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Confinamento estratégico na recria

A opção de qual modalidade de confinamento escolher vai depender dos objetivos e das condições do dossel forrageiro do produtor

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Foto: O Presente Rural

Josilaine Lima, zootecnista, doutora em Ciência Animal e consultora técnica da Premix

A pecuária brasileira vem passando por um conjunto de transformações que envolvem adoção de tecnologias e intensificação do sistema produtivo. No que se refere a uma pecuária de ciclo curto, tornou-se fundamental encurtar a fase de recria, que ainda é um dos maiores gargalos do ciclo produtivo (Resende e Siqueira, 2011). Considerando que nesta fase os animais ainda estão em crescimento, a adoção de tecnologias permite um ganho mais eficiente, uma vez que os animais apresentam menor exigência de mantença e maior deposição muscular (Valadares Filho et al., 2016).

Nos sistemas de produção a pasto, sabe-se que nem sempre as exigências dos animais são atendidas em função das flutuações sazonais na quantidade e qualidade da forragem (Detmann et al., 2014). De modo geral, os períodos mais críticos da produção de bovinos a pasto são a seca, onde ocorre restrição quantitativa e qualitativa da massa forrageira disponível para o animal, e a transição seca-águas, período em que acontece uma alteração na composição estrutural e química da forrageira, com o surgimento dos brotos devido às primeiras chuvas (Fernandes et al., 2016).

Esse período de transição é um período bastante crítico tanto para a planta quanto para o animal. Com relação à planta, o consumo dos primeiros brotos pelos animais pode comprometer o desempenho da forrageira, proporcionando o aparecimento de invasoras e iniciando um processo de degradação (Nascimento, 2021). Por outro lado, quando olhamos para o animal, é importante ressaltar que as folhas jovens oriundas de rebrota apresentam elevados teores de nitrogênio solúvel; assim, pode haver incidência de diarreias nos animais em pastejo nesse período (Paulino et al., 2002).

Sendo assim, surgiu então uma estratégia de retirar o animal do pasto nesse período crítico e proporcionar à forrageira um descanso até o seu completo reestabelecimento. Essa técnica é chamada de confinamento estratégico de bezerros, embora também possa ser realizada com outras categorias dentro da fazenda; no campo, vem sendo mais conhecida como “sequestro”.

 

Como proceder?

A técnica pode ser empregada de duas formas diferentes:

1) Confinamento da recria – onde os animais são confinados durante todo o período de seca e permanecem até o início do período de águas, após o reestabelecimento das forrageiras. Aqui, o período de confinamento é um pouco maior, de 150 a 180 dias, sendo que após este período, os animais retornam para o pasto.

2) Confinamento de transição seca-águas – nesse sistema os animais são confinados por um período de tempo menor, 60 a 90 dias, compreendendo apenas a transição seca-águas, servindo como auxílio no manejo do pasto; após o reestabelecimento das forrageiras, os animais retornam ao pasto (Nascimento, 2021).

 

A opção de qual modalidade de confinamento escolher vai depender dos objetivos e das condições do dossel forrageiro do produtor.

Em síntese, a técnica de confinar os animais nesse período tem por objetivo possibilitar um descanso para a forrageira nos períodos mais críticos e ao mesmo tempo proporcionar ao animal um crescimento contínuo. No que diz respeito à alimentação desses animais, é importante ressaltar que, embora o nome da técnica seja confinamento, esta estratégia alimentar não tem por objetivo engordar ou depositar gordura nos animais.

E justamente por voltar aos pastos após um período confinado, a nutrição do animal durante o confinamento é fundamental para não comprometer o seu desenvolvimento na fase seguinte. Desta forma, é importante a adoção de um plano nutricional crescente em todas as fases de vida do animal, visando intensificar as taxas de ganhos e garantir seu melhor desenvolvimento (Moretti, 2015).

Com isso, a dieta do confinamento estratégico é mais volumosa, simulando um pasto de qualidade. Nesse caso, trabalha-se com uma fonte de volumoso de qualidade (silagem de milho, sorgo, pasto), fornecendo em torno de 1,8% a 2,0% do peso corporal do animal, complementada com um suplemento proteico energético para corrigir os níveis de energia e proteína, com consumo variando entre 0,3% a 0,5% do peso corporal (Nascimento, 2021). Com relação à dieta não é necessário fazer adaptação aos animais, pois a dieta é bastante volumosa, porém, talvez os animais demorem alguns dias para se adaptarem ao novo sistema de confinamento.

Já com relação ao ganho de peso do animal neste período, é necessário manter o nível de ganho. Sendo assim, o aporte energético dessa dieta deve ser parecido com o que o animal terá quando retornar ao pastejo. De modo geral, recomenda-se que o ganho de peso por animal/dia não ultrapasse 600-700 gramas. E ao finalizar o confinamento e o animal voltar para o pasto, é importante garantir um bom nível de suplementação para que os ganhos durante o confinamento não sejam consumidos durante a fase posterior.

Com relação à estrutura para confinar os animais, pode ser desde um confinamento convencional, em baias, quanto em uma área de lazer/praça de alimentação, desde que tenha cocho e bebedouros disponíveis, dando a opção de fechar os animais e transformá-la em um confinamento.

No entanto, é preciso destacar um possível problema de ressocialização dos animais ao retornarem ao pasto após um período confinados. Para minimizar esse problema, uma possibilidade é fazer o confinamento estratégico no próprio pasto, fornecendo um complemento forrageiro (silagem de milho ou sorgo) e a suplementação proteico energética para atender as exigências nutricionais do animal, aumentando a taxa de lotação do pasto e produzindo até 30@/ha/ano. Essa técnica vem sendo estudada e proposta pela Premix e é conhecida como protocolo R30.

Com estes pontos levantados, fica exposto aqui que a técnica de confinar os animais de forma estratégica durante o período de seca beneficia o animal e a forrageira ao mesmo tempo. É uma técnica simples, porém exige bastante planejamento na produção de um volumoso de qualidade e no plano nutricional do animal durante o confinamento e a fase seguinte, ao retornar ao sistema de pastejo.

As referências bibliográficas estão com a autora: josilaine.lima@premix.com.br
(*) Josilaine Lima é zootecnista, doutora em Ciência Animal e consultora técnica da Premix

Fonte: Assessoria

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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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