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Como transformar o potencial do Brasil em potência no mercado internacional
Atual cenário e oportunidades da exportação do agronegócio brasileiro foram tratados no episódio desta semana do “Caminhos do Agro SP”

O papel do agronegócio como carro-chefe das exportações brasileiras e de São Paulo como o principal hub de entrada e saída de produtos, tecnologias e investimentos foram abordados no episódio Exportação, do projeto “Caminhos do Agro SP”, na quarta-feira (02).
O Secretário de Agricultura e Abastecimento, Gustavo Junqueira conversou sobre o atual cenário e as oportunidades para que os produtos brasileiros ganhem mais mercados mundiais com o Secretário Estadual de Relações Internacionais, Julio Serson, o Chief Operating Officer do escritório InvestSP em Xangai, na China, José Mario Moccia Antunes, e a Diretora Global de Relações Institucionais da BRF, Grazielle Parenti.
Julio Serson destacou que o agronegócio é uma das prioridades do Governo do Estado. “Quando fazemos contatos internacionais, acordos e missões comerciais, o agro é sempre peça fundamental no nosso dia a dia. Nosso papel é voltado para atrair investimentos, buscar novos parceiros comerciais que entendam a importância do Estado de São Paulo para gerar oportunidades e desenvolvimento”, apontou Serson, mencionando os escritórios de São Paulo em Xangai, na China, em Dubai, nos Emirados Árabes e o que será inaugurado em junho de 2021 em Munique, na Alemanha, como apoios importantes para fomentar os negócios internacionais.
A China é o principal destino das exportações de São Paulo, tendo movimentado de janeiro a setembro de 2020 US$ 3,14 bilhões, um crescimento de quase 40% em relação ao mesmo período no ano passado. Porém, ainda é possível crescer mais nesse “país continente”, segundo a avaliação de José Mario Moccia Antunes, que lidera o escritório InvestSP, inaugurado em agosto de 2019, na China, para fortalecer e ampliar as relações econômicas com aquele país, além de detectar oportunidades de novos investimentos. Segundo ele, estima-se que uma brasileira que queira atuar na China por meio do escritório consiga uma redução de custos operacionais de até 75% dependendo do setor e do nível de profundidade de conhecimento do mercado chinês.
“A China é um mercado muito competitivo e que muda a cada ano. Além do que o Brasil já exporta para lá, vemos oportunidades para produtos como cafés, leite e derivados, chocolate, ovos, snacks, biscoitos e frutas processadas. Identificamos ainda a necessidade de foco no desenvolvimento e posicionamento de marca para que o chinês possa consumir o produto brasileiro sabendo que é brasileiro”, destacou.
Com bastante autoridade sobre o tema, a BRF é a maior exportadora de frangos no mundo, comercializando seus produtos para mais de 140 países, detendo 12% do comércio global de aves e sendo a 4º maior exportadora de suínos. Para Grazielle Parenti, as principais barreiras a serem transpostas para que se possa crescer ainda mais são o protecionismo enfrentado pelo Brasil, a necessidade de diversificar portfólio com produtos com mais valor agregado e avançar no e-commerce. “O Brasil tem uma posição de consistência no mercado internacional e isso foi evidente com a pandemia. Mesmo com todos os desafios, mantivemos a consistência, o volume e a qualidade das entregas. Não faltou comida! O mercado sabe que pode contar com os produtos brasileiros”, ressaltou a Diretora Global de Relações Institucionais da BRF.
Para Gustavo Junqueira, o protagonismo do Brasil no mercado internacional é mérito da iniciativa privada e o Governo precisa atuar para que o mundo tenha uma percepção positiva do País, especialmente no que diz respeito à sustentabilidade. “É preciso transformar o Brasil de potencial para potência”, defendeu. Como exemplo de ação em conjunto da iniciativa privada com o setor público para fomentar as exportações, Junqueira mencionou a Agro Expo International, evento inovador que será realizado de 20 a 22 de julho, no São Paulo Expo, como um hub que reunirá toda a cadeia, mostrando a força do mercado nacional e as oportunidades do cenário internacional.
O projeto “Caminhos do Agro SP” é resultado de uma parceria entre InvestSP, Fundag, TV Cultura, Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e a iniciativa privada.

Notícias Antimicrobianos na agropecuária
Comissão de Agricultura aprova texto que suspende decreto do Pronara
Proposta cita conceitos vagos, falta de critérios técnicos e interferência indevida em políticas agrícolas e incentivos econômicos.

O projeto que susta os efeitos do Decreto nº 12.538/2025, que instituiu o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara), foi aprovado nesta quarta-feira (26) na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, sob relatoria do deputado Pezenti (MDB-SC), coordenador da Comissão de Meio Ambiente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). O parlamentar argumenta que o Executivo extrapolou seu poder regulamentar ao criar uma política pública nacional sem autorização legislativa específica, envolvendo temas como política agrícola, incentivos econômicos e governança administrativa.

Deputado Pezenti: “O decreto introduz conceitos vagos e ideologicamente marcados, destituídos de base técnico-científica, em afronta ao princípio da segurança jurídica”
“O decreto introduz conceitos vagos e ideologicamente marcados, destituídos de base técnico-científica, em afronta ao princípio da segurança jurídica. Suas disposições interferem diretamente na política agrícola e na ordem econômica, ao impactar custos de produção, incentivos fiscais e instrumentos de crédito rural — temas que exigem disciplina legal”, explicou Pezenti.
De acordo com o autor do PDL 443/2025, deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), coordenador da Comissão de Seguro Rural da FPA, o decreto propõe uma estrutura de governança que carece de critérios técnicos para sua implementação, e muitas das ações sugeridas sobrepõem-se a programas já consolidados, como o PARA (Anvisa) e o SINITOX (Fiocruz), criando riscos de duplicidade, aumento de burocracia e uso ineficiente de recursos.

Deputado Rodolfo Nogueira: “Este é um projeto importante para a segurança alimentar e para as garantias do produtor rural”
“Este é um projeto importante para a segurança alimentar e para as garantias do produtor rural. Lembrando que os defensivos agrícolas são insumos essenciais para a proteção das lavouras, e isso traz a garantia do alimento na mesa do povo brasileiro”, finalizou Nogueira.
A proposta segue agora para análise das comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS) e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).
Notícias
Parque do Show Rural vira megacanteiro de obras para reforçar estrutura da edição 2026
Melhorias incluem 45 mil m² a mais de estacionamento, novas lanchonetes, pavimentação e estrutura ampliada para expositores.

O presidente da Coopavel e vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Cascavel (Acic) para Assuntos do Agronegócio, Dilvo Grolli, apresentou nesta quarta-feira (26) um panorama das obras em andamento e dos preparativos para a 38ª edição do Show Rural. Um dos maiores eventos técnicos do agronegócio mundial, o Show Rural será realizado de 09 a 13 de fevereiro de 2026. A tradicional missa de abertura está marcada para 11 horas de 08 de fevereiro, na área que abriga o parque desde 1989. “O parque parece um grande canteiro de obras. Inúmeras melhorias estão em curso para oferecer uma experiência única aos visitantes que estarão em Cascavel em busca de novidades para as atividades rurais”, afirmou, destacando o apoio histórico da Acic ao evento.

Presidente da Coopavel e vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Cascavel (Acic) para Assuntos do Agronegócio, Dilvo Grolli: “. Inúmeras melhorias estão em curso para oferecer uma experiência única aos visitantes que estarão em Cascavel em busca de novidades para as atividades rurais” – Fotos: Divulgação/Coopavel
Entre as intervenções estruturais citadas pelo presidente da Coopavel estão a ampliação do prédio da administração, a expansão do hub Espaço Impulso e a ampliação do galpão dedicado ao pequeno produtor. As iniciativas são desenvolvidas em parceria com o Itaipu Parquetec e a Itaipu Binacional.
Uma das principais frentes é a ampliação do estacionamento, que ganhará 45 mil metros quadrados adicionais. Com isso, a capacidade passará de 17 mil para 22 mil veículos e de 400 para mais de 700 ônibus por dia. Uma nova passarela, instalada no interior do antigo estacionamento, fará a ligação direta com o acesso principal do parque.
As obras de mobilidade também incluem a pavimentação asfáltica de mais de 2,5 quilômetros de vias, todas com cinco metros de largura, e a cobertura de 11 quilômetros de ruas, garantindo mais conforto ao público esperado para visitar os 600 expositores já confirmados.
O pacote de melhorias contempla ainda duas novas lanchonetes, novas linhas de buffet no restaurante e a reforma completa dos 28 conjuntos de banheiros. Uma nova área será aberta para expansão de estandes, acomodando expositores que buscam espaços mais amplos.
Grolli reforçou o caráter regional e a representatividade do evento. “O Show Rural é um evento de Cascavel e do Oeste do Paraná, que leva para o mundo o melhor do que somos e do que é o agronegócio brasileiro”, destacou.
A edição de 2026 terá como tema “A força que vem de dentro”. Tanto o acesso ao parque quanto o estacionamento seguirão gratuitos, como tradição do evento.
Notícias
Brasil busca ampliar lista de produtos com sobretaxa nos EUA
País aposta em articulação diplomática, crédito à indústria e agenda estratégica para consolidar presença no mercado americano.

Os impactos do tarifaço, as negociações do Brasil com o governo dos EUA e as medidas para ampliar o acesso dos produtos brasileiros àquele mercado foram temas da participação do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, na abertura da 3ª edição do Encontro Empresarial Brasil–EUA, nesta terça-feira (25).
Alckmin participou remotamente do encontro, que é promovido pela Amcham Brasil em São Paulo. “É diálogo e negociação. O próximo passo é excluir mais produtos e reduzir alíquotas. Vamos acelerar o processo”, afirmou Alckmin.
Nos últimos meses, os Estados Unidos eliminaram tarifas de 238 produtos, incluindo frutas, sucos, cafés e carnes, reduzindo para 22% a fatia das exportações brasileiras ainda sujeitas ao tarifaço, percentual que já foi de 36%. Outros 27% estão na Seção 232, alinhados à tributação global, e 51% entram no país com tarifa zero ou 10%.
Ao comentar as medidas adotadas pelo governo brasileiro, Alckmin destacou o Plano Brasil Soberano, com apoio para empresas impactadas e outras medidas, e ações do governo em áreas que podem ajudar nas negociações para retirada de todos os produtos das tarifas adicionais. “O Brasil não ficou parado diante do tarifaço. Colocamos em campo um plano robusto para proteger as empresas afetadas, com R$ 40 bilhões em crédito, juros menores e garantias ampliadas. Nosso objetivo é assegurar fôlego para quem perdeu mercado e manter a indústria brasileira competitiva”, destacou.
Ele reforçou também a importância das ações de médio e longo prazos, voltadas à inserção do Brasil em setores de alto valor agregado e tecnologias emergentes. “Estamos preparando o Brasil para a nova economia. Avançamos em temas estratégicos como data centers, inteligência artificial, energia renovável e minerais críticos. O programa Redata já está no Congresso e vai atrair investimentos de alto valor agregado para o país”, garantiu.
Diálogo e articulação
A secretária de Comércio Exterior (Secex) do MDIC, Tatiana Prazeres, participou do painel Diálogo com o Governo Brasileiro, realizado logo após a fala do presidente da República em exercício.
Ao lado do embaixador Fernando Pimentel, em um painel moderado pelo CEO da Amcham Brasil, Abrão Neto, a secretária Tatiana destacou que os resultados recentes refletem avanços importantes na relação bilateral e reforçam o papel central do diálogo e da articulação entre governo e setor privado. “Os avanços recentes mostram que o diálogo funciona. Vimos progressos concretos e é fundamental manter essa coordenação entre governo e setor privado para seguirmos ampliando o acesso do Brasil ao mercado americano. A relação Brasil–Estados Unidos é estratégica e exige dedicação permanente, e os resultados reforçam que estamos no caminho certo”, avaliou Tatiana Prazeres.
Ao longo do diálogo, houve debate com as autoridades presentes sobre elementos relevantes para a estratégia negociadora brasileira, reforçando o papel do setor empresarial na consolidação de posições conjuntas e no fortalecimento da agenda econômica entre Brasil e Estados Unidos.
Abrão Neto, por sua vez, falou sobre a o papel do setor empresarial na consolidação de posições conjuntas e no fortalecimento da agenda econômica entre Brasil e Estados Unidos. “Este encontro reafirma algo que está na essência da Amcham: o compromisso de aproximar as duas maiores economias das Américas. A relação bilateral é indispensável, não apenas pela história que representa, mas pelo futuro que oferece aos nossos países”, disse.



