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Conheça a história, a filosofia peculiar e o poder da Capal

Fundada em 1960 por imigrantes holandeses que trouxeram consigo maquinário e gado da Holanda, mas enfrentaram grandes dificuldades financeiras e estruturais ao chegarem ao Brasil.

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Foto: Divulgação/Capal

A Voz do Cooperativismo foi até Arapoti para ouvir Erik Bosch, presidente de uma das mais tradicionais cooperativas dos Campos Gerais do Paraná: a Capal. Erik lembra que a Capal passou por vários problemas ao longo de seus 64 anos, mas em meados dos anos 1990 uma mudança pioneira na gestão transformou a Capal em uma bilionária do agronegócio brasileiro. Com um detalhe diferente de outras cooperativas: é totalmente fechada.

A Capal foi fundada em 1960 por imigrantes holandeses que trouxeram consigo maquinário e gado da Holanda, mas enfrentaram grandes dificuldades financeiras e estruturais ao chegarem ao Brasil. Erik Bosch, presidente da Capal, explica que, nos primeiros anos, o grupo de imigrantes percebeu que teria sido mais vantajoso trazer dinheiro em vez de material, já que o Brasil já oferecia uma infraestrutura bem estabelecida. A falta de capital de giro e de apoio dos bancos dificultou a adaptação inicial e levou mais da metade dos imigrantes a retornarem para a Holanda.

Fotos: Reprodução/O Presente Rural

O grupo que permaneceu enfrentou anos de dificuldade e foi crucial para a sobrevivência da Capal, que passou a operar também como uma cooperativa de eletricidade em 1969, trazendo eletricidade para a região e possibilitando melhorias significativas na produção agrícola.

Nos anos 1970, a Capal aproveitou o milagre econômico brasileiro, com financiamentos acessíveis para o setor agrícola, o que permitiu um crescimento em produção e infraestrutura. No entanto, essa década também trouxe desafios, como a erosão nas áreas agrícolas. A solução veio com o plantio direto, técnica que salvou a agricultura local, permitindo a continuidade do cultivo sem o esgotamento do solo. Contudo, nos anos 1980, a economia brasileira entrou em uma fase crítica, conhecida como “década perdida,” com alta inflação e juros que dificultaram o pagamento de dívidas, deixando a Capal e seus cooperados em uma situação financeira muito difícil. O colapso quase levou ao fechamento da cooperativa, o que Bosch destaca como uma lição para o futuro: a necessidade constante de vigilância e planejamento.

A virada para a Capal veio nos anos 1990 com a implementação do Plano Real, que trouxe estabilidade econômica ao Brasil. Foi então que a cooperativa adotou uma gestão profissional, substituindo a liderança dos próprios cooperados por executivos do mercado. Esta mudança permitiu que a Capal se reestruturasse financeiramente. Durante cinco anos, a cooperativa funcionou sem empréstimos bancários, contando apenas com o capital dos cooperados, o que foi fundamental para recuperar a saúde financeira da organização. A adoção de um planejamento estratégico em 2000 consolidou a transformação da Capal, tornando-se uma das pioneiras entre as cooperativas brasileiras a adotar essa prática.

Outro marco importante foi a decisão de trabalhar apenas com cooperados, eliminando a comercialização com terceiros. Essa medida foi implementada para evitar a competição interna e garantir que os membros da Capal tivessem prioridade em todas as operações, desde a compra de insumos até a venda de produtos. Bosch ressalta que essa filosofia fortaleceu o compromisso da cooperativa com seus membros e eliminou filas e dificuldades operacionais, uma vez que o atendimento passou a ser focado exclusivamente nos cooperados.

A Capal também expandiu suas operações através da intercooperação, estabelecendo parcerias estratégicas com outras cooperativas, como Frísia e Castrolanda. Essas alianças possibilitaram a criação de grandes projetos conjuntos, como o moinho de trigo e a Alegra, marca de produtos suínos. Bosch comenta que a parceria com a Aurora foi essencial para consolidar a marca Alegra no mercado, evitando os altos custos envolvidos na criação de uma marca própria. O sucesso dessas colaborações destaca a importância do cooperativismo em larga escala para fortalecer a presença no mercado e a capacidade de negociação.

Presidente da Capal, Erik Bosch  – Reprodução/O Presente Rural

Em 2024, a Capal continua a expandir suas atividades, especialmente em setores como o leite e o café. Nos Campos Gerais, a produção de leite é altamente respeitada pela qualidade e eficiência, com muitos produtores adotando tecnologias de ponta, incluindo robôs para ordenha, que atendem à crescente demanda do setor. Bosch destaca a modernização do setor leiteiro como essencial, devido à escassez de mão de obra qualificada e à necessidade de um trabalho mais técnico e especializado nas fazendas.

A produção de soja e milho também segue forte na Capal, com os cooperados sendo incentivados a adotar a rotação de culturas para garantir a sustentabilidade do solo. Além disso, a expansão para o estado de São Paulo fortaleceu a base cooperativa da Capal, atraindo novos membros e consolidando-se em uma das regiões mais economicamente dinâmicas do país.

O cooperativismo é visto por Erik Bosch como o modelo econômico ideal, especialmente no agronegócio. Ele o descreve como uma alternativa ao capitalismo selvagem e ao socialismo, destacando que a essência democrática e colaborativa do cooperativismo possibilita que grandes e pequenos produtores prosperem lado a lado. Bosch acredita que o cooperativismo oferece uma estrutura sustentável e equitativa para o crescimento no campo, beneficiando tanto o mercado quanto a comunidade agrícola.

Para o futuro, a Capal foca em um crescimento sustentado e estratégico. O planejamento para os próximos anos inclui investimentos contínuos no setor de café, além de projetos de intrercooperação para impulsionar a produção e a competitividade. O mercado de leite continua promissor, com o constante aumento da demanda e a modernização das operações. Bosch observa que o desafio da Capal será manter a expansão sem comprometer seus princípios cooperativistas, garantindo que todos os investimentos estejam alinhados com os interesses dos cooperados.

O presidente da Capal finaliza destacando a importância da sustentabilidade e da conformidade com práticas ambientais. Em 2023, a Capal foi uma das primeiras cooperativas a captar recursos no mercado financeiro com certificação ESG, uma conquista que demonstra o compromisso com práticas de responsabilidade ambiental e social. Bosch salienta que, para a Capal, não basta ser rentável; é necessário garantir que todos os processos sejam realizados com respeito ao meio ambiente e às regulamentações.

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Fonte: O Presente Rural

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Estratégia simples e de baixo custo otimiza a adubação em solos de alta fertilidade

Pesquisa em MG mostra que a adubação de restituição mantém a produtividade, reduz custos e evita excessos de nutrientes em áreas consolidadas do Cerrado.

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Fotos: Álvaro Resende

Uma pesquisa realizada durante três safras (seis cultivos), em Unaí (MG), aferiu e validou a adubação de restituição associada ao balanço de nutrientes, para maior eficiência e economia no uso de fertilizantes na produção de culturas anuais em solo de Cerrado com fertilidade construída. Adubação de restituição é a prática de repor no solo nutrientes que são exportados nos produtos colhidos das lavouras.

As estratégias propostas pela pesquisa mostram que é possível o ajuste do aporte de nutrientes das adubações, de forma alinhada à utilização consciente dos insumos agrícolas e à conservação dos recursos naturais, contribuindo, ainda, para reduzir a pegada de carbono e aumentar a eficiência energética nos processos de produção.

Arte: Monna Lysa Santana

Antecedentes para o estudo

A pesquisa considerou a premissa de que as culturas anuais apresentam elevada demanda de Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio (K), levando ao consumo de grandes quantidades de fertilizantes, para suprir os sistemas de produção brasileiros que envolvem os cultivos de soja, milho, algodão, feijão, trigo e sorgo. A demanda por esses nutrientes, para manter a produtividade, representa parte expressiva dos custos das lavouras, um dos principais fatores de risco econômico da agricultura do País.

Outro aspecto é que, muitas vezes, mesmo sabendo que o solo já tem alta fertilidade, com disponibilidade de nutrientes acima dos níveis críticos, o agricultor se sente mais seguro quando realiza as adubações que já vinha utilizando por vários anos. Porém, tem sido reportado, em várias publicações, que os solos em áreas de cultivo consolidado do Cerrado acumularam considerável estoque de nutrientes com o passar do tempo, superando a condição de baixa fertilidade original.

Experimentação em fazenda

Os principais tratamentos, comparados em parcelas de grandes dimensões, num talhão de produção comercial com histórico de longo prazo em plantio direto e solo com fertilidade construída, envolveram: 1) a adubação de restituição de N, P e K exportados nas colheitas; 2) o manejo padrão da fazenda; e 3) um controle sem adubação NPK. “As avaliações foram realizadas durante três ciclos safra/segunda safra, com soja/milho (ou sorgo), em sistemas com ou sem braquiária em consórcio”, detalha o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo Álvaro Vilela de Resende, que coordenou o estudo.

Resultados práticos

Os resultados, segundo Resende, permitiram constatar que a adubação (ou a ausência dela) não influencia a produtividade da soja, sendo o nitrogênio o fator que mais limita o rendimento do milho, nas condições do talhão estudado. O consórcio com braquiária na segunda safra pode prejudicar o sorgo e não afeta o milho, mas aumenta a produtividade da soja subsequente. “Verificou-se que a adubação de restituição vinculada ao balanço de nutrientes mantém os níveis de produtividade e de rentabilidade, com uso mais eficiente de fertilizantes, enquanto preserva a fertilidade do solo. Assim, é uma estratégia de manejo nutricional inteligente para solos de fertilidade construída, ao prevenir déficits ou excedentes de nutrientes, contribuindo na busca por desempenho produtivo com sustentabilidade ambiental”.

Para o pesquisador essas conclusões, de certa forma, já eram esperadas, tendo em vista os resultados de pesquisas anteriores, envolvendo experimentação em outras regiões e propriedades agrícolas no Cerrado, onde frequentemente tem-se observado pouca ou nenhuma resposta à adubação com nutrientes como P e K, sobretudo em solos argilosos. “Mas faltavam elementos mais concretos para convencer definitivamente os produtores e técnicos, de que é necessário e possível melhorar o dimensionamento das adubações de manutenção”, explica Resende.

“Ainda persiste a tendência de se utilizarem fertilizantes sempre nas mesmas formulações ou quantidades fixas de N, P e K, recorrentemente, apesar do notável avanço tecnológico e do incremento no potencial produtivo dos ambientes agrícolas no Cerrado.  Além disso, em geral, os produtores não se atentam em calcular o balanço de nutrientes, por desconhecerem o valor dessa informação”, complementa o pesquisador Miguel Marques Gontijo Neto.

De acordo com Resende, o manejo apropriado para solos de alta fertilidade busca dimensionar as quantidades de nutrientes para fornecer apenas o necessário à reposição do que é exportado na colheita, mais eventuais perdas do sistema. “A estratégia de se adotar a adubação de restituição conjugada com o cálculo do balanço de nutrientes, ao longo do tempo, compatibiliza o suprimento às quantidades realmente demandadas pelo sistema de culturas. O monitoramento se completa com a análise de solo, para acompanhar como a fertilidade oscila em função desse manejo. Assim, com a junção de técnicas simples e de baixo custo, evitam-se situações de falta ou excesso de nutrientes, com ganhos de eficiência no uso de fertilizantes”.

Áreas agrícolas consolidadas em plantio direto e solos de fertilidade construída permitem ajuste fino das adubações

Embora não seja propriamente uma novidade, a solução validada no estudo viabiliza o dimensionamento das adubações de forma precisa e específica por talhão, podendo inclusive ser automatizada conforme o aparato de informática e equipamentos já disponíveis em muitas fazendas. O objetivo é ajustar o aporte de nutrientes sempre que necessário, ao longo de uma sequência de cultivos, e está alinhado à crescente necessidade de utilização consciente dos insumos agrícolas e à conservação dos recursos naturais.

“São comuns situações de desequilíbrio entre as quantidades de nutrientes adicionadas via adubação e as removidas nos produtos colhidos das lavouras. O balanço desfavorável ao longo do tempo prejudica a produtividade quando há déficit, ou leva ao desperdício de fertilizantes quando há excedente de nutrientes. Além de resultarem em perda de rentabilidade, ambas as situações também podem implicar maior pegada de carbono do produto colhido. Portanto, a estratégia proposta na publicação também pode contribuir para maior eficiência energética e neutralidade ambiental nos processos de produção em áreas de agricultura consolidada no Brasil”, conclui Álvaro Resende.

Fonte: Assessoria Embrapa Milho e Sorgo
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Seguro rural para soja no Paraná adota modelo inédito baseado em manejo

Projeto-piloto do ZarcNM oferece subvenções maiores conforme o nível de manejo, incentivando práticas que reduzem riscos de perdas por seca e aumentam a resiliência da cultura.

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Foto: Gabriel Faria/Embrapa

O Zoneamento Agrícola de Risco Climático em Níveis de Manejo (ZarcNM) começou a ser operado pela primeira vez no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) do Ministério da Agricultura e Pecuária. A nova modalidade está em fase piloto, tendo como foco inicial a cultura da soja no Paraná. Vinte e nove áreas de produção, totalizando cerca de 2.400 hectares, aderiram à iniciativa e efetivaram a contratação de seguro rural, acessando percentuais diferenciados de subvenção nas apólices de acordo com o nível de manejo adotado na propriedade.

O piloto usa a metodologia desenvolvida pela Embrapa, que permite classificar talhões em quatro níveis de manejo (NM), baseada em indicadores objetivos, verificáveis e auditáveis. Juntamente com as avaliações de risco climático do ZarcNM, o produtor e demais interessados podem verificar o quanto a adoção de boas práticas pode reduzir os riscos potenciais de perdas da produção por seca. Quanto melhor o nível de manejo, maior a subvenção do seguro.

Fotos: Shutterstock

Da área total participante do projeto-piloto, cerca de 5% foi classificada com o nível quatro, o melhor da escala do ZarcNM e que resulta numa subvenção de 35% no valor do seguro rural. Do restante, 27% da área foi classificada no nível de manejo 3, com subvenção de 30%; 57% no nível 2, com 25% de subvenção da apólice; e 11% da área ficou com o nível 1, mantendo os 20% de subvenção padrão do PSR.

De acordo com Diego Almeida, diretor do Departamento de Gestão de Riscos, do Ministério da Agricultura, este novo formato de subvenção deve se tornar perene. “Após a avaliação dos resultados desta primeira fase, planejamos expandir o programa para outros estados, iniciando com a soja e, posteriormente, incluindo a cultura do milho”, afirma.

Aumento de produtividade e resiliência

A metodologia ZarcNM contribui para reduzir um problema recorrente do seguro rural que é a necessidade da quantificação mais individualizada do risco, por gleba ou talhão, conforme o manejo de cada área. Ao aplicar incentivos financeiros, a gestão do PSR coloca em prática um mecanismo de indução de boas práticas e adaptação da agricultura brasileira, tornando-a mais resiliente à variabilidade climática e aos crescentes riscos de seca.

O pesquisador José Renato Bouças Farias, da Embrapa Soja (PR), afirma que essa atualização do ZarcNM é muito relevante porque quanto melhor o nível de manejo adotado, menor será o risco de perdas por déficit hídrico. De acordo com o pesquisador, a adoção de práticas conservacionistas é determinante para aumentar a infiltração de água e reduzir o escorrimento superficial, comuns durante chuvas intensas e em grandes volumes. Junto a outras práticas de manejo do solo, elas promovem maior disponibilidade de água às plantas. “O aprimoramento do manejo do solo leva a um aumento significativo na produtividade das culturas, à redução do risco de perdas causadas por condições de seca e ao aumento da fixação de carbono no solo. Além disso, promove a conservação tanto do solo quanto dos recursos hídricos”, destaca Farias.

Segundo o pesquisador, culturas não irrigadas, como a grande maioria da área com soja no Brasil, têm como fontes de água para atendimento de suas necessidades a água da chuva e aquela disponibilizada pelo solo. “As práticas de manejo que incrementam a capacidade do solo de disponibilizar mais água às plantas são essenciais para reduzir os riscos de perdas por seca, principalmente, quando se projetam cenários climáticos cada vez mais adversos à exploração agrícola”, ressalta Farias.

Modelo de operação

Neste modelo testado pela primeira vez são considerados seis indicadores: tempo sem revolvimento do solo, porcentagem de cobertura do solo em pré-semeadura (palhada), diversificação de cultura nos três últimos anos agrícolas, percentual de saturação por bases, teor de cálcio e percentual de saturação por alumínio. “Além dos indicadores quantitativos, alguns pré-requisitos precisam ser observados como, por exemplo, semeadura em contorno ou em nível”, explica Farias.

No piloto, os agricultores submetem seus projetos às seguradoras e agentes financeiros, indicando o talhão a ser analisado, repassando as informações solicitadas e as análises de solo feitas em laboratórios credenciados. Por meio de uma plataforma digital desenvolvida pela Embrapa Agricultura Digital (SP), o Sistema de Informações de Níveis de Manejo (SINM), os dados são cruzados com informações de sensoriamento remoto para cálculo e classificação dos níveis de manejo.

O pesquisador da Embrapa Agricultura Digital e coordenador da Rede Zarc de PesquisaEduardo Monteiro, destaca a importância do sensoriamento remoto nesse processo. Ele exemplifica com uma das áreas aprovadas no Nível de Manejo 3 e que está ao lado de outra com sinais de erosão.

“Apesar de vizinhas, as classificações podem ser bem diferentes. A área erodida não obteria classificação maior que NM1. Isso mostra a importância de um sistema de verificação independente e bem estruturado para ser capaz de observar esses detalhes de forma automatizada à medida que ganha escala e o número de operações chega aos milhares”, afirma.

Fonte: Assessoria Embrapa Agricultura Digital
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Brasil e África discutem novas revoluções verdes para agricultura sustentável

Painel promovido pelo ATLAS na AgriZone destaca cooperação técnica, políticas públicas e transferência de tecnologia como caminhos para acelerar transformações agrícolas no clima atual.

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Foto: Mapa

Com a crescente demanda global por práticas agrícolas sustentáveis, os debates sobre novas revoluções verdes tornam-se cada vez mais essenciais. Nesse contexto, o Laboratório de Transições Agrícolas para Soluções Africanas (ATLAS) promoveu, nesta terça-feira (18), na AgriZone, o painel “Lições das Revoluções Verdes: Perspectivas do Brasil e da África para Transformações Agrícolas Sustentáveis”.

O assessor especial da Secretaria-Executiva do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), José Polidoro, representou a Pasta no painel e destacou que o sistema agrícola brasileiro é baseado em três pilares: ciência e tecnologia, defesa agropecuária e o sistema de financiamento/crédito rural. “Não temos dúvida em afirmar que nossa agricultura é baseada em ciência sustentada por tecnologia. E temos um amplo sistema para financiar grandes e pequenos produtores. Todos os produtores no Brasil são atendidos por esse sistema, que financia produção, custeio e investimentos”, disse.

A plataforma ATLAS busca promover o diálogo político, a cooperação institucional e a ampliação de financiamentos para o desenvolvimento agrícola sustentável do continente africano. O painel discutiu as políticas públicas que tornaram o Brasil uma potência agrícola global, incluindo a recuperação de solos degradados e tecnologias adaptadas aos diferentes biomas brasileiros.

O continente africano possui 70% da sua força de trabalho envolvida na agricultura, e o evento buscou explorar caminhos de cooperação entre Brasil e África capazes de acelerar uma transformação agrícola compatível com o clima.

Polidoro citou como exemplo o Programa Caminho Verde Brasil, que irá impulsionar o crescimento da agropecuária brasileira por meio da restauração de áreas degradadas. “Temos uma política que demonstra aos nossos parceiros do Sul Global, como os países africanos, que é possível realizar uma revolução verde, uma revolução verde verdadeira. Mas, para isso, é necessário ter leis, regulamentação e políticas de Estado”, ressaltou.

Brasil e África firmaram, em 2025, acordos para a transferência de tecnologia por meio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), além da assinatura de Memorandos de Entendimento (MoUs) entre o Brasil e países africanos para cooperação técnica, melhoria dos sistemas agrícolas e apoio à segurança alimentar e ao desenvolvimento rural.

Participaram do painel o pesquisador PhD em Agronomia, Genética e Cooperação Internacional da Embrapa, Paulo Melo; o chefe de Resiliência, Clima e Fertilidade do Solo da Aliança para uma Revolução Verde na África (AGRA), Tilahun Amede; e a diretora de Relações Públicas da OCP Nutricrops, Mouna Chbani.

Fonte: Assessoria Mapa
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