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Complexo Industrial Tomazelli opera em plena capacidade
O projeto, há sete meses em pleno vapor, é 100% automatizado frente ao antigo, que era praticamente todo operacional (manual); dispõe de sensores por toda parte para monitoramento e controle do processo. É isso, basicamente, que define a nova planta, um projeto que custou, “a valores de quase 3 anos, R$ 330 milhões”.

No complexo industrial, inaugurado dia 25 de fevereiro de 2022, em Linha Tomazelli, Chapecó (SC), que contempla fábrica de óleo e de farelos, o sistema é super automatizado, melhorando sua gestão e antecipando situações que gerariam perdas de produtividade e qualidade. É necessário frisar que, no local, já funcionavam duas outras fábricas: a de Milho Extrusado e a Nutrisoja.
O projeto, há sete meses em pleno vapor, é 100% automatizado frente ao antigo, que era praticamente todo operacional (manual); dispõe de sensores por toda parte para monitoramento e controle do processo. É isso, basicamente, que define a nova planta, um projeto que custou, “a valores de quase 3 anos, R$ 330 milhões”.
Sidnei Pietrobelli, gerente industrial da nova unidade, disse que toda a mão de obra que trabalhava na fábrica antiga, na matriz, foi aproveitada e retreinada para assumir novos desafios, sobretudo tecnológicos. Atualmente, trabalham nas duas unidades (fábrica nova e silo), 215 pessoas, sendo que 83 foram transferidos, ou seja, a Cooperalfa ampliou 64 novas vagas com o investimento. “Tudo aqui é mais seguro, sensível e complexo”, detalha Sidnei. “Sem contar a dimensão de produção, que triplicou”. O gerente, que já tem larga experiência no ramo, disse que, diante de tantos avanços e tecnologias utilizadas, demonstrou um melhor rendimento e substancial resposta em curto espaço de tempo, frente a dimensão da nova fábrica.
Há sensores que “observam” equipamentos de toda planta, a qual, em apenas sete meses, opera em plena capacidade, esmagando 2 mil toneladas de soja/dia, o que gera movimentação de cerca de 200 caminhões, trazendo matéria prima, levando farelo e óleo, durante os dias úteis da semana.
Todos os caminhões que entram na fábrica para carregar são severamente vistoriados e limpos, e a expedição (balanças), tem sistema interligado ao BC (contábil). A captura do peso é em tempo real e a carga, imediatamente autorizada para gerar a nota fiscal. “Chegamos a liberar 2,5 mil toneladas apenas de farelo grosso em 24 horas”, explica Julio Tanilo Bridi, gerente industrial, e o sistema de despacho logístico (balanças), é totalmente integrado ao de produção, e o operador confere tudo em um único monitor”.
Silo gigante
No silo, feito especialmente para suportar a “boca” da fábrica, guarda-se 1.250.000 sacas de soja (75 ml./ton), ou seja, dobrou a capacidade de armazenagem da Tomazelli. “A modalidade é composta por sistema de aeração e termometria”, detalha Milton Lunkes, gerente da unidade de recebimento. “A capacidade de retirada de grãos é de 300 toneladas/hora”, completa.
Óleo

O complexo conta com oito tanques de armazenamento
O projetista da unidade e coordenador da construção, engenheiro civil, Andrisio Bet, disse que são oito tanques para armazenar 1.250.000 litros cada. “Nos primórdios da industrialização, o óleo era o centro do negócio; hoje passou a ser o farelo, devido ao crescimento do respectivo consumo animal”, disse Andrísio. Caminhões-tanque expedem o óleo a granel para grandes compradores, exportação, refinarias e produção de biodiesel, bem como para fábricas de margarina, de rações e outras do gênero. A Cooperalfa também consegue atender outros clientes com óleo degomado em embalagens fornecidas pelos compradores, com capacidades de 200 ou 1000 litros (retornáveis).
No processo de expedição, o operador apenas coloca a sonda no tanque, seleciona a ´fonte´ e a linha de origem do óleo, e a quantidade programada pelo sistema entrará sem margem de erro no caminhão. Bridi recorda que, “antigamente, essa operação nem sempre era precisa, pois usávamos um cronômetro para medir um certo tempo estipulado, calculado conforme a demanda daquela carga”.
Andrisio endossa que o projeto Tomazelli prevê, para o futuro, espaço e interligações estruturais, para construir uma indústria de biodiesel no local.
Casca peletizada
O insumo já existia no sistema anterior, porém, era apenas na condição ´moída´. “Nessa indústria, é compactada (peletizada), assim, mais densa (mais peso em menos espaço), o que melhora a performance de manuseio, inclusive menor custo de frete. “Com esse tratamento térmico à casca, ampliamos a segurança do alimento pelo prisma biológico e nutricional, mantendo os níveis corretos de umidade”, completa Bridi.
Farelo moído e a granel
O silo que serviu de cenário para a solenidade oficial de inauguração, tem capacidade para 36 mil toneladas de farelo grosso. “Esse produto, a granel, 100% natural, é direcionado a todos os consumidores interessados”, relata Pietrobelli. “A novidade é o farelo moído, nas opções a granel e em sacas de 25 quilos, pronto para ser incluso nas rações, cujos sling bag (que são ´envelopados´ com plástico especial, por um robô). “Para quem tem um silo na propriedade e ´faz ração em casa´, facilita mais o uso da versão a granel, gerando economia de tempo e dinheiro ”, garante Sidnei.
Laboratório
“Aqui é tudo novo; a última palavra em tecnologia atual”, confirma Bridi. “Agora, a metodologia é eficiente e rápida, e o salto foi gigante, adequando-se às evoluções apresentadas pelo mercado, em consonância ao processo de busca de certificação (GMP+).
Cavaco e caldeira
Ao subir as escadas onde a lenha é picada, transformada em cavaco, parece-se estar entrando noutra indústria, totalmente separada, tamanha é a estrutura e agilidade. Por dia, são transformados 400 m3 de lenha, praticamente 100% de eucalipto, todo oriundo de áreas reflorestadas. Uma grua (guindaste) “abraça uma certa quantia de toras e as aloca no sistema de picagem, modelo bem mais eficaz, menos desgastante e mais humanizado”, diz Júlio.
O sistema que controla a produção de vapor na caldeira, também é programado em “set-point” (alvo desejado), e ao menor desequilíbrio de temperatura, os sensores “avisam” as anomalias, o que permite ajuste em tempo real, sem paradas no processo produtivo.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



