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Condições fitossanitárias e climáticas devem fazer parte do checklist do produtor para escolha das cultivares de soja
Especialista enfatiza importância de uma análise cautelosa e visão estratégica para garantir melhores resultados no cultivares de soja.

A soja, principal cultura agrícola do Brasil, exige do produtor uma série de decisões estratégicas para assegurar alta produtividade e rentabilidade. Uma delas, e talvez a mais importante, é a escolha da cultivar, que deve levar em conta não apenas a resistência a herbicidas, doenças e pragas, mas também o tipo de solo, o clima da região e o ciclo da planta.

Consultor de uma empresa brasileira de soluções genéticas, Gustavo Zimmer: “Escolher cultivares adaptadas a solos argilosos ou arenosos, por exemplo, pode garantir uma boa safra mesmo em ambientes desafiadores” – Foto: Divulgação/TMG
De acordo com Gustavo Zimmer, consultor de uma empresa brasileira de soluções genéticas, o desenvolvimento de biotecnologias associadas ao melhoramento genético traz aos agricultores uma gama variada de possibilidades, mas é necessário avaliar o cenário como um todo. “No início, por exemplo, a introdução de cultivares de soja resistentes ao glifosato levou muitos produtores a priorizarem a facilidade de manejo, mesmo que isso não garantisse a máxima produtividade. No entanto, com o tempo, o foco mudou e o desempenho produtivo se tornou fator determinante na decisão de quais variedades utilizar”, aponta.
Zimmer explica que a escolha de cultivares resistentes a herbicidas requer uma análise cuidadosa, especialmente no que se refere à rotação de culturas. “Ao optar por essas variedades, é importante avaliar como elas afetarão o manejo das culturas subsequentes. Por exemplo, o plantio de soja resistente ao glifosato pode resultar em dificuldades para controlar plantas voluntárias, ou seja, aquelas que germinam espontaneamente na próxima safra, como ocorre no plantio do algodão. Isso pode exigir ajustes específicos no manejo para evitar problemas de controle de plantas indesejadas”, pontua.
Atenção do solo ao clima são essenciais
As condições do solo e do clima também são fatores determinantes. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta para a safra 2023/2024 uma produção de 147,6 milhões de toneladas de soja, número que representa uma queda de 4,5% em relação ao ciclo anterior. Embora a área plantada tenha aumentado 3,8%, totalizando 45,7 milhões de hectares, a produtividade foi prejudicada em várias regiões, principalmente no Rio Grande do Sul, devido às enchentes. “Escolher cultivares adaptadas a solos argilosos ou arenosos, por exemplo, pode garantir uma boa safra mesmo em ambientes desafiadores”, destaca o especialista, que acrescenta ainda que os produtores devem considerar outros fatores, como altitude e pluviosidade, que podem influenciar o crescimento das plantas e a incidência de doenças. “Em altitudes elevadas, cultivares mais resistentes ao acamamento podem ser preferíveis, enquanto em áreas de baixa altitude é importante escolher variedades menos suscetíveis a doenças como a macrofomina”, pontua.
Agricultor deve também se atentar aos ciclos das plantas

Foto: Divulgação/IDR-Paraná
A escolha também deve estar alinhada aos ciclos de cultivo da região. Em locais onde a soja é seguida pelo algodão, pode ser vantajoso optar por soluções de ciclo mais curto, permitindo o plantio do algodão na época ideal. Contudo, essas variedades de ciclo curto são mais vulneráveis a condições adversas, como períodos de seca, o que pode comprometer a produtividade. “As variedades de ciclo mais curto são preferíveis em áreas onde há sucessão de culturas, como algodão, para garantir a melhor janela de plantio. Já as opções de ciclo mais longo tendem a se adaptar melhor a solos mais desafiadores, que ainda estão em processo de estruturação”, elucida Zimmer.
Outro ponto destacado pelo especialista é a resistência a outras doenças e pragas como a ferrugem asiática e o nematoide de cisto (Heterodera glycines), especialmente as raças 2 e 4, predominantes no Brasil. “Existem poucas variedades com tolerância a essas raças de nematoides, o que torna a escolha da cultivar ainda mais crítica para áreas infestadas”, observa o consultor.
Para driblar estes desafios, ele ressalta ainda a importância de se “ontar com o apoio de um técnico que tenha conhecimento das particularidades da propriedade e possa direcionar as cultivares que melhor possam se adaptar aos diversos fatores que impactam a produtividade”.

Notícias Livre de imprevistos
Empresas agrícolas apostam em tecnologia para aumentar produtividade e segurança
O uso de câmeras de segurança inteligentes, permitem uma resposta proativa, enviando alertas automáticos e reduzindo significativamente o tempo entre a detecção de um incidente e a ação preventiva.

Nos últimos anos, o setor agrícola brasileiro tem investido cada vez mais em diferentes tecnologias. O objetivo é ampliar a forma de monitorar as plantações em tempo real, para saber exatamente sobre o período ideal para plantio, irrigação e colheita, sendo instrumentos que funcionam como importantes aliados para o trabalho na agricultura.
Da mesma forma, os investimentos em tecnologia também se fazem necessários nas propriedades visando a segurança destes espaços, com o objetivo de garantir que o patrimônio esteja livre de imprevistos.
Pensando nisso, apresentamos este artigo para você, que possui empresas agrícolas, ou propriedades, e ainda está em dúvida sobre quais os tipos de tecnologia poderá investir para aumentar a sua produtividade e segurança.
Melhorando o desempenho das plantações
Existem diversas tecnologias voltadas exclusivamente para fornecer melhorias para as propriedades rurais, com o desenvolvimento de máquinas e equipamentos que se tornaram aliados para o desenvolvimento agrário.
Um dos exemplos a serem destacados é voltado à agricultura de precisão. Através de dados de GPS, imagens de satélite e sensores, é possível avaliar a qualidade do solo e das diferentes culturas existentes na fazenda. O objetivo é garantir a aplicação adequada de sementes, fertilizantes, defensivos e outros insumos, de modo a garantir a eficiência da produção.
Atualmente, a conectividade nas propriedades já é uma realidade. E a internet das coisas (IoT) se torna uma importante aliada. Através da instalação de sensores no solo, em plantas e máquinas, é possível coletar dados em tempo real sobre a temperatura, umidade, níveis de nutrientes e condições climáticas. Isso permite um manejo eficiente para a irrigação da região, além de detectar determinados problemas precocemente.
Da mesma forma, tecnologias como inteligência artificial e big data se somam juntos às melhorias para o setor agrícola, através do uso de algoritmos de IA para analisar grandes volumes de dados sobre o andamento das culturas plantadas, fazendo com que os produtores tenham real noção de lidar com o seu plantio de acordo com a demanda exigida.
E isso também soma-se a equipamentos modernos e automatizados, como os tratores e colheitadeiras autônomos, que fazem o trabalho no campo por 24 horas por dia, garantindo a redução de custos operacionais. Outro exemplo pode ser visto com os drones, que através de câmeras e sensores, fazem o monitoramento aéreo das lavouras, para localizar áreas que necessitam de maior cuidado.
Segurança como aliada ao setor
Atualmente, se tornou cada vez mais necessário que as empresas agrícolas também invistam em segurança, para proteger sua plantação, maquinário, e até mesmo as pessoas que estão trabalhando nas propriedades. Pensando nisso, também há tecnologias que contribuem com a segurança no setor.
Um dos exemplos está justamente no sistema de reconhecimento de placas de veículos. que ajuda a identificar todos os veículos que estiverem dentro das instalações das propriedades. Além disso, estes dispositivos são essenciais para fiscalizar e monitorar atividades suspeitas nos locais fechados, com o objetivo de oferecer resposta imediata em caso de possíveis ameaças.
Outro recurso que vem ganhando espaço é o uso de câmeras de segurança inteligentes, capazes de detectar comportamentos anormais, movimentos fora do padrão ou a presença de pessoas em áreas restritas. Essas câmeras permitem uma resposta proativa, enviando alertas automáticos e reduzindo significativamente o tempo entre a detecção de um incidente e a ação preventiva.
Há também o caso dos softwares de gestão agrícola, que se tornam aliados para a avaliação de riscos dentro da área de cultivo, tornando o ambiente mais seguro para os trabalhadores, de modo a garantir a execução dos serviços de acordo com as normas regulatórias.
A rastreabilidade também entra no processo, com o uso de ferramentas como o blockchain, responsáveis pelo rastreio da origem e do percurso dos produtos agrícolas. O objetivo é aumentar a transparência de toda a cadeia de suprimentos até o consumidor final, gerando segurança alimentar.
Conclusão
Investir em tecnologias para o setor agrícola é uma necessidade de grande importância, principalmente para a melhora da produtividade e segurança das operações. Isso traz credibilidade às propriedades que estão mais atentas às necessidades do mercado, com a realização dos trabalhos de forma eficaz.
Portanto, é fundamental que os proprietários de áreas agrícolas estejam cada vez mais atentos às necessidades de mercado, de forma a ampliar a sua gama de clientes, e a crescer suas vendas.
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Estreia de filme sobre Aury Bodanese será transmitida pelo O Presente Rural
Longa-metragem “Antes do Nascer do Sol” terá lançamento nacional ao vivo nesta terça (18), a partir das 19h. A obra reconstrói a trajetória e o legado de Aury Luiz Bodanese, uma das figuras mais emblemáticas do cooperativismo agro brasileiro e referência no desenvolvimento do agronegócio catarinense.

O filme “Antes do Nascer do Sol”, que narra a trajetória de Aury Luiz Bodanese, uma das figuras mais emblemáticas do cooperativismo agro brasileiro, estreia oficialmente nesta terça-feira (18), às 19 horas. A transmissão ao vivo está programada para começar às 18h57 e você pode conferir no canal de YouTube de O Presente Rural.
Mais de 20 plataformas de comunicação, distribuídas em quatro estados, vão acompanhar o evento simultaneamente, ampliando o alcance da produção cultural. O lançamento marca um dos maiores movimentos de difusão audiovisual já realizados por um grupo regional de mídia no Sul do país.
Criado por Osnei de Lima e Julmir Cecon, o longa-metragem reconstrói a vida, a obra e o impacto de Bodanese no desenvolvimento do agronegócio catarinense e nacional. O roteiro destaca a atuação dele na consolidação do modelo cooperativista na região Oeste, reconhecido por transformar pequenas propriedades e fortalecer cadeias produtivas como leite, suínos e aves.
A direção de marketing do projeto é assinada por Fernanda Moreira, do Grupo Condá, responsável por coordenar a estratégia que conectou veículos de comunicação e plataformas digitais para o lançamento simultâneo.
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Relação de troca melhora e abre espaço para antecipação de compras de fertilizantes, aponta Itaú BBA
Após a forte volatilidade causada pelo conflito entre Israel e Irã, que pressionou especialmente as cotações da ureia, os preços globais recuaram parcialmente. No Brasil, todos os principais fertilizantes caíram em relação às máximas de julho, tanto em dólar quanto em reais.

A relação de troca entre fertilizantes e os principais produtos agrícolas brasileiros apresentou melhora contínua nos últimos três meses e voltou a níveis próximos da média histórica para nitrogenados e potássicos. A avaliação é da Consultoria Agro do Itaú BBA, no relatório divulgado nesta terça-feira (18), referente novembro de 2025, que aponta um cenário mais favorável para produtores planejarem a safrinha de 2026 e até iniciarem compras para a safra de verão de 2027.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR
Segundo os analistas, após a forte volatilidade causada pelo conflito entre Israel e Irã, que pressionou especialmente as cotações da ureia, os preços globais recuaram parcialmente. No Brasil, todos os principais fertilizantes caíram em relação às máximas de julho, tanto em dólar quanto em reais. O MAP atingiu a mínima do ano, e a ureia voltou a patamares semelhantes aos de 2024
Fosfatados ainda pesam
Com a queda das cotações, a relação de troca melhorou para a maior parte das culturas, refletindo um equilíbrio maior entre custo dos insumos e preços agrícolas. Ainda assim, os fertilizantes fosfatados continuam acima da média histórica, mantendo pressão sobre operações que dependem de maiores doses de MAP e similares.
A única exceção é o café: com as cotações do grão em forte alta ao longo de 2025, o setor registra as melhores relações de troca já

Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
observadas no histórico da consultoria, o que torna a compra de fertilizantes particularmente atrativa para os cafeicultores
Fontes mais baratas e diluídas
O relatório destaca um movimento estruturante no mercado brasileiro: o avanço do uso de fertilizantes com menor concentração do macronutriente, mas preço mais competitivo por ponto percentual de N ou P₂O₅.
Nos nitrogenados, o sulfato de amônio (SAM) passou a oferecer melhor custo por unidade de nitrogênio do que a ureia, atraindo demanda adicional. Entre os fosfatados, o supersimples (SSP) ganhou espaço pela menor cotação nominal, seguido do supertriplo (TSP), que também avança em relação ao tradicional MAP
O efeito já aparece nas importações: entre janeiro e outubro de 2025, pela primeira vez o Brasil importou mais SAM que ureia, e mais SSP do que MAP, um marco inédito nas duas cadeias

Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
Oportunidades para safrinha de 2026
Com as relações de troca mais favoráveis e preços recuados, o Itaú BBA avalia que há espaço para acelerar as compras da safrinha de inverno de 2026, que estão atrasadas. Os analistas também citam a possibilidade de produtores iniciarem, desde já, a montagem do pacote tecnológico para a safra 2027, aproveitando o momento de maior previsibilidade de custos
Câmbio segue como ponto de atenção
Apesar da queda nas cotações internacionais de ureia, MAP e KCl, o relatório lembra que a taxa de câmbio continua sendo um fator determinante na formação de preços internos. Movimentos do dólar frente ao real podem neutralizar parte da competitividade obtida pela retração externa dos fertilizantes, especialmente em um momento marcado por instabilidades macroeconômicas globais



