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Compartimentação vira realidade na avicultura de corte

Projeto é posto em prática em Santa Catarina e se torna exemplo na produção de carne de frango para o país

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O status sanitário é um dos mais importantes requisitos para o comércio de proteína animal no mundo. O Brasil, pioneiro na compartimentação na avicultura, acaba de colocar em prática dois projetos em Santa Catarina, fazendo de algumas propriedades rurais integradas a grandes empresas presentes no Estado tornarem-se exemplo para o país. O modelo, ainda cru, pode ser um diferencial gritante no comércio mundial de aves nos próximos anos, especialmente em casos de emergências sanitárias. Em outras palavras, mesmo o Brasil sofrendo com surtos epidemiológicos, pequenas áreas compartimentadas, em microrregiões, continuam certificadas como livre dos patógenos, garantindo a continuidade de comercialização para o mercado externo, tanto de carne como de material genético.

O conceito de compartimentação, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), seguindo os preceitos da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), pode ser usado para certificar uma subpopulação com um status sanitário diferenciado para uma ou mais doenças específicas, baseado em procedimentos de biosseguridade que favoreçam o controle de doenças e o comércio internacional. A maior preocupação é com a influenza aviária (IA), nunca detectada no Brasil, e a doença de Newcastle (DNC), presente pela última vez em território nacional no ano de 2006.

Para o Mapa, “o objetivo é fornecer proteína animal segura a mercados e assegurar a continuidade do comércio internacional de produtos avícolas brasileiros, oferecendo garantias adicionais de biosseguridade que minimizam o risco de introdução e disseminação de doenças como a IA e a DNC, mesmo em momentos de emergências sanitárias”.

O modelo e o projeto desenvolvido pela empresa JBS, em Itapiranga (SC), com apoio de organismos governamentais, foram detalhados pela médica veterinária e responsável pela Sanidade Avícola da Cidasc (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina), Priscila Belleza Maciel, durante a Avesui 2016, que aconteceu de 03 a 05 de maio, em Florianópolis. De acordo com ela, a área compartimentada da JBS abrange 269 aviários produtores de frango, 21 matrizeiros, um incubatório, um abatedouro, três fábricas de maravalha e duas de ração. “No entorno do compartimento, ainda são cerca de 4,7 mil propriedades rurais, que também precisam ser monitoradas. Demanda bastante trabalho porque é um programa de qualidade”, explica.

“O objetivo geral é favorecer a biosseguridade para manter o comércio seguro entre os países. Nada mais é que uma certificação de determinada área, mas é bem complexo”, comenta. E o tempo comprova. São quase dez anos para a candidatura da compartimentação brasileira na OIE, em 2007, até a efetividade do modelo, em 2016, comentou a palestrante.

Na primeira quinzena de abril, a JBS entregou a documentação completa do compartimento, segundo Maciel, e aguarda uma definição sobre como será a amostragem de controle, de acordo com capacidade do Estado, para começar as vigilâncias no compartimento e no entorno, num processo que envolve também auditorias.

Diferença da Zona Livre

A médica veterinária explica que há diferenças na essência do compartimento para modelos hoje de zona livre de doenças. O compartimento segue o padrão de zonas livres, mas neste, a certificação é baseada na questão da fronteira geográfica, enquanto aquele não diz respeito só à fronteira, mas se baseia em método, gestão e biosseguridade.

O que a empresa precisa fazer para ser um compartimento?

– Assinar termo de adesão e compromisso (Mapa)

– Fazer relação de unidades de produção e funcionais

– Ter plano e rastreabilidade de toda a cadeia

– Criar plano de contingência da empresa para infecção de IA e DNC

– Ter mapas das unidades

– Identificar espécies silvestres da região e rotas migratórias

– Ter equipe de gestão do compartimento

– Capacitar os envolvidos

– Ter declaração de supervisão interna de todas as unidades

– Ter a memorial descritivo de todas as medidas de biosseguridade e manejo sanitário para o compartimento

Fatores de Risco

– Abastecimento de água

– Fornecimento de ração – processo térmico para acabar com DNC

– Proximidade com espécies suscetíveis – evitar o acesso de aves ao interior e evitar aves próximo ao silo e incubatório

– Acesso de pessoas e veículos – deve-se comprovar que está com vazio sanitário

– Entrada de materiais e equipamentos

– Uso de vacinas e demais produtos biológicos

– Entrada de material genético e movimentação de aves e ovos

– Pragas (roedores e insetos)

Cancelamento do Compartimento

– Entrada de aves ou ovos férteis em qualquer unidade de produção provenientes de granjas não pertencentes ao compartimento

– Entrada de ração ou material de cama provenientes de granjas não pertencentes ao compartimento

Mais informações você encontra na edição de Aves de junho/julho de 2016 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Brasil abre mercado em Moçambique para exportação de material genético avícola

Acordo sanitário autoriza envio de ovos férteis e pintos de um dia, fortalece a presença do agronegócio brasileiro na África e amplia para 521 as oportunidades comerciais desde 2023.

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O governo brasileiro concluiu negociação sanitária com Moçambique, que resultou na autorização de exportações brasileiras de material genético avícola (ovos férteis e pintos de um dia) àquele país.

Além de contribuir para a melhoria de qualidade do plantel moçambicano, esta abertura de mercado promove a diversificação das parcerias do Brasil e a expansão do agronegócio brasileiro na África, ao oferecer oportunidades futuras para os produtores nacionais, em vista do grande potencial do continente africano em termos de crescimento econômico e demográfico.

Com cerca de 33 milhões de habitantes, Moçambique importou mais de US$ 24 milhões em produtos agropecuários do Brasil entre janeiro e novembro de 2025, com destaque para proteína animal.

Com este anúncio, o agronegócio brasileiro alcança 521 novas oportunidades de comércio, em 81 destinos, desde o início de 2023.

Tais resultados são fruto do trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).

Fonte: Assessoria Mapa
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Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

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A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
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Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

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O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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