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Condições climáticas e demanda externa impactam mercado da soja em maio 

Embora o ritmo de negócios tenha crescido no mês, a comercialização da atual safra segue lenta frente às anteriores.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

As condições climáticas favoráveis à semeadura da soja no Hemisfério Norte e a finalização da colheita no Brasil pressionaram as cotações nos mercados internacional e doméstico em maio. O enfraquecimento da demanda externa também pesou sobre os valores, visto que consumidores globais postergaram as aquisições, na expectativa de adquirir lotes a preços menores nos próximos meses. Esses agentes estiveram fundamentados na ampla oferta mundial da oleaginosa, prevista pelo USDA em 410,58 milhões de toneladas na temporada 2023/24, um novo recorde e 10,8% superior às 370,4 milhões de toneladas projetadas para a safra atual (2022/23).

A colheita da soja já foi praticamente encerrada no Brasil, alcançando, até 27 de maio, 99,2% da área, de acordo com a Conab. As regiões que faltam finalizar as atividades são Maranhão (93%) e Rio Grande do Sul (96%). Assim, uma parcela dos agricultores realizou a operação barter (troca de saca de soja por insumos e fertilizantes para a safra 2023/24).

Embora o ritmo de negócios tenha crescido no mês, a comercialização desta temporada segue lenta frente às anteriores. De acordo com a Seab/Deral, apenas 43% das 22,3 milhões de toneladas produzidas no Paraná haviam sido comercializadas até o dia 25 de maio, contra mais de 65% na média das últimas cinco temporadas. Em Mato Grosso, o Imea sinaliza que 66% da safra havia sido negociada até o início de maio, abaixo dos 74,35% de igual período da temporada anterior e dos 85,43% na média das últimas cinco safras.

O Indicador Esalq/BM&FBovespa – Paranaguá (PR) teve média de R$ 138,11/sc de 60 kg em maio, recuos de 4,9% sobre abril e de expressivos 26,2% sobre maio/22, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de abr/23). A média no último mês é a menor desde fevereiro de 20, em termos reais. O Indicador Cepea/Esalq – Paraná registrou queda significativa de 5,7% entre abril e maio e de fortes 28,3% em um ano, com média de R$ 131,16/sc de 60 kg no último mês, o valor mensal mais baixo desde março de 2020, em termos reais. Entre abril e maio, na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, os valores cederam 6,9% no mercado de balcão (pago ao produtor) e 5,4% no de lotes (negociações entre empresas).

Na comparação anual, as quedas foram de 31,4% e de 30,4%, respectivamente. O dólar se desvalorizou 0,7% entre abril e maio, com média de R$ 4,98, no último mês – a menor em um ano.

Derivados

Os preços do óleo de soja oscilaram em maio, mas as quedas predominaram, devido às menores demandas externa e doméstica, sobretudo por parte do setor industrial. O óleo de soja bruto degomado (com 12% de ICMS incluso), negociado na região de São Paulo(SP), se desvalorizou 5,3% entre abril e maio e expressivos 39% entre maio/22 e maio/23, com média de R$ 5.176,15/tonelada no último mês  – a menor desde abril de 2020, em termos reais.

Quanto ao farelo de soja, avicultores e suinocultores consultados pelo Cepea relataram estar abastecidos para o médio prazo e, por isso, ficaram afastados das aquisições do derivado. Considerando-se a média das regiões acompanhadas pelo Cepea, os preços recuaram fortes 6,6% entre abril e maio e 2,7% em um ano, em termos reais. Ressalta-se que as negociações do farelo de soja ocorreram nos menores patamares, em termos reais, desde fevereiro de 2020 nas regiões de Campinas (SP), Mogiana (SP),São Carlos (SP), Rondonópolis (MT) e Itumbiara (GO).

Front externo

O cultivo em período adequado e com rapidez implica em expectativa de boa safra nos Estados Unidos, o que, somado à baixa demanda externa, pressionou os valores externos. O USDA apontou que 83% dos 35,08 milhões de hectares reservados para a soja nos Estados Unidos haviam sido cultivados até o dia 28 de maio, acima dos 64% de igual período de 2022 e dos 65% na média dos últimos cinco anos. Do lado das vendas, conforme o relatório de inspeção e exportação do USDA, na parcial desta temporada (de setembro/22 até o dia 25 de maio/23), as exportações dos Estados Unidos somaram 48,45 milhões de toneladas, 2,22% abaixo do volume escoado no mesmo período da safra passada.

Assim, os contratos futuros do complexo soja caíram na CME Group (Bolsa de Chicago). O primeiro vencimento da oleaginosa teve média de US$13,8559/bushel (US$ 30,55/sc de 60 kg) no último mês – o menor valor nominal desde agosto de 2022 –, quedas de 6,9% sobre o mês passado e de 17,4%frente ao mesmo período do ano passado. O primeiro do farelo de soja cedeu significativos 7,4% entre os dois últimos meses e 0,8% em um ano, a US$ 417,10/tonelada curta (US$459,76/t) em maio, a menor média desde novembro de 2022, em termos nominais.

Quanto ao óleo de soja, as desvalorizações foram de 7,9% de abril para maio e de significativos 40,6% de maio/22 a maio/23, a US$ 0,4967/lp(US$ 1.095,04/t) – o menor desde fevereiro de 2021, em termos nominais. Já na Argentina, a projeção para a safra de soja 2022/23 foi revisada para baixo mais uma vez, devido à baixa produtividade. De acordo com a Bolsa de Cereales, a produção pode somar apenas 21 milhões de toneladas, a menor em 24 temporadas. Pouco mais de 86,9% da área havia sido colhida até o dia 31 de maio.

A análise conjuntural completa da soja feita pela equipe do Cepea pode ser conferida clicando aqui.

Fonte: Assessoria Ceepa

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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