Suínos 1º Dia do Suinocultor
Conheça as tendências de produção de carne suína com foco em mercados exigentes
Zootecnista e doutor em Genética e Melhoramento Animal, Marcos Soares Lopes, sugere que a oportunidade de muitos suinocultores, nesse momento, pode estar em oferecer animais específicos para produção de carnes nobres para atingir mercados mais criteriosos em termos de qualidade.

Se é nos momentos de crise que surgem as oportunidades, mais uma vez é a hora da suinocultura brasileira mostrar a força de um setor acostumado a enfrentar grandes dificuldades ao longo dos anos. A oportunidade de muitos suinocultores nesse momento pode estar em oferecer animais específicos para produção de carnes nobres para atingir mercados mais criteriosos em termos de qualidade.

Zootecnista e doutor em Genética e Melhoramento Animal, Marcos Soares Lopes: “Temos um país gigantesco e com todos os pontos necessários para aumentar a produtividade e o consumo. O que precisamos é trabalhar em conjunto e de forma cada vez mais assertiva”
Segundo o zootecnista e doutor em Genética e Melhoramento Animal, Marcos Soares Lopes, atingir esses mercados é um dos grandes desafios para do setor. “Precisamos buscar novas possibilidades para aumentar as exportações e o consumo interno”, ressaltou Lopes.
Conforme ele, uma das alternativas pode estar no aumento da variedade de cortes de carne suína, algo ainda que ainda é tímida no Brasil quando comparada a países europeus. “Eles consomem muita carne in natura e existe uma grande variedade de cortes. Acredito que temos que trilhar esse mesmo caminho”, mencionou durante sua palestra no Dia do Suinocultor O Presente Rural/Frimesa, realizado em 21 de julho, em Marechal Cândido Rondon (PR).
De acordo com Lopes, para aumentar o consumo de carne suína é preciso a união de todos os elos da cadeia e desenvolver ações concretas de incentivo. “Precisamos trabalhar juntos com cada um fazendo sua parte e ajudando o outro, pois se aumenta a exportação de carne suína, por exemplo, todos ganham”, afirmou.
Propaganda é a alma do negócio
Durante sua palestra, Lopes citou campanhas de marketing de redes de restaurantes e divulgações em redes sociais que apresentam a carne suína como produtos premium e gourmet, agregando valor ao produto. Segundo ele, muitas vezes pessoas que não comem carne suína com frequência passam a comer porque gostam e percebem a qualidade do produto. “Isso tem um impacto muito grande pensando em promoção da carne suína”, destacou.
Lopes destacou o trabalho realizado pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), quanto a divulgação da carne suína para incentivar o consumo no país. “Mas o empenho precisa ser de todos, pois com o esforço de todos fica mais fácil expandir o consumo interno e vender para esses mercados que pagam mais por produtos de melhor qualidade para que tenhamos mais rentabilidade”, salientou.
Produção que deu certo
Como exemplo de país produtor de proteína suína que conseguiu transformar o mercado e agregar valor ao produto, Lopes citou a Espanha, que cresceu 90% em 30 anos, passando de 29 milhões de terminados em 1989 para 56 milhões em 2021. Com os estímulos e investimentos, o país conseguiu entrar na União Europeia com realocação da produção, eficiência e tecnologia. “É um típico exemplo de união do setor, eles não jogaram a responsabilidade para apenas um órgão ou entidade”, mencionou.
Segundo Lopes, as raças de suínos Duroc e Pata Negra são as utilizadas na Espanha e determinam a qualidade da carne produzida. “A raça Pata Negra é extremamente rústica e com uma produtividade menor”, pontuou.
Conforme Lopes, o trabalho desenvolvido na Espanha abriu caminho para atender a demanda de muitos países da Europa, como a Alemanha, que foram atingidos pela Peste Suína Africana (PSA). “Enquanto isso a Espanha comemora o aumento das exportações, mas eles se prepararam para isso”, ressaltou.
Outro exemplo citado por Lopes, mas que produz em menor escala foi o Chile. O país produz carne de qualidade e exporta a maior parte de sua produção para mercados exigentes como o da Coreia do Sul e Japão com preço elevado e compram carne suína de menor qualidade de outros países, como o Brasil, para abastecer o mercado interno. “Eles compram a nossa carne que é mais barata, com isso estão ganhando dinheiro. Podemos aprender com eles”, mencionou.
Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola e da piscicultura acesse gratuitamente a edição digital Suínos e Peixes.

Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
Suínos
Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças
Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.
Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.
No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.
Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.
Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.
Suínos
Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde
Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.
Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock
Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.
Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.
O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.
Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.



