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Suínos

Conceito da imunonutrição aplicado a diferentes fases da produção de suínos

Há mais de uma década, trabalhamos no desenvolvimento de um conceito nutricional direcionado para a nutrição de suporte aos mecanismos imunológicos dos animais. Esse conceito foi batizado de imunonutrição.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Há mais de uma década, trabalhamos no desenvolvimento de um conceito nutricional direcionado para a nutrição de suporte aos mecanismos imunológicos dos animais. Esse conceito foi batizado de imunonutrição.

Inicialmente, escolhemos acessar o ambiente digestivo de leitões para desenvolver essa abordagem nutricional, por um motivo claro para a maioria: o fato de o intestino ser o maior conjunto de órgãos para a interação imune dos suínos.

Em síntese, após essa etapa na nutrição de leitões, avançamos para além do atendimento das exigências básicas dos suínos recém desmamados ou de suínos jovens desafiados por fatores sanitários, nutricionais ou ambientais. Deste modo, foi possível trazer uma abordagem mais ampla e atingir o desenvolvimento da barreira inata dos leitões, tornando os epitélios absortivos mais protegidos pelas camadas de mucina, por vilosidades mais saudáveis, permitindo que o intestino desses animais fosse menos suscetível a danos como a inflamação, aumento da permeabilidade das membranas e a translocação de bactérias patogênicas. Animais com suas barreiras inatas intestinais preservadas consomem e digerem melhor os alimentos.

A Figura 1 mostra o consumo acelerado dos leitões em relação aos animais não suplementados:

Figura 1 – Consumo médio de ração de leitões alimentados com conceito imunonutricional ao longo da fase de creche, 21 aos 42 dias de vida. * Médias diferentes (P>0.05). Dados não publicados.

Ao fortalecer as barreiras inatas do sistema digestivo desses leitões, foram alcançadas melhorias no consumo de ração e eficiência de digestão, que se traduzem em maior desempenho, homogeneidade de lotes, redução de remoções por morte ou refugagem, melhoria do ganho de peso e menor suscetibilidade a doenças entéricas. A Figura 2 mostra exatamente isso:

Figura 2 – Ganho de peso diário de leitões alimentados com conceito imunonutricional ao longo da fase de creche, 21 aos 42 dias de vida. *Médias diferentes (P>0.05). Dados não publicados.

Após o estabelecimento dos efeitos do imunomodulador para os leitões, começamos a pensar na produtividade das fêmeas hiperprolíficas, fêmeas modernas selecionadas para alta performance em número de leitões nascidos e desmamados.

Como aprofundar no conhecimento sobre o estresse oxidativo das matrizes lactantes, considerando que a produção de leite desses animais pode atingir até 17 litros de leite/dia? O processo de produção de leite em fêmeas suínas demanda uma reorganização metabólica imediata ao parto, a qual gera mobilização tecidual, oxidação e geração de radicais livres, culminando em intensa ativação dos mecanismos de combate dos radicais livres e a cascata da resposta imune. Tal consequência é a ativação do sistema imune e desvio de recursos nutritivos para equilibrar a resposta imune, os quais deixam de ser disponibilizados para a produção de leite, quando o estresse oxidativo se instala na lactação.

Mediante esse ambiente de estresse oxidativo, desenvolvemos uma solução que proporcionou aumento da produção diária de leite em até 10% nas fêmeas suínas. Com isso, foram constatadas leitegadas desmamadas 10% mais pesadas e, ainda, permitindo que as matrizes tenham menor perda de massa muscular ao final da lactação, retornando ao ciclo reprodutivo com menor Intervalo Desmame-Cio (IDC), posteriormente, maior taxa de concepção.

E não paramos por aí! A Figura 3 evidencia que ao suplementarmos matrizes com alimentos funcionais, imunomoduladores, conseguimos elevar a concentração de caseína no leite das matrizes, que culminou em maior produção de leite das porcas e, por consequência, melhores pesos dos leitões ao desmame.

Figura 3 – Análise da qualidade do leite e efeitos sobre o desempenho da leitegada e mobilização corporal das matrizes suínas alimentadas com o conceito da imunonutrição. *(P<0,05)

A hiperprolificidade das matrizes modernas nos desafiava com o nascimento de leitegadas heterogêneas e altas taxas de perdas embrionárias. Desse modo, decidimos entender como nosso know-how em modulação do estresse metabólico, por meio da imunonutrição, poderia ser adaptado e remodelado para que seus efeitos nutricionais fossem capazes de alcançarem o ambiente uterino, promovendo maior riqueza nutricional aos fluidos que alimentam os embriões antes e durante a formação das placentas.

Nosso foco era gerar maior qualidade da oferta de substâncias moduladoras da produção hormonal, viabilidade dos embriões e desenvolvimento dos fetos e da placenta, nas fêmeas suínas, ao longo da gestação. Sabíamos que placentas mais eficazes poderiam nos entregar leitegadas mais homogêneas.

Como consequência dessa ação, nossa imunonutrição para gestantes hiperprolíferas nos permitiu elevar a média de nascidos vivos em 7%, resultado da maior sobrevivência embrionária. Também, aumentou em 7% no peso das leitegadas, contrariando a tendência de redução do peso médio dos conceptos devido ao aumento do número de nascidos vivos por leitegada, como pode ser observado na Figura 4. Tudo isso sem perda de viabilidade das leitegadas, pois o peso médio dos leitões se manteve.

Figura 4 – Média de nascidos vivos e peso das leitegadas de matrizes suplementadas com alimentos imuno moduladores durante a gestação. *(p<0,05)

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de suinocultura acesse a versão digital de Suínos, clique aqui. Boa leitura!

Fonte: Por Francisco Alves Pereira Gerente técnico comercial de Suínos na Agroceres Multimix

Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos

Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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Colunistas

Comunicação e Marketing como mola propulsora do consumo de carne suína no Brasil

Se até pouco tempo o consumo era freado por percepções equivocadas, hoje a comunicação correta, direcionada e baseada em evidências abre caminho para quebrar paradigmas.

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Foto: Claudio Pazetto

Artigo escrito por Felipe Ceolin, médico-veterinário, mestre em Ciências Veterinárias, com especialização em Qualidade de Alimentos, em Gestão Comercial e em Marketing, e atual diretor comercial da Agência Comunica Agro.

O mercado da carne suína vive no Brasil um momento transição. A proteína, antes limitada por barreiras culturais e mitos relacionados à saúde, vem conquistando espaço na mesa do consumidor.

Se até pouco tempo o consumo era freado por percepções equivocadas, hoje a comunicação correta, direcionada e baseada em evidências abre caminho para quebrar paradigmas. Estudos recentes revelam que o brasileiro passou a reconhecer características como sabor, valor nutricional e versatilidade da carne suína, demonstrando uma mudança clara no comportamento de compra e consumo. É nesse cenário que o marketing se transforma em importante aliado da cadeia produtiva.

Foto: Shutterstock

Reposicionar para crescer

Para aumentar a participação na mesa das famílias é preciso comunicar aquilo que o consumidor precisava ouvir:
— que é uma carne segura,
— rica em nutrientes,
— competitiva em preço,
— e extremamente versátil na culinária.

Campanhas educativas, conteúdos informativos e a presença mais forte nas mídias sociais têm ajudado a construir essa nova imagem. Quando o consumidor entende o produto, ele compra com mais confiança – e essa confiança só existe quando existe uma comunicação clara e alinhada as suas expectativas.

O marketing não apenas divulga, ele conecta. Ao simplificar informações técnicas, aproximar o produtor do consumidor e mostrar maneiras práticas de preparo, a comunicação se torna um instrumento de transformação cultural.

Apresentar novos cortes, propor receitas, explicar processos de qualidade, destacar certificações e reforçar a rastreabilidade são estratégias que aumentam a percepção de valor e, consequentemente, estimulam o consumo.

Digital: o novo campo do agro

As redes sociais se tornaram o “supermercado digital” do consumidor moderno. Ali ele busca receitas, tira dúvidas, avalia produtos e

Foto: Divulgação/Pexels

compartilha experiências.
Indústrias, cooperativas e associações que investem em presença digital tornam-se mais competitivas e ampliam sua capacidade de influenciar preferências.

Vídeos curtos, reels com receitas simples, influenciadores culinários e campanhas segmentadas têm desempenhado papel fundamental na aproximação com o consumidor urbano, historicamente mais distante da realidade da cadeia produtiva e do campo.

Promoções e estratégias de varejo

Além do ambiente digital, o ponto de venda continua sendo o território decisivo da conversão. Embalagens mais atrativas, materiais explicativos, promoções e ações conjuntas com o varejo aumentam a visibilidade e reduzem a insegurança de quem tomando decisão na frente da gondola.

Marketing como elo da cadeia produtiva

A cadeia de carne suína brasileira é altamente tecnificada, sustentável e reconhecida, mas essa excelência precisa ser comunicada. O marketing tem o papel de unir elos – do campo ao consumidor – e transformar conhecimento técnico em mensagens simples e que engajam.

Fonte: O Presente Rural com Felipe Ceolin
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