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Notícias Tecnologia aliada ao campo

Compostagem melhora produtividade de lavouras no Nordeste

No plantio de milho, foi capaz de gerar um aumento de até três mil quilos por hectare na produção do grão sem a adubação

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Eduardo Oliveira

Pesquisas realizadas na Região Nordeste pela Embrapa indicam que o uso de composto orgânico, produto gerado no processo de compostagem, traz benefícios econômicos e ambientais. No plantio de milho, foi capaz de gerar um aumento de até três mil quilos por hectare na produção do grão sem a adubação, comparando-se ao cultivo tradicional feito por agricultores com baixa capacidade de investimentos.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Meio-Norte (PI) Henrique Antunes, esse é um valor interessante comparado às médias de produção no Ceará, por exemplo, que costumam ser abaixo de mil quilos por hectare. Para as áreas de capim-elefante para corte, o incremento da produção é de cerca de 20% nos primeiros dois cortes, quando o composto é a única fonte de nutrientes da capineira. As pesquisas foram feitas nos campos experimentais da Embrapa Caprinos e Ovinos, em Sobral (CE).

É bom para mudas e áreas degradadas

O composto orgânico beneficia também a produção de mudas, quando empregado na formação de substrato. Experimentos mostraram que ele também é útil na recuperação de áreas degradadas por disponibilizar uma grande quantidade de matéria orgânica, que atua na melhoria das condições físicas do solo. Outra vantagem é a redução na aplicação de fertilizantes minerais no solo, diminuindo custos da produção e promovendo a ciclagem de nutrientes, ou seja, o retorno desses elementos para o sistema por meio da decomposição de matéria orgânica e incorporação ao ambiente durante o ciclo de produção das plantas.

A matéria orgânica é fonte de energia para microrganismos importantes para a agricultura. Ela ajuda a melhorar a estrutura e o arejamento do solo. Além disso, sua capacidade de armazenar água contribui para a retenção de potássio, cálcio, magnésio e outros nutrientes em formas disponíveis para as raízes, protegendo-as da lavagem pela água das chuvas ou da irrigação.

Pesquisas indicam ainda que alguns produtos de decomposição da matéria orgânica têm efeito hormonal ou estimulante para o desenvolvimento das raízes das plantas. Pesquisadores da Embrapa Caprinos e Ovinos (CE) vêm trabalhando desde 2010 com compostagem como alternativa para reaproveitamento de insumos para a agricultura.

Destino para 47 mil toneladas anuais de resíduos

Nas criações de caprinos e ovinos, muito comuns nas propriedades nordestinas, os resíduos podem se tornar um importante insumo, reduzindo custos de produção com preservação do ambiente. Segundo dados do Centro de Inteligência e Mercado de Caprinos e Ovinos da Embrapa, o Brasil possui um rebanho de cerca de 28,2 milhões de cabeças desses animais e 520 frigoríficos e abatedouros registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Desse total, aproximadamente 71% encontra-se na Região Nordeste, ou seja, cerca de 20 milhões de cabeças e 62 frigoríficos. Estudo realizado por técnicos da Embrapa estima que os processos de criação e abate dos animais geram cerca de 47 mil toneladas de resíduos por ano no Brasil que, sem tratamento adequado, podem causar severos danos ambientais e à saúde pública.

Como funciona a compostagem

De acordo com o médico-veterinário da Embrapa Eduardo Oliveira, a compostagem é uma técnica biológica de decomposição e sanitização controlada da matéria orgânica à alta temperatura (45º a 70º C) pela ação de bactérias e fungos que transformam as carcaças em um produto útil, denominado de composto. “A tecnologia pode atender produtores e indústria de abate com instalações de baixo investimento, praticidade e fácil operacionalização, impedindo a produção de moscas e odores, reduzindo e reciclando matéria orgânica na origem,” detalha.

A compostagem feita pela Embrapa reaproveita resíduos do trabalho realizado nos campos experimentais, como restos de capim-elefante ou silagem que sobra dos comedouros ou podas de jardins (fontes de carbono), carcaças, placentas, animais natimortos e esterco (fontes de nitrogênio). Em aproximadamente 150 dias, já é possível obter composto orgânico, que pode ser usado como adubo em áreas agrícolas. O volume das carcaças também é reduzido em 90% e a presença de microrganismos como Salmonella, Escherichia coli e coliformes termotolerantes é eliminada ou reduzida aos níveis estabelecidos por lei.

Oliveira explica que o custo para construir uma composteira pequena, que atenda a um rebanho de cerca de 80 a 100 animais, fica em torno de R$ 2 mil. O produtor pode ainda utilizar materiais que já existam na propriedade ou restos de construção, como madeiras, telhas de qualquer tipo, cimento e lonas, reduzindo muito o custo final da instalação.

A estrutura é simples e rústica. O piso pode ser cimentado ou protegido por lona, desde que impeça a entrada da água da chuva, e fechado na lateral, com paredes de 1,6 metros de tijolo ou madeira.

A partir deste ano, pesquisadores da Embrapa vão utilizar a técnica da compostagem em unidades de processamento que serão implantadas em municípios do interior do Ceará, no âmbito de projetos realizados com pequenos produtores. “O objetivo é mitigar os impactos dos resíduos produzidos e gerar uma alternativa de receita para essas unidades, com a venda da matéria orgânica proveniente”, explica o pesquisador da Embrapa Jorge Farias. Segundo ele, após a implantação, serão ministradas capacitações sobre compostagem para técnicos e agricultores.

Fonte: Embrapa Caprinos e Ovinos

Notícias

Investidores dos Estados Unidos conhecem Programa de Conversão de Pastagens do Brasil 

Delegação participou de um dos maiores eventos do cenário mundial de investimentos do agronegócio.

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O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) marcou presença no Global AgInvesting New York, um dos mais importantes eventos do cenário mundial de investimentos no agro, que reúne fundos, bancos e empresas que atuam no setor. O evento ocorreu entre os dias 15 e 17 de abril, no Sheraton New York Times Square, nos Estados Unidos.

A comitiva do Mapa contou com a participação do secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais, Julio Ramos, do diretor de Promoção Comercial e Investimentos, Marcel Moreira, e da adida agrícola junto à Embaixada do Brasil em Washington, Ana Lúcia Viana.

Fotos: Divulgação/Mapa

Na oportunidade, foi apresentado o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD), que tem por objetivo incorporar 40 milhões de hectares de pastagens degradadas aos sistemas produtivos brasileiros de alimentos, biocombustíveis e florestas de alta produtividade, através da adoção de tecnologias de produção sustentáveis.

Durante os três dias do evento, os representantes do Mapa se reuniram com diversos investidores interessados no PNCPD.

“Com esse programa, pretendemos não apenas dobrar a produção brasileira nos próximos dez anos, mas também converter pastagens degradadas em áreas produtivas diversificadas. O objetivo é atender às metas nacionais de redução do desmatamento e recuperação da vegetação nativa, fortalecendo a segurança alimentar mundial e a resiliência climática”, ressaltou Marcel Moreira.

De acordo com os representantes do Ministério, a presença brasileira potencializou ainda a promoção dos benefícios do programa, que incluem a segurança alimentar global, a conservação das florestas nativas brasileiras, a fixação de carbono, além da geração de renda e emprego para o Brasil.

“Foi uma ótima oportunidade para o Brasil dialogar com fundos privados, bancos estrangeiros e grandes empresas interessadas em investir em nosso país, reconhecendo o nosso potencial para o desenvolvimento sustentável mundial. Representando o ministro Carlos Fávaro e o secretário Roberto Perosa, deixamos o encontro com grandes perspectivas e oportunidades. É o Brasil sendo protagonista mais uma vez uma vez em programas de sustentabilidade e geração de emprego, desempenhando um importante papel no combate à insegurança alimentar mundial”, comentou Julio Ramos.

Fonte: Assessoria Mapa
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Poder de compra do avicultor cresce frente ao milho, mas cai em relação ao farelo

Os preços do cereal estão caindo com mais intensidade em relação ao frango vivo, comparando-se as médias da parcial de abril com as observadas em março.

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Foto: Guilherme Viana

O poder de compra de avicultores paulistas vem crescendo frente ao milho.

Isso porque, segundo pesquisas do Cepea, os preços do cereal estão caindo com mais intensidade em relação ao frango vivo, comparando-se as médias da parcial de abril com as observadas em março.

Já no caso do farelo de soja, outro importante insumo da alimentação do setor, o poder de compra de avicultores está menor – os valores do derivado registram pequena queda mensal.

Para o frango vivo, pesquisadores do Cepea indicam que a pressão sobre as cotações vem das fracas vendas internas da carne.

Muitos compradores estão um pouco mais afastados da aquisição de novos lotes de animais, evitando formar estoques elevados da proteína.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Notícias Rio Grande do Sul

Sindilat apoia decreto de proteção da cadeia láctea

O decreto do Governo do Estado limita a utilização de benefícios fiscais por empresas que adquirem leite em pó ou queijo importados

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Foto: O Presente Rural

O Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) apoia o decreto do Governo do Estado que limita a utilização de benefícios fiscais por empresas que adquirem leite em pó ou queijo importados. “Qualquer medida que valorize o produtor e o leite do produtor gaúcho é bem-vinda para as indústrias de laticínio do Rio Grande do Sul”, indica o presidente do Sindilat, Guilherme Portella. O decreto deve ser publicado nesta sexta-feira (19/04) no Diário Oficial do Estado e passa a vigorar a partir de 2025.

O presidente do Sindilat salienta que a medida não representa prejuízo para a indústria leiteira, uma vez que quase a totalidade do leite em pó e derivados lácteos que vêm do Uruguai e Argentina são adquiridos por indústrias transformadoras. “Mais de 80% do leite em pó e derivados lácteos que entram para reprocessamento no Brasil vêm via empresas que fazem produtos como chocolates, sorvetes e biscoitos, por exemplo. A indústria de laticínios não importa leite em pó de fora”, destaca.

 

 

Fonte: Assessoria
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