Conectado com

Notícias

Congresso de Ovos da APA avalia bom momento do setor, mas teme chegada da Influenza aviária

Nesta edição foi realizado o pré-Congresso seguido por um coquetel, excelente oportunidade para o início do encontro entre pesquisadores, acadêmicos, técnicos, profissionais e interessados no setor avícola.

Publicado em

em

Fotos: Divulgação/ABPA

Com inovações em sua estrutura no ano em que completa 20 anos de existência, o Congresso de Produção e Comercialização de Ovos da APA (Associação Paulista de Avicultura) recebeu mais de 800 participantes em Ribeirão Preto, SP, entre os dias 14 e 16 de março de 2023. Nesta edição foi realizado o pré-Congresso seguido por um coquetel, excelente oportunidade para o início do encontro entre pesquisadores, acadêmicos, técnicos, profissionais e interessados no setor avícola.

O assunto do momento, a presença do vírus da Influenza aviária em quase toda a região da América do Sul, não deixou de ser abordado, com a palestra de Marcelo Paniago, via online diretamente da Tailândia. Paniago mora na Ásia desde 2003. “Já vi granjas inteiras tomadas pelo vírus da IA e destaco que a mortalidade que está sendo vista atualmente é maior do que nos últimos 15 anos. Há também medidas de contenção do vírus que não funcionam mais”.

Caminho

Presidente da APA, Erico Pozzer

Na abertura oficial da edição comemorativa de 20 anos, em 14 de março, o presidente da APA, Erico Pozzer, relembrou o caminho que a avicultura de postura percorreu até conquistar o espaço que tem hoje no mercado, bem como destacou a valorização da proteína que chega ao consumidor final.

“Atualmente uma caixa de ovos é vendida a R$ 180, mais ou menos R$ 6 a dúzia. Vocês podem ir em qualquer supermercado que vão ver a dúzia de ovos sendo vendida em média de R$ 11 a R$ 13. Isso mostra que os estabelecimentos que vendem o nosso produto para o consumidor final têm 100% de margem de lucro. Fazendo uma conta simples, uma dúzia de ovos pesa cerca de 720 gramas, convertendo em frango dá mais ou menos R$ 15 o quilo do ovo, isso mostra que os ovos são mais caros que o frango inteiro, que custa em média entre R$ 10 e 11 o quilo no supermercado”, exaltou Pozzer.

Ele ainda ressaltou a importância do planejamento da cadeia para que não haja oferta demasiada ou falta do produto no mercado interno. “Com a união do setor, entre produtores e agroindústria, é possível que todos sejam bem remunerados e desta forma consigam investir em tecnologia, em segurança, em mão de obra qualificada e demais melhorias”, enfatizou, agradecendo a presença e desejando um excelente evento a todos. “Que possam levar muitas informações daqui para casa, conhecimento esse que vai agregar à cadeia produtiva de um modo em geral”. Outra mensagem que ficou clara na cerimônia de abertura na fala de todos os presentes à mesa é: “Não permitam visitas às granjas”.

Custo em queda

Bastante aguardada, a palestra magistral foi proferida por Alexandre Mendonça de Barros. Ele começou com uma boa notícia: “Pela primeira vez em 4 anos posso dizer que vejo uma redução no custo de matérias primas para o segundo semestre deste ano”.

Mais debates

Ainda sobre os debates, houve um em especial, que ocupou o período da tarde do último dia do evento. Em edições anteriores, o Congresso de Produção e Comercialização de Ovos costumava finalizar suas apresentações no fim da manhã.

Inspeção

O painel “Inspeção Sanitária em Centro de Processamento de Ovos”, mediado por Tabatha Lacerda, da ABPA, e Cristina Nagano, Presidente do Congresso de Ovos, trouxe duas representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária para abordar o tema que vem provocando discussões e dúvidas entre o setor avícola de postura desde a publicação da portaria 612.

Mensagem

A mensagem que ficou é que o setor tem o dever de manter o papel do ovo como uma proteína acessível, ao mesmo tempo em que o Mapa tem o dever de fiscalizar e garantir que as exigências sejam seguidas. As duas profissionais e o setor têm discutido e devagar vêm ajustando as necessidades dos dois lados. Ivana e Arina destacaram que setor privado e público devem trabalhar juntos. “Não estamos aqui para caçar vocês”.

Homenagens
O primeiro homenageado foi o médico-veterinário e professor da Unesp, campus de Jaboticabal, Ângelo Berchieri, que em seu discurso destacou a importância desta homenagem. “É uma homenagem cheia de simbolismos pra mim, porque ela vem da avicultura, que nem sempre entende o que a gente faz na universidade, então é um reconhecimento sem igual, vale mais do que qualquer coisa neste mundo. Agradeço a minha família, em especial a minha esposa, que me dá todo suporte para continuar exercendo o meu trabalho, aos jovens pesquisadores da Unesp e, principalmente, a Apa por ter lembrado do nosso trabalho em um momento tão importante quanto este do Congresso de Ovos”, enfatizou Berchieri.
Ao mestre

Pego de surpresa, José Roberto Bottura, médico veterinário e coordenador do Congresso de Ovos, recebeu das mãos da comissão organizadora do evento, representada por Rogério Iuspa, uma grande homenagem. “Todo o nosso trabalho tem um mestre. Alguém que dedicou toda a sua vida profissional à avicultura de postura. Sempre defendendo nosso setor com unhas e dentes. Aqui vai o nosso reconhecimento a José Roberto Bottura”, afirmou Rogério. Bottura recebeu e agradeceu a homenagem com muito orgulho.

Sanidade brasileira

Outra homenageada é a Ana Lúcia Viana, médica veterinária, recebeu homenagem do setor avícola por seu trabalho à frente do Dipoa (Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal), órgão no qual atua como diretora. O fato é inédito. Ana se tornou a primeira mulher a assumir o posto mais importante dentro da inspeção de alimentos no Brasil.

Ana Lúcia agradeceu a honraria e afirmou: “Temos o dever de entender o que é importante para os dois lados, setores privado e público. Não conseguimos trabalhar sem essa interação para manter uma produção grande, forte e segura. O ovo tem papel importante na nutrição das pessoas de todo o mundo, principalmente dos países que mais o consomem, como o México. E hoje, com todos os casos de Influenza Aviária, o mundo está passando por um desabastecimento de ovos. O México é um dos países que está preocupado. Todos querem comprar ovo do Brasil porque estamos em uma situação sanitária segura”.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse gratuitamente a edição digital Avicultura Corte e Postura. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

Notícias

Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo

Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024

Publicado em

em

Fotos: Shutterstock

No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.

Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.

“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.

Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.

“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.

Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.

As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.

Mudanças estabelecidas

Prazos

Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.

O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.

Desburocratização da declaração

A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.

A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.

Fonte: Assessoria Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
Continue Lendo

Notícias

Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado

Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.

Publicado em

em

Fotos: Shutterstock

Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.

A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.

Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.

A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.

Ameaças sanitárias e os impactos para a economia

No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.

A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.

Fonte: Assessoria Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
Continue Lendo

Notícias

Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul

Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.

Publicado em

em

Foto: oliver de la haye

O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.

A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.

Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.

Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.

“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.

Foto: Shutterstock

O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.

Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.

Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.

Veja aqui o vídeo do presidente.

Fonte: Assessoria Faesp
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.