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Confira formas de utilizar melhor a imunidade passiva dos suínos

Profissional enaltece a necessidade de oferecer condições para a matriz produzir colostro de qualidade.

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A imunidade passiva na suinocultura refere-se à transferência de anticorpos e outros componentes do sistema imunológico da porca mãe para os seus leitões para proteger a leitegada contra doenças durante as primeiras semanas de vida. Essa transferência ocorre naturalmente através da colostrogênese e da amamentação, nas quais os leitões ingerem o colostro, o primeiro leite secretado pela mãe após o parto. Nesta matéria, o médico-veterinário com especialização em gestão de pessoas e carreiras, Anderson de Queirós, fala sobre os fatores ligados às matrizes suínas e os agentes envolvendo os leitões, destacando que manejo do colostro é importante, mas que é apenas uma das etapas do processo de produção de suínos. De forma prática e simples, ele trouxe recomendações de como o manejo bem feito pode melhorar o desempenho da granja.

Médico-veterinário Anderson de Queirós – Foto: Arquivo Pessoal

O profissional disse que essa temática não é para um profissional que trabalha na granja, mas para todos que compõem a equipe, pois o sucesso da produção sempre é uma soma do trabalho do grupo. Ele defende a importância de que os trabalhos produzidos nas universidade sejam utilizados no dia a dia, bem como apontou que seja investido mais tempo na solução dos problemas. “Eu penso que de cada cinco minutos que temos, um minuto seja utilizado para pensar no problema e os outros quatro na solução”.

A matriz é a peça chave na sanidade de rebanho

Anderson explicou que a imunidade passiva é a vacina que a matriz consegue transmitir para o leitão, que é diferente da imunidade ativa, que vem direto de uma vacina. “Na espécie suína, a placenta da porca impede que esta imunidade passiva seja passada via sangue, por causa do formato dela. Desta forma, a única opção do leitão ter acesso à vacina da mãe é por meio da ingestão do colostro”, destacou.

Por outro lado, o médico-veterinário disse que a ingestão do colostro é praticamente o final do processo que envolve a imunidade passiva. “Antes do leitão mamar o colostro, nós temos que possibilitar que a fêmea tenha condições para produzir um colostro de qualidade em um sistema de produção”, pontuou.

O profissional reforçou que a matriz é a responsável por fornecer a primeira vacina ao leitão e que essa vacina basicamente vai servir para proteger o leitão das doenças que a própria mãe pode transmitir a ele a partir do nascimento. “Trabalhos mostram que em 30 minutos o leitão tem mais de 32 contatos com a mucosa da mãe, contando a boca, focinho, orelha e olhos, ele precisa deste contato, e é aqui que começa a primeira contaminação”, indicou.

Fatores que interferem na produção do colostro

Entre os agentes que interferem na produção do colostro, ele destacou que de forma geral as fêmeas mais velhas, acima de três ciclos, têm uma produção maior de colostro. Também defendeu que a alimentação no pré-parto tem se mostrado como uma das ferramentas mais importantes para alterar tanto a produção quanto a qualidade deste colostro. “Dietas ricas em fibras tendem a aumentar a concentração de prolactina próximo ao parto, provavelmente pela redução de endotoxemia – toxinas que interferem em toda a saúde intestinal das fêmeas, bem como no colostro”, sugeriu.

Com relação ao tamanho da glândula mamária e número de tetos ele argumentou que é variável, porque isso acaba diluindo muito do que foi preparado no pré-parto. “Nem sempre a fêmea que tem 18 tetos consegue compensar a produção de colostro, em relação àquela fêmea que tem 12. A indução do parto até 24 horas antes da data do parto espontâneo também não altera a produção do colostro”, informou.

Anderson lembrou que a fêmea suína, diferente da vaca, não tem cisterna na glândula mamária, o que faz com que ela não consiga armazenar leite ou colostro. “Desta forma, essa produção depende de sucção constante, que já inicia no parto, pois esse sistema fica funcionando durante o tempo todo e, depois, durante a lactação, os leitões conseguem mamar a cada 40 minutos, durante este tempo que vai dar uns 20 ou 30 segundos de liberação contínua, o leitão vai sugando e ela vai produzindo mais”, explicou.

Por conta disso, os estudos mostram que quanto mais o produtor coloca o leitão para mamar, mais colostro a porca produz, até que chega em um nível que ela não tem mais os ingredientes para produzir este colostro e aí ela vai produzir leite. “Isso é diferente dos trabalhos antigos que mostravam que as leitegadas numerosas mais pesadas produziam mais”, relembrou.

Outro apontamento feito por ele é que a adequada estimulação do aparelho mamário durante a fase colostral é de extrema importância, já que diversos trabalhos mostram que fêmeas que foram tocadas produziram menos colostro. “Acreditamos que isso ocorra por conta do estresse causado por este manejo bastante invasivo. De modo geral o que a gente precisa entender é que a fêmea bem cuidada vai produzir mais colostro. Se o leitão é bem cuidado ele vai mamar melhor, mais rápido e isso vai possibilitar com que ela produza mais colostro “, ponderou.

Fome mata

De outra perspectiva, o médico-veterinário também chamou a atenção a respeito de que os investimentos financeiros em pesquisa, na área de suínos, em sua maioria são utilizados para estudar mortes infecciosas, mas que a maioria das mortes dos suínos não tem esta causa. “Nenhuma doença consegue matar 5% ou 6% do rebanho, como a fome”, advertiu.

Ele também recomendou a importância da realização da necropsia dos animais mortos para verificar as causas da morte. “Isso vai possibilitar com que a gente entenda quais animais morreram de estômago vazio e quais estavam com o estômago cheio, além de indicar a taxa de qualidade do seu manejo de colostro”, defendeu.

Conforme o profissional, a fêmea suína é um dos poucos animais que tem condições de ajudar no crescimento bastante significativo de peso dos leitões. “Para que isso ocorra é preciso cuidar muito bem dela. Precisamos melhorar a produção do colostro, bem como a qualidade dele e também trabalhar para reduzir a pressão de infecção nessas matrizes”, ponderou.

Imunidade por meio de vacinas

O especialista também compartilhou os resultados de um estudo em que foram realizadas estratégias de vacinação em larga escala, incluindo a vacinação pré-parto em uma granja. Em um dos grupos, as fêmeas não foram vacinadas para micoplasma, enquanto em outro grupo, as fêmeas foram vacinadas no pré-parto. Em um terceiro grupo, todas as fêmeas foram vacinadas no mesmo dia. “Quatro meses após essas vacinações, o grupo submetido à vacinação em massa mostrou resultados superiores. Isso mostra que essa abordagem tem dois benefícios essenciais, protege as porcas e prepara o colostro que será produzido por elas”, refletiu.

Desta forma, as fêmeas que foram vacinadas apresentaram uma taxa significativamente menor de positividade para micoplasma. “Isso demonstra que a vacinação das matrizes no final da gestação tem o potencial de reduzir a colonização de leitões por doenças. Quando os leitões chegam à creche, eles podem estar suscetíveis a adoecer, dependendo das condições ambientais, uma vez que a imunidade conferida pela vacina ainda não está ativa nas primeiras semanas de vida. Isso ressalta a importância de proporcionar um ambiente adequado para os leitões nas primeiras fases de vida”, enalteceu.

Outra constatação apresentada pelo palestrante é a de que praticamente 100% dos leitões vacinados em massa, contra a influenza suína, testaram negativo para a doença. “Isso é fundamental, pois a influenza, provavelmente, não mata os leitões, mas ela abre as portas para que outras doenças matem”, opinou.

Perfil de imunidade

Por conta dos estudos apresentados, o palestrante recomendou que todo o plantel adulto da granja seja vacinado ao mesmo tempo, duas a três vezes ao ano. “Uniformizar o perfil de imunidade das matrizes tem se mostrado muito interessante porque diminui a pressão de infecção das matrizes, o que possibilita com que elas fiquem mais saudáveis, o que vai refletir para todo o rebanho”, observou.

Ele recomendou que é necessário diminuir a excreção de doenças pelas matrizes focando na redução da colonização dos leitões ao desmame e pressão de infecção ambiental. “Temos que focar em agentes respiratórios de acordo com o perfil sanitário de cada sistema. Nosso objetivo precisa ser maior do que só aumentar a qualidade imunológica do colostro, e sim, trabalhar uma fêmea mais saudável”, frisou.

Disputando a herança desde o nascimento

Entre as estratégias para garantir a colostragem, o profissional enalteceu que o colostro é muito estudado, mas pouco compreendido e frequentemente negligenciado. Por outro lado, ele disse que o sistema de produção da suinocultura já teve muitos avanços entre os anos de 2003 a 2023, como o incremento muito significativo de 25 a 30% nos nascidos vivos. “Temos que comemorar, pois as fêmeas estão entregando mais leitões vivos”, observou.

No entanto, Anderson informou que a produção média de colostro é de cerca de 3,67 quilos por matriz e que o manejo da granja deve auxiliar na divisão deste bem escasso. “Trabalhos mostram que alguns leitões conseguem ingerir 700 gramas de colostro, enquanto outros nenhuma grama. Tem coisa mais triste do que um animal recém-nascido morrer de fome? É importante refletir sobre isso”, argumentou.

O profissional também esclareceu que os últimos nascidos, a partir do leitão 14, já tem mais propensão a serem vulneráveis. “Esses leitões já encontram uma leitegada ativa e uma parede mamária muitas vezes esgotada pela sucção dos leitões que vieram na frente. Por conta disso é preciso ter cuidado especial com os vulneráveis”, recomendou.

Em termos de absorção ele explicou que a teoria dizia que algumas células do sistema imune eram específicas e que somente a mãe biológica conseguia transferir elas ao seu leitão. “Recentemente surgiram trabalhos que mostram que os leitões conseguem absorver células do sistema imune de outras porcas, que não são a própria mãe, inclusive de mães adotivas. Isso muda a nossa observação sobre a transferência de leitões logos após o nascimento, mas os estudos também mostram que os leitões que são trocados de matriz morrem mais”, advertiu.

Com relação ao percentual de colostro que o leitão precisa mamar o especialista disse que é em torno de 200 a 250 gramas, dependendo do peso ao nascer. “Essa quantidade pode ser menor se for imediatamente após o nascimento, pois o colostro é de melhor qualidade”, apontou. De outra forma, o profissional também frisou que as medidas de ingestão no colostro que são baseadas no peso leitão medem a quantidade ingerida, não a qualidade do colostro. “Ou seja, é muito mais nutricional do que imunológico”, afirmou.

Segundo o médico-veterinário, a ingestão do colostro logo após o nascimento também tem função energética e termorreguladora. “É por isso que se fala tanto sobre o frio para o leitão, porque ele gasta muita caloria nas primeiras horas tentando manter a temperatura corporal dentro do ideal, então ele consome muita energia, se ele não conseguir mamar, ele vai ficar gelado, vai cair. Tudo o que um leitão recém-nascido precisa é mamar colostro, porque os componentes do colostro vão muito além da imunidade, eles ajudam o leitão a aumentar a temperatura, ficar forte e continuar mamando, observou.

O profissional também apresentou algumas ações práticas que podem auxiliar e minimizar o impacto da temperatura ambiente, como uma estrutura de aquecimento próxima ao aparelho mamário, o uso de papelão descartável – principalmente em sistemas com piso compacto ou feno e o uso de cortina na frente das placas evaporativas.

Fechamento intestinal

Outro ciclo importante e que faz parte do manejo do leitão recém-nascido é o sistema que ele possui de fechamento intestinal. Conforme o palestrante esse fechamento é dose-dependente da ingestão do colostro. “Ingerir uma grande quantidade de colostro em curto espaço de tempo permite um rápido fechamento intestinal e reduz riscos de invasão por patógenos. Enquanto o retardo da ingestão resulta em um atraso do fechamento para até 33 horas. O intestino precisa estar preparado para receber o alimento”, indicou.

Anderson também afirmou que esse fechamento intestinal tem relação com a entrada de energia e proteína também, bem como os hormônios podem alterar este processo. “A partir do momento que a abertura se fecha, mais ou menos entre 24 e 36 horas que o leitão nasce, não adianta mais ofertar colostro, porque ele não vai conseguir absorver. Esse fechamento, próximo das 24 horas, é desejável, porque ele diminui o risco de encontrar algo no ambiente”, refletiu.

O especialista garantiu que um dos segredos do sucesso na indústria suína está na atenção dada ao consumo do colostro nas primeiras horas de vida dos leitões, pois esse consumo desempenha um papel crucial no desenvolvimento intestinal desses animais. “Quando adequadamente preparado, o colostro pode causar mudanças notáveis na morfologia intestinal, incluindo um aumento significativo no tamanho do intestino, espessura da parede do intestino delgado, altura das vilosidades e profundidade de cripta. Essas transformações resultam em um aumento espetacular na superfície de absorção, aproximadamente 100 vezes maior. Já existem contratos bonificando valor sobre o desmamado de acordo com o desempenho de creche”, informou.

Em sua conclusão, ele relembrou que a importância da matriz na sanidade do rebanho não pode ser subestimada. A imunidade passiva desempenha um papel crucial no bem-estar dos leitões e é fundamental compreender o significado dessa imunidade dentro da granja. “A qualidade do colostro é a chave para facilitar a vida dos leitões desde o momento em que o ingerem. Portanto, a mensagem principal é clara: não basta ter colostro, ele precisa ser de alta qualidade. Para alcançar colostro de qualidade é essencial que as porcas estejam saudáveis e bem cuidadas. A saúde do rebanho depende do equilíbrio entre a imunidade passiva e a colonização ativa”, finalizou.

7 dicas práticas – onde devemos focar

1. Potencialize a produção e principalmente a qualidade do colostro das matrizes, isso depende da estratégia e engajamento de todo o sistema produtivo.

2. Defina um programa de imunização das matrizes para agentes respiratórios de acordo com os desafios.

3. Não basta ser colostro – tem que ter capacidade de gerar imunidade passiva para toda leitegada.

4. Organizar mamada de colostro é obrigação dos profissionais da granja.

5. Controle fatores estressantes para os leitões nascidos, pois isso é importante e vai ajudar a garantir a absorção dos nutrientes necessários.

6. Quanto mais rápido ele começar a receber o colostro melhor.

7. Lembre-se sempre: colostro é aquecimento, energia, imunidade, desempenho, vida.

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Fonte: O Presente Rural

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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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