Notícias Ponto de encontro
Congresso Andav 2022 reúne oito mil participantes em São Paulo
Evento contou com uma programação robusta, com 18 palestras e 10 painéis, que tiveram a participação de 58 especialistas do setor, entre debatedores, palestrantes e mediadores.
A retomada da edição presencial do Congresso Andav 2022 mostrou a pujança do agronegócio brasileiro. Com a participação de mais de oito mil profissionais e de mais de 150 marcas nacionais e internacionais, o evento, considerado o ponto de encontro da distribuição de insumos agropecuários e veterinários do Brasil é uma realização da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumo Agrícolas e Veterinários (Andav) e organizado pela Zest Eventos, e aconteceu nos dias 17, 18 e 19 de agosto, no Transamérica Expo Center, em São Paulo.
Segundo Paulo Tiburcio presidente executivo da Andav, o encontro superou as expectativas, sendo mais uma vez um sucesso. “A Andav cumpriu sua missão de contribuir para o desenvolvimento do agronegócio sustentável, ao levar conteúdos qualificados e uma exposição com as principais novidades do setor. Discutimos temas do dia a dia do nosso negócio, apresentamos informações que auxiliaram na definição de nossas estratégias”.
Para a próxima edição, que acontecerá em agosto de 2023, a Andav prevê uma nova expansão. Os resultados alcançados pelas marcas e as avaliações positivas dos congressistas e visitantes levaram vários expositores a confirmar sua presença na próxima edição (Vide depoimentos abaixo).
O Congresso Andav contou com uma programação robusta, com 18 palestras e 10 painéis, que tiveram a participação de 58 especialistas do setor, entre debatedores, palestrantes e mediadores. A Plenária debateu o tema “Agroeconomia Brasileira”, enquanto o Fórum “Distribuição Veterinária”, realizado pela primeira vez em formato presencial, trouxe os principais temas relacionados à saúde e nutrição animal.
Temas debatidos
Com o auditório completamente lotado, a cerimônia oficial de abertura do Congresso Andav 2022 recebeu as mensagens dos ministros da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes, e do Meio Ambiente, Joaquim Leite, e contou com os pronunciamentos de Paulo Tiburcio, Oswaldo Abud, presidente do Conselho Diretor da Andav, e do deputado federal Jerônimo Goergen. A palestra magna ficou a cargo de Guilherme Soria Bastos Filho, secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Para debater o macrotema da Plenária, estiveram presentes Alexandre Mendonça de Barros, diretor da MB Agro; José Luiz Tejon, sócio-diretor da Biomarketing e TCAI; Letícia Jacintho, presidente da De Olho no Material Escolar; Marcelo Prado, presidente da MPrado Consultoria Empresarial; e Roberto Rodrigues, ex-Ministro da Agricultura e coordenador da FGV-Agro.
Um dos destaques foi a divulgação da 7ª Pesquisa Nacional da Distribuição, uma realização da Andav, organizada pela Markestrat. Os resultados foram apresentados por Paulo Tiburcio e retratou o crescimento sustentável do setor e os avanços em diversas áreas realizados pelos Distribuidores Associados da Andav para a entrega de produtos, soluções, serviços e tecnologia ao produtor rural, com ainda mais confiabilidade, qualidade e precisão.
A entidade também assinou dois Convênios de Cooperação durante o Congresso Andav: com a CropLife Brasil, no dia 17 de agosto, e com o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), no dia 18 de agosto. O primeiro tem o objetivo de para promover cursos de formação de aplicadores, nos parâmetros do Programa Nacional de Habilitação de Aplicadores de Agrotóxicos, o “Aplicador Legal”. E, o segundo visa estimular as boas práticas aeroagrícolas, por meio da promoção de materiais educativos, treinamentos e divulgação de informações.
Ao longo dos três dias, a Plenária do Congresso Andav 2022 tratou de temas ligados à inovação, tecnologia, crédito, meio ambiente, bioeconomia e ESG. Entre as reflexões feitas pelos painelistas, os destaques ficaram por conta da consolidação do Brasil como exportador e produtor de alimentos; a necessidade de abrir novos mercados e diversificar os produtos exportados; a continuação dos investimentos em ciência e tecnologia para produtividade e sustentabilidade do agro; o papel protagonista do distribuidor de insumos para disseminação de novos produtos, serviços, tecnologia e informação ao produtor rural; a união entre crédito e a agenda ESG; e o trabalho contínuo dos Distribuidores para manter o setor em crescimento e desenvolvimento.
Ainda na programação, houve a solenidade do Dia Nacional do Campo Limpo, iniciativa do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV), com as presenças e pronunciamentos de Oswaldo Abud, João Cesar Rando, diretor-presidente do InpEV, Carlos Goulart, diretor do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Francisco Matturro, secretário da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, e do deputado federal Arnaldo Jardim.
No caso do Fórum Distribuição Veterinária, os assuntos tratados pelos especialistas versaram sobre sucessão familiar, importância do planejamento, crescimento das vendas por canais digitais, sustentabilidade, mercado de carbono, panorama do mercado de proteína animal e ESG. O objetivo do Fórum foi auxiliar no fortalecimento e atualização desse segmento.
A área de exposição também esteve em destaque no Congresso Andav 2022, com corredores sempre cheios de profissionais, ávidos por conhecerem as novidades das marcas expositoras. Os estandes mostraram uma série de lançamentos em produtos e novas tecnologias em adubos, defensivos, fertilizantes, nutrição e saúde animal, sementes, agricultura de precisão, automação comercial, soluções financeiras e tecnológicas, entre outras.
Opinião de quem participou
Para o diretor de Novos Negócios e Conselheiro da Agrivalle e Fundador da 10B, Edsmar Carvalho Resende, o cenário das distribuidoras está passando por mudanças e alianças, exigindo um novo tipo de relacionamento de negócios. “E o distribuidor exerce um importante papel no dia a dia dos pequenos e médios produtores, maior parte dos proprietários rurais brasileiros. Este ano, a empresa veio para o evento Andav 2022 com uma visão diferente, tentando mostrar a importância da vida no solo, sob o ponto de vista da vida”, destacou.
O diretor de Produtos de Balcão e Novos Negócios da B3, Fabio Zenaro, diz que foi um grande prazer participar do Congresso Andav 2022 e das discussões sobre os principais desafios do agronegócio. “A B3, como infraestrutura do mercado brasileiro, segue ao lado do setor, oferecendo não apenas produtos e instrumentos para captação de recursos e crédito, através de CPR, dos CRAs e dos Fiagros, entre outros, mas também soluções capazes de trazer mais transparência e facilidade operacional às empresas do setor. Falar em impulsionar o agronegócio é, certamente, falar de ajudar a construir um país que compete globalmente e gera valor”, ressaltou.
O diretor de Vendas da Biotrop, Carlos Alberto Baptista, salientou que o evento deste ano resultou em grata surpresa em termos dos temas apresentados nas plenárias, público altamente segmentado e número de participantes. “Tudo isso culminou em resultados muito positivos para nós. Saímos satisfeitos, pois serviu para reforçar nossa convicção de que os produtos biológicos e extratos naturais, que é o nosso negócio, é a tendência e o futuro. O tema foi o foco das distribuidoras interessadas em entender o manejo regenerativo com o uso de biológicos que, neste sentido, partiram em busca de parcerias de empresas capacitadas ao fornecimento de produtos de qualidade e que possam contribuir no dia a dia do produtor”, expôs.
Já o diretor de Performance da Ceres, Tiago Rangel Alves, falou que essa foi a primeira participação da companhia no evento, como também a primeira em âmbito nacional. “Para nós foi uma experiência fantástica, pois o evento se sobressaiu pelo modo como foi desenhado para conectar empresas de segmentos complementares, atraindo um público qualificado, potencial cliente de todas essas empresas. Fechamos muitos negócios na feira desde o primeiro dia, graças aos muitos contatos promovidos em nosso estande. Foi o “olho no olho”, fundamental para a concretização de negócios no nosso setor”, relatou.
O diretor de Marketing da Dnagro, Guilherme Staut Bonini, disse que participaram do evento virtual proporcionado pela Andav, com êxito, mas nada se compara aos eventos presenciais. “Elogiamos a organização e a estrutura montada este ano, como também o público altamente segmentado presente, tanto que já está nos planos a nossa participação no evento do próximo ano, inclusive ampliando nossa área de exposição. Quanto ao mercado, vivemos um ano intenso do ponto de vista político, com as eleições a caminho”, apontou.
Para o analista de Marketing da Giro Agro, Gustavo Serafini, o Congresso da Andav é estratégico para os distribuidores. “É a oportunidade para prospecção, daí a importância de estarmos presentes. Tradicionalmente, temos um retorno sempre positivo com a concretização de novos negócios, quase que de modo imediato, pós-evento. Tal fato, prova o diferencial desse evento. Atualmente, constatamos o aumento significativo de empresas concorrentes no mercado. Nesse sentido, também nos posicionamos de forma diferenciada, devido à excelência de produtos oferecido pela Giro Agro, acrescida da equipe técnica altamente especializada para atender à demanda do setor”, destacou.
E o diretor Geral da Kimitec, Gilson Guardiero, diz que em 2019 participram do evento virtual da Andav, mas este ano a feira surpreendeu pela qualidade do público presente e temas apresentados nas plenárias. “Fizemos excelentes contatos que resultaram em novas parcerias e clientes. Recebemos clientes dos estados do Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais, como ainda visitantes da Espanha e Argentina. Com satisfação vemos que o mercado está em ascensão, com grande potencial para o segmento de produtos sem resíduos naturais, que é o nosso negócio, e uma tendência mundial”, elencou.
O gerente de Revenda Brasil da Syngenta, Luis Gustavo, destacou que o segundo dia do Congresso da Andav é o mais relevante para os expositores, mas, desde o primeiro dia, a feira conquistou grande número de visitantes especializados. “O evento está cada vez mais bem estruturado e organizado. Esse quadro reforça a nossa expectativa de crescimento do evento para atender o mercado que permanece também crescendo. Para 2023, nossas expectativas são muito favoráveis, tanto no que se refere ao evento da Andav, quanto ao nosso mercado”, vislumbrou.
Para a coordenadora de Marketing da Terra Magna, Beatriz Moraes, o Congresso da Andav é o maior e mais importante evento para o nosso setor. “Já no primeiro dia de feira, recebemos um número considerável de visitantes especializados, nosso público, que representa para nós uma experiência bastante positiva, sinalizando que provavelmente sairemos do evento com bons negócios. É uma oportunidade para abrirmos o leque de clientes e, até mesmo, nos tornarmos referência para outras empresas. O mercado do agro continua aquecido e não para de crescer, de modo que sempre enfrentamos novos desafios para atender à demanda”, evidenciou.
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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo
Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024
No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.
Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.
“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.
Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.
“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.
Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.
As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.
Mudanças estabelecidas
Prazos
Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.
O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.
Desburocratização da declaração
A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.
A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado
Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.
Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.
A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.
Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.
A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.
Ameaças sanitárias e os impactos para a economia
No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.
A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul
Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.
O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.
A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.
Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.
Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.
“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.
O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.
Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.
Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.
Veja aqui o vídeo do presidente.