Suínos Opinião
Como fazer custo de produção de suínos?
O mercado tem uma gama de bons profissionais para ajudar na assistência técnica e veterinária, mas quando falamos em custos, esse leque é mais restrito

Artigo escrito por Luis César Nogueira e Silva, administrador com ênfase em análise de sistemas e MBA em Gestão de negócios, Controladoria e Finanças Corporativas
Em praticamente 20 anos de vivência na atividade de produção de suínos, sempre me chamou a atenção a necessidade que o produtor de suíno tem no tocante a gestão de custos, principalmente os independentes.
De forma geral, o mercado tem uma gama de bons profissionais para ajudar na assistência técnica e veterinária, mas quando falamos em custos, esse leque é mais restrito. Costumo dizer que fazer contas de custos é fácil, mas fazer contas que retratem a realidade e façam sentido: “aí meu amigo, são outros quinhentos”!
Destaco 4 pontos fundamentais para o sucesso da gestão de custos da criação de suínos:
1. O melhor custo de produção que existe é o que é feito com os dados da sua produção
Normalmente, de forma mais acentuada em períodos de crise, sempre recebo ligações de produtores me perguntando qual o custo atual de produção. Com o passar dos anos, pude perceber existe uma diferença de custo de um pequeno produtor para um grande e tecnificado, na casa de R$ 60 por cabeça, logo, qualquer resposta dada, se fora da realidade irá atrapalhar mais do que ajudar.
2. É fundamental a escolha da metodologia utilizada
Cada produtor precisa fazer o seu custo, atento a particularidade de que os índices zootécnicos influenciam muito. Também é preciso entender que algumas metodologias, mesmo corretas, não são aplicáveis em todas as situações, podemos citar como exemplo o Payback é um indicador do tempo de retorno de um investimento. Diz respeito ao período que a empresa irá levar para devolver aos seus investidores, o dinheiro aplicado em um novo projeto ou investimento. A conta é simples, o valor do investimento dividido pelo lucro esperado, e assim temos o número de meses para recuperar o dinheiro. Todavia, na pratica sabemos que não é bem assim que funciona, montamos um novo negócio e ele começa devagar, encontra a necessidade de alguns ajustes, muitas vezes de investimentos “extras” o que faz com que o resultado dessa metodologia lhe traga um resultado prático fora da realidade que vai encontrar.
3. É preciso conhecer os 3 grandes grupos para alocação dos custos e despesas
Para atender a realidade de granjas menores, que tem algumas particularidades que dificultam a precisão da coleta de alguns dados, a separação dos custos nos três grandes grupos descritos abaixo proporciona uma visão ampla e clara da participação dos custos nas 3 etapas. Muitas vezes vemos a campo o custo fixo sendo rateado na venda de animais leves, sendo que com mais 20 a 40 dias poderia agregar boa fatia no seu lucro por animal por exemplo.
São eles:
- Custos Fixos: Aqui vamos encontrar todos os desembolsos que não variam de acordo com os kg vendidos, como manutenção, administração, etc;
- Custos Variáveis: Todos aqueles custos que têm variação de acordo com o número de animais produzidos até a hora da venda, tais como: Ração, genética, etc;
- Custos Variáveis de Venda: Todos os custos que têm ligação direta com a venda dos animais, tais como: Frete, Comissões, Impostos, entre outros.
4. É preciso criar centros de custos compatíveis com a realidade
A criação de centros de custos, permitem maior clareza das informações, mas é fundamental que isso seja feito de forma simples e prática, permitindo alocar de forma organizada cada desembolso no seu centro de custo específico.
Os centros de custos que recebem valores dos custos fixos, deverão necessariamente serem lançados em cima dos kg vendidos no mês, os demais irão incidir no mês da sua venda.
Enfim, o máximo zootécnico não é o máximo lucro, e só quem mede e gerencia suas informações, consegue tomar as melhores decisões.


Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
Suínos
Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças
Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.
Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.
No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.
Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.
Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.
Suínos
Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde
Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.
Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock
Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.
Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.
O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.
Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.



