro produto, então o primeiro passo é desenvolvimento dessa biblioteca.
O segundo passo é ter um software que faça essa otimização de dados, que é um pouco diferente daquela que é mais tradicional, de custo mínimo ou de lucro máximo, que só considera aspectos econômicos e não ambientais.

O método que desenvolvemos foi em conjunto com pesquisadores britânicos da Universidade de Edimburgo, pesquisadores americanos da Universidade do Texas e de pesquisadores brasileiros da Unicamp. O código está disponível online, mas ainda não se transformou num software para uso pelos produtores porque ainda não se tem esse pagamento por serviços ambientais, ele realmente só vai ser útil para os produtores no momento que realmente tiver um valor diferenciado para um produto produzido com menor emissão. A gente percebe que esse momento já está se aproximando, inclusive já conseguimos dizer para o mercado quanto que precisaria pagar para alguém alterar a dieta dos animais de forma que reduza a emissão de gases do efeito estufa, independente do número de cabeças que o rebanho tiver.

Essa ferramenta ainda não está sendo comercializada, é um estudo recente, e por enquanto não temos um mercado de crédito de carbono funcionando para que se possa pagar o produtor.

O Presente Rural – Desde quando o conceito é ACV é utilizado para formulação de dietas e quais são os resultados alcançados?

Luís Gustavo Barioni – Que temos conhecimento a nossa pesquisa sobre o método ACV para ruminantes foi a primeira a ser realizada no mundo, publicamos o estudo no ano passado, porém um grupo francês fez um trabalho usando o método ACV em 2018, mas voltado para nutrição de aves e suínos. Alguns dos principais resultados aponta que é possível reduzir as emissões em 50% e ao mesmo tempo aumentar o desempenho dos animais. Nós realizamos a aplicação nutricional com o conceito ACV em um ambiente típico de produção da França, com base nos dados do estudo com monográstricos.

No caso francês chegamos ao custo de R$ 121,72 por quilograma de CO2 eq. por quilo de carcaça, ou seja, se alguém quiser reduzir carbono vai precisar pagar pelo menos esse valor. Hoje o preço de mercado na bolsa europeia deve estar em torno de R$ 441,82 de custo efetivo. Agora vamos repetir um estudo para integração de produção de etanol e pecuária de corte, no qual queremos analisar qual é a relação de redução de emissões de gases do efeito estufa com a lucratividade com o uso de co-produtos como o destilado de milho ou o bagaço hidrolisado de cana-de-açúcar. A previsão para darmos início a este trabalho é no início de março. Na verdade o trabalho já começou com a criação das nossas próprias bibliotecas de ACV dos alimentos. Esse foi o nosso principal problema no trabalho com os ruminantes e motivo pelo qual precisamos fazer uma parceria com os franceses, porque eles já tinham essas bibliotecas de ACV dos alimentos, agora que nós construímos a nossa própria biblioteca e desenvolvemos o método de otimização de dieta com ACV vamos fazer um estudo com as condições de campo do Brasil.
Mais uma vez estamos na vanguarda de uma pesquisa, o que muito nos orgulha porque foi o primeiro trabalho a nível internacional que tratou do ACV com ruminantes.

O Presente Rural – E como será feita a gestão do carbono neutro, quem será o comprador? Como que esse método de otimização de dieta com ACV para ruminantes será difundido na pecuária?

Luís Gustavo Barioni – Estamos conversando muito com empresas, principalmente frigoríficos, que estão olhando para esse mercado de carbono, com o Ministério da Agricultura e Pecuária, que estão atentos para esta nova modalidade de gestão do carbono, embora o mercado de crédito de carbono ainda não exista, mas já tem uma sinalização para sua regulamentação. O Brasil não entrou nas cláusulas de barreira da União Europeia por enquanto, mas há uma perspectiva de que isso aconteça. E para isso os setores de carne e produtos lácteos, por exemplo, estão fazendo projetos que visam redução de gases do efeito estufa para poderem estar aptas ao exigente mercado europeu, até porque muitas das empresas frigoríficas e de laticínios assinaram um termo de compromisso de redução de emissões de gases do efeito estufa, então teoricamente precisam fazer projetos junto aos fornecedores para reduzir as emissões.

Também estamos em conversa com estes setores, nos colocamos à disposição para ajudar, pois temos o método comprovado de forma científica que é eficiente, o fato é que a gente pode ajudar os produtores e toda a cadeia a encontrar a melhor forma de se adequar e ao mesmo tempo obter maior lucratividade com o seu rebanho. O que a gente sabe é que existe a necessidade da indústria preceder esses benefícios em termos de mercado, porque são empresas comerciais, que buscam cada vez mais vender os seus produtos de forma diferenciada e repassar parte desta lucratividade ao produtor, porque senão o produtor não vai fazer, porque ele também precisa ser remunerado para que possa mudar a formulação de dieta ou qualquer outro investimento tecnológico, para que seja lucrativo. Afinal de contas é o seu negócio.

Neste momento estamos conversando sobre o funcionamento dos mercados de carbono, já têm algumas iniciativas, mas ainda incipientes, mas a gente percebe que as indústrias frigoríficas, de laticínios, de insumos, energia, as traders e de diversos outros setores estão olhando com mais afinco para as questões ambientais e de sustentabilidade, o que deve impactar de forma expressiva a curto prazo as transações em qualquer mercado.

O Presente Rural – Atualmente o método ACV está no campo da pesquisa apenas. Há perspectivas de quando o método ACV será utilizado?

Luís Gustavo Barioni – Estamos no campo da pesquisa e nas discussões política e comercial de como vai operar esse mercado, mas ainda não tem nada definido para que a gente possa dizer para o produtor formular dietas com redução de emissões, a não ser que seja uma coisa do ponto de vista altruísta, pois do ponto de vista econômico ainda não se tem nenhum incentivo. O que a gente percebe é que daqui a dois ou três anos deve se tornar uma realidade nas operações comerciais aqui no Brasil.
O fato é que comprovamos a eficácia do método, mas ele ainda não tem um apelo para aplicação na cadeia produtiva porque não temos um mercado de crédito de carbono, mas a hora que existir está pronto para ser replicado da melhor forma possível. Estamos preparados para o futuro que está cada dia mais próximo da gente.

O Presente Rural – O método ACV desenvolvido para formulação de dietas para ruminantes pode ser replicado em outras cadeias de proteína animal?

Luís Gustavo Barioni – É aplicável para qualquer cadeia animal, mas o nosso trabalho em específico foi voltado para gado de corte. O método ACV por ser replicado sempre que o produtor precisar formular uma dieta, por exemplo, se os animais estão exclusivamente à pasto não precisa aplicar essa dieta no rebanho. Mas a partir do momento que o produtor usa os suplementos para formular a nutrição dos animais, como no sistema de confinamento, é indicado que essa dieta seja replicada. De outra forma, a exceção é quando o produtor cria os animais só com foragem, só em pastejo por exemplo.

O Presente Rural – O produtor já pode implantar essa dieta com o método ACV em seu rebanho ou deve aguardar a regulamentação do mercado de crédito de carbono?

Luís Gustavo Barioni – O método está pronto e já pode ser replicado, mas uma coisa que é preciso entender é que existe um balanço claro entre a parte econômica e ambiental. É preciso definir o quanto será preciso pagar para o produtor implementar esse método e do ponto de vista do produtor quanto que vai custar para fazer esse trabalho, então se o preço do carbono que estão oferecendo ao produtor é maior do que o custo que ele tem para reduzir as emissões então o produtor conseguirá calcular o lucro esperado com essa dieta replicada no rebanho.
É uma forma de informar tanto o produtor quanto a cadeia como se forma o custo efetivo para fazer a redução de emissões.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor pecuário acesse gratuitamente a edição digital de Bovinos, Grãos e Máquinas. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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