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Conheça a história da ascensão e os planos da Coasul
Cooperativa foi fundada em 1969, com o objetivo inicial de organizar a comercialização de trigo para seus cooperados na região, superando desafios e consolidando-se como uma das principais referências no setor.

A Voz do Cooperativismo foi até o município de São João, no Sudoeste do Paraná, para ouvir o vice-presidente da Coasul, Paulo Roberto Fachin. Conheça um pouco da história e dos planos dessa cooperativa gigante na produção de grãos, rações, suínos, aves e bovinos de leite. Em 2023, seu faturamento foi de R$ 5,6 bilhões.

Vice-presidente da Coasul, Paulo Roberto Fachin – Foto: Reprodução/O Presente Rural
Paulo Fachin, vice-presidente da Coasul, compartilha que sua trajetória na cooperativa começou aos 18 anos, seguindo o legado cooperativista de sua família, cujo vínculo com a Coasul remonta a seu avô e pai. Formado em agronomia, Fachin retornou a São João aos 27 anos para trabalhar em sua terra natal e contribuir com a história da cooperativa. A Coasul foi fundada em 1969, com o objetivo inicial de organizar a comercialização de trigo para seus cooperados na região, superando desafios e consolidando-se como uma das principais referências no setor.
Ao longo dos anos, a cooperativa expandiu suas atividades, agregando culturas como soja e feijão, além de intensificar a assistência técnica e oferecer preços justos aos produtores. Em 1996, a Coasul iniciou um processo de expansão geográfica e de atuação, passando de seis unidades de negócio em municípios do sudoeste do Paraná para uma estrutura mais ampla, que culminou em um crescimento expressivo. Nos anos 2000, a cooperativa percebeu a importância da industrialização e, em 2010, inaugurou seu primeiro abatedouro de aves, um marco que alavancou o desenvolvimento e a diversificação das atividades.

Foto: Geraldo Bubniak
Hoje, a soja representa cerca de 35% do faturamento da Coasul, seguido por milho e trigo, que são essenciais na produção de rações. A cultura bovina de leite também é um ponto forte da cooperativa, responsável por aproximadamente 10% do faturamento. O setor de insumos e sementes também ganha destaque, contribuindo com 30% da receita total. Mais recentemente, a Coasul diversificou ainda mais, com investimentos em postos de combustível e supermercados, ampliando as opções de serviço para seus cooperados.
O vice-presidente destaca que, ao longo da trajetória, a Coasul deixou de ser uma cooperativa de atuação regional para competir tanto no mercado nacional quanto internacional, especialmente com a exportação de frangos. Esse processo de transformação contou a colaboração de outras cooperativas do Oeste do Paraná, que abriram portas e compartilharam conhecimentos. A marca própria de produtos da Coasul, Vida Leve, foi criada para transmitir qualidade e leveza, tanto para o mercado brasileiro quanto para o internacional, sendo reconhecida por seu padrão premium.

Foto: Divulgação/AEN
Na área de produção de ração, a Coasul também se consolidou, chegando recentemente a 30 milhões de toneladas mensais, mantendo o foco na qualidade e no atendimento ao cooperado. Fachin ressalta a importância de ter uma equipe técnica altamente evoluída, composta por engenheiros agrícolas e técnicos agrícolas, que oferece suporte constante para os 17 mil cooperados, em sua maioria agricultores familiares.
Além disso, a Coasul investe fortemente na conservação de solos, essencial para os cooperados de pequenas propriedades no sudoeste do Paraná, onde a agricultura familiar é predominante. A cooperativa promove práticas de rotação de culturas e manejo do solo para garantir a sustentabilidade e produtividade a longo prazo.

Outro aspecto fundamental para a Coasul é a tecnologia. A cooperativa possui uma estação experimental onde testa inovações antes de implementar as propriedades dos cooperados, minimizando riscos e garantindo a supervisão das novas práticas. Esse compromisso com a segurança e rentabilidade dos cooperados é reforçado durante a “Semana do Conhecimento”, um evento anual focado em compartilhar informações sobre tecnologias e práticas agrícolas mais rentáveis.
Fachin vislumbra um futuro promissor para a Coasul, com planos de expansão em diversas frentes. Além do aumento no volume de processamento no abatedouro de aves e na construção de novas unidades para coleta de cereais, a Coasul também está ampliando sua rede de supermercados e postos de combustível. Para ele, a chave do sucesso é preservar a essência e os valores cooperativistas, focando sempre no bem-estar e na rentabilidade dos cooperados. Ele acredita que a Coasul só será forte se os cooperados também o forem, e que o desafio é garantir que as famílias continuem motivadas e produtivas no campo.
Encerrando a entrevista, Fachin expressou sua gratidão ao jornal O Presente Rural pela oportunidade de compartilhar a trajetória da Coasul e reforçar o compromisso da cooperativa com seus princípios e valores, promovendo sempre o desenvolvimento e a segurança dos 17 mil cooperados e seus 3.800 colaboradores.
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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



